"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O português falado em Portugal

Acento
Um dia, no Brasil, o Jô Soares entrou num táxi e o motorista, que era um português, foi logo o reconhecendo. O Jô, brincalhão, perguntou como ele descobrira. E o motorista respondeu: pelo seu acento. E não estava se referindo ao bumbum do Jô, mas sim ao sotaque.

Banheiro
Jamais, em momento algum, diga que quer ir a um banheiro. Dizer isso significa que você quer ir ao encontro do salva-vidas, aquele que fica na praia de camiseta branca com uma cruz vermelha no peito. E, se for mulher, a salva-vidas atende pelo sugestivo nome de banheira.

Bicha
Esta é a bicha mais famosas das diferenças. Todo mundo sabe que bicha é fila em Portugal.

Carcaça
O Pãozinho com que se fazem sanduíches. E que vem na mesa, nas refeições, nos restaurantes. E atenção: jamais recuse o pão nos restaurantes. Mesmo que você não o coma, e eles não vão cobrar, mas deixe o pão lá. Eles acham que, desde que Cristo colocou o pão na mesa, é uma tradição comer o pão ali. Quer irritar o garçom é mandá-lo levar o pão de volta.

Casa de banho
Mesmo que você não tenha chuveiro, mesmo que seja um lavabo, todo banheiro chama-se casa de banho. Deve haver aqui também uma influencia moura, com suas casas de banho. Não esquecer que os romanos também estiveram lá com suas saunas e termas. No Alcântara Café tem uma belíssima casa de banho masculina. Você já sabe, ir ao banheiro significa ir conversar, na praia, com o salva vidas.

Do pé para a mão
É exatamente o nosso de uma hora para outra.

Drogaria
Atenção, pois não é uma farmácia. Vende todo tipo de drogas (não alucinógenas), menos remédios. É uma espécie de armarinho e tem em quase todas as esquinas. Vende material de limpeza, vaso de plantas, capacho, cabide, martelo, comida de passarinho, vassoura etc.

Estendal
Não é aquele escritor francês de O Vermelho e o Negro. É varal mesmo! Acho que, da mesma maneira que Portugal não estava preparado para tanto carro, não estava também para tanta roupa. Assim como nos apartamentos não têm garagem, não tem área de serviço. As roupas ficam todas penduradas para fora. Dão uma certo ar siciliano às ruas, muito bonito.

Fato
Não confundir fato com facto. Facto é o acontecimento, e fato, aquilo que você veste para ir a certos acontecimentos. De facto, fato é o terno.

Gelado
No verão, as crianças não saem das geladeiras. É a primeira palavra que aprendem em Portugal. Sorvete.

Impedido
Nada a ver com futebol, onde impedido é fora-de-jogo. Impedido em Portugal é quando o telefone está ocupado.


PRATA, Mário. Dicionário de Português – “Schifaizfavoire”. 17. ed. São Paulo: Globo, 1997

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

AMISTAD

Costa de Cuba, 1839. Dezenas de escravos negros se libertam das correntes e assumem o comando do navio negreiro La Amistad. Eles sonham retornar para a África, mas desconhecem navegação e se vêem obrigados a confiar em dois tripulantes sobreviventes, que os enganam e fazem com que, após dois meses, sejam capturados por um navio americano, quando desordenadamente navegaram até a costa de Connecticut. Os africanos são inicialmente julgados pelo assassinato da tripulação, mas o caso toma vulto e o presidente americano Martin Van Buren (Nigel Hawthorn), que sonha ser reeleito, tenta a condenação dos escravos, pois agradaria aos estados do sul e também fortaleceria os laços com a Espanha, pois a jovem Rainha Isabella II (Anna Paquin) alega que tanto os escravos quanto o navio são seus e devem ser devolvidos. Mas os abolicionistas vencem, e no entanto o governo apela e a causa chega a Suprema Corte Americana. Este quadro faz o ex-presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins), um abolicionista não-assumido, sair da sua aposentadoria voluntária, para defender os africanos.
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Uma ótima sugestão de filme

O SOLDADO E O POETA

Um olhar, um sorriso, uma promessa
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Tantas coisas lindas que o tempo apagou
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Mesmo sob um acompanhamento incessante
como a dedicação de um soldado
que observa, que protege, que se entrega
incondicionalmente ao seu bem maior:
o amor...
e por ele luta e morre
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Não quero ser apenas mais um soldado.
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Quero ser um poeta!
Estes sim, estão rodeados pelas belezas das coisas
Estes não se reportam às casernas,
são livres como pássaros ao vento.
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Pobres soldados, que lutam e nem sempre
conquistam a felicidade.
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Pobres poetas, que idealizam a felicidade para
contraporem às lutas de seus corações.
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(Juarez Firmino)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A caolha

