"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Artigo de Opinião


Em meio à nossa vivência do dia a dia, estamos a todo instante nos posicionando a respeito de um determinado assunto. Essa liberdade que nos é concedida faz com que nos tornemos seres ímpares, dotados de pensamentos e opiniões acerca da realidade circundante, por vezes absurda e cruel.
Tal particularidade, relacionada a este perfil singular, desencadeia uma série de posicionamentos divergentes, os quais são debatidos e confrontados por meio de uma interação social – fato que confere uma característica dinâmica à sociedade, visto que, caso contrário, as relações humanas se tornariam frustrantes e monopolizadas.
De forma específica, atenhamo-nos ao título em questão quando o mesmo perfaz-se de dois termos básicos: Artigo e opinião. Procurando compreendê-los de acordo com seu sentido semântico, surge-nos numa primeira instância, a ideia de algo relacionado à escrita.
Munidos de tal percepção, sabemos que a mesma constitui-se de certas particularidades específicas, e mais! Trata-se de um gênero textual comumente requisitado em exames de vestibulares e concursos públicos de uma forma geral.
Sendo assim, torna-se imprescindível incorporá-lo aos nossos conhecimentos e, sempre que necessário, colocá-lo em prática. Enfatizaremos então sobre alguns pontos pertinentes à modalidade em referência.
O artigo de opinião é um gênero textual pertencente ao âmbito jornalístico e tem por finalidade a exposição do ponto de vista acerca de um determinado assunto. Tal qual a dissertação, ele também se compõe de um título, um parágrafo introdutório o qual se caracteriza como sendo a introdução, ao explanar de forma geral sobre o assunto do qual discutirá.
Posteriormente, segue o desenvolvimento arraigado na desenvoltura dos argumentos apresentados, sempre tendo em mente que esses deverão ser pautados em bases sólidas, com vistas a conferir maior credibilidade por parte do leitor. E por fim, segue a conclusão do artigo, na qual ocorrerá o fechamento das ideias anteriormente discutidas.

Fonte: http://www.portugues.com.br/redacao/artigo-opiniao-.html


domingo, 28 de junho de 2015

Dom Casmurro

Dados sobre o autor e a Obra:
Autor: Machado de Assis
Título da Obra: Dom Casmurro
Editora: Ática
Edição: 32
Sobre o Autor: Ele nasceu em 21 de junho de 1839.
No ano de 1899 no dia 31 de dezembro no RJ. Numa passagem ano novo.
Numa virada do século. Reforçam-se as crenças nas mudanças e também cristaliza-se o medo do desconhecido. Era Joaquim Maria Machado de Assis mas era conhecido como Machado de Assis, isso em 1899.
A vida dele era normal, não era rico mas se vivia confortavelmente, trabalhava bastante, era respeitado e famoso. Quando criança era pobre, neto de escravos alforriados, nascido no morro e desde de cedo sentiu as primeiras manifestações da epilepsia. Na época o RJ era diferente do que conhecemos hoje, e possuía iluminação a gás mas só no centro, e a cidade não cheirava bem com águas podres, e com um transporte muito precário para uma população de 300 mil habitantes e metade era escravos.
Numa sociedade marcada pelas divisões sociais muito rígidas, como já era na época aqui no Brasil na época de Machado de Assis. E seu destino já estava marcado pela raça e até pela possibilidade ou não de frequentar escolas. Joaquim Maria era menino de subúrbio e a vida intelectual do subúrbio era muito diferente da vida intelectual da corte. Era isso que atraía Machado de Assis.
No dia 6 de janeiro de 1855, a Marmota Fluminense, jornal de notícias, variedades e etc. Publicou o poema "A Palmeira". Era apenas o começo para a estreia literária de Joaquim Maria Machado de Assis. O jornal que foi publicado o poema era o ponto de encontro dos escritores da época. E foi ganhando e protetores como Paula Brito e sua carreira foi crescendo.
Logo Machado de Assis era membro da redação da Marmota Fluminense. E outros jornais passaram a publicar seus trabalhos. Machado de Assis, homem da cidade, cada vez se distanciava mais de Joaquim Maria, Menino de subúrbio. Nas roupas, na postura, na expressão. E os meios literários da Corte se tornava-se pouso a pouco, terreno mais conhecido para ele. E ele se tornava mais conhecido nesse terreno. Machado de Assis surpreendia por um estilo sutilmente irônico e logo ia se tornar marca registrada de sua obra. Machados de Assis cronista escreveu para diversos jornais, mas não se vá imaginar que no Brasil da época era possível viver de escrever, e para sobreviver aceitou um emprego público que lhe garantia o sustento. Durante 40 anos Machado escreveu suas crônicas. Utilizando-se de histórias do dia a dia, o escritor ia refletindo sobre a História que se desenhava à sua volta. E com o decorrer do tempo Machados de Assis trabalhou e vários lugares e escreveu vários livros. Machado de Assis morre já velho com infecção intestinal e já estava com a vista fraca, morreu às 3 h e 20 min da madrugada do dia 29 de setembro de 1908.

