domingo, 9 de julho de 2017
Ortografia oficial
A
estrutura da ortografia oficial está sendo atualizada pela Reforma Ortográfica
que está entrando em vigência. Este novo Acordo Ortográfico teve seu início no
ano de 2008 e tem como objetivo tornar a Língua portuguesa única em todo o
mundo, principalmente nos países que a possui como idioma oficial. A nova regra
já está valendo e sendo usada por algumas Bancas Examinadoras em provas de
concursos públicos. Estamos atravessando um período de transição que se
encerrará em 31 de dezembro de 2015, as duas formas de escrita nesse meio tempo
serão válidas nos concursos públicos. Mas o porquê dessa Reforma Ortográfica?
Há quase 20 anos tenta-se um acordo ortográfico na Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa (CLPL), que é constituída por: Brasil, Portugal, Angola,
Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste. Mas
esse acordo só foi efetivado agora porque Portugal não cedia a adesão.
O
que muda na Língua Portuguesa?
A
pronúncia das palavras não irá mudar, mudará apenas a sua escrita.
Alfabeto
A
reprodução das palavras na escrita é feita por meio de sinais gráficos
denominados letras. Em português, o alfabeto passa a ter 26 letras após a
inclusão das letras k, w e y.
a A (á),
b B (bê), c C (cê), d D (dê),
e E (é), f F (efe), g G (gê
ou guê), h H (agá), i I (i), j J (jota),
k K (capa ou cá), l L (ele), m M (eme),
n N (ene), o O (ó), p P (pê),
q Q(quê), r R (erre), s S (esse),
t T (tê), u U (u), v V (vê),
w W (dáblio), x X (xis), y Y (ípsilon),
z Z (zê)
Na
sequência: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Emprego
das letras k, w e y: embora
oficialmente constantes do nosso alfabeto, essas letras continuarão com uso
restrito a topônimos e antropônimos estrangeiros e seus derivados, siglas, símbolos
e palavras adotadas como unidade de medida de curso internacional.
1.
Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Byron,
byroniano; Darwin, darwinismo; Franklin, frankliniano; Kafka, kafkiano; Kant,
kantiano, kantismo, kantista; Kardec, kardecista, kardecismo; Taylor,
taylorista; Wagner, wagneriano etc.
2.
Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Kwanza,
Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano etc.
3.
Em siglas, símbolos e em palavras adotadas como unidade de medida de curso
internacional.
TWA,
KLM; K – potássio (de kalium), W – oeste (West); kg – quilograma; km –
quilômetro; kw– quilowatt; yd – (jarda); W – watt etc.
Simplificação
da grafia de palavras
■ Nomes
próprios de pessoas ou de lugares de tradição bíblica:
a.
Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th são
conservados, simplificados ou adaptados.
Loth,
Lot ou Ló; Ziph ou Zif; Baruch ou Baruc; Judith ou Judite
b.
Se os dígrafos não forem pronunciados, devem ser eliminados.
Joseph
= José; Nazareth = Nazaré
c.
As consoantes finais b, c, d, g e t mantêm-se
— quer mudas, quer proferidas.
Jacob,
Josafat, Gog, Job, Isaac, Magog
Nota
No Brasil, é comum encontrar a grafia
aportuguesada de Jacó, Jó, Josafá, Isaque, Gogue, Magogue, também corretas.
d.
Os vocábulos autorizados poderão receber grafias variantes, segundo a sua
origem: fúcsia ou fúchsia e derivados; buganvília, buganvílea ou bougainvíllea
etc.
■ Nomes
próprios de lugares em língua estrangeira:
Sempre
que possível, devem ser adaptados à língua nacional.
Anvers
= Antuérpia, Genève = Genebra, München = Munique, Cherbourg = Cherburgo,
Jutland = Jutlândia, Torino = Turim, Garonne = Garona, Milano = Milão, Zürich =
Zurique
■ Palavras
com sequência de consoantes no interior do vocábulo
e.
A sequência deve ser conservada quando invariavelmente proferida na pronúncia
culta.
=ficção,
apto, compacto, convicção, friccionar, pictural, pacto, díptico, eucalipto,
inepto, núpcias, adepto, erupção, rapto etc.
f.
A sequência deve ser eliminada quando invariavelmente não proferida na
pronúncia culta.
=ação,
acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo, direção, diretor,
objeção, batizar, exato, adoção, Egito, ótimo, adotivo, adotar etc.
g.
Haverá dupla grafia se não houver uniformidade entre as pronúncias cultas dos
países ou quando oscilarem entre a prolação e o emudecimento.
=aspecto
ou aspecto; dicção ou dição
=assumpção
ou assunção; facto ou fato
=cacto
ou cato; peremptório ou perentório
=caracteres
ou carateres; recepção ou receção
=ceptro
ou cetro; sector ou setor
=concepção
ou conceção; sumptuoso ou suntuoso
=corrupto
ou corruto; sumptuosidade ou suntuosidade
NOTA
1
Nas sequências interiores mpc, mpç e
mpt, se o p for eliminado, em lugar do m se deverá usar o n, pois não mais
antes de p e b, devendo se escrever, respectivamente, nc, nç e nt.
NOTA 2
O fato de a dupla grafia ser aceita
não quer dizer que devamos adotar a variante de Portugal. A recomendação da ABL
é que os países conservem seus hábitos ortográficos
■ Sufixos
-iano e -iense
Mantém-se
o i nos substantivos e adjetivos derivados.
acriano
(Acre); soflocliano (Sófocles); saussuriano (Saussure); torriense (Torres)
■ Substantivos
que são variações de outros terminados em vogal. As variações devem ser
grafadas com final -io e -ia.
cume
– cúmio; haste – hástia; veste – vestia; reste – réstia
Acentuação
a.
Os ditongos abertos ei e oi nas paroxítonas não são mais acentuados.
geleia,
jiboia, claraboia, teteia, heroico etc.
Lembrete
Nos monossílabos tônicos e nas
oxítonas, o acento permanece: herói, dói, constrói, réis, farnéis, anéis etc.
