"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Colocação pronominal

Que foi que se disseram? Não se sabe. Sabe-se apenas que se comunicaram rapidamente, pois não havia tempo.
(Clarice Lispector)

No período acima, o pronome se ora aparece antes do verbo, ora depois do verbo, de acordo com a norma culta da língua.
Nas duas primeiras orações e na última, a autora colocou-o antes do verbo. Isso se justifica porque as conjunções e os advérbios atraem o pronome.
Na terceira oração, usou-o depois do verbo, obedecendo ao preceito de não se iniciar oração com pronome átono.
Ainda que na linguagem falada, descontraída, as recomendações de colocação pronominal não sejam rigorosamente seguidas, deve-se observar algumas normas, sobretudo na linguagem escrita.

Em relação ao verbo, os pronomes oblíquos átonos podem ocupar três posições:
1.    Antes do verbo ― próclise: Não te observei.
2.    Depois do verbo ― ênclise: Observo-te há dias.
3.    No interior do verbo  mesóclise: Observar-te-ei sempre.

Próclise
Usa-se a próclise:
1.     Quando o verbo estiver precedido de:

Pronomes  
Estes são os rapazes que se candidataram.
Ninguém lhe informou o resultado.

Advérbios
Nunca te esquecerei.
Agora lhe darei a resposta.

Conjunções subordinativas
Espero que lhe dêem o cargo.

2.    Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Deus te abençoe.

3.    Com o gerúndio precedido da preposição em:
Em se tratando de relógios, prefiro os suíços.

4.    Com o infinitivo pessoal:
Por se encontrarem no local do crime, foram incluídos entre os suspeitos.
Ênclise
Usa-se a ênclise:
1.    Quando o verbo iniciar a oração:
Expliquei-lhe o motivo do atraso.

2.    Quando houver pausa antes do verbo:
Já que insistes, entrego-te as chaves.

3.    Com o imperativo afirmativo:
Companheiros, escutai-me.

4.    Com o infinitivo impessoal:
Não desejava encontrar-te.
Observação
O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de preposição ou palavra atrativa:
Tinha receio de te encontrar. (ou de encontrar-te)
Gostaria de não te encontrar. (ou não encontrar-te)

Mesóclise
Usa-se o pronome mesoclítico com o futuro do presente e o futuro do pretérito, desde que esses verbos não estejam precedidos de palavras que reclamem a próclise:

Lembrar-me-ei de você.
Dir-se-ia ser coisa de meninos.
Mas: Não me lembrei..., jamais se diria...

Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível.
Errado: Lembrarei-me; diria-se.

O pronome átono nas locuções verbais
1.    Verbo principal ou auxiliar + infinitivo ou gerúndio
O pronome pode vir depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal, se a locução verbal não vier precedida de palavra atrativa.

Vinha acenando-me com essa possibilidade.
Vinha-me acenando com essa possibilidade.

Podemos contar-lhe o ocorrido.
Podemos-lhe contar o ocorrido.

Mas: Não lhe podemos contar... Não me vinha acenando...

2.    Auxiliar + particípio
O pronome deve vir enclítico ou proclítico ao auxiliar, mas nunca depois do particípio:
Os médicos haviam-me sugerido a cirurgia.
Os médicos me haviam sugerido a cirurgia.

Despedida do trema

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois-pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.

Que tristes ficaram...
A Linguiça, o Pinguim e o Cinquenta... Parece que lhes amputaram um membro...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

EU NÃO SABIA QUE ERA ERRADO...

