O governo, além disso, movido por uma visão pragmática do conhecimento cientifico, tomou uma série de medidas culturais e educacionais a fim de dinamizar a produção de matérias-primas na colônia em beneficio da metrópole, entre as quais o apoio à constituição de academias cientificas e literárias, e a criação de instituições educacionais e aulas voltadas para estudos práticos e científicos.
Com o intuito de reforçar os elos entre a colônia e a metrópole, a Coroa incentivou a ida de brasileiros para estudar na universidade de Coimbra. (...) Tais iniciativas educacionais e cientificas, no entanto, foram marcadas por seu caráter pragmático e circunstancial. Dessa forma, não levaram a um progresso cientifico expressivo e não alteraram, na prática, nem a tendência de desprestigiar a educação escolar, nem a dependência, em termos de ensino superior, em relação à universidade de Coimbra.
Além disso, as reformas enfrentaram problemas, estabelecendo-se uma grande distância entre as intenções legais e a realidade. O ensino, do nível das primeiras letras ao secundário, passou a ser ministrado sob a forma de aulas avulsas, fragmentando o processo pedagógico. Faltavam professores, manuais e livros sugeridos pelos novos métodos. Os recursos orçamentários foram insuficientes para custear a educação pública, havendo atrasos nos salários dos mestres. A Coroa, em determinadas ocasiões, chegou mesmo a delegar aos pais a responsabilidade pelo pagamento dos mestres. Isso mostra com a educação, tornada pública pela lei, esteve em grande parte privatizada.
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Luiz Carlos Vivalta
O que se fala e o que se lê: língua, instrução e leitura.
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