ATENÇÃO
As palavras Méier e destróier, por
exemplo, continuarão acentuadas, pois são paroxítonas terminadas em r.
A acentuação dessas palavras acontecia por dois motivos. Deixando de existir um
deles, o outro, no entanto, ainda vigora.
b.
Os verbos crer, dar, ler e ver, na terceira pessoa do plural, não são mais
acentuados.
crê/creem,
lê/leem, dê/deem, vê/veem
c.
Palavras forma/fôrma
Utensílio
doméstico = uso facultativo do acento circunflexo (forma ou fôrma).
A
fôrma de bolo não tem o tamanho ideal.
Configuração
física = sem acento.
A
mesa tem forma arredondada.
Verbo
formar – sem acento.
Ele
forma, todos os anos, grupos de voluntários para atender aos necessitados.
d.
As palavras oxítonas terminadas em e e que variam de timbre na
pronúncia culta dos diferentes países de língua portuguesa continuarão sendo
grafadas segundo o costume de cada país.
bebê/bebé,
caratê/caraté, nenê/nené, bidê/bidé, crochê/croché, cocô/cocó, canapê/canapé,
guichê/guiché, rapê/rapé
ATENÇÃO
Também receberão dupla grafia:
judô/judo; metrô/metro
e.
As palavras paroxítonas ou proparoxítonas cuja vogal tônica em fim de sílaba é
seguida de m ou n serão grafadas de duas formas, em respeito à peculiaridade do
país.
fêmur/fémur,
sêmen/sémen, fênix/fénix, ônix/ónix, gênero/género, Antônio/António
f.
É facultativo o uso do acento agudo na 1ª pessoa do plural do pretérito
perfeito do indicativo dos verbos de primeira conjugação para diferenciá-los da
1ª pessoa do plural do presente do indicativo.
Amámos
muito em nossa juventude.
Amamos
muito ainda hoje.
g.
É facultativo o uso do acento circunflexo na 1ª pessoa do plural do presente do
subjuntivo do verbo dar para diferenciá-lo da 1ª pessoa do plural do pretérito
perfeito do indicativo.
O
chefe espera que dêmos o melhor de nós neste projeto.
Demos
o melhor de nós à empresa no ano passado.
ATENÇÃO
No Brasil, não usamos esses acentos
morfológicos, pois, em ambos os casos, o timbre é fechado.
h.
As paroxítonas grafadas com o grupo oo não mais serão
acentuadas: enjoo, voo, coo, povoo etc.
ATENÇÃO
Não se enquadram nessa regra palavras
grafadas com o grupo oo cuja razão para receber o acento é uma
das regras de acentuação gráfica: herôon (na Grécia antiga, templo ou monumento
funerário erguido em honra de um herói), paroxítona terminada em -on. Em
nota explicativa, a ABL comunica que decidiu incluir na regra de paroxítonas
acentuadas as terminadas em -om: iândom e rândom (variação de rândon).
i.
O verbo poder, na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo, receberá acento circunflexo para se diferenciar da terceira pessoa
do singular do presente do indicativo.
Ele
pôde fazer tudo que idealizou para si, por isso pode se considerar vitorioso.
j.
O verbo pôr, no infinitivo, receberá acento circunflexo para se diferenciar da
preposição por.
Precisou
de muito tempo para pôr ordem no escritório.
Ele
viajou por países que não conhecia.
k.
Não mais serão acentuadas as paroxítonas cujas vogais tônicas i e u forem
precedidas de ditongo decrescente. (Mas guaíba e afins, por serem precedidas de
ditongo crescente.)
=feiura,
boiuno, baiuca, bocaiuva, cauila, maoismo, taoismo etc.
l.
Os verbos aguar, enxaguar, apaziguar, apropinquar, delinquir e outros que
possuem duplo paradigma não serão acentuados quando escolhido o paradigma de
conjugação em que o u é tônico.
Averigue
o que ocorreu.
Espera-se
que os esforços do governo apaziguem as comunidades carentes.
Quando
escolhido o outro paradigma, o acento deverá ser empregado, pois se trata de
paroxítona terminada em ditongo.
Averígue
o que aconteceu.
Espera-se
que o governo apazígue as comunidades carentes.
m.
Não mais receberão acento agudo no u tônico os verbos arguir e redarguir.
Ele
argui muito bem seus alunos; por que
redarguem eles?
Lembrete
Permanece acentuado o i em
arguí, pois tem sua razão na regra de acentuação dos hiatos.
Regras
de acentuação gráfica que não sofreram alteração
Acentuam-se:
a.
Todas as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e, o,
seguidas ou não de s.
=pá,
trás, pé, pó etc.
b.
Todas as palavras oxítonas terminadas em a, e, o (seguidas
ou não de s), em e ens.
=cajá,
chalé, cipó, também, parabéns etc.
c.
Todas as palavras paroxítonas terminadas em ps, um, uns, r, us, i, is, x, n, l, ã, ão e
ditongos, seguidos ou não de s.
=fórceps,
álbum, álbuns, caráter, vírus, júri, lápis, fênix, hímen (himens não é
acentuado), hífen (hifens não é acentuado), útil, ímã, bênção, água, vôlei,
cárie, relógio, bíblia etc.
d.
Todas as palavras proparoxítonas.
=árvore,
álibi, âncora, relâmpago etc.
e.
O i e o u tônicos, seguidos ou não de s,
quando formarem hiato com a vogal anterior (que não seja i ou u),
estiverem sozinhos na sílaba (ou com s) e não estiverem seguidos
de nh.
=caído,
juíza, baú (mas rainha, xiita, sucuuba) etc.
Trema
a.
Não mais receberão trema os vocábulos da língua portuguesa.
=tranquilo,
consequência, linguiça, bilíngue, frequentar, equestre, cinquenta etc.
b.
O trema será conservado nas palavras de origem estrangeira e seus derivados.
=Hübner,
hübneriano; Müller, mülleriano etc.
Verbos
ligados a substantivos terminados em -io ou -ia
Serão
conjugados de duas maneiras.