 Um professor pediu demissão da escola depois que um aluno adolescente interrompeu uma reunião e tentou esfaqueá-lo”.  Uma das notícias do jornal nacional de 08/02/2011.
Mas onde estamos!...
Quando me formei em 1982 no extinto curso Magistério (equivalente ao ensino médio, profissionalizante), houve em minha casa uma grande festa. Lembro-me do meu avô, orgulhar-se em dizer aos amigos e vizinhos – “a minha neta é professora”. Fico imaginando o que ele diria hoje, talvez: “Coitada da minha neta, formou-se professora”, ou ainda, “minha neta que é professora precisa de seguro de vida para exercer sua profissão”.
A televisão tem apresentado um comercial que valoriza a figura do professor, mas não será suficiente se antes de se demonstrar o “VALOR” do professor, não for devidamente informado, demonstrado, e aplicado tudo sobre os DEVERES das crianças e dos adolescentes. Tenho visto muitos pais esbravejarem os direitos de seus filhos, outros acuados e algumas vezes amedrontados com o perigo de serem “presos e condenados”, por tomarem a atitude de educar seus filhos com palmadas corretivas, coisa aliás que muitos de nós recebemos e merecemos, contudo não nos frustramos, tão pouco nos desequilibramos e, muito pelo contrário somos pessoas do bem, valorizamos a honestidade, nos preocupamos com nossa imagem e reputação, gostamos de trabalhar, nos reunir com amigos, somos prestativos e temos muito prazer nisso tudo.
Os direitos estão tão à frente dos deveres, que hoje vemos jovens fortes, robustos, bem alimentados (até de mais às vezes), sentados confortavelmente, enquanto que mulheres gravidas ou com crianças de colo, idosos, ou pessoas mais velhas em pé e, esses jovens têm tanta certeza de seus “direitos”, que não se lembram que as outras pessoas também têm os mesmos direitos, alguns chegam a olhar para os mais velhos com um ar de descaso como se dissessem (você já tá velho de mais, é um desocupado, não precisa sentar), tomara que ele não precise se sentar quando chegar a velhice, se chegar.
Estamos criando “pequenos grandes monstros” que, muito em breve não se suportarão a si próprios. Está passando da hora de ensinarmos e exigirmos que as pessoas conheçam melhor e apliquem adequadamente os DEVERES e só se preocupem com os direitos quando uma situação lhes trouxer prejuízos, como era em nosso tempo de criança.
Além disso, precisamos definir corretamente os papeis, pois não é papel do professor ensinar aos nossos filhos os princípios de educação, aquela palavrinhas chamadas “mágicas” (por favor, obrigada, com licença, etc.) tão pouco ensinar que não se mexe no que não é seu porque você não tem o direito de fazer isso, mas tem o dever de respeitar o que é do outro.
Os pais não chamam a atenção dos filhos que fazem malcriação a outras pessoas e quando esses são repreendidos os pais se ofendem e vão defender os filhos como se ameaçar um professor, responder a uma pessoa mais velha ou ficar falando palavrões fosse a coisa mais linda e correta do mundo. Pais aprendam uma coisa importante, se você não ensinar o correto, quem vai sofrer será o seu filho, porque em algum momento da vida ele terá que pagar pelos erros, poderá ser excluído, porque afinal de contas ninguém gosta de conviver o tempo todo com pessoas “mal educadas” e talvez você não esteja lá para defende-lo, ou a justiça fará a acusação a sua revelia. Aí você corre o risco de ter que ouvir: “Mas você nunca me disse que isso era errado”, e então será tarde de mais.
Existe uma frase muito usada por mães do meu tempo que diz assim “É melhor você chorar hoje do que eu chorar amanhã”. É a frase mais inteligente que eu já ouvi para uma mãe e um pai dizerem aos seus filhos. Certamente se os pais daquele menino o tivesse deixado chorar ao invés de fazerem todas as suas vontades, se tivessem usado da “palmada” (não o espancamento), na hora certa, ou ainda do “castigo”, hoje eles não seriam manchete negativa no telejornal de maior repercussão do país, contudo, hoje são eles que choram, mas, acreditem, esses pais irão buscar a “justiça” para defender o seu filho e o professor AMEAÇADO, ainda será culpado, porque a justiça é cega, surda, muda, porém burra.
É sempre melhor ensinar do que lamentar...

http://meuplugedu.plugedu.com/profiles/blogs/eu-nao-sabia-que-era-errado

sábado, 19 de fevereiro de 2011

O professor que levou o narcotráfico, a cocaína e o tráfico de armas para dentro da escola!

