domingo, 29 de setembro de 2013
Regras para a acentuação gráfica
Acentuação gráfica
Quando utilizamos a linguagem oral, pronunciamos os sons com um maior ou menor grau de intensidade. Isto nos permite distinguir a sílaba tônica de uma palavra: a-ba-ca-xi.
Sílaba tônica é a que se destaca das demais por ser pronunciada com maior força expiatória.
Para reconhecer a sílaba tônica de uma palavra, imagine que a está gritando para alguém a certa distância. Normalmente, prolonga-se a sílaba tônica: Fer-NAAAN-do; ES-PEEE-re.
Sílabas átonas são aquelas que se caracterizam por uma pronúncia mais fraca: a-ba-ca-xi.
De acordo com a posição da sílaba tônica, os vocábulos de mais de uma sílaba são classificados em:
§ oxítonos: se a sílaba tônica é a última: sa-bi-á, Ca-xam-bu, cho-rar;
§ paroxítonos: se a sílaba tônica é a penúltima: fá-cil, es-pe-lho, ca-be-lei-rei-ro;
§ proparoxítonos: se a sílaba tônica é a antepenúltima: lâm-pa-da, hi-po-pó-ta-mo, rá-pi-do.
Na linguagem escrita, muitas vezes somos obrigados a indicar a sílaba tônica, o que fazemos com a utilização do acento gráfico agudo [´] ou circunflexo [^].
São acentuados os vocábulos oxítonos terminados em:
a(s): cajá, está, fubá, gambá, maracujá, será, xará, ás, aliás, ananás;
e(s): até, café, jacaré, através, pajés, bebê, dendê, Tietê, você, camponês, freguês, inglês;
o(s): avó, mocotó, jiló, avô, metrô, avós, retrós, bisavôs, borderôs, propôs;
em: porém, armazém, também, alguém;
ens: vinténs, parabéns.
Incluem-se nessa regra:
a) as formas verbais seguidas dos pronomes átonos:
acusá-lo, chamá-lo, considerar-se-á, atendê-lo, socorrê-lo, conhecê-lo.
b) os monossílabos tônicos terminados em:
a(s): chá, já, hás; e(s): fé, crê, vê, pés, três; o(s): pó, nós, sós, pôs.
c) os verbos ter e vir apenas no plural:
ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
d) a terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos derivados de ter e vir leva acento circunflexo; a terceira pessoa do singular leva acento agudo:
ele detém, ela obtém, isto convém, ele intervém; eles detêm, elas obtêm, tais coisas não convêm, eles intervêm.
e) se formar hiato, o i ou o u será acentuado:
juízes, faísca, saí, Jacareí, Piauí, Itaú, baú.
f) os ditongos abertos éu, éi e ói quando são a sílaba tônica de vocábulos oxítonos e monossílabos tônicos:
anéis, batéis, fiéis, papéis, rói, herói(s), remói, sóis, corrói, réu, povaréu.
*Obs.- o i ou o u não será acentuado quando formar sílaba com l, m, n, r, z: Raul, ruim, ainda, ruir, juiz; ou quando constituir o primeiro elemento de um ditongo: saiu, anuidade. O i dos hiatos não recebe acento quando estiver seguido de nh: rainha.
São acentuados os vocábulos paroxítonos terminados em: um, uns, i, is, us, l, n, r, x, ã, ãs, ão, ãos, ons, ps, ei, eis:
álbum, fórum, médium, álbuns, médiuns, biquíni, dândi, júri, táxi, jóquei, Clóvis, lápis, tênis, bônus, ônus, Vênus, vírus, admissível, cônsul, fácil, imóvel, inviolável, túnel, cânon, elétron, hífen [hifens, no plural, não tem acento], Nílton, alúmen, açúcar, caráter, César, éter, revólver, córtex, Félix, Fênix, látex, tórax, ímã, órfã, ímãs, órfãs, acórdão, bênção, órgão, bênçãos, órgãos, elétrons, bíceps, fórceps, tríceps, vôlei, fáceis, imóveis, túneis, úteis, variáveis.
Incluem-se nessa regra os ditongos orais (seguidos ou não de s): páscoa, glória.
*Obs.- Não se acentuam os prefixos terminados em i e em r: semi-hospitalar, super-homem etc. Os paroxítonos terminados em ditongo nasal representado graficamente por em, ens não recebem acentos: falem, hifens, itens.
São acentuados todos os vocábulos proparoxítonos:
lágrima, fôlego, sábado, pássaro, matemática, gramática, protótipo, vítima, acréscimo, índice, próximo, médico, código, exército, gênero, público, sílaba, xícara, capítulo, décimo, parágrafo.