Eu
negocio/eu negoceio (negócio); Eu premio/eu premeio (prêmio); Eu agencio/eu
agenceio (agência)
Os
verbos mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar já se flexionam em
anseio, remedeio, incendeio e odeio e não admitem outra forma.
Nota
O fato de o
Acordo contemplar a variante lusitana não quer dizer que devamos adotá-la, pois
tal conjugação não é usual entre nós.
Hífen
Há,
em português, vários processos de composição de palavras; um deles (o que
interessa na questão do hífen) é o processo por justaposição. As palavras
compostas por justaposição unem-se com ou sem hífen e sem perda fonética, ou
seja, nenhuma parte da palavra se aglutina à outra palavra do composto:
mandachuva,
pé de moleque, socioeconômico, contrarrazões, arco-íris etc.
Nesse
grupo de palavras estão inseridos os compostos gerais e os compostos por
prefixação e sufixação. No caso dos compostos gerais, as alterações foram
mínimas; nos compostos por prefixação, as mudanças, muito mais numerosas,
vieram para tornar mais lógico o emprego do hífen. Nem sempre esse objetivo foi
alcançado, mas, em muitos casos, não se pode dizer que não houve simplificação.
Compostos
gerais
Usa-se
o hífen
Nas
palavras compostas por justaposição que não contêm elementos de ligação e cujos
componentes, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem
unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso
de o primeiro elemento estar reduzido.
Nessa
regra se incluem os compostos formados por elementos repetidos, com ou sem
alternância vocálica ou consonântica de formas onomatopeicas, por serem de
natureza nominal, sem elemento de ligação, por constituírem unidade
sintagmática e semântica e por manterem acento próprio.
Ortografia
ano-luz; guarda-chuva; reco-reco; arco-íris;
guarda-noturno; segunda-feira; blá-blá-blá; mato-grossense; tio-avô;
azul-escuro; médico-cirurgião; trouxe-mouxe; decreto-lei; norte-americano;
turma-piloto; finca-pé; primeiro-ministro; sapo-boi
Nota
Essa regra faz referência explícita
aos compostos que não contêm elementos de ligação, donde se conclui que aqueles
que os possuem não são escritos com hífen: pé de moleque; mão de obra; água de
cheiro; cão de guarda; fim de semana; fim de século; sala de jantar; cor de
açafrão; cor de café com leite etc.
Alguns
vocábulos com elementos de ligação e que, por isso, se encaixariam nessa regra,
foram considerados pelos estudiosos como palavras consagradas pelo uso, daí
permanecerem grafadas com hífen: água-de-colônia; arco-da-velha; cor-de-rosa;
mais-que-perfeito; pé-de-meia; ao deus-dará; à queima-roupa.
Nota
Em entrevista ao TRF 1ª Região, o
gramático e linguista Evanildo Bechara, porta-voz da ABL para assuntos
relativos ao Acordo, afirmou que, apesar de essa lista de palavras ser seguida
por etc. no texto do Acordo, a ABL a considerará uma lista fechada (não podendo
mais vocábulos serem incluídos em sua composição) e que, com o passar do tempo,
espera-se, essas palavras também perderão o hífen em sua grafia, integrando-se
à regra geral.
Nas
palavras compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas, o hífen deve
permanecer, ainda que tenham elementos de ligação.
andorinha-do-mar
(zool.); cobra-cabelo (zool.); pé-de-boi (bot.); andorinha-grande (zool.);
cobra-d'água (zool.); pé-de-chumbo (bot.); bem-me-quer (bot.);
ervilha-de-cheiro (bot.); pé-de-galinha (bot.); bem-te-vi (zool.);
fava-de-santo-inácio (bot.); pé-de-bezerro (bot.)
Nota
Não serão escritos com hífen os
compostos que, a despeito da coincidência do nome, não se referem a espécies
botânicas ou zoológicas: bico de papagaio (nariz adunco ou osteófito na coluna
vertebral); pé de galinha (conjunto de rugas no canto externo dos olhos); pé de
boi (pessoa muito trabalhadora); pé de chumbo (indivíduo grosseiro, pesado)
etc.
Não
se usa o hífen
a.
Em compostos por justaposição em que se perdeu a noção de composição.
=girassol;
paraquedas; passatempo; mandachuva; paraquedismo; pontapé.
Nota
O critério de perda de noção de
composição, em si mesmo, não ajuda a saber se o composto é escrito ou não com
hífen. Na dúvida, a solução de sempre: consultar o dicionário.
Nas
locuções de qualquer natureza (substantiva, adjetiva, pronominal, adverbial,
prepositiva ou conjuncional), incluindo-se aí as unidades fraseológicas
constitutivas de lexias nominalizadas.
à
toa deus nos acuda quem quer que seja
à
vontade faz de conta salve-se quem puder
Compostos
por prefixação
Usa-se
o hífen
a.
Em todos os compostos em que o segundo elemento começa por h.
anti-higiênico;
extra-humano; semi-hospitalar; arqui-hipérbole; geo-história; sub-hepático;
circum-hospitalar; neo-helênico; super-homem; contra-harmônico; pan-helenismo;
ultra-hiperbólico; eletro-higrômetro; pré-história; ultra-humano.
b.
Nos compostos com os advérbios bem e mal, quando o segundo elemento começa por
vogal ou h.
bem-aventurado;
bem-humorado; mal-estar; bem-estar; mal-afortunado; mal-humorado.
Quando
o segundo elemento dos compostos começa por consoante, ao contrário do advérbio
mal, nem sempre os compostos com bem são escritos sem hífen. Nesses casos,
havendo dúvida, a consulta ao dicionário se faz necessária. Em algumas
situações, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento.
bem-criado
(cf. malcriado); bem-vindo; bem-ditoso (cf. malditoso); bem-visto (cf.
malvisto); bem-falante (cf. malfalante); benfazejo; bem-mandado (cf.
malmandado); benfeito (adj e subst.) (cf. bem feito, interj.); bem-nascido (cf.
malnascido); benfeitor; bem-soante (cf. malsoante); benquerença
c.