A caolha era uma mulher magra, alta, macilenta, peito fundo, busto arqueado, braços compridos, delgados, largos nos cotovelos, grossos nos pulsos; mãos grandes, ossudas, estragadas pelo reumatismo e pelo trabalho; unhas grossas, chatas e cinzentas, cabelo crespo, de uma cor indecisa entre o branco sujo e o louro grisalho, desse cabelo cujo contato parece dever ser áspero e espinhento; boca descaída, numa expressão de desprezo, pescoço longo, engelhado, como o pescoço dos urubus, dentes falhos e cariados.
O seu aspecto infundia terror às crianças e repulsão aos adultos; não tanto pela sua altura e extraordinária magreza, mas porque a desgraçada tinha um defeito horrível; haviam lhe extraído o olho esquerdo; a pálpebra descera mirrada, deixando, contudo, junto ao lacrimal, uma fistula continuamente porejante.
Era essa pinta amarela sobre o fundo denegrido da olheira, era essa destilação incessante de pus que a tornava repulsiva aos olhos de toda a gente.
Morava numa casa pequena, paga pelo filho único, operário numa oficina de alfaiate; ela lavava a roupa para os hospitais e dava conta de todo o serviço da casa, inclusive cozinha. O filho, enquanto era pequeno, comia os pobres jantares feitos por ela, às vezes até no mesmo prato; a proporção que ia crescendo, ia-se-lhe a pouco e pouco manifestando na fisionomia a repugnância por essa comida; até que um dia, tendo já um ordenadozinho, declarou à mãe que, por conveniência do negócio, passava a comer fora...
Ela fingiu não perceber a verdade, e resignou-se.
Daquele filho vinha-lhe todo o bem e todo o mal.
Que lhe importava o desprezo dos outros, se o seu filho adorado lhe apagasse com um beijo todas as amarguras da existência?
Um beijo dele era melhor que um dia de sol, era a suprema carícia para o seu triste coração de mãe! Mas... os beijos foram se escasseando também, com o crescimento do Antonico! Em criança ele apertava-a nos bracinhos e enchia-lhe a cara de beijos; depois, passou a beijá-la só na face direita, aquela onde não havia vestígios da doença; agora, limitava-se a beijar-lhe a mão!
Ela compreendia tudo e calava-se.
O filho não sofria menos.
Quando em criança entrou para a escola pública da freguesia, começaram logo os colegas, que o viam ir e vir com a mãe, a chamá-lo — o filho da caolha.
Aquilo exasperava-o; respondia sempre.
Os outros riam-se e chacoteavam-no; ele queixava-se aos mestres, os mestres ralhavam com os discípulos, chegavam mesmo a castigá-los — mas a alcunha pegou, já não era só na escola que o chamavam assim.
Na rua, muitas vezes, ele ouvia de uma ou de outra janela dizerem: o filho da caolha! Lá vai o filho da caolha! Lá vem o filho da caolha!
Eram as irmãs dos colegas, meninas novas, inocentes e que, industriadas pelos irmãos, feriam o coração do pobre Antonico cada vez que o viam passar!
As quitandeiras, onde iam comprar as goiabas ou as bananas para o lunch, aprenderam depressa a denominá-lo como os outros e, muitas vezes, afastando os pequenos que se aglomeravam ao redor delas, diziam, estendendo uma mancheia de araçás, com piedade e simpatia:
— Taí, isso é para o filho da caolha!
O Antonico preferia não receber o presente a ouvi-lo acompanhar de tais palavras; tanto mais que os outros, com inveja, rompiam a gritar, cantando em coro, num estribilho já combinado:
— Filho da caolha, filho da caolha!
O Antonico pediu à mãe que o não fosse buscar à escola; e, muito vermelho, contou-lhe a causa; sempre que o viam aparecer à porta do colégio os companheiros murmuravam injúrias, piscavam os olhos para o Antonico e faziam caretas de náuseas!
A caolha suspirou e nunca mais foi buscar o filho.
Aos onze anos o Antonico pediu para sair da escola: levava a brigar com os condiscípulos, que o intrigavam e malqueriam. Pediu para entrar para uma oficina de marceneiro. Mas na oficina de marceneiro aprenderam depressa a chamá-lo — o filho da caolha, a humilhá-lo, como no colégio.
Além de tudo, o serviço era pesado e ele começou a ter vertigens e desmaios. Arranjou então um lugar de caixeiro de venda; os seus ex-colegas agrupavam-se à porta, insultando-o, e o vendeiro achou prudente mandar o caixeiro embora, tanto que a rapaziada ia-lhe dando cabo do feijão e do arroz expostos à porta nos sacos abertos! Era uma contínua saraivada de cereais sobre o pobre Antonico!
Depois disso passou um tempo em casa, ocioso, magro, amarelo, deitado pelos cantos, dormindo às moscas, sempre zangado e sempre bocejante! Evitava sair de dia e nunca, mas nunca, acompanhava a mãe; esta poupava-o: tinha medo de que o rapaz, num dos desmaios, lhe morresse nos braços, e por isso nem sequer o repreendia! Aos dezesseis anos, vendo-o mais forte, pediu e obteve-lhe, a caolha, um lugar numa oficina de alfaiate. A infeliz mulher contou ao mestre toda a história do filho e suplicou-lhe que não deixasse os aprendizes humilha-lo: que os fizesse terem caridade!
Antonico encontrou na oficina uma certa reserva e silêncio por parte dos companheiros; quando o mestre dizia: Sr. Antonico, ele percebia um sorriso mal oculto no lábios dos oficiais; mas a pouco e pouco essa suspeita, ou esse sorriso, se foi desvanecendo, até que um principiou a sentir-se bem ali.
Decorreram alguns anos e chegou a vez de Antonico se Apaixonar. Até aí, numa ou outra pretensão de namoro que ele tivera, encontrava sempre uma resistência que o desanimava, e que o fazia retroceder sem grandes mágoas. Agora, porém, a coisa era diversa: ele amava! amava como um louco a linda moreninha da esquina fronteira, uma rapariguinha adorável, de olhos negros como veludo e boca fresca como um botão de rosa. O Antonico voltou a ser assíduo em casa e expandia-se mais carinhosamente com a mãe; um dia em que viu os olhos da morena fixarem os seus, entrou como um louco no quarto da caolha e beijou-a mesmo na face esquerda, num transbordamento de esquecida ternura!
Aquele beijo foi para a infeliz uma inundação de júbilo! tornara encontrar o seu querido filho! pôs-se a cantar toda a tarde, e nessa noite, ao adormecer, dizia consigo:
— Sou muito feliz... o meu filho é um anjo!
Entretanto, o Antonico escrevia, num papel fino, a sua declaração de amor à vizinha. No dia seguinte mandou-lhe cedo a carta. A resposta fez-se esperar. Durante muitos dias Antonico perdia-se em amarguradas conjecturas.
Ao princípio pensava:
— “É o pudor”. Depois começou a desconfiar de outra causa; por fim recebeu uma carta em que a bela moreninha confessava consentir em ser sua mulher, se ele se separasse completamente da mãe! Vinham explicações confusas, mal alinhavadas: lembrava a mudança de bairro; ele ali era muito conhecido por filho da caolha, e bem compreendia que ela não se poderia sujeitar a ser alcunhada em breve de — nora da caolha, ou coisa semelhante!
O Antonico chorou! Não podia crer que a sua casta e gentil moreninha tivesse pensamentos tão práticos!
Depois o seu rancor voltou-se para a mãe.
Ela era a causadora de toda a sua desgraça! Aquela mulher perturbara a sua infância, quebrara-lhe todas as carreiras, e agora o seu mais brilhante sonho de futuro sumia-se diante dela! Lamentava-se por ter nascido de mulher tão feia, e resolveu procurar meio de separar-se dela; considerar-se-ia humilhado continuando sob o mesmo teto; havia de protegê-la de longe, vindo de vez em quando vê-la à noite, furtivamente...
Salvava assim a responsabilidade de protetor e, ao mesmo tempo, consagraria à sua amada a felicidade que lhe devia em troca do seu consentimento e amor...
Passou um dia terrível; à noite, voltando para casa, levava o seu projeto e a decisão de o expor à mãe.
A velha, agachada à porta do quintal, lavava umas panelas com um trapo engordurado. O Antonico pensou: “A dizer a verdade eu havia de sujeitar minha mulher a viver em companhia de... uma tal criatura?” Estas últimas palavras foram arrastadas pelo seu espírito com verdadeira dor. A caolha levantou para ele o rosto, e o Antonico, vendo-lhe o pus na face, disse:
— Limpe a cara, mãe...
Ela sumiu a cara no avental; ele continuou:
— Afinal nunca me explicou bem a que é devido esse defeito!
— Foi uma doença, — respondeu sufocadamente a mãe — é melhor não lembrar isso!
— E é sempre a sua resposta: é melhor não lembrar isso! Por quê?
— Porque não vale a pena; nada se remedeia...
— Bem! agora escute: traga-lhe uma novidade: o patrão exige que eu vá dormir na vizinhança da loja... já aluguei um quarto: a senhora fica aqui e eu virei todos os dias a saber da sua saúde ou se tem necessidade de alguma coisa... É por força maior; não temos outro remédio senão sujeitar-nos!...
Ele, magrinho, curvado pelo hábito de costurar sobre os joelhos, delgado e amarelo como todos os rapazes criados à sombra das oficinas, onde o trabalho começa cedo e o serão acaba tarde, tinha lançado naquelas palavras toda a sua energia, e espreitava agora a mãe com um olho desconfiado e medroso.
A caolha levantou-se e, fixando o filho com uma expressão terrível, respondeu com doloroso desdém:
— Embusteiro! o que você tem é vergonha de ser meu filho! Saia! que eu também sinto vergonha de ser mãe de semelhante ingrato!
O rapaz saiu cabisbaixo, humilde, surpreso da atitude que assumira a mãe, até então sempre paciente e cordata; ia com medo, maquinalmente, obedecendo à ordem que tão feroz e imperativamente lhe dera a caolha.
Ela acompanhou-o, fechou com estrondo a porta, e vendo-se só, encostou-se cambaleante à parede do corredor e desabafou em soluços.
O Antonico passou uma tarde e uma noite de angústia.
Na manhã seguinte o seu primeiro desejo foi voltar à casa; mas não teve coragem; via o rosto colérico da mãe, faces contraídas, lábios adelgaçados pelo ódio, narinas dilatadas, o olho direito saliente, a penetrar-lhe até o fundo do coração, o olho esquerdo arrepanhado, murcho — e sujo de pus; via a sua atitude altiva, o seu dedo ossudo, de falanges salientes, apontando-lhe com energia a porta da rua; sentia-lhe ainda o som cavernoso da voz, e o grande fôlego que ela tomara para dizer as verdadeiras e amargas palavras que lhe atirara no rosto; via toda a cena da véspera e não se animava a arrostar com o perigo de outra semelhante.
Providencialmente, lembrou-se da madrinha, única amiga da caolha, mas que, entretanto, raramente a procurava.
Foi pedir-lhe que interviesse, e contou-lhe sinceramente tudo que houvera.
A madrinha escutou-o comovida; depois disse:
— Eu previa isso mesmo, quando aconselhava tua mãe a que te dissesse a verdade inteira; ela não quis, aí está!
— Que verdade, madrinha?
— Hei de dizer-te perto dela; anda, vamos lá!
Encontraram a caolha a tirar umas nódoas do fraque do filho — queria mandar-lhe a roupa limpinha. A infeliz arrependera-se das palavras que dissera e tinha passado toda a noite à janela, esperando que o Antonico voltasse ou passasse apenas... Via o porvir negro e vazio e já se queixava de si! Quando a amiga e o filho entraram, ela ficou imóvel: a surpresa e a alegria amarram-lhe toda a ação.
A madrinha do Antonico começou logo:
— O teu rapaz foi suplicar-me que te viesse pedir perdão pelo que houve aqui ontem e eu aproveito a ocasião para, à tua vista, contar-lhe o que já deverias ter-lhe dito!
— Cala-te! — murmurou com voz apagada a caolha.
— Não me calo! Essa pieguice é que tem te prejudicado! Olha! Rapaz, quem cegou tua mãe foste tu!
O afilhado tornou-se lívido; e ela concluiu:
— Ah, não tiveste culpa! Eras muito pequeno quando, um dia, ao almoço, levantaste na mãozinha um garfo; ela estava distraída, e antes que eu pudesse evitar a catástrofe, tu enterraste-lho pelo olho esquerdo! Ainda tenho no ouvido o grito de dor que ela deu!
O Antonico caiu pesadamente de bruços, com um desmaio; a mãe acercou-se rapidamente dele, murmurando trêmula:
— Pobre filho! Vês? Era por isto que eu não lhe queria dizer nada!



