quinta-feira, 28 de julho de 2016
Dicas para quem precisa escrever corretamente...
Há quem esteja convencido que
escrever bem é só isto: não cometer erros ortográficos.
Ah, se fosse assim tão fácil.
Mas, claro, é muito importante
aprender a evitá-los. Aliás, a minha profissão também persegue esses bichos
feios. E, na verdade, um texto bem escrito com erros ortográficos é como uma
bela casa em que a pintura está toda descascando. Ou alguém que se veste bem,
mas não repara nas manchas da roupa.
Sim, temos de limpar os
textos antes de apresentá-los em público.
Aqui ficam sete dicas (há muitas
outras, mas estas são as que me vieram à cabeça nesta tarde):
1.
A dica das dicas em se tratando da
língua escrita: ler muito. Ler ainda mais. Ler com
atenção. A ortografia também se aprende com o hábito da leitura. Aliás, é a
única forma de ganhar boas bases no âmbito da escrita. Bem, há outra: escrever.
Escrever muito. Repetir a dose durante muitos e bons anos e nunca achar que já sabe
o suficiente.
2.
Perceber que todos nós podemos cometer
erros. Quem acreditar que não corre o
risco de cometer erros, comete-os mais do que cometeria se tomasse uma boa
dose de cautela. E considerando as reações absurdas de algumas pessoas quando
observam os erros dos outros, há quem ande por aí convencido que o mundo se
divide entre os que cometem muitos erros e quem não cometem erro algum. Ah,
mesmo aqueles que dominam a ortografia têm horas dificuldades, escrevem tanto
que às vezes chegam a cometer erros infantis…
3.
Revisar os nossos textos. Sim,
eu sei: é óbvio. Mas se o escrevente tiver demasiada confiança em si próprio
não revisa nada. Confesso aqui, porque estas dicas também são para mim: neste
blog, já me aconteceu dar o “Enter” sem reler o texto. Arrependi-me, quase
sempre. Mais vale reler. Por isso, não é demais repetir: depois de escrever,
convém ler. E o melhor é deixar passar algum tempo. Se estivermos a escrever no
computador, também é certo e sabido que há erros que só aparecerão quando o
texto já estiver impresso. Por fim, sempre que possível, convém pedir a um
amigo de confiança para olhar com atenção para os nossos textos.
Porque os nossos próprios erros têm uma tendência enervante para
serem invisíveis aos nossos olhos.
4.
Consultar obras de referência. A
ortografia é uma das áreas convencionais da língua: há regras relativamente
claras e estas regras vêm explicadas em prontuários e outras obras de
referência. É uma questão de tê-las ao alcance da mão. Outro truque: mesmo quando
não temos dúvidas, é interessante folhear um livro deste tipo e descobrir
pormenores da ortografia que não conhecemos.
5.
Aprender quais são os nossos erros
habituais. Todos nós cometemos um ou outro
erro com um pouco mais frequência do que o habitual. Seria uma boa ideia
procurar esse tipo de erro nos nossos textos. Podemos criar uma lista e tê-la
ao pé do computador. Mas, para que isto ocorra é preciso não estar convencido
que isto só ocorra com os erros dos outros.
6.
Usar o corretor ortográfico do Word. Outro
conselho óbvio, eu sei. Mas já vi tanto texto que merecia uma boa varredura
automática que vale a pena sublinhar o óbvio: os corretores ortográficos
automáticos ajudam a detectar alguns erros. E são fáceis de usar! Querem uma
dica um pouco mais estranha? Ponham o computador para ler o texto (é
possível!). Alguns dos erros que são quase invisíveis aos nossos olhos são
desmascarados quando nos arranham os ouvidos. Um exemplo? A falta de acento nos
ii.
7.
Dar mais atenção aos nossos erros do
que aos erros dos outros. Devemos corrigir os erros dos
outros? Sim, claro: em privado e com delicadeza. Mas viver obcecado com os
erros dos outros só nos deixa mais longe de melhorar o nosso próprio português.
Por isso, passe a olhar com mais afinco para os textos que produzimos. Se
formos exigentes e sarcásticos com os erros dos outros, sejamos ainda mais
exigentes e sarcásticos com os nossos próprios erros.