Nos compostos com os elementos além-, aquém-, recém- e sem-.
além-Atlântico;
recém-casado; além-mar; recém-nascido; além-fronteiras; sem-cerimônia;
aquém-mar; sem-número; aquém-pireneus; sem-vergonha
d.
Nos encadeamentos vocabulares.
divisa
Liberdade-Igualdade-Fraternidade; ligação Angola-Moçambique; ponte Rio-Niterói;
voo Tóquio-Paris; percurso Lisboa-Coimbra-Porto; estrada Minas-Bahia
e.
Nos compostos em que o primeiro elemento termina com a mesma vogal com que se
inicia o segundo elemento.
anti-inflacionário;
supra-auricular; eletro-ótica; contra-almirante; arqui-irmandade; micro-onda;
infra-axilar; auto-observação; semi-interno
Nota
Os prefixos re-, pre-
e pro-, por coerência e em atenção à tradição ortográfica, nos
moldes do prefixo co-, continuarão se aglutinando com a palavra que
os seguir se iniciada pela mesma vogal desses prefixos: cooperar, coocupante,
reeleição, reeleito, proótico, preencher etc. Para conferir coerência à regra,
a ABL decidiu registrar no Volp apenas a grafia coerdeiro (a grafia co-herdeiro
deixou de ser abonada), à semelhança de coabitar.
f.
Em nomes de lugares iniciados por grão-, grã-, verbo ou se houver artigo
ligando os elementos.
Grã-Bretanha;
Baía de Todos-os-Santos; Passa-Quatro; Trás-os-Montes
g.
Nas formações com os prefixos circum- e pan-, quando o
segundo elemento começa com vogal, m ou n (além
de h, regra geral).
circum-escolar;
circum-navegação; pan-mágico; circum-murado; pan-africano; pan-negritude
Nota
• Quando esses prefixos não forem
seguidos de vogal, m, n ou h, por uma questão de adaptação ortográfica, o n
deve ser trocado pelo m, antes de p e b, como é o caso de pambrasileiro.
Obedece ao mesmo princípio de adaptação a grafia de circuncentro.
h.
Nos compostos em que o segundo elemento começa com a mesma consoante com que
termina o primeiro elemento.
sub-base;
sub-bibliotecário; ad-digital etc.
i.
Nos compostos com os prefixos hiper-, inter-, super-, sub-, ad- e ab- antes de
r.
hiper-requintado;
sub-região; sub-rogar; inter-resistente; sub-reino; ad-renal; super-revista;
sub-reitoria; ab-rogar
j.
Nos compostos com os prefixos ex- (estado anterior), sota-, soto- (debaixo),
vice-, vizo- (vice- no português antigo).
ex-presidente;
ex-marido; soto-mestre; ex-diretor; ex-hospedeiro; vice-reitor;
ex-primeiro-ministro; sota-piloto; vizo-rei
l.
Nos compostos com os prefixos pós-, pré- e pró- (tônicos) antes de palavra com
vida própria.
pós-adolescência;
pré-escolar; pró-africano; pós-graduação; pré-natal; pró-europeu
Nota
• O conceito “vida própria” não
parece preciso no texto do Acordo. A correta grafia de palavras com esses
prefixos deve, quando houver dúvida, ser verificada nos dicionários.
Não
se usa o hífen
m.
Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por
r ou s. Nesse caso, o r ou o s será dobrado, para conservação do som original
da palavra. Algumas palavras do português já eram escritas segundo essa regra
antes do Acordo: biorritmo, biossatélite, eletrossiderurgia, microrradiografia
etc.
antirreligioso;
contrarrazões; cosseno; antissemita; extrarregular; infrassom; autorretrato;
microrradiologia; contrassenha; contrarregra; microssistema; minissaia
n.
Nas formações em que o primeiro elemento do composto termina com vogal
diferente da vogal com que o segundo vocábulo é iniciado.
Autoestrada;
extraescolar; plurianual; Coeducação; infraestrutura; socioambiental
o.
Nas expressões latinas quando não aportuguesadas: ab ovo, ad immortalitatem,
habeas corpus, habeas data, carpe diem, in octavo, mas in-oitavo
(aportuguesada).
Compostos
por sufixação
Nas
formações por sufixação só se emprega o hífen em vocábulos terminados por
sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas.
amoré-guaçu;
andá-açu; Ceará-Mirim; anajá-mirim; capim-açu; ceará-mirinense
Emprego
de maiúsculas e minúsculas iniciais
Uso
de minúsculas
a.
Em todos os vocábulos da língua de uso corrente.
As
partes foram intimadas a comparecer à audiência de instrução e julgamento.
b.
Em nomes de dias, meses e estações do ano.
domingo,
janeiro, primavera etc.
c.
Nas palavras fulano, beltrano e sicrano.
Se
você, fulano, beltrano e sicrano quiserem o mesmo livro, não haverá livros para
todos vocês.
d.
Nos pontos cardeais quando não usados absolutamente.
No
sul do Brasil, o clima é mais ameno que no Nordeste.
Uso
de maiúsculas
e.
Nos nomes próprios de pessoas, reais ou fictícias.
João,
Branca de Neve, Maria, D. Quixote etc.
f.
Nos nomes próprios de lugares, reais ou fictícios.
Manaus,
Brasília, Atlântida, Pasárgada etc.
g.
Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos.
Vênus,
Afrodite, Zeus, Minotauro etc.
h.
Nos nomes de instituições.
Instituto
Nacional do Seguro Social; Organização das Nações Unidas; Cruz Vermelha;
Organização Mundial de Saúde
i.
Nos nomes de festas e festividades.
Natal;
Carnaval; Páscoa; Ano-Novo; Dia de Todos os Santos; 7 de Setembro
j.
Nos títulos de periódicos (devem vir em itálico).
O
Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo; Correio Braziliense; Veja
k.
Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente, e em sua
abreviatura.
O
Sul é a região mais fria do Brasil.