(Júlia Lopes de Almeida)

Poeta angolano

PARA UMA POÉTICA

(Prática) do socialismo

O socialismo deve
resgatar os tambores
e não tentar impor-lhes
ritmos burocráticos.
E dançar – porque não?
O socialismo deve
sorrir todos os dias.
Acender nas noites caladas
uma flor imortal.
O socialismo deve
eliminar a noite
dos calendários.
Ser, além do vermelho
– sua cor natural –
translúcido como
a luz do sol
dos trópicos. O socialismo
deve afastar
as dúvidas sombrias
e espessas
dos olhos dos homens.
Mas do que utopia,
que o socialismo seja
prática. Esperança materializada cada dia
e logo renovada
por novas exigências.
O socialismo não precisa sempre da faca
nos dentes. O socialismo
deve ser generoso,
como este povo
E amplo e luminoso,
como este lugar aberto.

(João Melo)

domingo, 23 de novembro de 2008

O caboclo, o padre e o estudante

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Um estudante e um padre viajavam pelo sertão, tendo como bagageiro um caboclo. Deram-lhe numa casa um pequeno queijo de cabra. Não sabendo dividi-lo, mesmo porque chegaria um pequenino pedaço para cada um, o padre resolveu que todos dormissem e o queijo seria daquele que tivesse, durante a noite, o sonho mais bonito, pensando engabelar todos com os seus recursos oratórios. Todos aceitaram e foram dormir. À noite, o caboclo acordou, foi ao queijo e comeu-o.
Pela manhã, os três sentaram à mesa para tomar café e cada qual teve de contar o seu sonho. O frade disse ter sonhado com a escada de Jacob e descreveu-a brilhantemente. Por ela, ele subia triunfalmente para o céu. O estudante, então, narrou que sonhara já dentro do céu à espera do padre que subia. O caboclo sorriu e falou:
- Eu sonhei que via seu padre subindo a escada e seu doutor lá dentro do céu, rodeado de amigos. Eu ficava na terra e gritava:
- Seu doutor, seu padre, o queijo! Vosmincês esqueceram o queijo.
Então Vosmincês respondiam de longe, do céu:
- Come o queijo, caboclo! Come o queijo, caboclo! Nós estamos no céu, não queremos queijo.
O sonho foi tão forte que eu pensei que era verdade, levantei-me enquanto vosmincês dormiam e comi o queijo...
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CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil.
Belo Horizonte: Itatiaia, São Paulo: Edusp, 1986. p. 213.