Das Personagens:
Bentinho: Personagem principal, narrado em 1a pessoa, garoto que se torna homem desenrolar do conto.
Capitu: Musa de Bentinho. Foi sua vizinha, amiga e companheira de infância. A razão por qual Bentinho não ter vontade de ir para o Seminário. Acaba sendo sua mulher. Bonita e Tentadora.
Dona Glória: Mãe de Bentinho. Amorosa com o filho e Temente a Deus.
Tio Cosme e Prima Justina: Parentes da Mãe de Bentinho. Que moraram na casa desta. Servindo de Companhia para a mesma.
José Dias: Agregado da Família de Bentinho. Falso médico, que por agradecimento ficou morando na casa destes. Como companhia e como empregado faz-tudo. Sendo fiel e servidor a estes.
Escobar: Melhor Amigo de Bentinho, que se conheceram no seminário. Se torna comerciante. Casa-se com a melhor amiga de Capitu: Sinhá Sancha.
Ezequiel: Filho de Bentinho e Capitu. Nascido depois de muito tempo de tentativas de ter um filho. Leva esse nome em homenagem ao primeiro nome de Escobar.

Do Enredo:
O enredo trata-se de 3 áreas. Cada uma ligada diretamente na outra.
Trata-se:
1. Bentinho em sua casa. Antes de Ir para o seminário. Tendo Encontros com Capitu. Tentando escapar da profissão de padre.
2. Bentinho no seminário. Quando conhece Escobar. E faz visitas a sua casa todo fim de Semana.
3. Bentinho no casado e um tempo depois da separação. Tem o chamado Clímax quando se casa com Capitu, tem um filho, e começa ter a desconfiança que o filho não é dele.


Da Mensagem:
A obra é um conto, não sendo educativo em si. Mais tem partes comparativas com Deuses greco-romanos e a passagens do "OTELO" de Shakespeare, tendo aí a conclusão que Machado de Assis não fez só um conto, fez uma obra com conteúdo cultural. Mais a mensagem que o grupo concluiu, foi no sentido de lição de moral é de "Que as vezes não confie no seu melhor amigo e nem em uma companheira de Infância", isto sendo sobre o caso Capitu-Escobar.

Do Estilo e do Ambiente:
Foi uma obra no estilo literário Realismo Brasileiro. Que se passava em uma classe média-alta no final do Século Passado, se passando no Rio de Janeiro. Portanto as palavras ditas regionais não se sucederam, somente palavras usadas na época, em desuso atualmente, chamaram a atenção mais não houve a necessidade do uso de dicionários para se ler a obra, porque além de ter o vocabulário, as palavras não eram tão desconhecidas.

Conclusão
A obra não foi de todo bom, nem ruim. É apenas um conto que se fosse escrito atualmente poderia ser considerado um conto nada original. A história de um rapaz fugindo da vocação de padre imposta pela mão e um triângulo amoroso, são temas comuns em programas de televisão, que talvez tenham se inspirado na obra, ou talvez não. Mais assim mesmo a obra tem um conteúdo nada mal porque mostra a sociedade brasileira no século passado.

