A estrutura da ortografia oficial está sendo atualizada pela Reforma
Ortográfica que está entrando em vigência. Este novo Acordo Ortográfico teve
seu início no ano de 2008 e tem como objetivo tornar a Língua portuguesa única
em todo o mundo, principalmente nos países que a possui como idioma oficial. A
nova regra já está valendo e sendo usada por algumas Bancas Examinadoras em
provas de concursos públicos. Estamos atravessando um período de transição que
se encerrará em 31 de dezembro de 2015, as duas formas de escrita nesse meio
tempo serão válidas nos concursos públicos. Mas o porquê dessa Reforma
Ortográfica? Há quase 20 anos tenta-se um acordo ortográfico na Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CLPL), que é constituída por: Brasil, Portugal,
Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor
Leste. Mas esse acordo só foi efetivado agora porque Portugal não cedia a
adesão.
O que muda na Língua Portuguesa?
A pronúncia das palavras não irá mudar, mudará apenas a sua escrita.
Alfabeto
A reprodução das palavras na escrita é feita por meio de sinais
gráficos denominados letras. Em português, o alfabeto passa a ter 26 letras
após a inclusão das letras k, w e y.
a A (á), b B (bê), c C (cê), d D (dê), e E (é), f F (efe), g G (gê ou
guê), h H (agá), i I (i), j J (jota), k K (capa ou
cá), l L (ele), m M (eme), n N (ene), o O (ó), p P (pê), q Q (quê), r R (erre), s S (esse), t T (tê), u U (u), v V (vê), w W (dáblio), x X (xis), y Y
(ípsilon), z Z (zê)
Na sequência: A B C D E F G H I J
K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Emprego das letras k, w e y: embora oficialmente constantes do nosso alfabeto, essas letras
continuarão com uso restrito a topônimos e antropônimos estrangeiros e seus
derivados, siglas, símbolos e palavras adotadas como unidade de medida de curso
internacional.
1. Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Byron, byroniano; Darwin, darwinismo; Franklin, frankliniano; Kafka,
kafkiano; Kant, kantiano, kantismo, kantista; Kardec, kardecista, kardecismo;
Taylor, taylorista; Wagner, wagneriano etc.
2. Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.
Kwanza, Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano etc.
3. Em siglas, símbolos e em palavras adotadas como unidade de medida
de curso internacional.
TWA, KLM; K – potássio (de kalium), W – oeste (West); kg – quilograma;
km – quilômetro; kw– quilowatt; yd – (jarda); W – watt etc.
Simplificação da grafia de palavras
■ Nomes
próprios de pessoas ou de lugares de tradição bíblica:
a. Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th são conservados, simplificados ou
adaptados.
Loth, Lot ou Ló; Ziph ou Zif; Baruch ou Baruc; Judith ou Judite
b. Se os dígrafos não forem pronunciados, devem ser eliminados.
Joseph = José; Nazareth = Nazaré
c. As consoantes finais b, c, d,
g e t mantêm-se — quer mudas, quer proferidas.
Jacob, Josafat, Gog, Job, Isaac, Magog
No Brasil, é comum encontrar a grafia aportuguesada de Jacó,
Jó, Josafá, Isaque, Gogue, Magogue, também corretas.
d. Os vocábulos autorizados poderão receber grafias variantes, segundo
a sua origem: fúcsia ou fúchsia e derivados; buganvília, buganvílea ou
bougainvíllea etc.
■ Nomes
próprios de lugares em língua estrangeira:
Sempre que possível, devem ser adaptados à língua nacional.
Anvers = Antuérpia, Genève = Genebra, München = Munique, Cherbourg =
Cherburgo, Jutland = Jutlândia, Torino = Turim, Garonne = Garona, Milano = Milão,
Zürich = Zurique
■ Palavras
com sequência de consoantes no interior do vocábulo
e. A sequência deve ser conservada quando invariavelmente proferida na
pronúncia culta.
=ficção, apto, compacto, convicção, friccionar, pictural, pacto,
díptico, eucalipto, inepto, núpcias, adepto, erupção, rapto etc.
f. A sequência deve ser eliminada quando invariavelmente não proferida
na pronúncia culta.
=ação, acionar, afetivo, aflição, aflito, ato, coleção, coletivo,
direção, diretor, objeção, batizar, exato, adoção, Egito, ótimo, adotivo,
adotar etc.
g. Haverá dupla grafia se não houver uniformidade entre as pronúncias
cultas dos países ou quando oscilarem entre a prolação e o emudecimento.
=aspecto ou aspecto; dicção ou dição
=assumpção ou assunção; facto ou fato
=cacto ou cato; peremptório ou perentório
=caracteres ou carateres; recepção ou receção
=ceptro ou cetro; sector ou setor
=concepção ou conceção; sumptuoso ou suntuoso
=corrupto ou corruto; sumptuosidade ou suntuosidade
NOTA 1
Nas sequências interiores mpc, mpç e mpt, se o p for eliminado, em
lugar do m se deverá usar o n, pois não mais antes de p e b, devendo se
escrever, respectivamente, nc, nç e nt.
O fato de a dupla grafia ser aceita não quer dizer que devamos adotar a
variante de Portugal. A recomendação da ABL é que os países conservem seus
hábitos ortográficos
■ Sufixos
-iano e -iense
Mantém-se o i nos substantivos e adjetivos derivados.
acriano (Acre); soflocliano (Sófocles); saussuriano (Saussure);
torriense (Torres)
■ Substantivos
que são variações de outros terminados em vogal. As variações devem ser
grafadas com final -io e -ia.
cume – cúmio; haste – hástia; veste – vestia; reste – réstia
Acentuação
a. Os ditongos abertos ei e oi nas paroxítonas não são mais
acentuados.
geleia, jiboia, claraboia, teteia, heroico etc.
Lembrete
Nos monossílabos tônicos e nas oxítonas, o acento permanece:
herói, dói, constrói, réis, farnéis, anéis etc.
ATENÇÃO
As palavras Méier e destróier, por exemplo, continuarão
acentuadas, pois são paroxítonas terminadas em r. A acentuação dessas palavras acontecia por dois motivos.