Circuito fechado (1)

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xxxxxChinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
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RAMOS, Ricardo. Circuito fechado.
São Paulo: Martins, 1972. p. 21-2.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Mundos Mortos: romance ou ideário? Uma leitura de Otávio de Faria.

O texto se refere à dissertação defendida por mim, em 26 de fevereiro de 2004, no Programa de Pós-Graduação "Mestrado em Letras" da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

RESUMO

O presente trabalho propõe um debate sobre a obra do escritor Otávio de Faria. Os estudos acerca da obra deste autor, até o momento, têm sido restritos a questões delimitadas apenas pelo Modernismo carioca, daí a necessidade de se extrapolar o universo regional e iniciar leituras comparativas com outras obras e autores a partir de um estudo mais aprofundado das técnicas e procedimentos da prosa otaviana. Por sua grande extensão, optamos por analisar apenas o romance Mundos mortos — o primeiro e mais representativo da série de quinze romances intitulada “Tragédia Burguesa” — em que o autor retrata a pequena burguesia carioca dos anos 30. Trata-se de uma literatura exploradora de técnicas narrativas como o fluxo de consciência, o monólogo interior com o discurso direto e indireto livre, amparada pela densidade e pela sondagem psicológica e moral, além da estruturação proporcionada pelo catolicismo existencial que procurava decifrar a condição do homem inserido na sociedade.
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Trinta sugestões para se alcançar a felicidade

1 – Elogie três pessoas por dia
2 – Assista ao nascer do Sol pelo menos uma vez por ano
3 – Tenha um aperto de mão firme
4 – Olhe as pessoas nos olhos
5 – Aprenda a tocar um instrumento musical
6 – Cante no chuveiro
7 – Gaste menos do que ganha
8 – Saiba perdoar a si e aos outros
9 – Aprenda três piadas boas e inofensivas
10 – Beba champanhe sem ter motivos
11 – Trate a todos que você conhece como gostaria de ser tratado
12 – Doe sangue todo ano
13 – Faça novos amigos
14 – Saiba guardar segredos
15 – Devolva tudo o que você pegar emprestado
16 – Não adie uma alegria
17 – Surpreenda quem você ama com presentes inesperados
18 – Aceite sempre uma mão estendida
19 – Reconheça seus erros
20 – Ande de bicicleta
21 – Sorria!! Não custa nada e não tem preço
22 – Lembre do nome das pessoas
23 – Pague suas contas em dia
24 – Pare para sentir o aroma de uma rosa
25 – Não ore para pedir coisas materiais: só sabedoria e coragem
26 – Dê às pessoas uma segunda chance
27 – Não tome nenhuma medida de cabeça quente
28 – Respeite todas as coisas vivas
29 – Dê o melhor de si no seu trabalho
30 – Jamais prive uma pessoa da esperança.
Pode ser que ela só tenha isso.

LIMA BARRETO

A questão do preconceito racial nos textos literários
Concluído em 1922, ano da morte de Lima Barreto, o romance Clara dos Anjos é uma denúncia áspera do preconceito racial e social, vivenciado por uma jovem mulher do subúrbio carioca. O grande historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda, já apontava, escrevendo sobre Clara dos Anjos, que é muito difícil “escrever sobre os livros de Lima Barreto sem incorrer um pouco no pecado do biografismo”. Poucos escritores brasileiros foram tão obsessivos na investigação da temática do preconceito quanto Lima Barreto. Mulato, nasceu em 1881, mesmo ano em que o também mulato Machado de Assis introduzia o Realismo na literatura nacional com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas e Aluísio Azevedo inaugurava a Naturalismo no Brasil com o romance O Mulato. Não são apenas coincidências. A questão do preconceito contra a mestiçagem, já denunciada no obra de Aluísio Azevedo, será fundamental no pensamento nacional entre a implantação do Naturalismo e a do Modernismo, em 1922, ano da morte de Lima Barreto. Até por razões pessoais, e por viver exatamente nesse período, sempre retratando-o de forma crítica e até ressentida, o autor de Clara dos Anjos seria o escritor que mais sentiria (na pele) o preconceito e o retrataria com tintas mais ácidas na nossa literatura.
"Em Clara dos Anjos relata-se a estória de uma pobre mulata, filha de um carteiro de subúrbio, que apesar das cautelas excessivas da família, é iludida, seduzida e, como tantas outras, desprezada, enfim, por um rapaz de condição social menos humilde do que a sua. É uma estória onde se tenta pintar em cores ásperas o drama de tantas outras raparigas da mesma cor e do mesmo ambiente. O romancista procurou fazer de sua personagem uma figura apagada, de natureza "amorfa e pastosa", como se nela quisesse resumir a fatalidade que persegue tantas criaturas de sua casta: "A priori", diz, "estão condenadas, e tudo e todos parecem condenar os seus esforços e os dos seus para elevar a sua condição moral e social." É claro que os traços singulares, capazes de formar um verdadeiro "caráter" romanesco, dando-lhe relevo próprio e nitidez hão de esbater-se aqui para melhor se ajustarem à regra genérica. E Clara dos Anjos torna-se, assim, menos uma personagem do que um argumento vivo e um elemento para a denúncia."

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O EMPAREDADO

(...)

Artista! Pode lá isso ser se tu és d'África, tórrida e bárbara, devorada insaciavelmente pelo deserto, tumultuada de matas bravias, arrastada sangrando no lodo das Civilizações despóticas, torvamente amamentada com o leite amargo e venenoso da Angústia! A África arrebatada nos ciclones torvelinhantes das Impiedades supremas, das Blasfêmias absolutas, gemendo, rugindo, bramando no caos feroz, hórrido, das profundas selvas brutas, a sua formidável dilaceração humana! A África laocoôntica, alma de trevas e de chamas, fecundada no Sol e na Noite, errantemente tempestuosa como a alma espiritualizada e tantálica da Rússia, gerada no Degredo e na Neve - pólo branco e pólo negro de Deus!

- Artista?! Loucura! Loucura! Pode lá isso ser se tu vens dessa longínqua região desolada, lá do fundo exótico dessa África sugestiva, gemente, Criação dolorosa e sanguinolenta de Satãs rebelados, dessa flagelada África grotesca e triste, melancólica, gênese assombrosa de gemidos, tetricamente fulminada pelo banzo mortal; dessa África dos Suplícios, sobre cuja cabeça nirvanizada pelo desprezo do mundo Deus arrojou toda a peste letal e tenebrosa das maldições eternas!