Resumo do Livro
O autor conta a vida de um garoto no final do Século Passado, brilhantemente narrado em 1a pessoa, deixando a dúvida se estes acontecimentos aconteceram ou não na vida do autor
No começo ele foi ele diz porque foi apelidado de Dom Casmurro, o (Casmurro) porque o povo achava ele um homem calado e metido consigo. E (DOM) veio por ironia para atribuir-lhe o brilho da nobreza
O pai dele estava numa antiga fazenda em Itaguaí e o Bentinho (Dom Casmurro) onde acabava de nascer, quando o seu pai estava mal de saúde e na obra do acaso apareceu um médico homeopata chamado José Dias e o curou e não quis receber remuneração e então o pai de Bentinho propôs que José Dias ficasse ali vivendo com eles, com um pequeno ordenado. Ele foi embora mais dizendo que voltava dali a alguns meses, voltou em 2 semanas e aceitou viver na casa tendo a serventia de médico da casa. O pai dele foi eleito deputado e foram para o Rio de Janeiro com a família, José Dias veio também tendo o seu quarto no fundo da chácara.
Seu pai voltou a ficar doente com uma febre alta, nisso José Dias confessou-se que não era médico, mais a medicina homeopata o agradava e era uma ciência em crescimento. Seu pai logo depois acabou morrendo. Mesmo assim a mãe de Bentinho pediu para José Dias que ficasse. Sua Mãe que se chamava
Daí conta a história que depois de perder seu primeiro filho Dona Glória fez uma promessa que se o nascesse um filho, ela faria um padre em agradecimento à Deus.
Capitu, que era sua vizinha, e bentinho, ainda novos brincavam de fazer missa dividindo a hóstia, etc. Ele começou a gostar de Capitu sem ela saber. Ele descobriu que ela também gostava dele quando leu no muro o nome "Bento e Capitolina" rabiscados com um prego.
Bentinho por várias razões prometia que ia rezar mil Padre-Nossos e mil Ave-Marias como promessa. E os desejos se realizavam e as promessas se acumulavam, não cumprindo nenhumas.
Ele faz tudo o que a mãe, até cocheiro de ônibus ele seria, menos padre mesmo sendo uma carreira bonita não era para ele essa vocação.
Bentinho começou a se encontrar nas escondidas com Capitu correndo até o perigo de serem vistos juntos se beijando.
Sua mãe já estava decidia que Bentinho iria entra no seminário com o padre Cabral e que ele iria ver a família aos sábados e aos feriados. Então estava decidido ele iria para o seminário no primeiro ou no segundo mês do ano que vem, que só faltava 3 meses para ir para o seminário. Capitu ficou triste de saber que ele iria e ficou com medo que acaba-se o amor entre eles. Ainda faltava um tempo, para ele se despedir para ir embora e eles já faziam juramento um para o outro que quando ele voltar iriam se casar e por qualquer motivo de doença ou alguma coisa desse tipo ele voltaria a qualquer hora.
Bentinho tentou junto com Capitu várias ideias mirabolantes para fugir do seminário até pedir ao Imperador para falar para a mãe dele esquecer da Ideia. Mais nunca deu certo. Falou com José Dias para convencer sua mãe, de poucos em poucos. Isso alegrou José Dias que viajaria com Bentinho para a Europa para estudar nas melhores escolas do mundo.
Mais foi tudo em vão, ele teve que ir logo para o seminário.
Meses depois foi para o seminário de S. José. O padre Cabral falou que se dentro de dois anos ele não tiver vocação para isso poderá escolher outra coisa.
Todo mundo que estava de acordo com que ele fosse para o seminário agradeceu ao padre em ter convencido Bentinho, e que qualquer problema estava à disposição. Bentinho foi para o seminário mas com ressentimento de arrependimento. Ele só estava pensando em sair de lá.
Mais se passou alguns meses e ele queria que escapar de lá antes de completar o prazo do Padre Cabral. Estava louco para ir para casa até que arranjou um sábado que desse para ele ir até casa.
Capitu estava mesmo apaixonada por Bentinho e seus planos era esperar ele sair do seminário para se casar. Bentinho estava preocupado porque foram buscar ele no seminário e ele logo pensou que seria alguma coisa de ruim e não deu outra sua mãe ficou doente estava por um fio entre a vida e a morte, e para Bentinho isso era péssimo porque era sua mãe, mas por outro lado era bom que com a morte da mãe ele sairia do seminário, mais iria ficar cheio de remorso. Mas até ai correu tudo bem sua mãe acabou melhorando.
Bentinho conheceu Escobar, um amigo que encontrou no seminário e era o único que ele podia contar seus segredos, fora Capitu que estava apaixonada por ele mais estava longe dele.
