"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Eloiza Aparecida Wilhelms
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Os anos passam, o mundo modifica-se e a linguagem continua sendo o principal suporte de ensino, o que torna a escola, por si só, um espaço de comunicação. Não é possível pensar em educação sem pensar em comunicação. Como instrumento, como meio, nascem de necessidades humanas.
Toda educação faz-se através da comunicação, seja ela falada, escrita ou gesticulada. Através da troca, do compartilhamento de idéias, sentimentos, da transmissão e da recepção de informação, vamos constituindo e construindo a nossa história e a história da humanidade. O que pensamos e o que somos é resultado da nossa educação, que passa pelas nossas possibilidades de comunicação.
A educação e a comunicação são processos inseparáveis e a relação entre elas é bastante complexa. Elas são inerentes ao processo de humanização. E como necessidade humana, elas podem ser exploradas tanto para a libertação como para a manipulação.
É impressionante como na escola, lugar por excelência de crescimento e educação, a comunicação tem sido tão mal explorada. As melhores empresas do mundo há tempos vêm se debruçando sobre a questão para garantir seu espaço no mercado; várias são as publicações e estudos a respeito do assunto, indicando a mesma como chave do sucesso. E a escola? Qual o espaço, o tempo que tem tirado para discussão e estudo sobre o assunto? Pode-se dizer que a escola de hoje será tanto mais eficiente, quanto maior for sua capacidade de explorar e desenvolver a comunicação.
O ser humano nasce predisposto para a comunicação nos diversos níveis em que ela pode acontecer. Choramos, gesticulamos, cantamos, ouvimos, posicionamos o corpo, etc. São incontáveis as formas encontradas pelo ser humano para se fazer entender e estabelecer contatos, dar ou receber alguma informação.
A comunicação mais primitiva entre as pessoas acontece no plano físico: é o contato da criança com a mãe. Esse primeiro contato leva a criança à percepção de que ela não está sozinha no mundo e que necessita da comunicação para se fazer entender. Daí por diante, todos os nossos contatos nos ajudam a superar a solidão do dia-a-dia, a estabelecer relações, a nos tornar mais humanos.
O desenho, a escrita, a comunicação telegráfica, radiofônica, televisiva e midiática são alguns dos caminhos percorridos pelo homem na tentativa de conseguir maior eficiência no processo da comunicação.
A comunicação é um processo ou sucessão de fenômenos ligados à troca de mensagens. O sucesso ou fracasso na comunicação não pode ser atribuído a um único fator, uma vez que no processo de comunicação intervêm vários elementos (emissor, receptor, codificação, ruídos...).
Um exemplo conhecido que demonstra a complexidade da comunicação é o jogo do “telefone sem fio”, no qual uma pessoa sussurra uma mensagem no ouvido de outra, que sussurra a mensagem à próxima, e assim por diante. Inevitavelmente, quando a última pessoa diz a mensagem em voz alta, ela é bastante diferente da primeira a ser sussurrada. O emissor pode mandar uma mensagem, mas os receptores podem “ouvir” ou receber uma mensagem diferente.
Desta forma, não basta assegurar que a comunicação ocorra, é preciso fazer com que o conteúdo seja efetivamente aprendido pelos envolvidos no processo, para que estes estejam em condições de usar o que é informado de forma eficaz.
O trabalho permeado pelo diálogo, pela escuta é muito importante, pois a comunicação interpessoal, que se dá na constituição dos relacionamentos, é imprescindível para o bom andamento da escola, porque a mesma exerce influência no clima organizacional. As vibrações e as questões individuais acabam refletindo no coletivo.
As formas mais utilizadas de comunicação são: falar, escrever, ouvir, ler e a linguagem dos sinais. Mas uma quantidade substancial de comunicação interpessoal ocorre através de comunicação não-verbal, a transmissão de mensagens por meios que não palavras. Segundo Davis (1979): (...) grande parte da verdadeira comunicação humana se passa num nível abaixo da consciência, nível em que a relevância das palavras é apenas indireta. (...) somente uns 35% do significado social de qualquer conversa corresponde às palavras pronunciadas.
As relações na escola necessitam de linguagem compreensível para que se estabeleça o entendimento comum. A própria definição de comunicação envolve participação, transmissão troca de conhecimento e experiências. Da eficácia dessa comunicação depende o resultado do desempenho da escola, em todos os sentidos: desempenho do aluno, crescimento e sustentabilidade da escola.


Referências:
BIERCK, Richard. Comunicação pessoal impecável. Como ouvir. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DAVIS, Flora. Comunicação não verbal. Tradução Antonio Dimas. São Paulo: Summus, 1979.
DUBRIN, Andrew J. Princípios de administração. Tradução Roberto Minadeo. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996.

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