Apesar de não se ter encontrado em nossa língua palavra alguma que seja capaz de dizer o que "bullying" significa, sabemos que "bully" traduzido para o português significa "o valentão". Transpondo este termo para o âmbito escolar, podemos concluir que se refere àquele(a) menino(a) que, por sua força e sua alma deformada pelo sadismo, tem o prazer em bater nos colegas mais fracos e intimidá-los.
De posse dessas informações, passamos a observar que o bullying, de fato, também está presente em nossas salas de aula. Só a denominação o difere de nossos adolescentes "encrenqueiros". Vale ressalvar, podemos até mesmo estabelecer uma correlação entre o termo bully e o verbete "bulidor", do verbo "bulir", devidamente registrado no dicionário Houaiss, forma verbal muito empregada na região do Nordeste brasileiro, para se referir ao ato de mexer em algo ou incomodar, desrespeitosamente, alguma pessoa.
Em nossa escola, o bullying, que, bem poderia ser por nós denominado "bulinismo", tem sido encarado como uma carência que pode ser compreendido pelas "limitações" a que muitos de nossos alunos se encontram. Falta de locais adequados para o lazer, para a prática de esportes saudáveis, falta de opções culturais, etc., necessidades que podem contribuir negativamente na formação e no comportamento dos adolescentes.
A todos nós, cabe um papel extremamente importante no combate ao bullying, seja no ambiente escolar como educadores ou simplesmente como formadores de opinião. É preciso que derrubemos as "muralhas" que impedem nossas crianças de conhecer novos horizontes, novas culturas e costumes. É preciso que elas conheçam e, sobretudo, aprendam a conviver com as diferenças. Afinal, o respeito ao próximo é um dos alicerces de qualquer sociedade justa e igualitária.
Estejamos atentos!
Juarez Firmino
Formado em letras e pedagogia, é mestre em letras pela UFMS e titular efetivo de cargo da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo.
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