Bentinho não aguentava mais ficar no seminário ele teria que sair dali de qualquer jeito estava lhe tornando impossível ficar só pensando em Capitu e as coisas que pudera fazer lá fora.
Bentinho foi para casa e perguntou aonde que estava Capitu e sua mãe falou que ela tinha ido dormir na casa de Sinhazinha Sancha Gurgel que é sua amiga e mora na rua dos Inválidos. A Prima Justina insinuou que ela foi para lá para namorar, deixando Bentinho louco de ciúme. Viu que Capitu estava demorando Bentinho esperou dar onze horas e correu para à rua dos Inválidos. Lá quando chegou viu o velho Gurgel preocupado com o estado de saúde de sua filha Sancha. Entrando viu Capitu cuidando da febre de Sancha. O velho Gurgel até comentou como Capitu parecia com sua falecida mulher e como ela ainda seria uma boa mãe.
Vendo que Capitu não estava flertando com outros garotos, Bentinho ficou mais sossegado.
Assim foi passando o tempo, com intermináveis semanas no seminário e com fins-de-semana de descanso em casa. Escobar foi até a casa de Bentinho algumas vezes.
Teve uma hora que Bentinho não aguentou conversou com Capitu sobre fugir do seminário. Com ideias de mandar José Dias até o papa para cancelar a promessa. Mais Capitu acabou com essa ideia. E mandou pensar bem antes de cometer qualquer loucura.
Então Bentinho foi pedir a opinião de Escobar sobre a ideia do papa.
Então Escobar teve a grande ideia que conseguiu tirar Bentinho do seminário. A Ideia que Escobar teve foi levar a promessa ao pé da letra. 
"Se Tiver um filho, farei um padre", na promessa diz que "fará um padre", não especificando que seria seu filho.
Esse argumento serviu para Dona Glória, que pegou um órfão para ordená-lo padre. Assim depois de um tempo ambos saíram do seminário.
O livro pula a época que não houve nada de importante e vai para logo depois quando houve o casamento de Bentinho + Capitu e Escobar + Sancha Gurgel.
O tempo passou todos relativamente felizes, Bentinho se formou em Direito e Escobar estava no ramo do comércio. Tempo depois Escobar teve uma filha que chamou de Capitu.
Depois de muitas tentativas falhadas, Capitu e Bentinho, não conseguiram ter um filho. Capitu até chamou Escobar para acertar as contas para que se logo tivessem o filho já teriam tudo pronto.
Meses depois conseguiram finalmente ter um filho que respectivamente o chamaram de Ezequiel que era o primeiro nome de Escobar, como se fosse uma homenagem trocada. Depois disso com laço de união das famílias, até planejavam uma viajem para a Europa, com as duas famílias.
Mais no dia seguinte em una trágica manhã, Bentinho sentou-se na sua sala para estudar os processos que usaria no seu trabalho notou a fotografia de Escobar que tinha em casa e notou uma estranha semelhança entre Escobar e seu filho, mais foi interrompido quando um escravo bateu na porta e que deu a notícia que Escobar teria morrido afogado na praia.
Assim Bentinho esqueceu sua desconfiança e foi ver o corpo na praia.
Logo ocorreu o enterro, Bentinho fez até um discurso sobre o morto tão bom que queriam publicá-lo. Mais sua dúvida continuava sobre a semelhança entre o falecido e seu filho.
O tempo passou e sua desconfiança foi aumentando. Depois de fazer alguns cálculos de tempo, teve quase certeza daqueles encontros de Escobar e Capitu quando eles tinham que fazer aquelas contas. E também porque as semelhanças também estavam aumentando.
O sentimento de Traição era horrível e Bentinho até tentou se suicidar, mais notou que apesar de Ezequiel poderia se um filho bastardo, lembrou que havia ainda o sentimento amoroso entre pai e filho. Isso fez Bentinho esquecer da tentativa de suicídio e partir para uma separação amigável com Capitu.
Viajou com sua família para a Suíça, voltando depois, deixando os lá para que o filho tivesse boa educação. Assim depois de um bom tempo Capitu lá morreu e Ezequiel voltou para contar as novidades para o pai.
Assim Ezequiel voltou já grande e formado em arqueologia, agora idêntico a Escobar. Contou que sua mãe foi enterrada na Suíça e que ele já estava de partida para o Oriente Médio para fazer um estudo sobre as pirâmides.
Algum tempo depois recebeu a notícia que Ezequiel morrera lá de febre tifoide e foi enterrado em terreno sagrado.
Acabando aí, o autor enfatiza a ideia que seu conto não passo de uma História de Subúrbio. Coisas que acontecem todo dia, que faz parte do cotidiano da humanidade.