Deixando de existir um deles, o outro, no entanto, ainda vigora.
b. Os verbos crer, dar, ler e ver, na terceira pessoa do plural, não
são mais acentuados.
crê/creem, lê/leem, dê/deem, vê/veem
c. Palavras forma/fôrma
Utensílio doméstico = uso facultativo do acento circunflexo (forma ou
fôrma).
A fôrma de bolo não tem o
tamanho ideal.
Configuração física = sem acento.
A mesa tem forma arredondada.
Verbo formar – sem acento.
Ele forma, todos os anos, grupos de voluntários para atender aos
necessitados.
d. As palavras oxítonas terminadas em e e que variam de timbre na pronúncia culta dos diferentes países
de língua portuguesa continuarão sendo grafadas segundo o costume de cada país.
bebê/bebé,
caratê/caraté, nenê/nené, bidê/bidé, crochê/croché, cocô/cocó, canapê/canapé,
guichê/guiché, rapê/rapé
ATENÇÃO
Também receberão dupla grafia: judô/judo; metrô/metro
e. As palavras paroxítonas ou proparoxítonas cuja vogal tônica em fim
de sílaba é seguida de m ou n serão grafadas de duas formas, em respeito à
peculiaridade do país.
fêmur/fémur, sêmen/sémen, fênix/fénix, ônix/ónix, gênero/género,
Antônio/António
f. É facultativo o uso do acento agudo na 1ª pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo dos verbos de primeira conjugação para
diferenciá-los da 1ª pessoa do plural do presente do indicativo.
Amámos muito em nossa juventude.
Amamos muito ainda hoje.
g. É facultativo o uso do acento circunflexo na 1ª pessoa do plural do
presente do subjuntivo do verbo dar para diferenciá-lo da 1ª pessoa do plural
do pretérito perfeito do indicativo.
O chefe espera que dêmos o
melhor de nós neste projeto.
Demos o melhor de nós à empresa
no ano passado.
ATENÇÃO
No Brasil, não usamos esses acentos morfológicos, pois, em
ambos os casos, o timbre é fechado.
h. As paroxítonas grafadas com o grupo oo não mais serão acentuadas: enjoo, voo, coo, povoo etc.
ATENÇÃO
Não se enquadram nessa regra palavras grafadas com o grupo oo cuja razão para receber o acento é uma
das regras de acentuação gráfica: herôon (na Grécia antiga, templo ou monumento
funerário erguido em honra de um herói), paroxítona terminada em -on. Em nota explicativa, a ABL comunica
que decidiu incluir na regra de paroxítonas acentuadas as terminadas em -om: iândom e rândom (variação de
rândon).
i. O verbo poder, na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito
do indicativo, receberá acento circunflexo para se diferenciar da terceira
pessoa do singular do presente do indicativo.
Ele pôde fazer tudo que
idealizou para si, por isso pode se considerar vitorioso.
j. O verbo pôr, no infinitivo, receberá acento circunflexo para se
diferenciar da preposição por.
Precisou de muito tempo para pôr
ordem no escritório.
Ele viajou por países que não
conhecia.
k. Não mais serão acentuadas as paroxítonas cujas vogais tônicas i e u
forem precedidas de ditongo decrescente. (Mas guaíba e afins, por serem
precedidas de ditongo crescente.)
=feiura, boiuno, baiuca, bocaiuva, cauila, maoismo, taoismo etc.
l. Os verbos aguar, enxaguar, apaziguar, apropinquar, delinquir e
outros que possuem duplo paradigma não serão acentuados quando escolhido o
paradigma de conjugação em que o u é
tônico.
Averigue o que ocorreu.
Espera-se que os esforços do governo apaziguem as comunidades
carentes.
Quando escolhido o outro paradigma, o acento deverá ser empregado,
pois se trata de paroxítona terminada em ditongo.
Averígue o que aconteceu.
Espera-se que o governo apazígue
as comunidades carentes.
m. Não mais receberão acento agudo no u tônico os verbos arguir e
redarguir.
Ele argui muito bem seus alunos;
por que redarguem eles?
Lembrete
Permanece acentuado o i
em arguí, pois tem sua razão na regra de acentuação dos hiatos.
Regras de acentuação gráfica que não sofreram alteração
Acentuam-se:
a. Todas as palavras monossílabas tônicas terminadas em a, e,
o, seguidas ou não de s.
=pá, trás, pé, pó etc.
b. Todas as palavras oxítonas
terminadas em a, e, o (seguidas ou não de s), em
e ens.
=cajá, chalé, cipó, também, parabéns etc.
c. Todas as palavras paroxítonas terminadas em ps, um, uns, r,
us, i, is, x, n,
l, ã, ão e ditongos,
seguidos ou não de s.
=fórceps, álbum, álbuns, caráter, vírus, júri, lápis, fênix, hímen
(himens não é acentuado), hífen (hifens não é acentuado), útil, ímã, bênção,
água, vôlei, cárie, relógio, bíblia etc.
d. Todas as palavras proparoxítonas.
=árvore, álibi, âncora, relâmpago etc.
e. O i e o u tônicos, seguidos
ou não de s, quando formarem hiato
com a vogal anterior (que não seja i
ou u), estiverem sozinhos na sílaba
(ou com s) e não estiverem seguidos
de nh.
=caído, juíza, baú (mas rainha, xiita, sucuuba) etc.
Trema
a. Não mais receberão trema os vocábulos da língua
portuguesa.
=tranquilo, consequência, linguiça, bilíngue,
frequentar, equestre, cinquenta etc.
b. O trema será conservado nas palavras de origem
estrangeira e seus derivados.
=Hübner, hübneriano; Müller, mülleriano etc.
Verbos ligados a substantivos
terminados em -io ou -ia
Serão conjugados de duas maneiras.
Eu negocio/eu negoceio (negócio); Eu premio/eu premeio (prêmio); Eu
agencio/eu agenceio (agência)
Os verbos mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar já se flexionam
em anseio, remedeio, incendeio e odeio e
não admitem outra forma.