Pontos
cardeais
E:
este ou leste; O ou W: oeste; N: norte; S: sul
Pontos
colaterais
NE:
nordeste; SE: sudeste; NO ou NW: noroeste; SO ou SW: sudoeste
Pontos
subcolaterais
ENE:
lés-nordeste NNO/NNW: nor-noroeste; ESE: lés-sudeste SSO/SSW: su-sudoeste; SSE:
su-sudeste OSO/WSW: oés-sudoeste; NNE: nor-nordeste ONO/WNW: oés-noroeste
l.
Em siglas, símbolos ou abreviaturas.
ONU;
MEC;ABL; K (potássio);Unesco; H (hidrogênio)
m.
Nos bibliônimos – o uso de maiúsculas é obrigatório apenas no primeiro
elemento; nos demais, é facultativo, a não ser que seja substantivo próprio.
Casa-grande
e Senzala ou Casa-grande e senzala; Memórias de um Sargento de Milícias ou
Memórias de um sargento de milícias; A Hora e a Vez de Augusto Matraga ou A
hora e a vez de Augusto Matraga
ATENÇÃO
Se a sigla for composta por mais de
três letras e puder ser pronunciada como palavra, poderá ser escrita com todas
as letras maiúsculas ou apenas com a primeira letra em caixa alta: UNESCO ou
Unesco; INCRA ou Incra; CAESB ou Caesb etc
n.
Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas
com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas:
FAO,
NATO, ONU; H2O, Sr., V. Exª.
Nota
Nos bibliônimos, os conectivos
(preposições e conjunções) e artigos nunca devem ser escritos em caixa alta (a
não ser que encabecem o título). Também os bibliônimos devem vir em itálico.
Uso
facultativo de maiúsculas
o.
Nas formas de tratamento, expressões de reverência e hagiônimos.
Senhor
ou senhor (Sr. ou sr.); Dona ou dona (D. ou d.); Doutor ou doutor (Dr. ou dr.);
Vossa Excelência ou vossa excelência (V. Exa. ou v. exa.); Papa ou papa; Santa
ou santa; Desembargador ou desembargador; Juiz Federal ou juiz federal
p.
Nos nomes que designam domínios do saber, cursos ou disciplinas.
Português
ou português; Artes Plásticas ou artes plásticas; Matemática ou matemática;
Filosofia ou filosofia; Direito ou direito; Geografia ou geografia
q.
Nas palavras usadas em categorizações de logradouros públicos, de templos e de
edifícios.
Palácio
da Alvorada ou palácio da Alvorada; Igreja de Nossa Senhora da Candelária ou
igreja de Nossa Senhora da Candelária; Rua 25 de Março ou rua 25 de Março;
Edifício Oscar Niemeyer ou edifício Oscar Niemeyer
Apóstrofo
a.
Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos.
b.
Para separar contrações ou aglutinações em formas pronominais maiúsculas
relativas a entidades religiosas.
Confio
n'Ele. (referindo-se a Deus)
c.
Para marcar a elisão das vogais finais o e a de santo e santa com o início de
seu nome e também em nomes próprios de pessoas.
Sant'Ana,
Pedr'Álvares, Nun'Álvares etc.
d.
Para marcar, no interior de certos vocábulos, a elisão do e da preposição de em
combinação com substantivos.
cobra-d'água,
estrela-d'alva etc.
e.
Em versos de poemas, para compor a métrica.
Minh'alma,
de sonhar-te, anda perdida.
Meus
olhos andam cegos de te ver!
Não
és sequer a razão do meu viver.
Pois
que tu és já toda a minha vida! (Florbela
Espanca)
DA
DIVISÃO SILÁBICA
A
divisão silábica, que em regra se faz pela soletração (a-ba-de, bru-ma, cacho,
lha-no, ma-lha, ma-nha, má-xi-mo, ó-xi-do, ro-xo, te-me-se), e na qual, por
isso, se não tem de atender aos elementos constitutivos dos vocábulos segundo a
etimologia (a-ba-li-e-nar, bi-sa-vó, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co, e-xâ-ni-me,
hipera-cús-ti-co, i-ná-bil, su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários
preceitos particulares, que rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer
em fim de linha, mediante o emprego do hífen, a partição de uma palavra:
1.
São indivisíveis no interior de palavra, tal como inicialmente, e formam,
portanto, sílaba para a frente as sucessões de duas consoantes que constituem
perfeitos grupos, ou sejam (com exceção apenas de vários compostos cujos
prefixos terminam em h, ou d: ab- legação, ad- ligar, sub- lunar, etc., em vez
de a-blegação, a-dligar, su-blunar, etc.) aquelas sucessões em que a primeira
consoante é uma labial, uma velar, uma dental ou uma labiodental e a segunda um
l ou um r: ablução, cele-brar, du-plicação, re-primir; a-clamar, decreto,
deglutição, re-grado; a-tlético, cáte-dra, períme-tro; a-fluir, a-fricano,
ne-vrose.
2.
São divisíveis no interior da palavra as sucessões de duas consoantes que não
constituem propriamente grupos e igualmente as sucessões de m ou n, com valor
de anasalidade, e uma consoante: ab-dicar, Ed-gordo, op-tar, sub-por, absoluto,
ad-jetivo, af-ta, bet-samita, íp-silon, ob-viar; des-cer, dis-ciplina,
flores-cer, nas-cer, res-cisão; ac-ne, ad-mirável, Daf- ne, diafrag-ma,
drac-ma, ét-nico, rit-mo, sub-meter, am-nésico, interam- nense; bir-reme,
cor-roer, prorrogar; as-segurar, bis-secular, sos- segar; bissex-lo, contex-to,
ex-citar, atrozmente, capaz-mente, infeliz- mente; am-bição, desen-ganar,
en-xame, man-chu, Mân-lio, etc.
3.
As sucessões de mais de duas consoantes ou de m ou n, com o valor de
nasalidade, e duas ou mais consoantes são divisíveis por um de dois meios: se
nelas entra um dos grupos que são indivisíveis (de acordo com o preceito 1º),
esse grupo forma sílaba para diante, ficando a consoante ou consoantes que o
precedem ligadas à sílaba anterior; se nelas não entra nenhum desses grupos, a
divisão dá-se sempre antes da última consoante. Exemplos dos dois casos:
cambraia, ec-tlipse, em-blema, ex-plicar, in-cluir, ins-crição, subs-crever,
transgredir; abs-tenção, disp-neia, inters-telar, lamb-dacismo, sols-ticial,
Terp-sícore, tungs-tênio.