Escobar - Ezequiel - Bentinho

sábado, 20 de junho de 2015

O Cortiço

Aluísio de Azevedo

Um homem qualquer, trabalhador e muito economizador adquire fortuna, amiga-se a uma negra de um cego e sente cada vez mais sede de riqueza. Arranja confusões com um novo vizinho (Miranda) ao disputar palmos de terra. Chega a roubar para construir o que tanto almejava: um cortiço com casinhas e tinas para lavadeiras. Prosperou em seu projeto. 
João invejava seu vizinho.
Veio morar na casa de Miranda, Henrique, acadêmico de medicina, a fim de terminar os estudos. Nessa casa, além de escravos e sua família morava um senhor parasita (Botelho, ex-empregado). D. Estela (esposa de Miranda) andava se "escovando" com o Henrique, porém acabaram sendo flagrados pelo velho Botelho.
O cotidiano da vida no cortiço ia de acordo com a rotina e a realidade de seus moradores, onde lavadeiras eram o tipo mais comum.
Jerônimo (português, alto, 35 a 40 anos), foi conversar com João oferecendo-lhe serviços para a sua pedreira. Com custo, depois de prosearem bastante, João aceitou a proposta, com a condição dele morar no cortiço e comprar em sua venda. A mudança de Jerônimo e Piedade se sucedeu sob comentários e cochichos das lavadeiras. Após alguns meses eles foram conquistando a total confiança de todos, por serem sinceros, sérios e respeitáveis. Tinham vida simples e sua filhinha estudava num internato.
No domingo, todos vestem a melhor roupa e se reúnem para jantar, dançar, festejar, tudo muito à vontade. Depois de três meses Rita Baiana volta. Nessas reuniões sobressaia o "Choro", muito bem representado pela Baiana e seu amante Firmo. Toda aquela agilidade na dança deixara Jerônimo admirado ao ponto de perder a noite em claro pensando na mulata. Pombinha tirava esses dias para escrever cartas.
Henrique entretia-se a olhar Leocádia, que em troca de um coelho satisfez sua vontade física (transa), quando foram pegos por Bruno (seu marido), que bateu na mesma e despejou-a de sua casa depois de fazer um baita escândalo.
Jerônimo mudou seus costumes, brigava com sua e a cada dia mais se afeiçoava pela mulata Rita. Firmo sentia-se enciumado.
Florinda engravidou de Domingos (caixeiro da venda de João Romão), o mesmo foi obrigado a casar-se ou fornecer dotes. Foi aquele rebuliço em todo cortiço, nada mais falavam além disso, Florinda viu-se obrigada a fugir de casa. Léonie (prostituta alto nível) aparece emperiquitada com sua afilhada Juju, todos admiravam quanta riqueza, mas nem por isso deixaram sua amizade de lado. Léonie era muito amiga de Pombinha.
Na casa de Miranda era uma festa só! Ele havia sido agraciado com o título de Barão do Freixal pelo governo português.
João indagava-se, por não ter desfrutado os prazeres da vida, ficando só a economizar.
Diante de tal injúria, com muito mau humor implicava com tudo e todos do cortiço. Fez despejar na rua todos os pertences de Marciana. Acusou-a de vagabunda, acabando ela na cadeia.
A festa do Miranda esquentava e João recebeu convite para ir lá, o que o deixou ainda mais injuriado.
O forró no cortiço começou, porém briga feia se travou entre Jerônimo e Firmo.
Uma barricada impedia a polícia entrar, o incêndio no 12 fez subir grande desespero, era um corre-corre, polícia, acidentados (Jerônimo levou uma navalhada) e para finalizar caiu uma baita chuva.
João foi chamado a depor, muitos do cortiço o seguiram até a delegacia, como em mutirão.
Rita incansavelmente cuidava do enfermo Jerônimo dia e noite. No cortiço nada se dizia a respeito dos culpados e vítimas. Piedade não se aguentava chorando muito descontente e desesperada por seu marido acidentado. Firmo não mais entrava por lá, ameaçado por João Romão de ser entregue a polícia.
Pombinha amanheceu indisposta decorrente da visita feita no dia anterior à Léonie.