Exercícios para fixação
Nas frases abaixo, acentue as palavras corretamente:
a) O juri se valeu do carater irrepreensível do consul.
b) A geleira Bering, no Alasca, é a maior da America do Norte, mas esta derretendo rapidamente. (Isto É)
c) O juiz perdeu seus niqueis no taxi.
d) O automovel era um conversivel bege, reluzente de metais cromados. (Érico Veríssimo)
e) Fizemos um album do grupo que participou do campeonato de volei.
f) Foi muito util o estudo sobre o virus da tuberculose que fizemos aqui.
g) O transplante do orgão foi bem-sucedido.
h) Cana-de-açucar se escreve com hifen.
Fonte:
MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental. 8ª ed. – São Paulo: Atlas, 2009. (Adaptado)
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quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Bolsa de valores
Ultimamente muitos amigos têm estado preocupados
com as oscilações negativas das bolsas de valores pelo mundo afora. Os
investimentos na bolsa de valores, constituem por si próprios, atividade
financeira de nível arriscadíssimo, e devem ser objetos de estudos tanto quanto
às possibilidades de ganhos como as de perdas. Veja a narrativa a seguir e
entenda como tudo funciona:
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Tempos
atrás, na época da colonização do oeste americano, diz-se que chegou para o
lugar um negociante de cavalos que estava comprando todos os cavalos selvagens
que lhe trouxessem. A cada cavalo pagava a quantia de dez dólares. Depois de
algum tempo, quando já havia comprado uma enorme quantidade animais e a oferta
começava a minguar, o negociante aumentou o preço a ser pago por cada cavalo,
passando a ofertar quinze dólares por animal. E assim, a cada vez que o negócio
começava a esmorecer, aumentava o preço dos animais e aguçava a cobiça dos
caçadores que se punham a caçar mais cavalos. Vinte, trinta, quarenta dólares.
Os cavalos praticamente não eram mais encontrados na região e já custavam cinquenta
dólares, quando o negociante anunciou que sairia de viagem para capitalizar
mais recursos, deixando um assistente em seu lugar. O assistente estaria
incumbido de pagar os mesmos cinquenta dólares a quem lhe trouxesse um cavalo
selvagem. Entretanto, assim que o patrão se ausentou, o assistente resolveu
espalhar a notícia que estava vendendo alguns cavalos a 35 dólares cada, e quem
sigilosamente lhe comprasse os cavalos, poderia vendê-los novamente ao
negociante pelo valor de cinquenta dólares quando este retornasse da viagem.
Muitas pessoas começaram a comprar os cavalos ao preço de trinta e cinco
dólares... Compraram todos os cavalos que o assistente colocou à venda, e também
todos os demais que estivessem disponíveis na região. Depois de um certo tempo,
porém, o assistente também desapareceu, e nunca mais nem o negociante e
tampouco o assistente foram vistos por aquelas bandas.
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Moral da história? Que cada leitor entenda como
deva proceder com cuidado redobrado e malícia aguçada em determinadas
aplicações financeiras...
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013
A Catedral
Entre brumas, ao longe, surge a aurora,
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu risonho
Toda branca de sol.
E o sino canta em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O astro glorioso segue a eterna estrada.
Uma áurea seta lhe cintila em cada
Refulgente raio de luz.
A catedral ebúrnea do meu sonho,
Onde os meus olhos tão cansados ponho,
Recebe a benção de Jesus.
E o sino clama em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce
A tarde esquiva: amargurada prece
Põe-se a luz a rezar.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece na paz do céu tristonho
Toda branca de luar.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu e todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem acoitar o rosto meu.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.
E o sino chora em lúgubres responsos:
"Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Análise do poema
Afonso
Henriques da Costa Guimarães (Ouro Preto/MG, 1870 – Mariana/MG, 1921). Aos 18
anos, assiste à “difícil partida” de sua noiva Constança; o amor por Constança
estará presente em toda sua vida e obra poética. Aos 27, formado em direito,
casa-se; anos depois é nomeado juiz em Mariana/MG, de onde não mais sairia.
Segundo um dos maiores poeta simbolista francês, Paul Verlaine, disse no poema
“Arte Poética”, que “antes de tudo, a música preza/ portanto, o ímpar. Só cabe
usar/ o que é mais vago e solúvel no ar/ sem nada em si que pousa ou pesa.”