.
.
.
Um professor de matemática da escola João Octávio dos Santos, que fica no Morro do São Bento, em Santos, resolveu aplicar uma estranha prova.
Por Talita Bedinelli, na Folha:
.
“Zaroio tem um fuzil AK-47 com um carregador de 80 balas. Em cada rajada ele gasta 13 balas. Quantas rajadas ele poderá disparar?”
.
A questão acima fazia parte de uma avaliação diagnóstica voltada para alunos de 14 anos de uma escola estadual de Santos (litoral de São Paulo), segundo pais e estudantes ouvidos pela Folha. O professor queria testar os conhecimentos em matemática dos alunos do ensino médio no primeiro dia de aula, na última segunda-feira.
Além da questão, eles deveriam responder a outros cinco problemas que versavam sobre a fabricação de cocaína e o lucro com a sua venda, o consumo de crack, a venda de heroína “batizada” e o dinheiro recebido por um assassinato encomendado. A prova, que teria conteúdo quase idêntico ao de mensagem que circula pela internet satirizando o crime organizado no Rio, teria sido aplicada em ao menos duas salas (uma de 3º ano e outra de 1º), com cerca de 80 alunos.
A Secretaria Estadual de Educação diz que o professor de matemática foi afastado e o caso será investigado. A prova deveria ser respondida e entregue ao professor, mas uma das alunas, de 14 anos, sem entender os enunciados, levou para a casa e pediu ajuda aos pais. “Fiquei chocada. Nas questões o crime só dá lucro”, diz a mãe da menina que procurou a direção da escola e registrou um boletim de ocorrência na polícia.
Segundo os estudantes, o professor dá aulas na escola há pelo menos cinco anos e já foi vice-diretor. Os estudantes dizem considerá-lo bom. “A gente viu as questões e deu risada. Se fosse algo mais suave ninguém teria prestado atenção”, diz Renato dos Santos Menezes, 18, estudante da sala do 3º ano que também fez a prova.
Uma aluna diz que em 2010 ele aplicou um exercício com conteúdo parecido. A questão, vista pela Folha, pedia para os estudantes calcularem quantas rotas de fuga teria uma quadrilha que vai assaltar uma joalheria em um shopping center.
A escola João Octávio dos Santos fica no Morro do São Bento, região com problemas de criminalidade. A Folha não localizou o professor, que pode ser indiciado por apologia ao crime.
.
Comentários de Reinaldo Azevedo
E aí? Uma das cascatas mais vigaristas e influentes da educação reza que o “educador” deve respeitar o “universo do educando”, usando elementos do seu cotidiano para, a partir daí, fazer uma reflexão política. É coisa de esquerdopata, é óbvio. Seu maior teórico foi Paulo Freire, secretário da educação de Luíza Erundina na prefeitura de São Paulo e homem que introduziu em São Paulo o que ficou conhecido como “progressão continuada” — sim, é obra do PT!
Eis aí… Se o professor não é só um vapor barato do narcotráfico ou maluco, então tem na cabeça um monte dessas titicas paulo-freirianas. Ainda voltarei a esse assunto (...): o dito-cujo é apenas a expressão mais pontualmente escandalosa de mal mais geral.
.
Por Reinaldo Azevedo

.
.
.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sinais de pontuação

Os sinais de pontuação são, na escrita, a expressão das entonações da língua falada. Por isso, são fundamentais para a correta interpretação das idéias. Assim sendo, na norma culta é preciso ficarmos bastante atentos quanto ao uso dos seguintes sinais de pontuação: ponto, vírgula, ponto-e-vírgula, dois-pontos e travessão.