Disse no início que os erros
ortográficos são um aspecto secundário da língua. Mas a verdade é que se
cumprirmos estas dicas, aprenderemos muito sobre aquilo que é ainda mais
importante: como escrever de forma clara, como estruturar bem as frases, como
criar uma voz própria, como fazer com a língua aquilo que queremos. No fundo,
quem comete muitos erros ortográficos mostra que não lê muito, não revisa os
textos, não quer saber disso. Assim, é normal que os erros apareçam em maus
textos.
Pode acontecer de que bons textos sejam
escritos com muitos erros, mas é raro. A verdade é que os nossos cérebros
estão tão habituados a fazer a associação entre ortografia correta e o bom
português que, por mais qualidade que vejamos no tecido, ligamos mais às manchas.
...
terça-feira, 26 de julho de 2016
O NOVIÇO
Luis Carlos Martins Pena
O noviço traz basicamente a história de Carlos,
rapaz endiabrado, que é enviado a um convento por decisão de sua tia e
tutora. Não tendo vocação para a vida religiosa, Carlos foge do
convento e dedica-se a desmascarar o ambicioso Ambrósio, segundo
marido de sua tia. A seguir organiza-se a sequência de ações que desenvolvem a essência dessa
narrativa.
A peça inicia-se com Ambrósio Nunes em uma
sala ricamente decorada. Preparando-se para ir à igreja com sua mulher Florência, o personagem
afirma em tom cínico que mudara sua vida de homem pobre em oito anos.
Fora miserável, mas valendo-se de determinação, perspicácia e destituído de qualquer
escrúpulo tornara-se
rico, condição que lhe conferia poder e lhe garantia plena impunidade.
É interrompido por
Florência que lhe
apressa, dizendo que é necessário chegar cedo para sentarem-se nos primeiros bancos e,
assim, poderem assistir confortavelmente à missa de Ramos. Ambrósio, com
delicadeza de fala e gestos, pergunta à esposa como anda o projeto de
encaminhar a enteada Emília para o convento e satisfaz-se com a notícia de que tudo
corre como ele desejaria. Com muita habilidade, Ambrósio enfatiza a ideia de que a herança deixada pelo
primeiro marido de Florência nunca o atraiu, revela que sua paixão sempre foi
espontânea e pura e, de
certo modo, lhe é até um tanto penoso administrar a fortuna do nobre falecido,
no entanto, cabe ao marido zelar pela esposa amada. Desse modo, toma para si a
incumbência de cuidar do
dinheiro.
Florência cede às propostas
aparentemente sinceras do marido e concorda em encaminhar não somente a filha
para o claustro, mas também incentivar seu filho Juca de nove anos para ser frade,
acreditando que dessa maneira estaria proporcionando aos dois uma vida virtuosa
e verdadeiramente feliz. Ambrósio, com a intenção deliberada de controlar toda a situação familiar,
mostra-se preocupado com a possibilidade de Carlos, sobrinho tutelado de Florência, vir a se
revoltar contra o noviciado que lhe fora imposto há seis meses e
causar aborrecimentos ao casal. Encerra-se a conversa. Ambrósio retira-se para
acabar de vestir-se. Florência está a agradecer a Deus o marido que tem, quando Emília entra na sala.
A mãe aproveita o
momento para expor à filha as vantagens que a vida de freira proporciona, Emília chora e,
contrariada, declara não ter inclinação para o claustro. A mãe, insensível à dor da filha,
abandona a sala e sobe ao sótão para aprontar-se para a missa.
Inesperadamente, Carlos, vestido de
frade, entra afobado e conta à Emília que havia fugido do convento, após discussão que acabara com
uma barrigada no Abade Mestre. Irado, manifesta o desejo de ser militar, de
envolver-se em lutas com espadas e não se submeter a jejuns prolongados e a
coros e rezas infindáveis. A moça, comovida, ouve o relato dos martírios sofridos pelo
noviço rebelde e lhe
conta que também ela deverá entrar para um convento. Carlos
revolta-se, declara o seu amor pela prima, acusa severamente Ambrósio de estar
conspirando contra todos. Promete que não descansará enquanto não vingar-se do
velhaco Ambrósio. Em meio à conversa, o garoto Juca, desajeitado em um
hábito de frade,
corre para o colo de Carlos, que percebe claramente o plano do marido da tia:
filhos e enteados dedicados à vida religiosa seriam obrigados a fazer votos de pobreza,
o que garantiria a posse de todos os bens por parte de Ambrósio. Emília e Juquinha
saem da sala.