4.
As vogais consecutivas que não pertencem a ditongos decrescentes (as que
pertencem a ditongos deste tipo nunca se separam: ai-roso, cadei-ra, insti-tui,
ora-ção, sacris-tães, traves-sões) podem, se a primeira delas não é u precedido
de g ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na escrita: ala-úde, áreas,
coapeba, co-ordenar, do-er, flu-idez, perdo-as, vo-os. O mesmo se aplica aos
casos de contiguidade de ditongos, iguais ou diferentes, ou de ditongos e
vogais: caiais, caí-eis, ensaí-os, flu-iu.
5.
Os digramas gu e qu, em que o u se não pronuncia, nunca se separam da vogal ou
ditongo imediato (ne-gue, ne-guei; pe-que, pe-quei, do mesmo modo que as
combinações gu e qu em que o u se pronuncia:
á-gua, ambí-guo, averigueis; longín-quos, lo-quaz, quais-quer.
6.
Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em
que há um hífen, ou mais, se a partição coincide com o final de um dos
elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início
da linha imediata: ex-alferes, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice-
-almirante.
Hífen
Nessa
oportunidade vamos dar sequência a essa nova mudança no item que sofreu muitas
alterações o hífen. De uso controvertido desde sempre, o emprego do hífen,
mesmo com as novas regras definidas pelo recente Acordo Ortográfico, continua
criando dificuldades para a compreensão do usuário da língua portuguesa. Assim,
pensei, nesta aula, disciplinar tal uso, procurando sistematizar essa questão
de forma mais clara e didática.
Para
tal propósito, dividirei a discussão do seu emprego em duas etapas, sob os
seguintes rótulos gerais: emprego do hífen; e formas de grafia. Em cada seção,
aparecem exemplos e, às vezes, algumas justificativas consideradas necessárias
ao esclarecimento dos tópicos apresentados. Vejamos:
Emprego
do hífen
■ Com
prefixo, usa-se o hífen diante de palavras iniciadas por h.
Exemplos:
anti-higiênico, anti-herói, mini-hotel, sobre-humano, super-homem, subhumano.
■ Não
se utiliza o hífen quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo e a inicial
do segundo elemento for diferente.
Exemplos:
antiaéreo, autoaprendizagem, autoescola, coautor, extraescolar, hidroelétrico,
infraestrutura, plurianual, semianalfabeto.
Observação
Sempre
que a vogal final do prefixo e a inicial do segundo elemento forem iguais,
deveremos usar o hífen.
Exemplos:
anti-inflacionário, auto-observação, contra-ataque, infra-axililar,
microorganismo, micro-ondas, semi-internato.
Exceção: o
prefixo co justapõe-se, em geral, ao segundo elemento, mesmo que este se inicie
por o: cooperação, coordenar, cooptar etc.
■ Escrevem-se
sem hífen as palavras formadas por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal,
tendo o segundo elemento começado por consoante:
Exemplos:
autopeças, coprodução, microcomputador, minimercado, pseudopensador,
semicírculo, seminovo, ultravioleta.
■ Não
se emprega o hífen nas formações que tenham o prefixo ou falso prefixo
terminado em vogal e o segundo elemento iniciado por r ou s.
Nesse caso, duplicam-se essas consoantes.
Exemplos:
antirreligioso, contrassenso, macrorregião, microrregião, macrossistema,
microssaia, minissaia, neorrealismo, ultrassonografia.
■ Usa-se
hífen com os prefixos hiper, inter e super quando o segundo elemento começa
com r.
Exemplos:
hiper-realista, inter-regional, super-resistente.
Nos
demais casos, escreve-se sem hífen.
Exemplos:
hiperacidez, hipermercado, interestadual, intermunicipal, superaquecimento,
superexigente, superinteressante, supermercado.
■ Com
o prefixo sub, o hífen se impõe diante de palavras iniciada por b, h ou r.
Exemplos:
sub-base, sub-bibliotecário, sub-humanidade, sub-região, sub-raça.
Nos
demais casos, escreve-se sem hífen.
Exemplos:
subárea, subitem, subprefeitura.
■ Usa-se
hífen nos compostos com além, aquém, recém e sem.
Exemplos:
além-mar, além-mundo; aquém-mar, aquém-pirineus; recém-nascido; recém-nomeado;
sem-casa, sem-cerimônia.
■ Com
circum e pan, o hífen se impõe diante de palavras iniciadas por h, m, n ou
vogal.
Exemplos:
circum-hospitalar, circum-mediterrâneo, circum-navegação, vircum-uretral;
pan-americano, pan-helenista, pan-negritude.