Ponto
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fônico de final descendente e de sentido completo, i.e., ele é empregado, fundamentalmente, para indicar o término de uma frase ou período (simples ou composto). Exemplos:

As finanças no Brasil não iam mal, permitiam despesas de vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo foram interrompidas.
(Graciliano Ramos)

Ela saiu cedo do trabalho, cansada de tantas discussões e precisando descansar. Entretanto, demorou a chegar a casa, pois foi surpreendida por uma forte tempestade.
Assim que abriu a porta, verificou que a luz da sala estava acesa. Ficou em dúvida: “será que me esqueci de apagar a luz?”, pensou ela.

Observe que o ponto é usado no final de uma ideia completa. Quando se agregam outras ideias completas, forma se o período ou parágrafo.

Vírgula
A vírgula marca uma pausa de pequena duração. Indica que a ideia fica em suspenso, a espera que o período se complete. Exemplo:

O coordenador do projeto solicitou que ele fosse entregue na terça-feira, mas só poderemos entregá-lo na quarta.

Ela orienta o sentido de uma ideia. Por isso, temos basicamente duas regras gerais a serem seguidas.
Primeira regra: Usa-se a vírgula para encaixar palavras, termos ou ideias em uma sequência. Exemplo:

Toda lei de mercado é, por natureza, flutuante.

A sequência básica da frase é Toda lei de mercado é flutuante; o elemento que está encaixado nela é por natureza.

Segunda regra: Não se pode usar a vírgula para quebrar uma sequência de palavras que formam um sentido. Exemplo:

Os órgãos públicos estaduais e municipais deverão encaminhar as informações necessárias à Divisão de Pessoal.

Nessa frase não devemos colocar nenhuma vírgula:
§  entre “públicos e estaduais”, porque não se pode quebrar a sequência dos funcionários que são públicos e estaduais;
§  entre “os órgãos públicos estaduais e municipais” e “deverão encaminhar”, senão a primeira parte ficará solta e sem sentido. Se pusermos a vírgula depois de municipais, a ideia se quebrará e ficará incompleta;
§  antes de “a Divisão de Pessoal” porque este grupo é parte de “encaminhar”, já que quem encaminha, encaminha algo a alguém, ou seja, à Divisão de Pessoal.

Resumindo, não se usa a vírgula para separar palavras ou ideias que se completam, a não ser que seja para intercalar elementos. Vejamos a seguir, de acordo com a nomenclatura gramatical, as demais regras para o uso da vírgula:

    Separando o vocativo:
Não toques nesses doces, menino!

    Separando o aposto:
Nós, professores, contamos com o apoio de vocês.

    Assinalando a supressão do verbo:
Nós trabalhamos com fatos e vocês, com hipóteses.

    Separando orações intercaladas ou expressões explicativas:
O processo de sustentabilidade deverá ser implantado, conforme estipulado em reunião de 23/03/2008, gradativamente.

    Separando orações coordenadas sindéticas, exceto as ligadas pela conjunção e:
Ele estudou bastante, mas não conseguiu ser aprovado.

* Note que neste caso, mesmo se enquadrando no enunciado anterior, haverá a vírgula caso apresente sujeitos diferentes:
Ele foi ao Japão, e ela à Itália.

    Separando orações adverbiais:
Quando saístes, ela chegou.
Iríamos, se pudéssemos.

    Separando elementos de mesma função sintática:
Os livros, os cadernos, as canetas e os lápis estão sobre a mesa.

    Separando adjuntos adverbiais antecipados:
Naquele momento, todos os clientes desistiram da compra.

    Separando, nas datas, a localidade:
São Paulo, 14 de fevereiro de 2011.

Ponto-e-vírgula
Sinal intermediário entre a vírgula e o ponto. Serve para separar estruturas ou elementos elencados e para separar orações que têm relação de sentido sem segmentá-las em outro período. Exemplo:

Ela iria sair da equipe; ele, ficar.