O fato de o Acordo contemplar a variante
lusitana não quer dizer que devamos adotá-la, pois tal conjugação não é usual
entre nós.
Hífen
Há, em português, vários processos de composição de palavras; um deles
(o que interessa na questão do hífen) é o processo por justaposição. As
palavras compostas por justaposição unem-se com ou sem hífen e sem perda
fonética, ou seja, nenhuma parte da palavra se aglutina à outra palavra do
composto:
mandachuva, pé de moleque, socioeconômico, contrarrazões, arco-íris
etc.
Nesse grupo de palavras estão inseridos os compostos gerais e os
compostos por prefixação e sufixação. No caso dos compostos gerais, as
alterações foram mínimas; nos compostos por prefixação, as mudanças, muito mais
numerosas, vieram para tornar mais lógico o emprego do hífen. Nem sempre esse
objetivo foi alcançado, mas, em muitos casos, não se pode dizer que não houve
simplificação.
Compostos gerais
Usa-se o hífen
Nas palavras compostas por justaposição que não contêm elementos de
ligação e cujos componentes, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal,
constituem unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo
dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido.
Nessa regra se incluem os compostos formados por elementos repetidos,
com ou sem alternância vocálica ou consonântica de formas onomatopeicas, por
serem de natureza nominal, sem elemento de ligação, por constituírem unidade
sintagmática e semântica e por manterem acento próprio.
Ortografia
ano-luz;
guarda-chuva; reco-reco; arco-íris; guarda-noturno; segunda-feira; blá-blá-blá;
mato-grossense; tio-avô; azul-escuro; médico-cirurgião; trouxe-mouxe; decreto-lei;
norte-americano; turma-piloto; finca-pé; primeiro-ministro; sapo-boi
Nota
Essa regra faz referência explícita aos compostos que não contêm
elementos de ligação, donde se conclui que aqueles que os possuem não são
escritos com hífen: pé de moleque; mão de obra; água de cheiro; cão de guarda;
fim de semana; fim de século; sala de jantar; cor de açafrão; cor de café com
leite etc.
Alguns vocábulos com elementos de ligação e que, por isso, se encaixariam
nessa regra, foram considerados pelos estudiosos como palavras consagradas pelo
uso, daí permanecerem grafadas com hífen: água-de-colônia; arco-da-velha;
cor-de-rosa; mais-que-perfeito; pé-de-meia; ao deus-dará; à queima-roupa.
Nota
Em entrevista ao TRF 1ª Região, o gramático e linguista Evanildo
Bechara, porta-voz da ABL para assuntos relativos ao Acordo, afirmou que,
apesar de essa lista de palavras ser seguida por etc. no texto do Acordo, a ABL
a considerará uma lista fechada (não podendo mais vocábulos serem incluídos em
sua composição) e que, com o passar do tempo, espera-se, essas palavras também
perderão o hífen em sua grafia, integrando-se à regra geral.
Nas palavras compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas,
o hífen deve permanecer, ainda que tenham elementos de ligação.
andorinha-do-mar (zool.); cobra-cabelo (zool.); pé-de-boi (bot.); andorinha-grande
(zool.); cobra-d'água (zool.); pé-de-chumbo (bot.); bem-me-quer (bot.);
ervilha-de-cheiro (bot.); pé-de-galinha (bot.); bem-te-vi (zool.);
fava-de-santo-inácio (bot.); pé-de-bezerro (bot.)
Nota
Não serão escritos com hífen os compostos que, a despeito da
coincidência do nome, não se referem a espécies botânicas ou zoológicas: bico
de papagaio (nariz adunco ou osteófito na coluna vertebral); pé de galinha
(conjunto de rugas no canto externo dos olhos); pé de boi (pessoa muito
trabalhadora); pé de chumbo (indivíduo grosseiro, pesado) etc.
Não se usa o hífen
a. Em compostos por justaposição em que se perdeu a noção de
composição.
=girassol; paraquedas; passatempo; mandachuva; paraquedismo; pontapé.
Nota
O critério de perda de noção de composição, em si mesmo, não
ajuda a saber se o composto é escrito ou não com hífen. Na dúvida, a solução de
sempre: consultar o dicionário.
Nas locuções de qualquer natureza (substantiva, adjetiva, pronominal,
adverbial, prepositiva ou conjuncional), incluindo-se aí as unidades
fraseológicas constitutivas de lexias nominalizadas.
à toa deus nos acuda quem quer que seja
à vontade faz de conta salve-se quem puder
Compostos por prefixação
Usa-se o hífen
a. Em todos os compostos em que o segundo elemento começa por h.
anti-higiênico; extra-humano; semi-hospitalar; arqui-hipérbole;
geo-história; sub-hepático; circum-hospitalar; neo-helênico; super-homem;
contra-harmônico; pan-helenismo; ultra-hiperbólico; eletro-higrômetro;
pré-história; ultra-humano.
b. Nos compostos com os advérbios bem e mal, quando o segundo elemento
começa por vogal ou h.
bem-aventurado; bem-humorado; mal-estar; bem-estar; mal-afortunado;
mal-humorado.
Quando o segundo elemento dos compostos começa por consoante, ao
contrário do advérbio mal, nem sempre os compostos com bem são escritos sem
hífen. Nesses casos, havendo dúvida, a consulta ao dicionário se faz
necessária. Em algumas situações, o advérbio bem aparece aglutinado com o
segundo elemento.
bem-criado (cf. malcriado); bem-vindo; bem-ditoso (cf. malditoso);
bem-visto (cf. malvisto); bem-falante (cf. malfalante); benfazejo; bem-mandado
(cf. malmandado); benfeito (adj e subst.) (cf. bem feito, interj.); bem-nascido
(cf. malnascido); benfeitor; bem-soante (cf. malsoante); benquerença
c. Nos compostos com os elementos além-, aquém-, recém- e sem-.
além-Atlântico; recém-casado; além-mar; recém-nascido; além-fronteiras;
sem-cerimônia; aquém-mar; sem-número; aquém-pireneus; sem-vergonha
d. Nos encadeamentos vocabulares.
divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade; ligação Angola-Moçambique; ponte
Rio-Niterói; voo Tóquio-Paris; percurso Lisboa-Coimbra-Porto; estrada
Minas-Bahia
e. Nos compostos em que o
primeiro elemento termina com a mesma vogal com que se inicia o segundo
elemento.
anti-inflacionário; supra-auricular; eletro-ótica; contra-almirante;
arqui-irmandade; micro-onda; infra-axilar; auto-observação; semi-interno
Nota
Os prefixos re-, pre- e pro-, por coerência e em atenção à tradição ortográfica, nos moldes
do prefixo co-, continuarão se
aglutinando com a palavra que os seguir se iniciada pela mesma vogal desses
prefixos: cooperar, coocupante, reeleição, reeleito, proótico, preencher etc.