Batem à porta. Rosa entra na sala e com muita
reverência dirige-se a
Carlos, imaginando ser ele um frade. Conta-lhe que está à procura de seu
marido Ambrósio Nunes, que há seis anos a abandonara em Maranguape,
de posse de sua fortuna, a pretexto de investimentos lucrativos em Montevidéu. Sem notícias, ela chegou a
pensar que ele tivesse morrido, mas uma pessoa informara-lhe de que estava o
fujão na corte, e
estava ela ali, no momento, após longa viagem e andanças pelo Rio de Janeiro. Carlos
aproveita-se do engano da mulher e, fingindo ser bom capuchinho, investiga
detalhes da história e recebe, como prova da veracidade dos fatos
relatados, uma cópia da certidão de casamento de Rosa e Ambrósio. Promete ajudá-la e pede-lhe que
aguarde alguns momentos em um quarto da casa. Florência, o marido e a
filha, prontos para saírem, deparam-se com Carlos. Ambrósio cobra de
Carlos obediência. O moço ironicamente desafia o marido da tia
por meio de frases ambíguas, dando a entender que conhecia a história pregressa de
Ambrósio. Este se
enfurece e passa a fazer-lhe exigências. Carlos o toma pelo braço, abre a porta do
quarto e mostra-lhe Rosa. O tio desorganiza-se, corre e arrasta violentamente
para fora da casa mulher e enteada.
Carlos diverte-se com a aflição do cínico tio e expõe à Rosa a atual condição de Ambrósio. A mulher traída não resiste.
Desmaia. Cria-se um alvoroço. Juquinha é chamado a ajudar; apanha um galheteiro,
Carlos a faz cheirar vinagre, azeite, tentando-lhe restituir os sentidos. Em
meio a intensa agitação, ouvem-se meirinhos aproximarem-se. Dirigem-se eles a casa
para efetuarem a prisão do travesso noviço. Carlos faz a mulher acreditar que
Ambrósio é poderoso e que os
oficiais batiam à porta para prendê-la. Propõe a ela que trocassem vestimentas. Rosa
vestiria seu hábito de religioso, e ele, suas vestes de mulher. Desse
modo, estaria ela a salvo da fúria dos meirinhos e ele seria preso em seu lugar. Rosa
ingenuamente aceita a proposta. Juca a encaminha para um quarto. Carlos,
travestido de mulher, recebe dissimuladamente o Mestre de Noviços e os meirinhos.
Faz-se passar por tia do noviço endiabrado, aponta o esconderijo e orienta a maneira
segura de surpreender e prender o sobrinho. Os oficiais entram no quarto,
capturam o falso noviço e o levam para o convento.
Carlos diverte-se imaginando a confusão que aconteceria
quando o Abade percebesse que uma mulher fora presa em seu lugar. Pede a Juca
que ficasse à janela e o avisasse da chegada do padrasto.
Ambrósio, perturbado, invade a sala. Havia
deixado Florência e Emília na igreja. A sua agitação é tamanha que se dirige a Carlos,
pensando ser ele Rosa. O sobrinho aproveita-se do engano e diverte-se,
respondendo às perguntas de Ambrósio como sendo sua primeira esposa.
Chega inclusive a atirar-se aos pés de Ambrósio em pranto exagerado. Nesse
instante, o tratante Ambrósio percebe o equívoco. Irrita-se com o descaramento do
sobrinho, que imediatamente lhe contém a fúria, mostrando a certidão que estava em
seu poder. O tom da cena inverte-se: Ambrósio humilha-se, implora a Carlos que
nada revele à Florência. Dono da situação, o rapaz faz exigências: abandonará o noviciado,
receberá a herança deixada pelo
pai; Emília não será freira, e ele terá o consentimento
para casar-se com a prima. Ambrósio, de joelhos, aceita as imposições e suplica
piedade de Carlos.