Outras utilizações
Separando orações coordenadas assindéticas de maior extensão:

Creio que todos chegarão cedo; o avião decolou no horário previsto.

    Separando, numa série, elementos que já estão anteriormente separados por vírgula:
Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice; Carlos, o secretário; Francisco, o tesoureiro.

    Separando orações ligadas pelas conjunções por conseguinte, portanto, contudo, entretanto, consequentemente:
Nós quisemos negociar; contudo, afirmava-se que eles não se interessariam.

    No final de cada item elencado de um conjunto:
O processo legislativo compreende a elaboração de:
a.       emendas à Constituição;
b.       leis complementares;
c.        leis delegadas; e
d.       resoluções.

Dois-pontos
Os dois-pontos marcam uma generalização, enfatizando o que vem depois, e são usados:

    Antes de uma citação – geralmente depois de verbo ou expressão que signifique dizer, responder, e sinônimos:
O juiz declarou: “O réu foi absolvido por unanimidade”.

    Antes de uma enumeração explicativa de uma série de itens:
A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação.

    Entre duas afirmativas, quando a segunda explica, sintetiza ou esclarece a primeira:
Tenho dois caminhos possíveis: abrir uma consultoria ou um estabelecimento comercial.

Travessão
Usa-se para separar um grupo de palavras ― normalmente uma ideia secundária ― que se queira destacar na frase, porém sem prejudicar a sequência natural do texto. Exemplo:

O Rio tem um agradável refúgio no verão ― a serra ― onde a temperatura é mais amena.

O travessão é bastante usado para destacar ideias secundárias:

Todos os relatórios bimestrais relacionados à análise macroeconômica deverão ser consolidados pelo gerente de cada área ― de acordo com a nova orientação executiva ― antes de serem enviados às respectivas diretorias.
.
.
.
.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O texto empresarial moderno

No contexto contemporâneo temos observado que as organizações têm procurado formas de modernizar seu estilo e sua linguagem, pois bem, essas modernizações, ao que tudo indica, vieram para ficar e têm objetivos imprescindíveis para a sobrevivência das empresas.
A modernização de estilo e de linguagem das correspondências empresariais aconteceu a partir de um momento histórico específico, o final dos anos 1970, como resultado de um contexto econômico em que a disputa por uma fatia do mercado mundial se tornou muito mais competitiva.
Uma das estratégias que passou a ser utilizada mundialmente foi a redação de informações de maneira mais objetiva. Com a necessidade de trabalhar na direção da qualidade e da fidelidade dos clientes, tornou-se importante discriminar os procedimentos e padrões utilizados no dia a dia, especificando-os em linguagem clara e sem duplicidade de sentido, de forma a minimizar o retrabalho e acelerar o intervalo de tempo entre os fatos e as ações.
Alguém pode argumentar que um texto mal escrito não representa perda financeira substancial para uma empresa. Entretanto, vejamos a seguir o que pode ocorrer quando circulam documentos deste tipo.
§   Desmotivação para a leitura: não se lê mais o texto todo, faz-se apenas uma leitura perpendicular, ou seja, passam-se os olhos para ver do que se trata.
§   Privilégio da troca oral de informações: na linguagem oral não há garantias de que a mensagem será transmitida com fidedignidade e, com frequência, ocorre falta de clareza das informações principais. Neste tipo de comunicação é comum não se observar a necessidade em verificar de que modo a mensagem está sendo compreendida e repassada aos demais destinatários. Da mesma maneira, torna-se mais fácil o descomprometimento com prazos e metas.
§   Falta de credibilidade: uma vez que a transparência é um dos valores mais prezados em nossos dias, é preciso ter em mente que uma mensagem mal elaborada, ambígua ou obscura, pode comprometer a credibilidade de uma área ou de toda a empresa diante de seus clientes, sejam eles internos ou externos.
§   Retrabalho: o retrabalho ocorre tanto para o emissor quanto para o receptor da mensagem. Há casos de empresas que precisaram de seis meses para operar um recadastramento, quando o tempo inicial previsto era de apenas um mês. Tudo isso porque um memorando estava escrito de maneira inadequada.
§   Conflitos internos constantes: a falta de clareza tende a gerar interpretações equívocas e perigosos erros de comunicação, o que pode levar a desagregação ― algo contrário à sinergia positiva necessária ao sucesso de qualquer ambiente profissional.
§   Ineficiência para novos negócios: o poder de persuasão de um texto é seriamente comprometido pela ocorrência de equívocos, o que pode resultar em perdas de lucratividade.
É muito provável que a perda gerada por falhas na transmissão de informações não possa ser mensurada em termos estritamente financeiros, mas, com certeza, o prejuízo econômico provocado pelo desgaste dessas falhas é substancial.
Conclui-se então que, em tempos de mercados mundiais e de luta por sobrevivência na era da globalização, não basta apenas investir em informação e tecnologia, mas naquilo que, dentro da sociedade humana, tem valor de troca: a comunicação.
Em termos empresariais, essa comunicação tem valores bem definidos: a clareza e a objetividade das informações proporcionam e impulsionam a fidedignidade das mensagens e a agilidade das decisões, molas da sobrevivência e do lucro.
O princípio fundamental do texto empresarial
Diferentemente do texto jornalístico e do literário, a comunicação empresarial tem como seu principio fundamental gerar uma resposta objetiva àquilo que é transmitido. Ou seja, gerar uma ação.
Na correspondência empresarial, o documento é sempre redigido para um cliente visando a uma resposta dele. Se o cliente der a resposta que se espera, o texto foi eficaz; se não, o texto tem de ser obrigatoriamente repensado e reescrito.