Para conferir coerência à regra, a ABL decidiu registrar no Volp apenas a
grafia coerdeiro (a grafia co-herdeiro deixou de ser abonada), à semelhança de
coabitar.
f. Em nomes de lugares iniciados por grão-, grã-, verbo ou se houver
artigo ligando os elementos.
Grã-Bretanha; Baía de Todos-os-Santos; Passa-Quatro; Trás-os-Montes
g. Nas formações com os
prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa
com vogal, m ou n (além de h, regra
geral).
circum-escolar; circum-navegação; pan-mágico; circum-murado;
pan-africano; pan-negritude
Nota
• Quando esses prefixos não forem seguidos de vogal, m, n ou
h, por uma questão de adaptação ortográfica, o n deve ser trocado pelo m, antes
de p e b, como é o caso de pambrasileiro. Obedece ao mesmo princípio de
adaptação a grafia de circuncentro.
h. Nos compostos em que o segundo elemento começa com a mesma
consoante com que termina o primeiro elemento.
sub-base; sub-bibliotecário; ad-digital etc.
i. Nos compostos com os prefixos hiper-, inter-, super-, sub-, ad- e
ab- antes de r.
hiper-requintado; sub-região; sub-rogar; inter-resistente; sub-reino;
ad-renal; super-revista; sub-reitoria; ab-rogar
j. Nos compostos com os prefixos ex- (estado anterior), sota-, soto-
(debaixo), vice-, vizo- (vice- no português antigo).
ex-presidente; ex-marido;
soto-mestre; ex-diretor; ex-hospedeiro; vice-reitor; ex-primeiro-ministro;
sota-piloto; vizo-rei
l. Nos compostos com os prefixos pós-, pré- e pró- (tônicos) antes de
palavra com vida própria.
pós-adolescência; pré-escolar; pró-africano; pós-graduação; pré-natal;
pró-europeu
Nota
• O conceito “vida própria” não parece preciso no texto do
Acordo. A correta grafia de palavras com esses prefixos deve, quando houver
dúvida, ser verificada nos dicionários.
Não se usa o hífen
m. Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o segundo
elemento começa por r ou s. Nesse caso, o r ou o s será dobrado, para
conservação do som original da palavra. Algumas palavras do português já eram
escritas segundo essa regra antes do Acordo: biorritmo, biossatélite,
eletrossiderurgia, microrradiografia etc.
antirreligioso; contrarrazões; cosseno; antissemita; extrarregular;
infrassom; autorretrato; microrradiologia; contrassenha; contrarregra;
microssistema; minissaia
n. Nas formações em que o primeiro elemento do composto termina com
vogal diferente da vogal com que o segundo vocábulo é iniciado.
Autoestrada; extraescolar; plurianual; Coeducação; infraestrutura;
socioambiental
o. Nas expressões latinas quando não aportuguesadas: ab ovo, ad
immortalitatem, habeas corpus, habeas data, carpe diem, in octavo, mas
in-oitavo (aportuguesada).
Compostos por sufixação
Nas formações por sufixação só se emprega o hífen em vocábulos
terminados por sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas.
amoré-guaçu; andá-açu; Ceará-Mirim; anajá-mirim; capim-açu;
ceará-mirinense
Emprego de maiúsculas e
minúsculas iniciais
Uso de minúsculas
a. Em todos os vocábulos da língua de uso corrente.
As partes foram intimadas a
comparecer à audiência de instrução e julgamento.
b. Em nomes de dias, meses e estações do ano.
domingo, janeiro, primavera etc.
c. Nas palavras fulano,
beltrano e sicrano.
Se você, fulano, beltrano e
sicrano quiserem o mesmo livro, não haverá livros para todos vocês.
d. Nos pontos cardeais quando não usados absolutamente.
No sul do Brasil, o clima é mais
ameno que no Nordeste.
Uso de maiúsculas
e. Nos nomes próprios de pessoas, reais ou fictícias.
João, Branca de Neve, Maria, D. Quixote etc.
f. Nos nomes próprios de lugares, reais ou fictícios.
Manaus, Brasília, Atlântida, Pasárgada etc.
g. Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos.
Vênus, Afrodite, Zeus, Minotauro etc.
h. Nos nomes de instituições.
Instituto Nacional do Seguro Social; Organização das Nações Unidas; Cruz
Vermelha; Organização Mundial de Saúde
i. Nos nomes de festas e festividades.
Natal; Carnaval; Páscoa; Ano-Novo; Dia de Todos os Santos; 7 de
Setembro
j. Nos títulos de periódicos (devem vir em itálico).
O Estado de S. Paulo; Folha de S. Paulo; Correio Braziliense; Veja
k. Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados
absolutamente, e em sua abreviatura.
O Sul é a região mais fria do Brasil.
Pontos cardeais
E: este ou leste; O ou W: oeste; N: norte; S: sul
Pontos colaterais
NE: nordeste; SE: sudeste; NO ou NW: noroeste; SO ou SW: sudoeste
Pontos subcolaterais
ENE: lés-nordeste NNO/NNW: nor-noroeste; ESE: lés-sudeste SSO/SSW:
su-sudoeste; SSE: su-sudeste OSO/WSW: oés-sudoeste; NNE: nor-nordeste ONO/WNW:
oés-noroeste
l. Em siglas, símbolos ou
abreviaturas.