Subitamente, Florência e Emília entram na sala
e há novo equívoco: Florência acredita ter
flagrado o marido em traição. Sente-se desgraçada e num assombro se dá conta de que é o sobrinho que
subjuga Ambrósio. Pede explicações para aquela patifaria e,
cinicamente, Carlos afirma que estavam encenando uma comédia para o sábado de Aleluia. A
tia, atônita, ouve ainda o
rapaz trapalhão declarar o acordo que fizera com Ambrósio. Este vai
interrompendo a fala de Carlos com argumentos incontestáveis. Diz à mulher que fora um
erro encaminhá-lo ao convento, pois não se pode impedir que os jovens pudessem
concretizar o amor tão genuíno que sentem. Carlos acrescenta que como prova de
agradecimento cederá metade de seus bens em favor do tio bondoso e lhe entrega
a certidão de casamento
como se entregasse o termo de cessão de parte da fortuna. Ambrósio rasga o papel,
dissimulando total desinteresse pela doação. Florência sente-se abençoada por ter
casado com um homem tão honrado e chega a vangloriar-se da própria capacidade de
distinguir o amante sincero entre tantos pretendentes que tivera logo após a viuvez. Elogia
as qualidades do marido, que insiste não ser merecedor de tanta reverência.
Felizes, Emília e Carlos
acertam o casamento para dali a quinze dias. Nem bem confirmam o enlace
matrimonial, o Mestre dos Noviços surge para efetuar a prisão do noviço fujão. O religioso
declara enraivecido o constrangimento que passara diante do Abade ao cair
novamente em uma cilada de Carlos, quando levou ao convento uma mulher. Diante
das declarações do Mestre, Ambrósio perturba-se e tenta saber do
paradeiro da tal mulher. Florência desconfia das intenções do marido. A confusão está armada: o Mestre
arrasta o noviço para fora da casa; a tia não consegue impedir
a prisão do sobrinho,
mesmo dizendo que Carlos abandonaria a vida religiosa e que ela mesma diria
isso ao Abade.
O clima na casa é de confusão. Ambrósio mostra-se
atordoado, Florência pede explicações para ter sido levada apressadamente
para a igreja e ter sido lá deixada. Ambrósio rapidamente dissimula a própria aflição. Tenta abraçar a esposa que se
revela arredia, exigindo que se esclareça a identidade da mulher que fora presa
em lugar do sobrinho. Acuado, Ambrósio inventa ser a tal mulher uma antiga
namorada, que não se conformara com o fato de ter ele se casado. Confessa
o erro cometido ao envolver-se na juventude com aquela moça. Diz-lhe, no
entanto, que a causa da separação fora o amor incontido que sentiu desde o primeiro
momento que viu Florência. O discurso amoroso de Ambrósio é interrompido por
Rosa, vestida de frade. Esta, entregando a certidão a Ambrósio, interpõe-se ao casal,
gritando que aquele homem lhe pertencia. Ambrósio corre pela casa, tentando escapar.
Nesse momento, ouve-se a ordem de prisão ao bígamo. Enquanto isso se passa, Florência, estarrecida,
lê a certidão de casamento de
Rosa Lemos e Ambrósio Nunes.
Muda-se o cenário. Florência, recolhida no
quarto de Carlos, para evitar contato com o ambiente em que vivera momentos
felizes ao lado do marido farsante, chora convulsivamente e é confortada pela
filha. Está assim prostrada há oito dias. Nada a anima, nem mesmo os
remédios receitados
por um médico da família. Emília afirma ser
necessário que a mãe reaja e, desse
modo, vingue-se de tanta traição. Florência diz que seu procurador está encaminhando um
mandado de prisão e que quer enviar uma carta ao Abade, explicando-lhe os
fatos e pedindo-lhe o favor de mandar um representante do convento para que ela
se justificasse pessoalmente pelos transtornos causados. Decide, então, que o criado
José fosse o portador
da carta.