Fonte: Adaptado do livro Redação empresarial. Miriam Gold. - 4. ed. - São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010
.
.
.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Comunicação e Linguagem

.
COMUNICAÇÃO
A comunicação ocorre através dos seguintes elementos: emissor; receptor; referente; mensagem; canal e código.
Emissor: aquele que envia a mensagem;
Receptor: é aquele que interage com o emissor, que recebe a mensagem;
Referente: diz respeito ao conteúdo, se as informações se referem às empresas, pessoas, produtos etc.
Mensagem: é o teor do texto, i.e., o que está sendo expresso na informação.
Canal: a maneira como se transmite a mensagem, que pode ser presencial ou não, via TV, rádio, internet, publicação impressa, telefone etc.;
Código: é a linguagem em que se envia a mensagem.
*Obs.: Se durante o processo de envio da mensagem houver falha em algum dos seguintes elementos (emissor, receptor ou canal), diz-se que houve ruído e a comunicação ficará prejudicada.


LINGUAGEM
Linguagem é qualquer sistema de signos (sinais orais, escritos, gestuais, visuais etc.) simbólicos empregados na intercomunicação social para expressar e comunicar ideias e sentimentos. A linguagem pode ser verbal, não-verbal ou mista. Como exemplo destes sistemas, podemos citar a escrita em braile, a comunicação entre surdos-mudos, libra - linguagem brasileira de sinais, a linguagem das cores, etc.

A linguagem verbal, i.e., a que se utiliza da palavra falada e escrita, está classificada em níveis: elevado, técnico, padrão e popular.
ü  O nível elevado (ou culto) revela o bom conhecimento léxico e gramatical da norma culta, como no caso da linguagem empregada por um palestrante;
ü  O nível técnico caracteriza-se pelo emprego de um léxico próprio, ou seja, de termos técnicos, com conceitos específicos;
ü  O nível padrão (ou médio) constitui a linguagem culta informal, bastante usada no cotidiano, que se caracteriza pela obediência à norma culta e pelo uso de uma linguagem-padrão;
ü  O nível popular caracteriza-se pelo uso da chamada linguagem coloquial, que emprega estruturas simples e, às vezes, apresenta desvios da norma culta e gírias.
.
.
.