ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. Série Princípios. São Paulo, Ática.
segunda-feira, 23 de junho de 2014
Chomsky e o gerativismo
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Gramática
gerativa
Nos anos
50, Noam Chomsky, linguista americano, discípulo
de um distribucionalista também americano conhecido por Z. Harris, começa a propor que a linguagem não
seja tão presa à classificação de dados, mas que dê um lugar importante à
teoria.
Inspirado no racionalismo e da tradição lógica dos
estudos da linguagem, ele apresenta uma teoria a que chama de gramática e seu estudo se dá especificamente na sintaxe que,
para ele, constitui um nível autônomo e central para a explicação da linguagem.
A função dessa gramática não é ditar regras, mas
envolver todas e apenas as frases gramaticais, ou seja, as que pertencem à
língua. É assim que surge a Gramática Gerativa de Noam Chomsky. Gerativa
porque permite, a partir de um número limitado de regras, gerar um número
infinito de sequências.
Esse processo é dedutivo: parte do que é abstrato,
isto é, um axioma e um sistema de regras, e chega ao concreto, ou seja, as
frases existentes na língua. É com essa proposta que a teoria da linguagem
deixa de apenas descritiva para ser também explicativa.
Para Chomsky, é tarefa do linguista descrever a competência do
falante. Ele define competência como capacidade inata que o indivíduo tem de
produzir, compreender e de reconhecer a estrutura de todas as frases de sua
língua. Ele defende que língua é um conjunto infinito de frases e que se define
não só pelas frases existentes, mas também pelas possíveis, aquelas que se
podem criar a partir interiorização das regras da língua, tornando os falantes
aptos a produzirem frases que até mesmo nunca foram ouvidas por eles. Já o
desempenho, é determinado pelo contexto em que o falante esteja inserido.
O termo gramática é usado de forma dupla: é o
sistema de regras possuídos pelo falante e, ao mesmo tempo, é o artefato que o
linguista constrói para caracterizar esse sistema, A gramática é, ao mesmo
tempo, um modelo psicológico da atividade do falante e uma máquina de produzir
frases.
A teoria chomskiana conduz ao universalismo,
segundo Orlandi, pois o que está em questão é o falante ideal, e não locutores
reais do uso concreto da linguagem. A capacidade para desenvolver a linguagem é
uma habilidade inata do ser humano: já nascemos com ela. E como a espécie
humana é caracterizada pela racionalidade, a questão fundamental para essa
linha de estudo é a relação entre linguagem e pensamento. Seus estudos se
centralizam no percurso psíquico da linguagem como e, em consequência disso, no
domínio da razão.
Desta forma, a reflexão de Chomsky acaba por trazer
para a Linguística toda uma contribuição de estudos nas áreas da Lógica e da
Matemática e, por outro lado, apresenta uma nova abordagem até então
inexplorada: estudos sobre os fundamentos biológicos da linguagem
(característica da espécie humana).
Fontes
ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. Série Princípios. São Paulo, Ática.
ORLANDI, Eni Pulcinelli. O que é Linguística. Série Princípios. São Paulo, Ática.
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