quinta-feira, 19 de junho de 2014
Educação e política
Sobre a educação e a politicagem nacional
(Adaptado)
Todos sabemos
que este País, desde o tiro de partida de seu descobrimento, nunca deu muita
importância para a questão da educação. Sabemos, também, que desde esse
primeiro glorioso dia fomos brindados por uma das piores elites que uma
pretensa nação poderia desejar. Essa era formada, basicamente, por pessoas
expulsas, rejeitadas, condenadas ou marginalizadas por sua terra natal.
Não à toa,
pretendiam cumprir suas penas e voltar rapidinho para casa. Alguns foram
ficando e, meio que por obrigação, deram um grito de independência. Não sei bem
do quê, afinal, o império já havia se instalado por estas bandas. Como se vê, a
coisa já era “nebulosa” há séculos.
Enquanto isso,
os “outros” iam tratando de se organizar. Logo, logo viram que qualquer projeto
de país passava pela educação. Inclusive, gente vizinha a nós. Confira algumas
datas referentes ao ensino:
1524 – Lutero escreve e distribui a “Carta aos regedores de
todas as cidades alemãs para que estabeleçam e mantenham escolas cristãs”. A
Reforma prega a educação para todos, com o objetivo de que possam ter acesso ao
conteúdo da Bíblia.
1540 – Como parte da resposta católica à Reforma, é fundada a
Companhia de Jesus, por Inácio de Loyola, criando colégios gratuitos, embora
seletivos. Em 1640, suas escolas comportavam cerca de 150 mil alunos.
1619 – O primeiro estatuto escolar é promulgado pelo Ducado de
Weimar (na atual Alemanha).
1642 – É criada a 1ª regulamentação do ensino público, no
Ducado de Gota (na atual Alemanha). Primeira lei escolar nas colônias
norte-americanas.
1762 – O filósofo Jean-Jacques Rousseau publica Emílio, ou a
Educação, um dos marcos na formação do homem moderno, que reflete pioneiramente
sobre o estatuto da criança e discute a pedagogia à luz do conflito entre
natureza e cultura.
1789 – Com a Revolução Francesa e a Declaração dos Direitos do
Homem, a educação passa a ser vista como um direito.
1792 – Condorcet apresenta à assembleia da França pós-revolucionária
um “relatório e projeto de decreto” que defende a universalização do ensino, o
ensino gratuito em todos os graus, a escola laica e o conteúdo pedagógico
independente de forças políticas e do poder estatal.
1850 – É estabelecida a escola pública primária nos Estados
Unidos.
1853 – A Constituição Nacional Argentina estabelece o direito à
educação como uma responsabilidade atribuída aos governos das províncias.
1860 – São implantados “jardins de infância” na Alemanha. É
promulgada a Lei Orgânica da Educação no Chile, estabelecendo a gratuidade do
ensino primário e a obrigatoriedade de criação de escolas públicas em todos os
municípios com mais de 2.000 habitantes.
1869 – A Constituição da Costa Rica institui ensino primário
universal, gratuito e obrigatório.
1870 – Na Inglaterra, lei proposta pelo ministro Forster serve
de base da educação primária. Ela subvenciona as escolas particulares
existentes e cria públicas onde não havia.
1882 – Lei escolar de Jules Ferry estabelece na França, de
fato, a obrigatoriedade e a laicidade da escola pública.
1885 – O Uruguai aprova a Lei da Educação Comum que estabelece
a gratuidade, a obrigatoriedade e a laicidade da escola pública.
Enquanto isso,
nestas terras em que se plantando tudo dá, por que se preocupar com a educação?
Pega um coco lá, uma banana ali, engana um otário aqui, faz um sambinha já,
regado com muita cerveja e alegria; maus políticos se reelegem com facilidade; são
reeleitos todos que venham a dizer que não sabiam de nada e/ou que venham a
renunciar. Claro, assim preservam o direito de eleger-se novamente e porque,
sabe como é, a “turma” esquece...
Olha,
companheiro leitor, membro da “turma”, que a nossa elite é, e sempre foi,
danada de ruim é verdade, mas que a gente dá uma forcinha para que ela seja
ainda pior é verdade também. Sinceramente, não sei o que é pior.
Júlio
Clebsch
.
.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário