terça-feira, 24 de junho de 2014
E escola que temos e a escola que queremos
O outro eu da escola
Quando entro,
A escola,
pronta
As aulas,
prontas
As atividades,
prontas
Os programas,
prontos
A avaliação,
pronta.
Percebo, então
Que um outro
está ali
Não eu!
Ao ingressar
nessa escola
Ao entrar
nessa sala
Ao aterrissar
nesse currículo
Descubro-me
apenas isto:
Um estranho,
um hóspede,
Como qualquer
hóspede
Em qualquer
hotel.
Nessa escola,
a matrícula
Não é minha
radiografia
É a ficha de
hóspede
Do hotel em
que ingressei
Como se fosse
uma escola.
Por isso, quem
está ali
Não sou eu
Não sou eu
inteiro, integral.
Quem está ali
É o outro, o
que entrou
Nas
estatísticas da escola
Mas não em
suas aulas.
A escola não
me recebeu
Deixou entrar
um outro
Estranho,
desconhecido
Parecido
comigo
Mas bem
distante de mim.
Eu o entrevejo
Nos registros
da escola
Nas atividades
da escola
Mas não o vejo
em meus registros
Nem o encontro
em minha vida.
Que bom seria
se a escola
Não me
impusesse uma segunda natureza
Me assistisse
para eu mesmo me recriar.
Que bom seria
se a escola
Deixasse o
outro de lado
E me
abraçasse, eu mesmo
Em minha
identidade inelegível.
Fonte:
CARNEIRO, M. A. A escola sem paredes. São Paulo: Escrituras Editora,
2002.
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