A Africa virgem, inviolada no Sentimento, avalanche humana amassada com argilas funestas e secretas para fundir a Epopéia suprema da Dor do Futuro, para fecundar talvez os grandes tercetos tremendos de algum e novo majestoso Dante negro! Dessa África que parece gerada para os divinos cinzéis das colossais e prodigiosas esculturas, para as largas e fantásticas Inspirações convulsas de Doré - inspirações inflamadas, soberbas, choradas, soluçadas,bebidas nos Infernos e nos Céus profundos do Sentimento humano. Dessa África cheia de solidões maravilhosas, de virgindades animais instintivas, de curiosos fenômenos de esquisita Originalidade, de espasmos de Desespero, gigantescamente medonha, absurdamente ululante - pesadelo de sombras macabras - visão valpurgiana de terríveis e convulsos soluços noturnos circulando na Terra e formando, com as seculares, despedaçadas agonias da sua alma renegada, uma auréola sinistra, de lágrimas e sangue, toda em torno da Terra...
Cruz e Souza
ln: Obras. São Paulo, Edições Cultura, 1943.

História da Língua Portuguesa

O surgimento da Língua Portuguesa está profunda e inseparavelmente ligado ao processo de constituição da Nação Portuguesa.
Na região central da atual Itália, o Lácio, vivia um povo que falava latim. Nessa região, posteriormente foi fundada a cidade de Roma. Esse povo foi crescendo e anexando novas terras a seu domínio. Os romanos chegaram a possuir um grande império, o Império Romano. A cada conquista, impunham aos vencidos seus hábitos, suas instituições, os padrões de vida e a língua.
Existiam duas modalidades do latim: o latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) e o latim clássico (sermo litterarius, eruditus, urbanus). O latim vulgar era somente falado. Era a língua do cotidiano usada pelo povo analfabeto da região central da atual Itália e das províncias: soldados, marinheiros, artífices, agricultores, barbeiros, escravos, etc. Era a língua coloquial, viva, sujeita a alterações freqüentes. Apresentava diversas variações. O latim clássico era a língua falada e escrita, apurada, artificial, rígida, era o instrumento literário usado pelos grandes poetas, prosadores, filósofos, retóricos... A modalidade do latim imposta aos povos vencidos era a vulgar. Os povos vencidos eram diversos e falavam línguas diferenciadas, por isso em cada região o latim vulgar sofreu alterações distintas o que resultou no surgimento dos diferentes romanços e posteriormente nas diferentes línguas neolatinas.
No século III a.C., os romanos invadiram a região da península ibérica, iniciou-se assim o longo processo de romanização da península. A dominação não era apenas territorial, mas também cultural. No decorrer dos séculos, os romanos abriram estradas ligando a colônia à metrópole, fundaram escolas, organizaram o comércio, levaram o cristianismo aos nativos... A ligação com a metrópole sustentava a unidade da língua evitando a expansão das tendências dialetais. Ao latim foram anexadas palavras e expressões das línguas dos nativos.
No século V da era cristã, a península sofreu invasão de povos bárbaros germânicos (vândalos, suevos e visigodos). Como possuíam cultura pouco desenvolvida, os novos conquistadores aceitaram a cultura e língua peninsular. Influenciaram a língua local acrescentando a ela novos vocábulos e favorecendo sua dialetação já que cada povo bárbaro falava o latim de uma forma diferente.
Com a queda do Império Romano, as escolas foram fechadas e a nobreza desbancada, não havia mais os elementos unificadores da língua. O latim ficou livre para modificar-se.
As invasões não pararam por aí, no século VIII a península foi tomada pelos árabes. O domínio mouro foi mais intenso no sul da península. Formou-se então a cultura moçárabe, que serviu por longo tempo de intermediária entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. Apesar de possuírem uma cultura muito desenvolvida, esta era muito diferente da cultura local o que gerou resistência por parte do povo. Sua religião, língua e hábitos eram completamente diferentes. O árabe foi falado ao mesmo tempo que o latim (romanço). As influências lingüísticas árabes se limitam ao léxico no qual os empréstimos são geralmente reconhecíveis pela sílaba inicial al- correspondente ao artigo árabe: alface, álcool, Alcorão, álgebra, alfândega... Outros: bairro, berinjela, café, califa, garrafa, quintal, xarope...
Embora bárbaros e árabes tenham permanecido muito tempo na península, a influência que exerceram na língua foi pequena, ficou restrita ao léxico, pois o processo de romanização foi muito intenso.
Os cristãos, principalmente do norte, nunca aceitaram o domínio muçulmano. Organizaram um movimento de expulsão dos árabes (a Reconquista). A guerra travada foi chamada de "santa" ou "cruzada". Isso ocorreu por volta do século XI. No século XV os árabes estavam completamente expulsos da península.
Durante a Guerra Santa, vários nobres lutaram para ajudar D. Afonso VI, rei de Leão e Castela. Um deles, D. Henrique, conde de Borgonha, destacou-se pelos serviços prestados à coroa e por recompensa recebeu a mão de D. Tareja, filha do rei. Como dote recebeu o Condado Portucalense. Continuou lutando contra os árabes e anexando novos territórios ao seu condado que foi tomando o contorno do que hoje é Portugal.
D. Afonso Henriques, filho do casal, funda a Nação Portuguesa que fica independente em 1143. A língua falada nessa parte ocidental da Península era o galego-português que com o tempo foi diferenciando-se: no sul, português, e no norte, galego, que foi sofrendo mais influência do castelhano pelo qual foi anexado. Em 1290, o rei D. Diniz funda a Escola de Direitos Gerais e obriga em decreto o uso oficial da Língua Portuguesa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Sites sugeridos

Por trás das Letras
www.portrasdasletras.com.br

Gramática da Língua Portuguesa
www.portugues.com.br

Manual de Redação da PUCRS
www.pucrs.br/manualred

Manual de Redação da Presidência da República
www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm

Sua Língua, professor Cláudio Moreno
www.sualingua.com.br

Ciberdúvidas da Língua Portuguesa (de Portugal)
www.ciberduvidas.sapo.pt

SOS Língua Portuguesa
http://jovempan.uol.com.br/jpamnew/destaques/linguaportuguesa

Nossa Língua Portuguesa
www.tvcultura.com.br/aloescola/linguaportuguesa/

Vocabulário Ortográfico da ABL
www.academia.org.br

PROBLEMA DE PONTUAÇÃO

O ricaço, nas últimas, escreve o testamento às pressas, esquecendo a pontuação: “Deixo meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada dou aos pobres”.


O sobrinho pontuou: “Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres”.

A irmã pontuou: “Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres”.

O alfaiate: “Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho? Jamais. Será paga a conta do alfaiate. Nada dou aos pobres”.