ONU; MEC;ABL; K (potássio);Unesco; H (hidrogênio)
m. Nos bibliônimos – o uso de maiúsculas é obrigatório apenas no
primeiro elemento; nos demais, é facultativo, a não ser que seja substantivo
próprio.
Casa-grande e Senzala ou Casa-grande e senzala; Memórias de um
Sargento de Milícias ou Memórias de um sargento de milícias; A Hora e a Vez de
Augusto Matraga ou A hora e a vez de Augusto Matraga
ATENÇÃO
Se a sigla for composta por mais de três letras e puder ser pronunciada
como palavra, poderá ser escrita com todas as letras maiúsculas ou apenas com a
primeira letra em caixa alta: UNESCO ou Unesco; INCRA ou Incra; CAESB ou Caesb
etc
n. Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente
reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em
maiúsculas:
FAO, NATO, ONU; H2O, Sr., V. Exª.
Nota
Nos bibliônimos, os conectivos (preposições e conjunções) e artigos
nunca devem ser escritos em caixa alta (a não ser que encabecem o título).
Também os bibliônimos devem vir em itálico.
Uso facultativo de maiúsculas
o. Nas formas de tratamento,
expressões de reverência e hagiônimos.
Senhor ou senhor (Sr. ou sr.); Dona ou dona (D. ou d.); Doutor ou
doutor (Dr. ou dr.); Vossa Excelência ou vossa excelência (V. Exa. ou v. exa.);
Papa ou papa; Santa ou santa; Desembargador ou desembargador; Juiz Federal ou
juiz federal
p. Nos nomes que designam domínios do saber, cursos ou disciplinas.
Português ou português; Artes Plásticas ou artes plásticas; Matemática
ou matemática; Filosofia ou filosofia; Direito ou direito; Geografia ou geografia
q. Nas palavras usadas em categorizações de logradouros públicos, de
templos e de edifícios.
Palácio da Alvorada ou palácio da Alvorada; Igreja de Nossa Senhora da
Candelária ou igreja de Nossa Senhora da Candelária; Rua 25 de Março ou rua 25
de Março; Edifício Oscar Niemeyer ou edifício Oscar Niemeyer
Apóstrofo
a. Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos
os Santos.
b. Para separar contrações ou aglutinações em formas pronominais
maiúsculas relativas a entidades religiosas.
Confio n'Ele. (referindo-se a Deus)
c. Para marcar a elisão das vogais finais o e a de santo e santa com o
início de seu nome e também em nomes próprios de pessoas.
Sant'Ana, Pedr'Álvares, Nun'Álvares etc.
d. Para marcar, no interior de certos vocábulos, a elisão do e da
preposição de em combinação com substantivos.
cobra-d'água, estrela-d'alva etc.
e. Em versos de poemas, para
compor a métrica.
Minh'alma, de sonhar-te, anda
perdida.
Meus olhos andam cegos de te
ver!
Não és sequer a razão do meu
viver.
Pois que tu és já toda a minha
vida! (Florbela Espanca)
DA DIVISÃO SILÁBICA
A divisão silábica, que em
regra se faz pela soletração (a-ba-de, bru-ma, cacho, lha-no, ma-lha, ma-nha,
má-xi-mo, ó-xi-do, ro-xo, te-me-se), e na qual, por isso, se não tem de atender
aos elementos constitutivos dos vocábulos segundo a etimologia (a-ba-li-e-nar,
bi-sa-vó, de-sa-pa-re-cer, di-sú-ri-co, e-xâ-ni-me, hipera-cús-ti-co, i-ná-bil,
su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do), obedece a vários preceitos particulares, que
rigorosamente cumpre seguir, quando se tem de fazer em fim de linha, mediante o
emprego do hífen, a partição de uma palavra:
1. São indivisíveis no interior de palavra, tal como inicialmente, e
formam, portanto, sílaba para a frente as sucessões de duas consoantes que
constituem perfeitos grupos, ou sejam (com exceção apenas de vários compostos
cujos prefixos terminam em h, ou d: ab- legação, ad- ligar, sub- lunar, etc.,
em vez de a-blegação, a-dligar, su-blunar, etc.) aquelas sucessões em que a
primeira consoante é uma labial, uma velar, uma dental ou uma labiodental e a
segunda um l ou um r: ablução, cele-brar, du-plicação, re-primir; a-clamar,
decreto, deglutição, re-grado; a-tlético, cáte-dra, períme-tro; a-fluir,
a-fricano, ne-vrose.
2. São divisíveis no interior da palavra as sucessões de duas
consoantes que não constituem propriamente grupos e igualmente as sucessões de
m ou n, com valor de anasalidade, e uma consoante: ab-dicar, Ed-gordo, op-tar,
sub-por, absoluto, ad-jetivo, af-ta, bet-samita, íp-silon, ob-viar; des-cer,
dis-ciplina, flores-cer, nas-cer, res-cisão; ac-ne, ad-mirável, Daf- ne,
diafrag-ma, drac-ma, ét-nico, rit-mo, sub-meter, am-nésico, interam- nense;
bir-reme, cor-roer, prorrogar; as-segurar, bis-secular, sos- segar; bissex-lo,
contex-to, ex-citar, atrozmente, capaz-mente, infeliz- mente; am-bição,
desen-ganar, en-xame, man-chu, Mân-lio, etc.
3. As sucessões de mais de duas consoantes ou de m ou n, com o valor
de nasalidade, e duas ou mais consoantes são divisíveis por um de dois meios:
se nelas entra um dos grupos que são indivisíveis (de acordo com o preceito
1º), esse grupo forma sílaba para diante, ficando a consoante ou consoantes que
o precedem ligadas à sílaba anterior; se nelas não entra nenhum desses grupos,
a divisão dá-se sempre antes da última consoante. Exemplos dos dois casos:
cambraia, ec-tlipse, em-blema, ex-plicar, in-cluir, ins-crição, subs-crever,
transgredir; abs-tenção, disp-neia, inters-telar, lamb-dacismo, sols-ticial,
Terp-sícore, tungs-tênio.
4. As vogais consecutivas que não pertencem a ditongos decrescentes
(as que pertencem a ditongos deste tipo nunca se separam: ai-roso, cadei-ra,
insti-tui, ora-ção, sacris-tães, traves-sões) podem, se a primeira delas não é
u precedido de g ou q, e mesmo que sejam iguais, separar-se na escrita:
ala-úde, áreas, coapeba, co-ordenar, do-er, flu-idez, perdo-as, vo-os. O mesmo
se aplica aos casos de contiguidade de ditongos, iguais ou diferentes, ou de
ditongos e vogais: caiais, caí-eis, ensaí-os, flu-iu.
5. Os digramas gu e qu, em que o u se não pronuncia, nunca se separam
da vogal ou ditongo imediato (ne-gue, ne-guei; pe-que, pe-quei, do mesmo modo que
as combinações gu e qu em que o u se pronuncia: á-gua,
ambí-guo, averigueis; longín-quos, lo-quaz, quais-quer.
6. Na translineação de uma palavra composta ou de uma combinação de
palavras em que há um hífen, ou mais, se a partição coincide com o final de um dos
elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da
linha imediata: ex-alferes, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice-
-almirante.
Hífen
Nessa oportunidade vamos dar sequência a essa nova mudança no item que
sofreu muitas alterações o hífen. De uso controvertido desde sempre, o emprego
do hífen, mesmo com as novas regras definidas pelo recente Acordo Ortográfico,
continua criando dificuldades para a compreensão do usuário da língua
portuguesa. Assim, pensei, nesta aula, disciplinar tal uso, procurando
sistematizar essa questão de forma mais clara e didática.
Para tal propósito, dividirei a discussão do seu emprego em duas
etapas, sob os seguintes rótulos gerais: emprego do hífen; e formas de grafia.
Em cada seção, aparecem exemplos e, às vezes, algumas justificativas
consideradas necessárias ao esclarecimento dos tópicos apresentados. Vejamos:
Emprego do hífen
■ Com
prefixo, usa-se o hífen diante de palavras iniciadas por h.
Exemplos: anti-higiênico, anti-herói, mini-hotel, sobre-humano,
super-homem, subhumano.
■ Não se
utiliza o hífen quando a vogal final do prefixo ou falso prefixo e a inicial do
segundo elemento for diferente.
Exemplos: antiaéreo, autoaprendizagem, autoescola, coautor,
extraescolar, hidroelétrico, infraestrutura, plurianual, semianalfabeto.
Observação
Sempre que a vogal final do prefixo e a inicial do segundo
elemento forem iguais, deveremos usar o hífen.
Exemplos: anti-inflacionário, auto-observação, contra-ataque,
infra-axililar, microorganismo, micro-ondas, semi-internato.
Exceção: o prefixo co justapõe-se, em
geral, ao segundo elemento, mesmo que este se inicie por o: cooperação, coordenar,
cooptar etc.
■ Escrevem-se
sem hífen as palavras formadas por prefixo ou falso prefixo terminado em vogal,
tendo o segundo elemento começado por consoante:
Exemplos: autopeças, coprodução, microcomputador, minimercado,
pseudopensador, semicírculo, seminovo, ultravioleta.
■ Não se
emprega o hífen nas formações que tenham o prefixo ou falso prefixo terminado
em vogal e o segundo elemento iniciado por r
ou s. Nesse caso, duplicam-se essas
consoantes.
Exemplos: antirreligioso, contrassenso, macrorregião, microrregião,
macrossistema, microssaia, minissaia, neorrealismo, ultrassonografia.
■ Usa-se
hífen com os prefixos hiper, inter e super quando o segundo elemento começa com
r.
Exemplos: hiper-realista,
inter-regional, super-resistente.
Nos demais casos, escreve-se sem hífen.
Exemplos: hiperacidez, hipermercado, interestadual, intermunicipal,
superaquecimento, superexigente, superinteressante, supermercado.
■ Com o
prefixo sub, o hífen se impõe diante de palavras iniciada por b, h
ou r.
Exemplos: sub-base, sub-bibliotecário, sub-humanidade, sub-região,
sub-raça.
Nos demais casos, escreve-se sem hífen.
Exemplos: subárea, subitem, subprefeitura.
■ Usa-se
hífen nos compostos com além, aquém, recém e sem.
Exemplos: além-mar, além-mundo; aquém-mar, aquém-pirineus; recém-nascido;
recém-nomeado; sem-casa, sem-cerimônia.
■ Com circum
e pan, o hífen se impõe diante de palavras iniciadas por h, m, n ou vogal.
Exemplos: circum-hospitalar,
circum-mediterrâneo, circum-navegação, vircum-uretral; pan-americano,
pan-helenista, pan-negritude.
Algumas formações com a respectiva grafia:
Ab
ab-rogação, ab-rogante, ab-rogar, ab-rogatório, ab-rupto, abrupto
ante
antebraço, antebraquial, antecâmara, ante-hipófise, anteislâmico, antenupcial,
anteontem, anteprojeto, antessala
anti
antiácido, antiaderente, antiaéreo, antiamericano, antibacteriano, anticlímax,
anticonstitucional, anticomunismo, antidemocrático, antidisentérico, antidistônico,
antidoping, antieconômico, antiespasmódico, antiesportivo, antiético, anti-herói,
anti-higiênico, anti-histamínico, anti-horário, anti-imperialismo, anti-inflamatório,
antiofídico, antirrábico, antirrugas, antirruído, antissecretório, antissegregacionista,
antissemita, antisséptico, antissísmico, antissocial, antitérmico
arqui
arquicéfalo, arquichanceler, arquiepiscopal, arqui-hipérbole, arqui-inimigo,
arqui-irmandade, arquimilionário, arquiministro, arquirrival, arquisseguro
auto
autoadesivo, autoanálise, autocensura, autodefesa, autoescola, autoestima,
autoestrada, autoexame, autoimunidade, automedicar-se, autopeças, autopista, autorretrato,
autosserviço, autossuficiente, autossugestão, autossustentável
bem
bem-apessoado, bem-aventurado, bem-disposto, bem-dotado, bem-educado, bem-estar,
bem-humorado, bem-nascido, bem-posto, bem-vestido, bem-vindo, bem-visto
bi
bicama, bicampeão, bicentenário, bimotor, biovular, bipartidário, bipolar,
birradial, birrefração, birrefringência, birrelatividade, bisseção, bissetriz, bissextil,
bissexto, bissexual, bissimétrico, bissulfeto
bio
biociência, biocombustível, biodiesel, bioengenharia, bioética, biomolecular,
biopirataria, biorreologia, biorritmo, biossistema, biossociológico, biossurfactante
circum
circum-adjacente, circum-escolar, circum-hospitalar, circum-navegação,
circumpercorrer, circum-uretral
co
coabitar, coautor, coautoria, coedição, coeditar, coerdeiro, coexistir,
coordenar, cosseno, comorbidade
contra
contrabaixo, contracapa, contracheque, contracorrente, contragosto, contraindicação,
contraindicar, contraofensiva, contraoferta, contraordem, contraproducente, contraprova,
contrarrevolução, contrassenso
entre
entreato, entrecesa, entreguerras, entre-hostil, entrenublar-se, entreposto,
entrerriano, entrerriense, entressafra, entresseio, entressemear, entressola
ex
ex-aluno, ex-marido, ex-mulher, ex-noiva, ex-patrão, ex-prefeito, ex-presidente
extra
extra-abdominal, extra-axilar, extraclasse, extraescolar, extralinguístico,
extraoficial, extraordinário, extrarregulamentar, extrasseco, extrassensorial, extrassístole,
extraterrestre
foto
fotoalergia, fotocartográfico, fotocatálise, fotocelular, fotodispositivo,
fotodissociação, fotoelasticidade, fotoelétron, fotofobia, fotograma, fotointerpretação,
fotoionização, fotojornalismo, fotomacrográfico, fotomicrografia, fotomontagem,
fotonovela, fotorreceptor, fotorreportagem, fotossensível, fotossíntese, fotossistema
gastro
gastrenterite, gastrenterologia, gastroduodenal, gastroduodenostômico,
gastroenterite, gastroenterocolite, gastroenterologia, gastrointestinal, gastroparalisia,
grastrenterocolite, grastrintestinal, gastrorreia
hipo
hipoalergênico, hipoalérgico, hipobranquial, hipocalemia, hipoderme, hipodesenvolvimento,
hipoglicemia, hipoinosemia, hipoparatireoidismo, hipoparatiroidismo, hipopatológico,
hipossensibilidade, hipossuficiente, hipossulfito, hipotireoidismo
hiper
hiperacidez, hiperacústico, hiperagressividade, hiperbraquicefalia, hipercorreção,
hiperespacial, hiperestesia, hiperexcitabilidade, hiperfibrinogenemia, hiperglicemia,
hiper-hedonismo, hiper-hidrose, hiperinflação, hiperirritabilidade, hipermenorreia,
hipermercado, hipermetropia, hipermobilidade, hipernuclear, hiper-realismo, hiper-rugoso,
hipersaturado, hipersecreção, hipersensível, hiperurbanismo
infra
infra-assinado, infra-axilar, infradotado, infraestrutura, infraglótico,
infra-hepático, infra-hioide, inframandibular, inframencionado, inframolecular,
infraorbitário, infrarrenal, infrassom, infratemporal, infraumbilical, infravermelho
inter
interclube, intercomunicar-se, interestadual, interface, interinstitucional,
interpartidário, inter-racial, interregno, inter-relação, inter-relacionar
intra
intracraniano, intraespecífico, intra-hepático, intramedular, intramuros,
intramuscular, intraocular, intraósseo, intraperitoneal, intrapulmonar, intrarracial,
intrassocial, intrauterino, intravascular, intravenoso
macro
macroanálise, macrobiótico, macrocefalia, macrocosmo, macroeconomia, macrorregião,
macrossaia, macrossegmento, macrossocial, macrovisão
maxi
maxidesvalorização, maxissaia, maxivestido, maxirreação
mega
megabyte, megaciclo, megaempresa, megaesôfago, megaevento, megafone, megagametófito,
mega-hertz, megainvestidor, megaoperação, megarregião, megassalário, megassena,
megassistema, megassucesso
meta
meta-análise, metacronismo, metaeurística, meta-heurística, metalinguagem,
metapsíquico, metarreportagem, metarrodopsina, metassemia, metassíncrise
micro
microbiologia, microcirurgia, microcosmo, microeconomia, microempresa,
microenergia, micro-história, micro-ondas, micro-ônibus, micro-organismo, microprocessador,
microrganismo, microrregião, microrreprodução, microssaia, microssérie, microssistema
mini
miniauditório, minicalculadora, minidicionário, mini-homem, minijardim,
minirreforma, minirregião, minissaia, minissérie, minissubmarino
multi
multiarticulado, multiembrionário, multifuncional, multi-intencionalidade,
multilateral, multinacional, multipartidário, multirracial, multissecular
neo
neocapitalismo, neoformativo, neo-hegeliano, neo-helênico, neoimperialista,
neolatino, neo-ortodoxo, neorrealismo, neossimbolista, neossocialismo
pan
pan-americano, pan-blástico, pandemoníaco, pangermanista, pan-helenista,
pan-mítico, pan-oftálmico, pan-urbanismo
peri
perianal, periápice, perilinfa, perimedular, perinasal, perinatal, perineural,
