segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
O ENIGMA EM PESSOA
Introdução à obra de Fernando
Pessoa
Uma
vida e muitas invenções
Ao escrever
sobre Fernando Pessoa, o poeta mexicano Octavio Paz declara que “os poetas não
têm biografia. Sua obra é sua biografia”. Afirma ainda, que, no caso de Pessoa,
“nada em sua vida é surpreendente ― nada, exceto seus poemas.” Homem de vida pública
modesta, Fernando Pessoa dedicou-se a inventar. Através da poesia, criou outras
vidas, despertando, assim, o interesse por sua própria vida tão pacata.
Tornou-se, portanto, o enigma em pessoa.
Nascido em
Lisboa, no dia 13 de junho de 1888, Fernando Pessoa perdeu o pai aos cinco anos
de idade. Em 1896, a família se transfere, levada pelo segundo marido de sua mãe,
para a cidade de Durban, na África do Sul. Lá, cursa o secundário, cedo
revelando seu pendor para a literatura. Em 1903, ingressa na Universidade do
Cabo.
Fernando
Pessoa, educado em inglês, adquiriu o gosto pela poesia lendo Milton, Byron,
Shelley, Edgar Allan Poe e outros poetas de língua inglesa.
Deixando a família
em Durban, o jovem estudante, que até pensava em inglês, retorna a Portugal.
Fernando Pessoa matricula-se, então, no Curso Superior de Letras, que logo
abandona, e entra em contato com os grandes escritores da língua portuguesa.
Impressiona-se sobremaneira com os sermões do Padre Antônio Vieira (1608-1697)
e particularmente com a obra de Cesário Verde (1855-1886). Em 1908 começa a
trabalhar como tradutor de cartas comerciais para empresas estrangeiras. Deste
emprego modesto tirará o sustento durante toda a vida. Boêmio, encontra-se com
os amigos em cafés, especialmente a "Brasileira do Chiado" para
discutir literatura. Em 1912 conhece o poeta Mário de Sá-Carneiro (1890 -
1916), de quem se tornaria grande amigo. Em Paris, no dia 26 de abril de 1916,
Sá-Carneiro, após escrever cartas angustiadas a Fernando Pessoa, comete o suicídio.
A revista Orpheu, fundada em 1915 por Fernando
Pessoa, Mário de Sá Carneiro, e outros amigos, como Almada Negreiros e Luís de
Montalvor, representa o marco inicial do Modernismo em Portugal.
Após a
notoriedade, nem sempre positiva, adquirida com a publicação de Orpheu, Pessoa
mergulha em anos de relativa obscuridade. Publica um pequeno volume de poemas
em inglês, Antinuos and 35 Sonnets (1918), ensaios e poemas
esporádicos em algumas revistas, funda outras, envolve-se com o ocultismo e a
magia negra, dedica-se ao estudo da astrologia. Em 1934 publica, tomando
dinheiro emprestado, o livro Mensagem,
e com ele participa do prêmio "Antero de Quental". Recebe o prêmio de
Categoria B.
No dia 30 de
novembro de 1935, morre de cirrose hepática. Fernando Pessoa nunca teve, em
vida, o reconhecimento que merecia. Viveu modestamente, em relativa
obscuridade. Em vida, teve apenas dois livros publicados: alguns poemas em inglês
e Mensagem.
Os
heterônimos
Desde cedo,
Fernando Pessoa inventara seus companheiros. Ainda em Durban, imagina os heterônimos
Charles Robert Anon e H. M. F. Lecher. Cria também o especialista em palavras
cruzadas Alexander Search e outras figuras menores. Mas seria no dia 8 de março
de 1914 que os heterônimos começariam a aparecer com toda a força. Neste dia,
Pessoa escreve, de uma só vez, os 49 poemas de O Guardador de Rebanhos, de
Alberto Caeiro.
Como resposta,
escreve também os seis poemas de Chuva Oblíqua, que assina com seu próprio
nome. Logo, inventaria Álvaro de Campos e, em junho do mesmo ano, Ricardo Reis.
Um semi-heterônimo de Pessoa, Bernardo Soares, só em 1982 teve sua obra, O
Livro do Desassossego, composta por fragmentos de prosa poética, publicada.
Álvaro de
Campos e Ricardo Reis, assim como o próprio Pessoa, consideravam-se discípulos
de Alberto Caeiro, mas cada um seguiu os ensinamentos do mestre à sua forma, e
chegaram até a travar uma polêmica muito interessante sobre o fazer poético.
A última frase
de Fernando Pessoa foi escrita em inglês no dia de sua morte: “I know not what tomorrow will bring” ou “Eu
não sei o que o amanhã trará”.