Esta, como era de seu costume, atrancou Pombinha em beijos e afagos, pois era além de prostituta, lésbica. Isso deixara a menina traumatizada, que por força e insistência de sua mãe, saiu a dar voltas atrás do cortiço, onde cochilou, sonhou e ao acordar virou mulher. A festa se fez por D. Isabel, ao saber de tão esperada notícia.
Estava Pombinha a preparar seu enxoval quando Bruno chegou e lhe pediu que escrevesse uma carta a Leocádia. Ele chorava... Ela, ao ver a reação de submissão dele, desfrutava sua nova sensação de posse do domínio feminino. Imaginava furtivamente a vida de todos, pois sua escrivania servia de confessionário. Via em seu viver que tudo aquilo continuaria, pois não haviam homens dignos que merecessem seu amor e respeito.
Pombinha, mesmo incerta, casa-se com o Costa, foi grande a comoção no cortiço.
Surgiu um novo cortiço ali perto, o "Cabeça de Gato". A rivalidade com o cortiço de João Romão foi criada. Firmo hospedou-se lá, tendo ainda mais motivos contra Jerônimo.
João, satisfeito com sua segurança sobre os hóspedes, investia agora em seu visual e cultura, com roupas, danças, leituras e uma amizade com Miranda e o velho Botelho. Ele e o velho estavam tramando coisa com a filha do Barão. Fez-se um jantar no qual João foi todo emperiquitado.
João naquele momento de auge em sua vida, via-se numa situação em que necessitava livrar-se da negra, chegou a pensar em sua morte.
Sem nem mesmo repousar após sua alta do hospital, Jerônimo foi conversar com Zé Carlos e Pataca a respeito do extermínio do Firmo.
O dia corria, João proseava com Zulmira na janela da casa de Miranda, sentindo-se familiarizado. Jerônimo foi realizar seu plano encontrando-se com os outros dois no Garnisé (bar em frente ao cemitério).
Pataca entrou no bar, encontrou por acaso com Florinda, que se ajeitara na vida e dera-lhe notícia que sua mãe parara num hospício. Firmo aparece e Pataca o faz sair até a praia com pretexto de Rita estar lá. Muito chapado seguiu-o. Lá os três treteiros espancaram-lhe e lançaram-lhe ao mar.
Chovia muito e ao ir para casa, Jerônimo desiste e se dirige à casa da Rita. O encontro foi efervescente por ambas as partes. Tudo estava resolvido, fugiriam no dia seguinte.
Piedade, ao passar das horas, mais desesperada ficava. Ao amanhecer do dia chorava aos prantos e no cortiço nada mais se ouvia senão comentários sobre o sumiço do Jerônimo.
A morte de Firmo já rolava solta no cortiço.
Rita encontrava-se com Jerônimo. Ele, sonhando começar vida nova, escreve logo ao vendeiro despedindo-se do emprego, e à mulher constando-lhe do acontecido e prometendo-lhe somente pagar o colégio da garota.
Piedade e Rita se atracaram no momento em que a mulata saía de mudança, o cortiço todo e mais pessoas que surgiram, entraram na briga. Foi um tremendo alvoroço, acabara sendo uma disputa nacional (Portugueses x Brasileiros). Nem a polícia teve coragem de entrar sem reforço. Os Cabeças de Gato também entraram na briga. Travou-se a guerra, a luta dos capoeiristas rivais aumentava progressivamente quando o incêndio no 88 desatou, ensanguentando o ar.
A causa foi a mesma anterior, por um desejo maquiavélico, a velha considerada bruxa incendiou sua casa, onde morreu queimada e soterrada, rindo ébria de satisfação. Com todo alvoroço, surgia água de todos os lados e só se pôs fim a situação quando os bombeiros, vistos como heróis, chegaram.
O velho Libório (mendigo hospedado num canto do cortiço) ia fugindo em meio a confusão, mas João o seguiu. Estava o velho com oito garrafas cheias de notas de vários valores, essas que João roubou e fugiu, deixando-o arder em brasas.
Morrera naquele incêndio a Bruxa, o Libório e a filhinha da Augusta além de muitos feridos. Para João o incêndio era visto como lucro, pois o cortiço estava no seguro, fazendo ele planos de expansão baseado no dinheiro do velho mendigo.
