sábado, 15 de junho de 2019
Erros de português
Os
100 erros de português mais frequentes
1 – “Vamos estar enviando amanhã”. O
gerundismo talvez seja a maior chaga da língua portuguesa atualmente. Esse vício horrendo surgiu a partir da tradução
– literal e impensada – para o português dos manuais de telemarketing, originalmente escritos em inglês estadunidense. Nesses manuais, aparecia a expressão We will be sending (something) out tomorrow,
que transmite a ideia de um futuro em andamento, muito estranha para o falante de português. A tradução literal
dessa expressão, feita por pessoas despreparadas, propiciou o surgimento da
intragável estrutura Vamos estar enviando
(algo) amanhã, que rapidamente se espalhou entre os menos esclarecidos.
Não há na língua
inglesa um tempo verbal específico para se referir ao futuro. Para suprir essa
deficiência, o falante de inglês utiliza formas diferentes para se referir ao
tempo futuro, dependendo da maior ou
menor possibilidade de um evento ocorrer. Quando a possibilidade é muito grande, o falante utiliza o present continuous; à medida que essa
possibilidade diminui, ele utiliza as formas be going to, will, may ou might. No português, há duas
formas para se referir ao futuro: o futuro do
presente do modo indicativo (enviaremos) e a locução verbal formada
por um verbo auxiliar flexionado e um verbo principal no infinitivo (vamos
enviar ou iremos enviar).
O português é uma língua de origem românica, derivada
do latim vulgar, e o inglês é uma língua de origem germânica. Esses idiomas
pertencem a famílias linguísticas absolutamente distintas e, portanto, têm sistemas linguísticos profundamente
distintos. Por essa razão, as soluções adotadas por um desses idiomas não devem
de forma alguma ser adotadas pelo outro, porque a partir desse erro podem
surgir aberrações inaceitáveis como o gerundismo.
Todos já devem ter ouvido esta frase: “Nem tudo que é
bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. No que se refere à economia,
ao sistema jurídico ou à política, a pertinência dessa frase pode até ser
questionada. Entretanto, na seara linguística, essa é uma verdade absolutamente
inquestionável.
2
– “Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado
neste andar”. Essa é uma aberração “legalizada” porque surgiu em cumprimento
à Lei nº 9.502 – aprovada pela Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo no dia
11 de março de 1997 –, cujo artigo 1º
decretava: Os prédios comerciais, edifícios de apartamentos, escritórios e
outros estabelecimentos congêneres, públicos ou particulares, dotados de
elevadores, ficam obrigados a fixar junto às portas externas desses equipamentos
plaquetas de advertência aos usuários, com os
seguintes dizeres: “Aviso aos passageiros: antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar”
(sic). Porém, há regras gramaticais
que os legisladores paulistas não conheciam, tampouco os “passageiros”: (1) nunca
se deve empregar a expressão o mesmo (ou
a mesma) para se referir a pronomes
ou substantivos; (2) no período em
questão, o uso da próclise é
preferível ao da ênclise; (3) como o aviso é dirigido ao público em geral e não
a alguém em particular, a utilização da terceira pessoa do modo imperativo (verifique você) é inadequada. O mais
apropriado é manter o verbo verificar no infinitivo, da mesma forma que ocorre
com o primeiro verbo do enunciado (entrar).
Há, portanto, duas formas de cumprir a lei paulista e, ao
mesmo tempo, respeitar a gramática normativa do português: Antes de entrar, verificar se o elevador está parado neste andar ou,
como segunda opção, Antes de entrar no
elevador, verificar se ele está parado neste andar. Outras construções
corretas: Torci pelo Atlético, mas o time
perdeu (e nunca o mesmo perdeu). / Os membros do tribunal reuniram-se hoje;
amanhã o país conhecerá a decisão dos magistrados (ou deles) – e nunca dos mesmos.
3 – “O remédio receitado, não surtiu efeito”. Erro
extremamente comum, até mesmo em
textos produzidos por pessoas com a mais alta escolaridade possível. Não se
separa com pontuação alguma o sujeito
do predicado. Oração correta: O remédio receitado não surtiu efeito. Outro
erro: O político cometeu, novas
irregularidades. Não existe pontuação alguma
entre o verbo e o seu complemento: O
político cometeu novas irregularidades.
4 – “O tratado onde ele descreve suas teorias”.
Mais um erro cometido com frequência
por brasileiros de todas as camadas sociais, independentemente do nível de
escolaridade. O advérbio onde só pode
ser utilizado para se referir a lugar: A
casa onde ele mora. / O parque onde as crianças brincam. Nos demais casos,
utilizam-se as expressões no qual (ou
na qual) e em que. Exemplos de enunciados decentes: A monografia em que (ou na
qual) ele defende seus argumentos. /
O artigo em que (ou no qual) ele discorre sobre o tema. / A faixa em que (ou na qual) ela canta. / A reportagem em
que (ou na qual) ele aparece.
5 – “Houveram muitos contratempos”. Erro
crasso e clássico. O verbo haver, com o sentido de existir, é sempre
invariável: Houve muitos contratempos.