O amanhã trouxe
para Fernando Pessoa uma admiração crescente. Suas obras foram aos poucos sendo
publicadas e ele é considerado hoje, ao lado de Camões, um dos dois maiores
poetas portugueses de todos os tempos.
Nenhum poeta,
em língua portuguesa, obteve tanto prestígio em todo o mundo. O obscuro e
modesto lisboeta tornou-se, assim, um nome importante em todo o mundo. Graças
ao poder da palavra. Graças à magia da poesia.
Pessoa
e os heterônimos
Mais do que
meros pseudônimos, outros nomes com os quais um autor assina sua obra, os heterônimos
são invenções de personagens completos, que têm uma biografia própria, estilos
literários diferenciados, e que produzem uma obra paralela à do seu criador.
Fernando Pessoa criou várias dessas personagens. Três deles foram excelentes
poetas e seus poemas estão nesta antologia, lado a lado com os que Pessoa
assinava com seu próprio nome. Os estudiosos seguem discutindo por que Pessoa
teria criado seus heterônimos. Seria esquizofrenia? Psicografia? Uma grande
piada? Um genial jogo de marketing poético? De certo, sabemos que a genialidade
de Fernando Pessoa é grande demais para caber em um só poeta. Como bem o sintetizou
o seu heterônimo mais atribulado, Álvaro de Campos:
"Quanto
mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais
personalidades eu tiver,
Quanto mais
intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais
simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais
unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver,
sentir, viver, for,
Mais possuirei
a existência total do universo,
Mais completo
serei pelo espaço inteiro fora."
Além disso,
Fernando Pessoa viveu durante os primórdios do Modernismo, uma época em que a
arte se fragmentava em várias tendências simultâneas, as chamadas Vanguardas:
Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Dadaísmo, Surrealismo e muitas outras.
A arte, no
momento da explosão das inúmeras vanguardas modernistas por todo o mundo, também
se dividia e se multiplicava. Fernando Pessoa, introdutor das vanguardas
modernistas em Portugal, ao se dividir, levou a fragmentação da arte moderna às
últimas consequências.
Alberto
Caeiro (1889-1915)
Fernando Pessoa
explicou em detalhes a “vida” de cada um de seus heterônimos. Assim apresenta a
vida do mestre de todos, Alberto Caeiro:
"Nasceu em
Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação
quase alguma, só instrução primária; morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e
deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia
velha, tia avó. Morreu tuberculoso."
Pessoa cria uma
biografia para Caeiro que se encaixa com perfeição à sua poesia, como podemos
observar nos 49 poemas da série O Guardador de Rebanhos, incluída por inteiro
nesta antologia. Segundo Pessoa, foram escritos na noite de 8 de março de 1914,
de um só fôlego, sem interrupções.
Esse processo
criativo espontâneo traduz exatamente a busca fundamental de Alberto Caeiro:
completa naturalidade.
“Eu não tenho
filosofia: tenho sentidos...
Se falo na
Natureza não é porque saiba o que ela é.
Mas porque a
amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama
nunca sabe o que ama
Nem por que
ama, nem o que é amar...”
Caeiro escreve
com a linguagem simples e o vocabulário limitado de um poeta camponês pouco
ilustrado. Pratica o realismo sensorial, numa atitude de rejeição às elucubrações
da poesia simbolista.
Assim,
constantemente opõe à metafísica o desejo de não pensar. Faz da oposição à reflexão
a matéria básica das suas reflexões. Esse paradoxo aproxima-o da atitude
zen-budista de pensar para não pensar, desejar não desejar:
“Metafísica?
Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes
e copadas e de terem ramos
E a de dar
fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não
sabemos dar por elas.
Mas que melhor
metafísica que a delas,
Que é a de não
saber para que vivem
Nem saber que o
não sabem?”
Caeiro
coloca-se, portanto, como inimigo do misticismo, que pretende ver “mistérios” por
trás de todas as coisas. Busca precisamente o contrário: ver as coisas como
elas são, sem refletir sobre elas e sem atribuir a elas significados ou
sentimentos humanos:
“Os poetas místicos
são filósofos doentes,
E os filósofos
são homens doidos.
Porque os
poetas místicos dizem que as flores sentem
E dizem que as
pedras têm alma
E que os rios têm
êxtases ao luar.
Mas as flores,
se sentissem, não eram flores,
Eram gente;
E se as pedras
tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras;
E se os rios
tivessem êxtases ao luar,
Os rios seriam
homens doentes.”
É importante
lembrar que os poetas simbolistas, que antecederam Fernando Pessoa, estavam
impregnados de forte misticismo, herdado da poesia romântica. Enquanto românticos
e simbolistas carregavam seus poemas de religiosidade, Alberto Caeiro procura,
de forma coerente e lógica, afastar-se da reflexão sobre Deus.
