"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

sábado, 26 de julho de 2014

Como escrever siglas

Leitores escrevem comentando sobre a confuso generalizada quando se trata de escrever siglas, pois alguns autores indicam que com até três letras, as siglas devem ser grafadas em maiúsculas e como mais de três letras, somente a inicial maiúscula. Qual é o correto?
Embora tenhamos de obedecer a normas nacionais no tocante à ortografia do léxico português, as siglas escapam a qualquer camisa de força, pois oficialmente sempre se viu o mínimo de respeito de como escrevê-las. Os manuais de ortografia se limitavam ao uso de maiúsculas e pontos [ex. D.A.S.P.]; estes, porém, estão praticamente fora de uso. Mais recentemente é que se começou a falar em siglemas, ou seja, nomes abreviativos formados não apenas das letras iniciais das palavras que os compõem mas também de silabas, adquirindo assim um caráter de palavra [ex. Celesc, Eletronorte, Sudene].  
Desse modo, ao constituir ou escrever uma sigla, pode-se adotar a seguinte convenção (mais tradicional):
1 – Usar só MAIÚSCULAS se cada letra corresponder a uma palavra, independentemente de ser a sigla pronunciável ou não:
ABI – Associação Brasileira de Imprensa
ABL – Academia Brasileira de Letras
BIRD – Banco internacional de Reconstrução e Desenvolvimento
CBF – Confederação Brasileira de Futebol
EMFA – Estado Maior das Forças Armadas
ICESP – Instituto do Café do Estado de São Paulo
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
2 – Só a 1ª LETRA MAIÚSCULA se cada letra não corresponder necessariamente a uma palavra:
Celesc – Centrais Elétricas de Santa Catarina
Funai – Fundação Nacional do Índio
Sudene – Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste
Usiminas – Usina Siderúrgica de Minas Gerais S/A
Muitos jornais procedem de maneira um pouco diferente, orientando a grafia das siglas pelo seu tamanho e pelo fator pronúncia, ou seja:
I – até três letras, em maiúsculas: BC, PIS, ONU, CPF
II – com quatro letras ou mais:
a)  Se pronunciável, só a inicial maiúscula: Abbesc, Fiesc, Icesp, Masp, Ubes
b)  Com todas as maiúsculas quando se lê letra por letra: SBPC, PSDB
Existe também a sigla mista, como CNPq e UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), em que as minúsculas são usadas para diferenciá-la de outra sigla que tenha as mesmas iniciais (no último caso, a UFSC).

Observação:
Quando o nome da instituição aparece em meio de uma frase, a orientação é colocar a sigla depois do nome e entre parênteses ou usar apenas um travessão, isto é, não precisa fechá-lo como se faz com o parêntese. Exemplos:
Especialista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBI) falará sobre a política de preços do petróleo.
Especialista do Centro Brasileiro de Infraestrutura – CBI falará sobre a política de preços do petróleo.

Observação2:
O plural das siglas é formado com o acréscimo de um s minúsculo (sem apostrofo): os CTGs, as APAEs, as ONGs etc.

Fonte:
PIACENTINI, Maria Tereza de Queiroz. Não tropece na língua: lições e curiosidades do português brasileiro. Curitiba: Bonijuris, 2012.


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