"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Estudo dos níveis de linguagem

1. Linguagem padrão
A linguagem padrão (ou culta), utilizada na comunicação formal, é controlada por um conjunto de hábitos linguísticos praticado por uma comunidade sociocultural privilegiada, com bom índice de escolarização e acesso aos bens culturais das elites. Trata-se de um registro marcado pela obediência às normas gramaticais rígidas, que evidenciam aspectos elaborados da língua. É a linguagem que tem prestígio junto ao grupo social, servindo de modelo linguístico para a comunidade em geral.

2. Linguagem coloquial
A linguagem coloquial, utilizada na comunicação do dia-a-dia, caracteriza-se por uma certa flexibilidade gramatical e evidencia um aspecto mais simples da língua.

A linguagem coloquial pode ser dividida em dois tipos: informal e popular. O primeiro, regido pelas normas linguísticas, revela a linguagem das classes privilegiadas com um índice maior de educação formal, enquanto o segundo, mais espontâneo, sem a preocupação de seguir uma gramática disciplinada, é praticado pelas classes populares da sociedade, com acesso restrito à escolarização e aos bens culturais da classe dominante.

3. Dialeto
O dialeto é uma variação regional ou social de uma língua. É uma forma própria de uma língua, praticada por falantes de uma certa região ou de uma classe social específica, com diferenças linguísticas na pronúncia, na construção gramatical e na sintaxe, em como no uso do vocabulário.

Normalmente, o falante de um dialeto entende um outro dialeto de sua língua. Há, no entanto, casos em que um dialeto se distancia tanto da linguagem padrão, que se torna difícil para o falante de outro dialeto entendê-lo, dificultando, assim, a comunicação entre falantes das duas variedades linguísticas em questão.

4. Gíria
A gíria é uma linguagem peculiar oriunda de um determinado grupo (social ou profissional) que, por ser expressiva, normalmente passa a ser utilizada pela comunidade em geral.

Há dois tipos de gíria: o de domínio técnico (jargão profissional) e o de domínio popular (social). O jargão é uma linguagem praticada por pessoas que exercem a mesma atividade, por exemplo, atores, jornalistas, bandidos, prostitutas, enquanto a gíria de domínio popular é praticada por um certo grupo social.

A gíria nasce pela mudança de significado de palavras já existentes na língua (fumo, legal, perua), pela criação de palavras novas (brega, fofoca, mocó) e, até mesmo, por empréstimos de palavras estrangeiras (boy, cafona, suingue).

5. Linguagem literária
A linguagem literária está para o escritor assim como as tintas e os pincéis estão para o pintor. É, pois, a linguagem do artista, variedade linguística que apresenta, normalmente, bastante rigor em relação às normas prescritas pela gramática.

Em geral, a linguagem literária revela-se apurada e elegante com características diversas: ordenação especial do pensamento, clareza de ideias, vocabulário rico, precisamente selecionado, e estilo requintado. Trata-se de uma linguagem elaborada em função de uma gama bastante diversificada da experiência humana.

Visto que a escrita não dispõe dos mesmos recursos da fala, os escritores selecionam elementos linguísticos – adjetivação e linguagem figurada – que possam imprimir mais expressividade à linguagem. Muitos autores modernos e contemporâneos registram em suas obras a linguagem coloquial, numa tentativa de aproximar a linguagem literária da oralidade.

Diante disso, a linguagem literária vem se modificando ao longo das décadas e, as vezes, foge àquelas características tradicionais rígidas. Torna-se uma linguagem mais flexível e democrática, com o registro de uma outra variedade linguística.



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