“Pensar em Deus
é desobedecer a Deus,
Porque Deus
quis que o não conhecêssemos,
Por isso se nos
não mostrou...”
Seguindo esta
linha de pensamento religioso, Caeiro escreve um poema muito ousado sobre o
menino Jesus. No poema VIII de O Guardador de Rebanhos, destituído de
santidade, Cristo é representado como uma criança normal: espontânea, levada,
brincalhona e alegre. Nisso, está a religiosidade de Caeiro.
Em perfeita
consonância com sua busca de simplicidade e espontaneidade, Alberto Caeiro
escreve versos livres (sem métrica regular) e brancos (sem rimas).
Ricardo
Reis (1887-1935?)
Se Alberto
Caeiro era um camponês autodidata desprovido de erudição, seu discípulo Ricardo
Reis era um erudito que insistia na defesa dos valores tradicionais, tanto na
literatura quanto na política. De acordo com Pessoa:
"Ricardo
Reis nasceu no Porto. Educado em colégio de jesuítas, é médico e vive no Brasil
desde 1919, pois expatriou-se espontaneamente por ser monárquico. É latinista
por educação alheia, e um semi-helenista por educação própria."
Discípulo de
Caeiro, Reis retoma o fascínio do mestre pela natureza pelo viés do
neoclassicismo. Insiste nos clichês árcades do Locus Amoenus (local ameno) e do Carpe Diem (aproveitar o momento).
Neoclássico,
Reis busca o equilíbrio, a "Aurea Mediocritas" (equilíbrio de ouro) tão
prezada pelos poetas do século XVIII. A busca da espontaneidade de Caeiro
transforma-se em Reis, na procura do equilíbrio contido dos clássicos. Deixa de
ser uma simplicidade natural e passa a ser estudada, forjada através do
intelecto:
“Para ser
grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou
exclui.
Sê todo em cada
coisa. Põe quanto és
No mínimo que
fazes.
Assim como em
cada lago a lua toda
Brilha, porque
alta vive.”
A linguagem de
Ricardo Reis é clássica. Usa um vocabulário erudito e, muito apropriadamente,
seus poemas são metrificados e apresentam uma sintaxe rebuscada.
Os poemas de
Reis são odes, poemas líricos de tom alegre e entusiástico, cantados pelos
gregos, ao som de cítaras ou flautas, em estrofes regulares e variáveis. Nelas,
convida pastoras como Lídia, Neera ou Cloe para desfrutar de prazeres
contemplativos e regrados:
"Prazer,
mas devagar,
Lídia, que a
sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos
arrancam.
Furtivos,
retiremos do horto mundo
Os deprendandos
pomos."
As odes de
Reis, como as de Píndaro, recorrem sempre aos deuses da mitologia grega. Este
paganismo, de caráter erudito, afasta-se da convicção de Alberto Caeiro de que
não se deve pensar em Deus. Para Ricardo Reis, os deuses estão acima de tudo e
controlam o destino dos homens:
"Acima da
verdade estão os deuses.
Nossa ciência é
uma falhada cópia
Da certeza com
que eles
Sabem que há o
Universo.
Álvaro
de Campos (1890-1935?)
Fernando Pessoa nos informa que Álvaro
de Campos:
“Nasceu em
Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia
estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval.
Numas férias
fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa
em inatividade."
Como
normalmente acontece com os poetas de carne e osso, o heterônimo Álvaro de
Campos apresenta três fases distintas em sua poesia. De início é influenciado
pelo decadentismo simbolista, depois pelo futurismo e por fim, amargurado,
escreve poemas pessimistas e desiludidos.
No poema Opiário,
o engenheiro Campos, influenciado pelo simbolismo, ainda metrifica e rima.
Escreve quadras, estrofes de quatro versos, de teor autobiográfico e já se
apresenta amargurado e insatisfeito:
"Eu fingi
que estudei engenharia.
Vivi na Escócia.
Visitei a Irlanda.
Meu coração é uma
avozinha que anda
Pedindo esmolas
às portas da alegria."
Campos em
seguida envereda pelo futurismo, adotando um estilo febril, entre as máquinas e
a agitação da cidade, do que resultam poemas como Ode Triunfal:
"À dolorosa
luz das lâmpadas elétricas da fábrica
Tenho febre e
escrevo.
Escrevo
rangendo os dentes, fera para a beleza disto,
Para a beleza
disto totalmente desconhecida dos antigos."
Desta fase são
também a Ode Marítima e a Saudação a Walt Whitman.
Homenageando o
grande escritor norte-americano, Campos, além de se referir ao conhecido
homossexualismo de Whitman, de que parece comungar, revela uma das mais fortes
influências sobre o seu estilo:
Os poemas de Álvaro
de Campos são marcados pela oralidade e pela prolixidade que se espalha em
versos longos, próximos da prosa. Despreza a rima ou métrica regular. Despeja
seus versos em torrentes de incontrolável desabafo.