Nova surpresa: Carlos mais uma vez
havia fugido do claustro. Apressado, invade os fundos da casa, com o hábito roto e sujo,
as mãos esfoladas,
joelhos machucados. Entra em seu antigo quarto. Ouve a voz do padre-mestre,
esconde-se embaixo da cama em que está deitada a tia. Emília acompanha o
padre até os aposentos onde
está Florência, que acorda
meio atordoada. Estava ele incumbido novamente de efetuar a prisão do noviço indomável. Florência e Emília surpreendem-se
com a notícia de que Carlos tivesse escapado novamente das grades
do convento. Enquanto Florência expõe a sua decisão de livrar Carlos do noviciado, Emília percebe a
presença do amado embaixo
da cama. O padre mestre retira-se da casa, aliviado por não ter mais que se
haver com as diabruras de Carlos.
Florência lamenta-se da tragédia que lhe
acometera. Emília se mostra comovida e comporta-se como se não soubesse o
paradeiro do primo, mesmo este lhe puxando as saias e fazendo-lhes cócegas nas pernas.
Chega a casa Ambrósio, trajando-se como um frade, seguindo o criado José até o quarto de Florência. Há novo equívoco. Florência imagina ser o
frade o representante que requisitara ao Abade e passa a lhe contar a trama de
que fora vítima. Ambrósio, não suportando ouvir tantas acusações, denuncia-se,
retirando o capuz, revelando, assim, a sua real identidade. Revela à mulher que as
portas da casa estão trancadas e que ninguém poderá lhe socorrer os gritos. Impõe que lhe entregue
dinheiro e joias, enfim, tudo que ela possuísse; caso contrário, só restaria a
alternativa de matá-la. Nesse momento, se esclarece mais um mal-entendido:
José, fiel a Ambrósio, não tinha enviado a
carta ao Abade, na verdade, tinha facilitado os planos de seu patrão.
Florência corre aos gritos pela casa,
esconde-se em um canto coberta por uma colcha. Ambrósio, na correria,
encontra Carlos, puxa-lhe pelo hábito, pensando tratar-se das saias de
Florência. Carlos
revida com uma bofetada. A tia permanece imóvel, coberta por uma colcha. Em
seguida, entram quatro homens armados e o vizinho Jorge que vinha em socorro
aos gritos que da rua se ouviam. Florência diz que um ladrão travestido de
frade tinha invadido a casa, mas já havia fugido. Os homens vasculham a
casa e acabam dando com Carlos, que aos berros, sai debaixo da cama, e,
tentando proteger-se das agressões, mete-se atrás de um armário e o atira ao
chão. O vizinho,
ferido na perna, grita à Florência que o ladrão se escondia no quarto e havia
escapulido por uma porta. Emília desvencilha-se do vizinho, agradece a ajuda e mando-o
embora. Insiste com a mãe que o frade era Carlos. A mãe retruca,
afirmando que era o padrasto.
A tensão aumenta com a chegada de Rosa, que é recebida com certa
amabilidade por Florência. As duas conversam a sós. Lamentam-se da inocência com que se
entregaram ao vilão Ambrósio. Rosa apresenta à Florência a ordem de prisão contra o bígamo e queixa-se
ao saber que Ambrósio há instantes escapara daquela casa. De modo inesperado,
arrebenta-se uma tábua do armário e Ambrósio, quase
asfixiado, põe a cabeça de fora. Ambas as mulheres atacam-no aos socos e
pauladas. O farsante, aos gritos, suplica compaixão às duas esposas.
Entra no quarto Carlos, preso por Jorge
e os soldados. Florência desfaz o engano, dizendo que era seu sobrinho o que
tomavam por ladrão. Ambrósio esconde-se novamente no armário. Rosa,
acompanhada de oficiais de justiça, entrega o mandado lavrado de prisão. O bígamo é retirado do armário e recebe a
sentença de prisão. O Mestre de
Noviços retorna a casa
com a permissão de livrar Carlos do convento. Antes de retirar-se, o
religioso abençoa a futura união de Emília e Carlos. Ambrósio sai
lamentando-se da punição recebida.
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