Algumas
formações com a respectiva grafia:
Ab
ab-rogação,
ab-rogante, ab-rogar, ab-rogatório, ab-rupto, abrupto
ante
antebraço,
antebraquial, antecâmara, ante-hipófise, anteislâmico, antenupcial, anteontem,
anteprojeto, antessala
anti
antiácido,
antiaderente, antiaéreo, antiamericano, antibacteriano, anticlímax,
anticonstitucional, anticomunismo, antidemocrático, antidisentérico,
antidistônico, antidoping, antieconômico, antiespasmódico, antiesportivo,
antiético, anti-herói, anti-higiênico, anti-histamínico, anti-horário,
anti-imperialismo, anti-inflamatório, antiofídico, antirrábico, antirrugas,
antirruído, antissecretório, antissegregacionista, antissemita, antisséptico,
antissísmico, antissocial, antitérmico
arqui
arquicéfalo,
arquichanceler, arquiepiscopal, arqui-hipérbole, arqui-inimigo,
arqui-irmandade, arquimilionário, arquiministro, arquirrival, arquisseguro
auto
autoadesivo,
autoanálise, autocensura, autodefesa, autoescola, autoestima, autoestrada,
autoexame, autoimunidade, automedicar-se, autopeças, autopista, autorretrato,
autosserviço, autossuficiente, autossugestão, autossustentável
bem
bem-apessoado,
bem-aventurado, bem-disposto, bem-dotado, bem-educado, bem-estar, bem-humorado,
bem-nascido, bem-posto, bem-vestido, bem-vindo, bem-visto
bi
bicama,
bicampeão, bicentenário, bimotor, biovular, bipartidário, bipolar, birradial,
birrefração, birrefringência, birrelatividade, bisseção, bissetriz, bissextil,
bissexto, bissexual, bissimétrico, bissulfeto
bio
biociência,
biocombustível, biodiesel, bioengenharia, bioética, biomolecular, biopirataria,
biorreologia, biorritmo, biossistema, biossociológico, biossurfactante
circum
circum-adjacente,
circum-escolar, circum-hospitalar, circum-navegação, circumpercorrer,
circum-uretral
co
coabitar,
coautor, coautoria, coedição, coeditar, coerdeiro, coexistir, coordenar,
cosseno, comorbidade
contra
contrabaixo,
contracapa, contracheque, contracorrente, contragosto, contraindicação,
contraindicar, contraofensiva, contraoferta, contraordem, contraproducente,
contraprova, contrarrevolução, contrassenso
entre
entreato,
entrecesa, entreguerras, entre-hostil, entrenublar-se, entreposto, entrerriano,
entrerriense, entressafra, entresseio, entressemear, entressola
ex
ex-aluno,
ex-marido, ex-mulher, ex-noiva, ex-patrão, ex-prefeito, ex-presidente
extra
extra-abdominal,
extra-axilar, extraclasse, extraescolar, extralinguístico, extraoficial,
extraordinário, extrarregulamentar, extrasseco, extrassensorial, extrassístole,
extraterrestre
foto
fotoalergia,
fotocartográfico, fotocatálise, fotocelular, fotodispositivo, fotodissociação,
fotoelasticidade, fotoelétron, fotofobia, fotograma, fotointerpretação,
fotoionização, fotojornalismo, fotomacrográfico, fotomicrografia, fotomontagem,
fotonovela, fotorreceptor, fotorreportagem, fotossensível, fotossíntese,
fotossistema
gastro
gastrenterite,
gastrenterologia, gastroduodenal, gastroduodenostômico, gastroenterite,
gastroenterocolite, gastroenterologia, gastrointestinal, gastroparalisia,
grastrenterocolite, grastrintestinal, gastrorreia
hipo
hipoalergênico,
hipoalérgico, hipobranquial, hipocalemia, hipoderme, hipodesenvolvimento,
hipoglicemia, hipoinosemia, hipoparatireoidismo, hipoparatiroidismo,
hipopatológico, hipossensibilidade, hipossuficiente, hipossulfito,
hipotireoidismo
hiper
hiperacidez,
hiperacústico, hiperagressividade, hiperbraquicefalia, hipercorreção,
hiperespacial, hiperestesia, hiperexcitabilidade, hiperfibrinogenemia,
hiperglicemia, hiper-hedonismo, hiper-hidrose, hiperinflação,
hiperirritabilidade, hipermenorreia, hipermercado, hipermetropia,
hipermobilidade, hipernuclear, hiper-realismo, hiper-rugoso, hipersaturado,
hipersecreção, hipersensível, hiperurbanismo
infra
infra-assinado,
infra-axilar, infradotado, infraestrutura, infraglótico, infra-hepático,
infra-hioide, inframandibular, inframencionado, inframolecular, infraorbitário,
infrarrenal, infrassom, infratemporal, infraumbilical, infravermelho
inter
interclube,
intercomunicar-se, interestadual, interface, interinstitucional,
interpartidário, inter-racial, interregno, inter-relação, inter-relacionar
intra
intracraniano,
intraespecífico, intra-hepático, intramedular, intramuros, intramuscular,
intraocular, intraósseo, intraperitoneal, intrapulmonar, intrarracial,
intrassocial, intrauterino, intravascular, intravenoso
macro
macroanálise,
macrobiótico, macrocefalia, macrocosmo, macroeconomia, macrorregião,
macrossaia, macrossegmento, macrossocial, macrovisão
maxi
maxidesvalorização,
maxissaia, maxivestido, maxirreação
mega
megabyte,
megaciclo, megaempresa, megaesôfago, megaevento, megafone, megagametófito,
mega-hertz, megainvestidor, megaoperação, megarregião, megassalário, megassena,
megassistema, megassucesso
meta
meta-análise,
metacronismo, metaeurística, meta-heurística, metalinguagem, metapsíquico,
metarreportagem, metarrodopsina, metassemia, metassíncrise
micro
microbiologia,
microcirurgia, microcosmo, microeconomia, microempresa, microenergia, micro-história,
micro-ondas, micro-ônibus, micro-organismo, microprocessador, microrganismo,
microrregião, microrreprodução, microssaia, microssérie, microssistema
mini
miniauditório,
minicalculadora, minidicionário, mini-homem, minijardim, minirreforma, minirregião,
minissaia, minissérie, minissubmarino
multi
multiarticulado,
multiembrionário, multifuncional, multi-intencionalidade, multilateral,
multinacional, multipartidário, multirracial, multissecular
neo
neocapitalismo,
neoformativo, neo-hegeliano, neo-helênico, neoimperialista, neolatino,
neo-ortodoxo, neorrealismo, neossimbolista, neossocialismo
pan
pan-americano,
pan-blástico, pandemoníaco, pangermanista, pan-helenista, pan-mítico,
pan-oftálmico, pan-urbanismo
peri
perianal,
periápice, perilinfa, perimedular, perinasal, perinatal, perineural, perineuro,