Chega um descamisado: “Deixo meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho? Jamais. Será paga a conta do alfaiate? Nada. Dou aos pobres”.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

QUANDO O NADA É TUDO

Inútil, nada, coisa, bichos. Essas são algumas das palavras-chave de uma obra que tenta reconstruir o mundo. Alguns poetas passam, em suas obras, uma determinada visão de mundo; outros não se contentam com isso e vão além: tentam reconstruir o mundo. Manoel de Barros é um deles. Por isso mesmo, como afirma o editor Ênio Silveira, "guiados por ele, vamos abrindo horizontes de uma insuspeitada nova ordem natural, onde as verdades essenciais, escondidas sob a ostensiva banalidade do óbvio e do cotidiano", vão se revelando em imagens surrealistas descritas com absoluta concisão. No texto que abre o Livro sobre nada, o poeta afirma que "o nada de meu livro é nada mesmo. É coisa nenhuma por escrito: um alarme para o silêncio, um abridor de amenhecer, pessoa apropriada para pedras, o parafuso de veludo, etc. etc. O que eu queria era fazer brinquedo com as palavras. Fazer coisas desúteis. O nada mesmo. Tudo que use abandono por dentro e por fora".

sábado, 8 de novembro de 2008

O guardador de rebanhos- poema X

"Olá guardador de rebanhos.
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?"

"Que é vento e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?"

"Muita coisa mais do que isso,
Fala-me de muitas outras coisas.
De memórias e de saudades
E de coisas que nunca foram."

"Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti."


***
Neste texto, Alberto Caeiro, que era o mestre dos heterônimos e tinha a Natureza como sua mestra, nos mostra a valorização da ordem natural, dos sentidos e sua relação direta com as coisas ("O que nós vemos das cousas são as cousas. Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?", nos ensina o poeta).

Palavras

Felizmente há palavras para tudo. Felizmente que existem algumas que não se esquecerão de recomendar que quem dá deve dar com as duas mãos para que em nenhuma delas fique o que a outras deveria pertencer. Assim como a bondade não tem por que se envergonhar de ser bondade, também a justiça não deverá esquecer-se de que é, acima de tudo, restituição, restituição de direitos. Todos eles, começando pelo direito elementar de viver dignamente. Se a mim me mandassem dispor por ordem de precedência a caridade, a justiça e a bondade, daria o primeiro lugar à bondade, o segundo à justiça e o terceiro à caridade. Porque a bondade, por si só, já dispensa a justiça e a caridade, porque a justiça justa já contém em si caridade suficiente. A caridade é o que resta quando não há bondade nem justiça.


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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

AMOR

Mesmo que finjas não ouvir-me.
Eu te amo.
Mesmo que venhas a evitar-me.
Eu continuarei te amando.
Mesmo que zombes de mim.
Juntarei forças para amar-te ainda mais.
Mesmo que venhas a odiar-me.
Meu sentimento por ti será um imenso amor.
Mesmo que venhas a exterminar minha vida.
Continuarei te amando de uma outra dimensão.

Tu não me vencerás jamais!
Pois sou imbatível.
O que sinto é indestrutível.
É algo de outro mundo.
Não tem começo nem fim.
Tampouco cor ou formas.

Simplesmente te amo
E te amarei infinitamente.
E se mesmo com todo esse amor
Tu persistires em odiar-me.
Retornarei da dimensão em que estou
E nascerei novamente neste mundo.
Só que, desta vez, nascerei do teu ventre.
E assim me amarás.
Me alimentarás
Me farás carinhos.
Cantarás para mim canções de ninar
E me chamarás de: “Meu filhinho”!!!

Sim, sou teu filho.
Sou teu pai
Teu amante
Teu esposo a quem tanto rejeitas...
Em palavras simples e objetivas:
SOU DEUS.




(Juarez Firmino)

Se você conseguir ler...

Se você conseguir ler as primeiras palavras o cérebro decifrará automaticamente as outras...

3M D14 D3 V3R40, 3574V4 N4 PR414, 0853RV4ND0 DU45 CR14NC45 8R1NC4ND0 N4 4R314. 3L45 7R484LH4V4M MU170 C0N57RU1ND0 UM C4573L0 D3 4R314, C0M 70RR35, P4554R3L45 3 P4554G3NS 1N73RN45. QU4ND0 3575V4M QU453 4C484ND0, V310 UM4 0ND4 3 D357RU1U 7UD0, R3DU21ND0 0 C4573L0 4 UM M0N73 D3 4R314 3 35PUM4. 4CH31 QU3, D3P015 D3 74N70 35F0RC0 3 CU1D4D0, 45 CR14NC45 C41R14M N0 CH0R0, C0RR3R4M P3L4 PR414, FUG1ND0 D4 4GU4, R1ND0 D3 M405 D4D45 3 C0M3C4R4M 4 C0N57RU1R 0U7R0 C4573L0. C0MPR33ND1 QU3 H4V14 4PR3ND1D0 UM4 GR4ND3 L1C40; G4574M05 MU170 73MP0 D4 N0554 V1D4 C0N57RU1ND0 4LGUM4 C0154 3 M415 C3D0 0U M415 74RD3, UM4 0ND4 P0D3R4 V1R 3 D357RU1R 7UD0 0 QU3 L3V4M05 74N70 73MP0 P4R4 C0N57RU1R. M45 QU4ND0 1550 4C0N73C3R 50M3N73 4QU3L3 QU3 73M 45 M405 D3 4LGU3M P4R4 53GUR4R, 53R4 C4P42 D3 50RR1R! S0 0 QU3 P3RM4N3C3 3 4 4M124D3, 0 4M0R 3 C4R1NH0.
0 R3570 3 F3170 D3 4R314

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Literatura infantil

O gênero “literatura infantil” tem, a meu ver, existência duvidosa. Haverá música infantil? Pintura infantil? A partir de que ponto uma obra literária deixa de constituir alimento para o espírito da criança ou do jovem e se dirige para o adulto? Qual o bom livro para crianças, que não seja lido com interesse pelo homem feito? Qual o livro de viagens ou aventuras, destinado a adultos, que não possa ser dado á criança, desde que vazado em linguagem simples e isento de matéria de escândalo? Observados alguns cuidados de linguagem e decência, a distinção preconceituosa se desfaz. Será a criança um ser à parte, estranho ao homem, e reclamando uma literatura também à parte? Ou será a literatura infantil algo de mutilado, de reduzido, de desvitalizado —, porque coisa primária, fabricada no pressuposto de que a imitação da infância é a própria infância? Vêm-me à lembrança as miniaturas de arvores, com que se diverte o sadismo botânico dos japoneses; não são organismos naturais e plenos; são anões vegetais. A redução do homem, que a literatura infantil implica, dá produtos semelhantes. Há uma tristeza cômica no espetáculo desses cavalheiros amáveis e dessas senhoras não menos gentis, que, em visita a amigos, se detêm a conversar com as crianças de colo, estas inocentes e sérias, dizendo-lhes toda sorte de frases em linguagem infantil, que vem ser a mesma linguagem de gente grande, apenas deformada no final das palavras e edulcorada na pronúncia... Essas pessoas fazem oralmente, e sem o saber, literatura infantil.