perineuro, periodontal, periodontite, periodontoclasia, periodontose, perioftálmico,
perioftálmico, periorbital, periósseo, perirradicular, perirrenal, perissístole,
perissomático
pós
pós-abdômen, pós-adolescência, pós-alveolar, pós-auricular, poscefálico,
pós-comunismo, pós-cranial, pós-datado, pós-diluviano, pós-dorsal, pós-doutorado,
pós-eleitoral, pós-embrionário, pós-escrito, pós-estruturalismo, posfácio, pós-graduação,
pós-guerra, pós-hipnótico, poslúdio, pós-moderno, pós-operatório, pós-parto, posponto,
pospor, pós-socrático, postônico
pré-
pré-classificado, preconceito, pré-datar, predestinar, predispor, predisposição,
predizer, pré-eleitoral, pré-escolar, preestabelecer, pré-estreia, preexistir, prefixação,
pré-história, premeditar, pré-menstrual, pré-moldar, pré-natal, pré-nupcial, pré-olímpico,
pré-operação, pré-operatório, pré-molar, pré-parto, pré-socrático
pró-
pró-americano, proatividade, proativo, pró-cassação, procônsul, pró-diretas,
proeminente, progenitora, pró-labore, pró-socialismo
proto
protoariano, protoeslavo, proto-história, proto-histórico, protoindustrialização,
protolíngua, protonefrídeo, proto-oncogene, proto-organismo, protoplasma, protoplasmático,
protoporfirina, protorrevolução, protorromântico, protossatélite, protossolar, prototipográfico,
prototraqueado
pseudo
pseudoartrite, pseudocultura, pseudoefedrina, pseudoestrela, pseudo-hemofilia,
pseudo-hermafrodita, pseudo-história, pseudo-histórico, pseudoimunização, pseudomorfismo,
pseudo-occipital, pseudo-ortorrômbico, pseudoparênquima, pseudorrevelação, pseudorrubi,
pseudossábio, pseudossigla, pseudossufixo
re
reabastecer, recorrigir, reeditar, reeducar, reelaborar, reeleger, reembolsar,
reencarnar, reengenharia, reenviar, refilmar, remexer, repassar, ressecção, ressignificar,
ressocializar
recém
recém-aberto, recém-casado, recém-chegado, recém-convertido, recém-descoberto,
recém-formado, recém-nascido, recém-nomeado, recém-saído, recém-talhado
retro
retroagir, retroalimentação, retroativo, retrocognição, retrocognitivo,
retroesternal, retrofoguete, retrogradação, retroinjeção, retromandibular, retro-ocular,
retroperitoneal, retroperitonial, retroperitônio, retroposição, retroprojetor, retropropulsão,
retrorreflexão, retroviral, retrovírus
semi
semianalfabeto, semiárido, semiautomático, semicerrar, semicírculo, semideus,
semieixo, semifinal, semi-hidrato, semi-internato, semimorto, semiprecioso, semirreta,
semissintético, semivogal
sobre
sobreaviso, sobre-humano, sobreimpressão, sobreloja, sobremaneira, sobrepasso,
sobressair, sobressalente
sub
subaquático, sub-base, subchefe, subclasse, subdelegado, subdiretor, subemprego,
sub-humano, subitem, sublingual, sublixar, suboficial, subprefeitura, sub-regional,
sub-reptício, sub-rogar, subtenente, subtropical, subutilizar
super
supercampeão, superdotado, superespecial, superestrutura, superexposição,
superfaturamento, super-herói, super-homem, supermercado, superocupado, superprodução,
superquadra, super-reação, super-realismo, supersônico, supervalorizado
supra
supra-atmosférico, supracelestial, supraesofágico, supraestrutura, supra-hepático,
supra-humano, suprainguinal, supranatural, supraorbital, suprapartidário, suprarregional,
suprarrenal, suprassensível, suprassumo, supraumbilical
tele
teleaula, telecine, telecomunicação, teleconferência, tele-educação, telemarketing,
teleobjetiva, telessala, telessena
trans
transalpino, Transamazônica, transatlântico, transcodificador, transnacional,
transpassar (traspassar), transplantar
ultra
ultra-aquecido, ultracentrifugação, ultracorreção, ultrademocrático, ultraelegante,
ultraenergético, ultra-humano, ultraindependente, ultraleve, ultramar, ultraobscuro,
ultraortodoxia, ultrapassagem, ultrarradical, ultrassom, ultrassonografia, ultravioleta
vídeo
Videoarte, videoaula, videocassete, videoclube, videoconferência, videogame,
videojogo, videolaparoscopia, videolocadora
Desde a oficialização do Acordo Ortográfico, vê-se que o hífen é,
ainda hoje, mesmo com a reforma, maciçamente empregado e atende a maioria dos
casos, havendo apenas sua eliminação em duas situações muito específicas: primeiro
quando, no caso amplo dos derivados, o prefixo termina por vogal e o segundo
elemento se inicia pelas consoantes r e s (caso de autorretrato ou
autosserviço); e segundo quando, entre o prefixo e o segundo elemento, não há
coincidência de vogais (autoestrada), ou a vogal depara com uma consoante
(anticomunista), ou simplesmente não há vogais, mas apenas consoantes
(hipermercado). A ocorrência longa-metragem tem hífen porque se trata, sim, de
um composto, e não de um derivado. Em princípio, todos os compostos por
justaposição têm hífen; já os derivados ora têm, ora não têm.
A dúvida que possa existir quanto à eliminação ou não do hífen se
prende, portanto, apenas a casos de derivação prefixal, e não envolve casos de
composição por justaposição, em que, em geral, sempre se apresenta hífen
(assim, temos, por um lado, os compostos hispano-americano e guarda-roupa — as
exceções seriam mandachuva, paraquedas, paralama, parachoque e paravento —,
claros exemplos de composição por justaposição, enquanto, por outro lado, temos
hipoícone, sem hífen, e anti-intelectualismo, com hífen, termos que
exemplificam casos de derivação prefixal).
Referências bibliográficas:
ACORDO ORTOGRÁFICO DA
LÍNGUA PORTUGUESA: Resolução nº 17, de 7 de maio de 2008. Recife: Construir,
2008.
MANUAL DA NOVA
ORTOGRAFIA. São Paulo: Ática/Scipione, ago. 2008.
FERREIRA, Aurélio
Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI: o dicionário da língua portuguesa.
3. ed. totalmente rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
HOUAISS, Antônio;
VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2001.