/ Havia muitas possibilidades. Nos
casos em que aparece verbo auxiliar junto ao
verbo haver, ambos não variam:
Deve haver muitos funcionários
envolvidos. / Pode haver problemas estruturais.
6 – “É um previlégio trabalhar nesta empresa”. A
grafia correta é privilégio. Outras
grafias erradas, com a forma correta
entre parênteses: entitular (intitular), aerosol (aerossol), toráxico (torácico), subzídio (subsídio, com som de s),
asterístico (asterisco), impecílio (empecilho), mussarela (muçarela), bom dia (bom-dia, quando
este termo for um substantivo: Desejo a todos um bom-dia), paralizar (paralisar), beneficiente (beneficente), xuxu (chuchu), excessão (exceção), vultuoso (vultoso), cincoenta (cinquenta), zuar (zoar), frustado (frustrado), calcáreo (calcário), advinhar (adivinhar), benvindo (bem-vindo), mal estar (mal-estar), ascenção (ascensão), pixar (pichar), envólucro (invólucro), bem intencionado (bem-intencionado).
7 – “Se eu ver
você amanhã”. Conjuga-se o futuro do
modo subjuntivo do verbo ver (geralmente
acompanhado dos advérbios quando e talvez, e da conjunção condicional se) da seguinte forma: Se eu vir você amanhã. / Quando ele vir
o erro que cometeu, talvez seja tarde. Da mesma forma: Se eu vier (do verbo vir),
convier; se eu tiver (do verbo ter), mantiver; se ele puser (do verbo pôr), impuser; se ele fizer (do
verbo fazer), desfizer; se nós dissermos (do verbo dizer), predissermos.
8 – “O ônibus chegou a uma hora e partirá daqui
há dez minutos”. A forma verbal há indica tempo passado e equivale a faz, enquanto a preposição a exprime distância ou tempo futuro e não pode ser substituída por faz.
Oração correta: O ônibus
chegou há (faz) uma
hora e partirá daqui a (tempo futuro) dez
minutos. / O atirador estava a (distância) pouco mais de 20 metros. / Ele se demitiu há (faz) duas semanas.
9 – “Independente das condições climáticas,
sairei à noite”. O termo independente
é um adjetivo e, portanto, deve sempre acompanhar o substantivo. Exemplo: Ele tomou uma atitude independente. O
vocábulo independentemente é um
advérbio; portanto, nem sempre acompanha o substantivo e geralmente é utilizado
antes da preposição de. Esta é a
oração correta: Independentemente das
condições climáticas, sairei à noite.
10 – “Entrar dentro (ou para dentro)”. O
correto é “entrar em”. Outras redundâncias muito comuns que devem ser evitadas:
sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio
exclusivo, ganhar grátis, viúva do falecido, debaixo do sol quente (dupla redundância), todos foram unânimes, acabamento final, sorriso nos lábios, criar
novos conceitos (ou qualquer outra
coisa), consenso geral, conviver
juntos, detalhes minuciosos, surpresa inesperada, gritar bem alto, na minha
opinião pessoal, novo lançamento, aprimorar melhor, ver com os próprios olhos,
lágrimas nos olhos, encarar de frente, a grande maioria, etc.
11 – “A moça que ele gosta”. O verbo gostar é transitivo indireto; portanto,
em seu complemento deve constar a preposição de. A oração correta é: A
moça de que (ou de quem) ele gosta. Outras construções com verbos
cujos complementos contêm preposição: O
dinheiro de que ela dispõe; O filme a que ele assistiu (e não O filme que ele assistiu); A prova de que ele participou; O amigo a que
(ou a quem) ela se referiu.
12 – “Precisamos melhorar a infra-estrutura”. Conforme
o acordo ortográfico de 1990, que entrou em vigor no Brasil em janeiro de 2009, infraestrutura não tem hífen, assim como hora extra, ponto de vista, mala
direta, mandachuva, mão de obra, intraocular, coautor, cofundador,
coorientador, neoacadêmico, antissocial, antirracista, arquirrival,
autorretrato, autoanálise, contrassenso, pseudossábio, semiaberto, semiparalisado,
semirreta, ultrarradical, subsíndico, supersecreto, televendas, etc.
13 – “Vou assistir o jogo”. Assistir, com o
sentido de presenciar, exige o uso da preposição a. Vou assistir ao jogo, à
missa, à sessão. Outros verbos com a mesma regência: A medida não agradou (ou
desagradou) à população. / Eles
obedeceram (ou desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor.
/ Ela pagou ao amigo. / Ela respondeu à carta. / Ele sucedeu ao pai. / A
punição visava aos devedores.
14 – “Vou banhar; vou alimentar; eu assustei;
ele machucou; magoou”. Essas frases estão incompletas e sem sentido porque
falta o pronome reflexivo que complementa o verbo transitivo direto. A
ausência do pronome reflexivo impossibilita a compreensão das frases, já que não é possível determinar se o
sujeito pratica a ação sobre si mesmo ou
sobre alguém. Formas corretas: Vou me
banhar. / Vou me alimentar.