Por conseqncias do incêndio Bruno foi parar no hospital, onde Leocádia foi visita-lo ocorrendo assim a reconciliação de ambos.
As reformas expandiram-se até o armazém e as mudanças no estilo de João também alcançavam um nível social cada vez mais alto. Com amizade fortificada junto ao Miranda e sua família, pediu a mão de Zulmira em casamento. Bertoleza, arrasada e acabada daquela vida, esperava dele somente abrigo em sua velhice, nada mais.
Jerônimo abrasileirou-se de vez. Com todos costumes baianos deleitava-se a viver feliz com a mulata Rita.
Piedade desolada de tristeza habituara-se a beber e começou a receber visitas aos domingos de sua filhinha (9 anos), que logo cativou todo o cortiço, crismada por todos como "Senhorinha".
Acabados por desgraças da vida, Jerônimo e Piedade não mais guardavam rancor um do outro, ambos se estimavam e em comum possuíam somente a filha a cuidar. Jerônimo arrependia-se, mas não voltaria atrás. Deu-se a beber também.
O cortiço não parecia mais o mesmo, agora calçado, iluminado e arrumado todo por igual. O sobrado do vendeiro também não ficara para trás nas reformas. Quem se destacou foi Albino (lavadeiro homossexual) com a arrumação de sua casa.
A vida transcorria, novos moradores chegavam. Já não se lia sob a luz vermelha na porta do cortiço "Estalagem de São Romão", mas sim "Avenida São Romão". Já não se fazia o "Choradinho" e a "Cana-verde", a moda agora era o forrobodó em casa, e justo num desses em casa de das Dores, Piedade enchera a cara e Pataca é que lhe fizera companhia querendo agarrá-la depois de ouvir seus lamentos, mas a caninha surtiu efeito (vômito) e nada se sucedeu.
João Romão não pregara os olhos a pensar no que fazer para dar um fim na crioula Bertoleza.
Agostinho (filho da Augusta) sofrera acidente na pedreira, ficara totalmente estraçalhado.
Foi aquele desespero no cortiço.
Botelho foi falar a João logo cedo. Bertoleza ao ouvir, pôs-se respeito diante da situação e exigiu seus direitos, discutiram o assunto e nada resolveram. João se irritara e tivera a ideia de mandá-la de volta ao dono propondo esse serviço ao velho Botelho, que aliás recebia dele remuneração por tudo que lhe prestava.
Em volta do desassossego e mal estar de João e Bertoleza o armazém prosperava de vento em poupa aumentando o nível dos clientes e das mercadorias. Sua Avenida agora era frequentada por gente de porte mais fino como alfaiates, operários, artistas, etc.
Florinda ainda de luto por sua mãe Marciana, estava envolvida agora com um despachante.
A Machona (Augusta) quebrara o gênio depois da morte de Agostinho.
Neném arrumara pretendente.
Alexandre fora promovido à sargento.
Pombinha juntara-se à Léonie e atirara-se ao mundo. De tanto desgosto, D. Isabel (mãe de Pombinha) morrera em uma casa de saúde.
Piedade recebia ajuda da Pombinha para sobreviver, pois estimava Senhorinha, apesar de saber que o fim da pobre garotinha seria como o seu. Mesmo assim Piedade foi despejada indo refugiar-se no Cabeça de Gato, que tornara-se claramente um verdadeiro cortiço fluminense.
Ocorreu um encontro em uma confeitaria na Rua do Ouvidor, entre a família do Miranda, o Botelho e o João Romão que puseram-se a prosear. Na volta, seguindo em direção ao Largo São Francisco, João e Botelho optaram em ficar na cidade a conversar sobre o fim que se daria a crioula. Estava tudo certo, seu dono iria buscá-la junto à polícia.
Quando isso sucedeu-se, ao ver-se sem saída, impetuosa a fugir, com a mesma faca que descamava e limpava peixes para o João, Bertoleza rasgou seu ventre fora a fora.
Naquele mesmo instante João Romão recebera um diploma de sócio benemérito da comissão abolicionista.