A última fase
do heterônimo Álvaro de Campos, em que pontifica o poema Tabacaria, apresenta
um poeta amargurado, refletindo de forma pessimista e desiludida sobre a existência:
"Não sou
nada.
Nunca serei
nada.
Não posso
querer ser nada.
À parte isso,
tenho em mim todos os sonhos do
mundo."
Assim como
Ricardo Reis, também Álvaro de Campos confessa-se discípulo de Alberto Caeiro.
Mas se Reis envereda pelo neoclassicismo ao tentar imitar o mestre, Campos se
revela inquieto e frustrado por não conseguir seguir os preceitos de Caeiro. No
poema que se inicia pelo verso "Mestre, meu mestre querido", dialoga
com Caeiro, revelando toda sua angústia:
"Meu
mestre, meu coração não aprendeu a tua serenidade.
Meu coração não
aprendeu nada.
(...)
A calma que
tinhas, deste-ma, e foi-me inquietação."
Fernando
Pessoa, ele mesmo
A obra que
Fernando Pessoa assinou com seu próprio nome está reunida nos volumes Cancioneiro
e Mensagem.
O Cancioneiro é
composto por poemas líricos, rimados e metrificados, de forte influência
simbolista. É do Cancioneiro um dos poemas mais célebres de Pessoa,
Autopsicografia, em que reflete sobre o fazer poético:
"O poeta é
um fingidor.
Finge tão
completamente
Que chega a
fingir que é dor
A dor que
deveras sente.
E os que leem o
que escreve,
Na dor lida
sentem bem,
Não as duas que
ele teve,
Mas só a que
eles não têm."
O leitor atento
há de perceber que o poeta parte de uma dor sua, real, integral. Só quem sente
uma dor pode fingir outra que não sente. Só quem tem personalidade pode ser
ator. Como Fernando Pessoa. Já os leitores, leem no poema a dor ou o sentimento
que lhes falta e que gostariam de ter.
Sentem-na ao
atribuí-la a poeta.
Mensagem (1934),
foi o único livro em língua portuguesa publicado por Pessoa.
Os poemas do
livro estão organizados de forma a compor uma epopeia fragmentária, em que o
conjunto dos textos líricos acaba formando um elogio de teor épico a Portugal.
Traçando a história do seu país, Pessoa envereda por um nacionalismo místico de
caráter sebastianista.
O livro Mensagem está dividido em três partes: Brasão,
Mar português e O Encoberto.
Na primeira,
conta-se a história das glórias portuguesas. Na segunda, são apresentadas as
navegações e conquistas marítimas de Portugal. Na terceira, é apresentado o
mito sebastianista de retorno de Portugal às épocas de glória.
A primeira
parte de Mensagem, Brasão, se estrutura como o brasão português, que é formado
por dois campos: um apresenta sete castelos, o outro, cinco quinas. No topo do
brasão, estão a coroa e o timbre, que apresenta o grifo, animal mitológico que
tem cabeça de leão e asas de águia. Assim se dividem os poemas desta parte,
remetendo ao brasão de Portugal. Versam sobre as grandes figuras da história de
Portugal, desde Dom Henrique, fundador do Condado Portucalenses, passando por
sua esposa, Dona Tareja, e seu filho, primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques,
até o infante Dom Henrique (1394-1460), fundador da Escola de Sagres e grande
fomentador da expansão ultramarina portuguesa, e Afonso de Albuquerque
(1462-1515), dominador português do Oriente. Até o mito de Ulisses, que teria
fundado a cidade de Ulissepona, depois Lisboa, é apresentado:
"O mito é o
nada que é tudo.
O mesmo sol que
abre os céus
É um mito
brilhante e mudo."
A segunda parte, Mar português,
apresenta as principais etapas da expansão ultramarina que levou Portugal a
ocupar um lugar de destaque no mundo durante os séculos XV e XVI:
"E ao
imenso e possível oceano
Ensinam estas
Quinas, que aqui vês,
Que o mar com
fim será grego ou romano:
O mar sem fim é
português."
Já a última
parte, O Encoberto, apresenta o misticismo em torno da figura de Dom Sebastião,
rei de Portugal cuja frota foi dizimada em ataque aos mouros em 1578. Muitas
previsões, como a do sapateiro Bandarra e a do padre Antônio Vieira, preveem o
retorno de Dom Sebastião para resgatar o poderio de Portugal, criando o Quinto
Império, marcando a supremacia de Portugal sobre o mundo:
"Grécia,
Roma, Cristandade,
Europa, os
quatro se vão
Para onde vai
toda idade.
Quem vem viver
a verdade
Que morreu dom Sebastião?"
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