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa & prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.

Da Utilidade dos Animais

Terceiro dia de aula. A professora é um amor. Na sala, estampas coloridas mostram animais de todos os feitios. É preciso querer bem a eles, diz a professora, com um sorriso que envolve toda a fauna, protegendo-a. Eles têm direito à vida, como nós, e além disso são muito úteis. Quem não sabe que o cachorro é o maior amigo da gente? Cachorro faz muita falta. Mas não é só ele não. A galinha, o peixe, a vaca...
Todos ajudam.
- Aquele cabeludo ali, professora, também ajuda?
- Aquele? É o iaque, um boi da Ásia Central. Aquele serve de montaria e de burro de carga. Do pêlo se fazem perucas bacaninhas. E a carne, dizem que é gostosa.
- Mas se serve de montaria, como é que a gente vai comer ele?
- Bem, primeiro serve para uma coisa, depois para outra. Vamos adiante. Este é o texugo. Se vocês quiserem pintar a parede do quarto, escolham pincel de texugo. Parece que é ótimo.
- Ele faz pincel, professora?
- Quem, o texugo? Não, só fornece o pêlo. Para pincel de barba também, que o Arturzinho vai usar quando crescer. Arturzinho objetou que pretende usar barbeador elétrico. Além do mais, não gostaria de pelar o texugo, uma vez que devemos gostar dele, mas a professora já explicava a utilidade do canguru:
- Bolsas, malas, maletas, tudo isso o couro do canguru dá pra gente. Não falando na carne. Canguru é utilíssimo.
- Vivo, fessora? - A vicunha, que vocês estão vendo aí, produz... produz é maneira de dizer, ela fornece, ou por outra, com o pêlo dela nós preparamos ponchos, mantas, cobertores, etc.
- Depois a gente come a vicunha, né, fessora?
- Daniel, não é preciso comer todos os animais. Basta retirar a lã da vicunha, que torna a crescer...
- E a gente torna a cortar? Ela não tem sossego, tadinha.
- Vejam agora como a zebra é camarada. Trabalha no circo, e seu couro listrado serve para forro de cadeira, de almofada e para tapete. Também se aproveita a carne, sabem?
- A carne também é listrada? - pergunta que desencadeia riso geral.
- Não riam da Betty, ela é uma garota que quer saber direito as coisas. Querida, eu nunca vi carne de zebra no açougue, mas posso garantir que não é listrada. Se fosse, não deixaria de ser comestível por causa disto. Ah, o pingüim? Este vocês já conhecem da praia do Leblon, onde costuma aparecer, trazido pela correnteza. Pensam que só serve para brincar? Estão enganados. Vocês devem respeitar o bichinho. O excremento - não sabem o que é? O cocô do pingüim é um adubo maravilhoso: guano, rico em nitrato. O óleo feito com a gordura do pingüim...
- A senhora disse que a gente deve respeitar. - Claro. Mas o óleo é bom.
- Do javali, professora, duvido que a gente lucre alguma coisa.
- Pois lucra. O pêlo dá escovas de ótima qualidade.
- E o castor? - Pois quando voltar a moda do chapéu para homens, o castor vai prestar muito serviço. Aliás, já presta,com a pele usada para agasalhos. É o que se pode chamar um bom exemplo.
- Eu, hem?
- Dos chifres do rinoceronte, Belá, você pode encomendar um vaso raro para o living de sua casa. Do couro da girafa, Luís Gabriel pode tirar um escudo de verdade, deixando os pêlos da cauda para Teresa fazer um bracelete genial. A tartaruga-marinha, meu Deus, é de uma utilidade que vocês não calculam. Comem-se os ovos e toma-se a sopa: uma de-lí-cia. O casco serve para fabricar pentes, cigarreiras, tanta coisa... O biguá é engraçado.
- Engraçado, como? - Apanha peixe pra gente.
- Apanha e entrega, professora?
- Não é bem assim. Você bota um anel no pescoço dele, e o biguá pega o peixe mas não pode engolir. Então você tira o peixe da goela do biguá.
- Bobo que ele é.
- Não. É útil. Ai de nós se não fossem os animais que nos ajudam de todas as maneiras. Por isso que eu digo: devemos amar os animais, e não maltratá-los de jeito nenhum. Entendeu, Ricardo?
- Entendi. A gente deve amar, respeitar, pelar e comer os animais, e aproveitar bem o pêlo, o couro e os ossos.

Carlos Drummond de Andrade
Livro: De Notícias & Não-notícias Faz-se a Crônica.

domingo, 2 de novembro de 2008

CLÁSSICO DA LITERATURA NORTE-AMERICANA

A LESTE DO ÉDEN (Vidas amargas) foi adaptado para o cinema por Elia Kazan e estrelado por James Dean numa atuação célebre que o projetou internacionalmente. Depois do seu desastroso depoimento para a Comissão sobre assuntos antiamericanos, presidida pelo senador Joseph McCarthy, Kazan recorreu à parábola bíblica para refletir sobre a sua própria condição na sociedade americana. Publicado originalmente em 1952, A LESTE DO ÉDEN foi o projeto mais ambicioso de John Steinbeck, que passou 11 anos se preparando para a empreitada. Na prática, o livro consumiu um ano de trabalho ininterrupto, 25 dúzias de lápis, cerca de três dúzias de resmas de papel almaço e 350 mil palavras (antes dos cortes). No final desse esforço hercúleo, o autor tinha um calo no dedo médio da mão direita e o seu melhor livro.O romance, além de reconstruir o confronto bíblico entre Caim e Abel - colocando de um lado do ringue um invejoso e cruel Caim e, do outro, o magnânimo e bondoso Abel -, cobre a história dos Estados Unidos desde a Guerra Civil até a Primeira Guerra Mundial. John Steinbeck entrelaça com maestria a história de sua família, a do seu país e da própria condição humana, condenada a viver num mundo trágico do qual Deus partira. Steinbeck escreveu o romance para seus filhos, a fim de que entendessem as origens de sua família. Migrantes europeus que atravessaram mares em busca do jardim do Éden e que, no paraíso californiano, foram picados pela mesma serpente, que por um lado incita os filhos de Deus ao pecado e por outro lhes dá o inalienável direito humano da escolha. Trata-se de um hino ao individualismo emersoniano, tão americano quanto a prosaica torta de maçã.