Fica evidente a presença da música logo nos primeiros versos e da vaguidade. Em
“entre brumas, ao longe, surge a aurora./ o hialismo orvalho aos poucos se
evapora.”, percebe-se palavras ligadas ao amanhecer ou à claridade. Isso
significa a vaga lembrança em sonho com a amada, Constança, note que no final
do segundo verso da primeira estrofe, a lembrança “aos poucos se evapora”, ou
seja, o poeta volta-se para a realidade, que é como se ele fosse acordar, porém
custa para que isso aconteça; pois é a única forma de ter contato com ela.
Observe também que no final da estrofe o sino canta, este representa o estado
da alma do poeta que está feliz, mas, ao mesmo tempo, está triste; feliz por
ter boas lembranças e vivê-las em sonho e triste por saber que está morta.
Nota-se em “pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” que uma espécie de coro ou sua
própria consciência está cantando aos “ouvidos da alma” a realidade. Na
terceira estrofe, percebe que enquanto se acorda do sonho (este é o único meio
de aproximar-se de ambas as mulheres, Constança e a virgem Maria, esta cujo
poeta era devoto, comparava àquela pela semelhança da pureza, virgindade, etc.
e daí o amor aparece sempre espiritualizado) e a visão da amada “segue a eterna
estrada”. Constança é representada pela catedral ebúrnea tanto na primeira como
nas estrofes seguintes (e essa repetição representa a presença constante da
amada em seus sonhos); ela “aparece, na paz do céu risonho/ toda branca de sol”
e depois “recebe a benção de Jesus”. Porém a consciência do poeta agora clama e
não mais canta, vê-se uma gradação emocional, uma tensão.
“Por entre lírios e lilases desce/ a tarde esquiva: amargurada prece/ põe-se a
luz a rezar”, esses versos refere-se também à Constança e neles o poeta
enaltece a figura da amada que até a natureza tem reverência por ela. “A
catedral do meu sonho/ aparece, na paz do céu tristonho/ toda branca de luar”;
ela continua com todas as características como bela, pura, perfeita etc.,
todavia a concepção utópica dele muda “céu tristonho”, alguma coisa começou a
entrar em desequilíbrio. Outrora tudo era perfeito, pois era como estivesse
sonhando e no sonho o irreal torna-se real. Então, isso o leva ao desespero,
porque queria ficar com ela, mas esse mundo vai se desfazendo à medida que vai
se acordando. A tensão aumenta cada vez mais e “o sino chora” ou o estado da
alma do poeta desfaz-se levando-o à catarse.
Por conseguinte, “o céu é todo trevas: o vento uiva./ do relâmpago a cabeleira
ruiva/ vem açoitar o rosto meu”; nesses versos, o poeta acorda ou sua
consciência e aquela reminiscência logo se evapora. Ela “afunda-se no caos do
céu tristonho/ como um astro que já morreu”; “e o sino geme em lúgubres
responsos:/ “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!” Além do que já foi dito, esses
versos mostram a autocompaixão do poeta no badalar do sino.
O
sino, este grande referencial estampado nos versos do poema, conduz os
interlocutores para uma leitura em que se evidenciam as quatro fases de um dia
(madrugada, manhã, tarde e noite), entretanto, o que também se pode inferir é que
o poeta procurou contemplar as quatro cerimônias que ocorrem numa igreja. Numa leitura
mais criteriosa e menos apressada podemos observar os relatos e descrições de um
dia de ”batismo”, de “primeira comunhão”, de ”casamento” e, por fim, os de um “funeral”.
A oração letal (lúgubres responsos) palavras
sempre presentes entre as estrofes principais indicam que o próprio Alphonsus
já profetizava um final para a purgação que não tardaria a chegar.
Interaja com o vídeo:
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terça-feira, 24 de setembro de 2013
Eu e você
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Eu a conheço há muito tempo.
Desde o início do sempre.
Mas somente agora a encontrei
e tão rápida a felicidade me apossou.
Acreditas em alma gêmea?
Daquelas que sempre existiram.
Tenho certeza de que somos assim,
Um para o outro e para o amor.
Isso não é uma substância fugaz...
É parte de um todo sem fim.
Coexistimos em meio a uma multidão,
mas nasci só para ter você para
mim.
(Juarez Firmino)
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sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Estrela minha
A cortina se abre
e eu acordo para o palco.
Você vem
e além da tua voz,
tudo é um único e profundo
silêncio,
com um olhar compenetrado
ouço até a tua respiração.
Você está linda,
muito linda,
linda, linda, linda...
Lindíssima.
E a cortina se fecha.
O espetáculo termina.
Porém, o sonho continua
e eu não posso acordar.
(Juarez Firmino)
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