periodontal, periodontite, periodontoclasia, periodontose, perioftálmico,
perioftálmico, periorbital, periósseo, perirradicular, perirrenal, perissístole,
perissomático
pós
pós-abdômen,
pós-adolescência, pós-alveolar, pós-auricular, poscefálico, pós-comunismo,
pós-cranial, pós-datado, pós-diluviano, pós-dorsal, pós-doutorado,
pós-eleitoral, pós-embrionário, pós-escrito, pós-estruturalismo, posfácio, pós-graduação,
pós-guerra, pós-hipnótico, poslúdio, pós-moderno, pós-operatório, pós-parto,
posponto, pospor, pós-socrático, postônico
pré-
pré-classificado,
preconceito, pré-datar, predestinar, predispor, predisposição, predizer,
pré-eleitoral, pré-escolar, preestabelecer, pré-estreia, preexistir,
prefixação, pré-história, premeditar, pré-menstrual, pré-moldar, pré-natal,
pré-nupcial, pré-olímpico, pré-operação, pré-operatório, pré-molar, pré-parto,
pré-socrático
pró-
pró-americano,
proatividade, proativo, pró-cassação, procônsul, pró-diretas, proeminente,
progenitora, pró-labore, pró-socialismo
proto
protoariano,
protoeslavo, proto-história, proto-histórico, protoindustrialização,
protolíngua, protonefrídeo, proto-oncogene, proto-organismo, protoplasma,
protoplasmático, protoporfirina, protorrevolução, protorromântico,
protossatélite, protossolar, prototipográfico, prototraqueado
pseudo
pseudoartrite,
pseudocultura, pseudoefedrina, pseudoestrela, pseudo-hemofilia,
pseudo-hermafrodita, pseudo-história, pseudo-histórico, pseudoimunização,
pseudomorfismo, pseudo-occipital, pseudo-ortorrômbico, pseudoparênquima,
pseudorrevelação, pseudorrubi, pseudossábio, pseudossigla, pseudossufixo
re
reabastecer,
recorrigir, reeditar, reeducar, reelaborar, reeleger, reembolsar, reencarnar,
reengenharia, reenviar, refilmar, remexer, repassar, ressecção, ressignificar,
ressocializar
recém
recém-aberto,
recém-casado, recém-chegado, recém-convertido, recém-descoberto, recém-formado,
recém-nascido, recém-nomeado, recém-saído, recém-talhado
retro
retroagir,
retroalimentação, retroativo, retrocognição, retrocognitivo, retroesternal,
retrofoguete, retrogradação, retroinjeção, retromandibular, retro-ocular, retroperitoneal,
retroperitonial, retroperitônio, retroposição, retroprojetor, retropropulsão,
retrorreflexão, retroviral, retrovírus
semi
semianalfabeto,
semiárido, semiautomático, semicerrar, semicírculo, semideus, semieixo,
semifinal, semi-hidrato, semi-internato, semimorto, semiprecioso, semirreta,
semissintético, semivogal
sobre
sobreaviso,
sobre-humano, sobreimpressão, sobreloja, sobremaneira, sobrepasso, sobressair,
sobressalente
sub
subaquático,
sub-base, subchefe, subclasse, subdelegado, subdiretor, subemprego, sub-humano,
subitem, sublingual, sublixar, suboficial, subprefeitura, sub-regional,
sub-reptício, sub-rogar, subtenente, subtropical, subutilizar
super
supercampeão,
superdotado, superespecial, superestrutura, superexposição, superfaturamento,
super-herói, super-homem, supermercado, superocupado, superprodução,
superquadra, super-reação, super-realismo, supersônico, supervalorizado
supra
supra-atmosférico,
supracelestial, supraesofágico, supraestrutura, supra-hepático, supra-humano, suprainguinal,
supranatural, supraorbital, suprapartidário, suprarregional, suprarrenal,
suprassensível, suprassumo, supraumbilical
tele
teleaula,
telecine, telecomunicação, teleconferência, tele-educação, telemarketing,
teleobjetiva, telessala, telessena
trans
transalpino,
Transamazônica, transatlântico, transcodificador, transnacional, transpassar
(traspassar), transplantar
ultra
ultra-aquecido,
ultracentrifugação, ultracorreção, ultrademocrático, ultraelegante,
ultraenergético, ultra-humano, ultraindependente, ultraleve, ultramar,
ultraobscuro, ultraortodoxia, ultrapassagem, ultrarradical, ultrassom,
ultrassonografia, ultravioleta
vídeo
Videoarte,
videoaula, videocassete, videoclube, videoconferência, videogame, videojogo,
videolaparoscopia, videolocadora
Desde
a oficialização do Acordo Ortográfico, vê-se que o hífen é, ainda hoje, mesmo
com a reforma, maciçamente empregado e atende a maioria dos casos, havendo
apenas sua eliminação em duas situações muito específicas: primeiro quando, no
caso amplo dos derivados, o prefixo termina por vogal e o segundo elemento se
inicia pelas consoantes r e s (caso de autorretrato ou autosserviço); e segundo
quando, entre o prefixo e o segundo elemento, não há coincidência de vogais
(autoestrada), ou a vogal depara com uma consoante (anticomunista), ou
simplesmente não há vogais, mas apenas consoantes (hipermercado). A ocorrência
longa-metragem tem hífen porque se trata, sim, de um composto, e não de um
derivado. Em princípio, todos os compostos por justaposição têm hífen; já os
derivados ora têm, ora não têm.
A
dúvida que possa existir quanto à eliminação ou não do hífen se prende,
portanto, apenas a casos de derivação prefixal, e não envolve casos de
composição por justaposição, em que, em geral, sempre se apresenta hífen
(assim, temos, por um lado, os compostos hispano-americano e guarda-roupa — as
exceções seriam mandachuva, paraquedas, paralama, parachoque e paravento —,
claros exemplos de composição por justaposição, enquanto, por outro lado, temos
hipoícone, sem hífen, e anti-intelectualismo, com hífen, termos que
exemplificam casos de derivação prefixal).
Referências
bibliográficas:
ACORDO
ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA: Resolução nº 17, de 7 de maio de 2008.
Recife: Construir, 2008.
MANUAL
DA NOVA ORTOGRAFIA. São Paulo: Ática/Scipione, ago. 2008.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio
século XXI: o dicionário da língua portuguesa. 3. ed. totalmente rev. e
ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de
Salles. Dicionário Houaiss da língua
portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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