sábado, 1 de novembro de 2008

Se divertindo com o dicionário de inglês

· A hot day - arrote
· All face - alface
· All me roon - almerão
· Are you sick - Você tem C.I.C.?
· As pas goes - aspargos
· Beer in gel - beringela
· Better hab - beterraba
· Big Ben - Benzão
· Born to loose - Nascido em Toulose
· Car need the boy(mail kilo) - carne de boi (meio kilo)
· Corn Flakes - Cornos frescos
· Cow view floor - couve flor
· Feel Good - Bom frio
· Fourteen - Pessoa baixa e forte
· Free Shop - Chope de graça
· Go Home - Vai a Roma
· Halloween - Quando a ligação não está boa
· Happy New Year - Feliz Ouvido Novo
· I go tomorrow - O gato morreu
· I´m alone - Estou na lona
· I´m Hungry - Sou húngaro
· I´m sad - estou com sede
· It´s Ten O´Clock - Tu tens relógio
· It´s too late - É muito leite
· Key jow (parm zoon) - queijo parmesão
· Know How - Saber latir
· Layout - Fora da lei
· Lee moon - limão
· Mac car on - macarrão
· May go - pessoa dócil, afável.
· Merry Christmas - Maria Cristina
· My one easy - maionese
· One Ice-cream - Um crime cometido com frieza
· Paul me to - palmito
· Pay she - peixe
· Pier men tom - pimentão
· Puts grill low! Is key see, too much.- puts grilo esqueci os tomates.
· She must to go - Ela mastigou
· She´s cute - ela escuta
· She´s wonderful - Queijo maravilhoso
· So Free - Sofri, padeci
· Spa get - spaguete
· Stock car - estocar
· Telling The Truth - talão da T.R.U.
· The boy is behind the door - O boi está berrando de dor
· Three go - trigo
· To be champion - Ser bi-campeão
· To sir with love - Tossir com amor
· Welcome - Bom apetite
· With noise - conosco

Halloween

No finalzinho de outubro é celebrado as festividades do halloween, o dia das bruxas, parte importante da cultura e mitologia celta.

Nas escolas, nos shopping centers, e em todo lugar que seja ponto de encontro de crianças e adolescentes, a mania é curtir um som alucinado do Evanescence, do Roxette, do Michael Jackson, do NightWish, do Iron Maiden... com decoração nas cores preto e abóbora, muito adereços de morcegos e outros monstrengos, Jack-O-Lantern, bruxinhas com sua vassouras voadoras, teias de aranha, etc.


Na mitologia celta, época anterior ao cristianismo, os antigos povos pagãos acreditavam que as pessoas, quando morriam, se fossem bondosas, iriam para o paraíso, mas se tivessem praticado maldades em vida, teriam negadas a sua ascenção ao plano superior e ficariam vagando entre o imanente e o transcendente, como almas penadas, até que conseguissem arranjar uma forma de reparar os males que cometeram e tentar obter perdão dos deuses.
No final do mês de outubro e início de novembro era uma época muito propícia para que as almas dos mortos pecadores tentassem algo, pois por aquelas dias se aproximava da data em que costumavam comemorar o Thanksgiving Day [dia de ação de graças, que depois de uma certa época passou a ser comemorado na última quinta-feira do mês de novembro]. A maior parte da população era formada por camponeses, e estes festejavam para agradecer à fartura das colheitas, ficavam com o coração aberto, felizes, só pensavam em coisas benéficas. Acreditavam que os próprios deuses (Samhain, uma festa em homenagem aos mortos, o “deus dos mortos” [representado pela cor preta] e Pomona, a “deusa das plantações e dos pomares” [representada pela cor abóbora]) estariam mais propícios para o perdão por estes dias, e por isso era a época que os mortos-vivos tentavam se regenerar para conseguir entrar no reino dos céus.
Infelizmente para alguns, por tanta maldade que cometeram em vida, nem durante as celebrações do Thanksgiving conseguiam obter o perdão e adentrar no paraíso. Para estes, uma das opções seria roubar a alma de alguém que estivesse participando das festividades e que fosse bondoso, e desta forma tentar ludibriar os guardiões das entradas do paraíso, mostrando uma postura que escondesse, de suas vidas passadas, a discórdia, a rebeldia, a improdutividade e tantas outras maldades.
A partir de certa época, os festeiros do Thanksgiving descobriram que estavam sendo vítimas dos espíritos do mal, e para não terem suas almas subtraídas enquanto estivessem entretidos com as comidas e bebidas das festas (comemorava-se em todos os lugares, pois era uma época de fartura devido às colheitas, tinha muitas iguarias... bolos, doces, bebidas etc., isso explica também a brincadeira do Trick-or-Treat [gostosura ou travessura]), resolveram enganar àqueles que pudessem tentar roubar-lhes a alma, e para isso se fantasiam de fantasmas, bruxos e monstros antes de sairem de suas casas para as festanças. Com isso, evitariam de ser surpreendidos pelos mortos-vivos e poderiam se divertir sem preocupações.
Assim deu-se a origem à Festa do Halloween, que numa tradução literal significa "Noite de todos os santos", por anteceder ao "Dia de todos os Santos" e, em seguida, ao "Dia de Finados".




Prof. JUAREZ FIRMINO

FAMÍLIA É RESPONSÁVEL POR 70% DO DESEMPENHO ESCOLAR

O contexto familiar é responsável por 70% do desempenho escolar de um estudante, restando à escola e suas condições interferir, positiva ou negativamente, nos 30% restantes. A conclusão surgiu de uma revisão da literatura sobre desempenho escolar existente no Brasil realizada pela Fundação Itaú Social. O objetivo do trabalho foi orientar gestores a definir políticas públicas na área, tendo como base as evidências que aparecem nas pesquisas acadêmicas, esclarecendo resultados que, isolados, são muitas vezes conflitantes.
Todas as pesquisas analisadas, nacionais e internacionais, mostram que a maior parte do desempenho escolar é explicada pelas características familiares do aluno. A educação é realmente um bem transmitido de geração para geração, tanto a boa quanto a má educação, explica Fabiana de Felício, responsável pelo estudo no Itaú Social e consultora do Ministério da Educação (MEC). São fatores principais o nível de escolaridade do pai e da mãe, a renda familiar, o tipo de moradia e o acesso a bens culturais. Todo o resto acaba sendo derivado disso.
Segundo a pesquisadora, os levantamentos - feitos tendo como parâmetro os resultados em avaliações nacionais do MEC e os índices de aprovação e evasão - mostram que o aluno já chega à escola com diferenças que fazem com que ele tenha resultados maiores ou menores. Ou seja, sua condição e estrutura familiar já o colocam em vantagem ou desvantagem desde o início do ensino fundamental.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.