/ Eu me assustei. / Ele se machucou. / Magoou-se.
15 – “Prefiro praia do que cinema”. Prefere-se
sempre uma coisa a outra: Prefiro praia a cinema. A expressão é preferível segue a mesma regra: É preferível sofrer por amor a nunca ter amado.
16
– “Há trinta anos atrás”. Percebe-se uma clara redundância, já que “há” e “atrás” indicam tempo
transcorrido. Expressões corretas: há
trinta anos ou trinta anos atrás.
17 – “Levei ele pra escola”. Os pronomes
retos (eu, tu, ele, nós, vós, eles) não podem cumprir a função de objeto
direto. Formas corretas, com pronomes oblíquos exercendo a função de objeto
direto: Levei-o à escola; Deixe-os
entrar; Mandou-nos ficar quietos; Ele a viu passar (e não Ele viu ela passar); Mandaram-me tomar cuidado.
18 – “Porque você foi embora?”. Utiliza-se por que separado em perguntas e nos
casos em que este termo pode ser substituído pelas expressões por qual razão, por qual motivo ou pelo qual.
Exemplos: Por que (por qual razão) você foi embora? / Não sei por que (por qual motivo) ela se
irritou. / Só eu sei o apuro por que (pelo
qual) passei. Quando por que vier antes de um ponto (seja final, de interrogação ou de exclamação),
recebe acento circunflexo e continua com o
significado de por qual razão ou por qual motivo. Exemplos: Você parece irritado. Por quê? / Chorar o leite derramado, por quê? A vida
continua. A forma porque é uma
conjunção causal ou explicativa; equivale a pois
e uma vez que. Exemplos: Não posso sair porque (pois) a chuva está forte. / Convém não buzinar, porque (uma vez que) estamos em frente de um hospital. A forma porquê (acentuada) exerce a função de substantivo e aparece sempre
acompanhada de artigo, pronome,
adjetivo ou numeral. Significa motivo ou razão. Exemplos: Não sei o
porquê (o motivo) de sua falta. / Diga-me um porquê (uma razão)
para não fazer essa tarefa.
19 –
“Aluga-se casas”. O verbo sempre
deve concordar com o sujeito. Alugam-se
casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos.
/ Procuram-se
empregados.
20 – “Tratam-se de”. O verbo seguido de
preposição deve ficar no singular: Trata-se dos melhores profissionais. /
Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta- se com os amigos.
21 –
“O fato passou desapercebido”. Mais um erro clássico. Na verdade, o fato passou despercebido, ou seja, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
22 – “Comeu pizza ao invés de lasanha”. A
expressão em vez de indica apenas uma substituição de um termo
por outro com alguma semelhança: Comeu
pizza em vez de lasanha. A expressão ao
invés de determina que os termos envolvidos devem ter sentidos diametralmente opostos: Ao invés de entrar, saiu. / Ao invés de sorrir, chorou.
/ Ao invés de agir com compostura, ele prima pela
indecência.
23
– “Entre eu e você”. Depois de preposição, não se usa pronome reto;
usa-se pronome oblíquo. Entre mim e você.
/ Entre ti e ela.
24
– “Vou ponhar a roupa para secar”. Não existe a forma verbal ponhar. A oração correta é Vou pôr a roupa para secar. Vale
ressaltar que o acordo ortográfico de 1990 não aboliu o acento circunflexo
empregado para diferençar alguns homógrafos (palavras diferentes no significado e na pronúncia, mas escritas
de modo idêntico), como ocorre em pôr (verbo, monossílabo tônico), em
contraposição a por (preposição,
monossílabo átono); pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo do verbo poder), em oposição a pode (3ª pessoa do singular do presente
do modo indicativo do mesmo verbo).
25 – “A nível de”. Mais uma expressão indevida que muitas pessoas consideradas “letradas” insistem em utilizar.
Entretanto, a única expressão desse tipo amparada pela gramática normativa é ao nível de, que significa à altura de ou no mesmo plano que.
26 – “Causou-me desapontamento suas atitudes”. Esta
é a forma correta: Causaram- me
desapontamento suas atitudes. É muito comum
o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Outro exemplo
correto: Foram iniciadas nesta manhã as
obras (e não Foi iniciado nesta manhã
as obras). Nesse último exemplo,
há erro de concordância de número e gênero.
27 – “Haja visto seu comportamento”. O
correto é haja vista, uma expressão verbal perifrástica, ou seja, composta por um vocábulo auxiliar e
um principal, que equivale à forma sintética veja. Deve sempre ser utilizada de forma invariável: Haja vista seu comportamento. / Haja vista
seus esforços. / Haja vista suas críticas.
28 – “Porisso; concerteza; nada haver;
derepente; agente quer; afim de zuar; simplismente de mais”. São erros
extremamente comuns em textos de redes sociais. Se tais erros (embora lamentáveis) ficassem restritos ao mundo virtual, não haveria muitos
problemas. Mas quem comete esses erros em textos virtuais tende a cometê-los em textos formais.
Expressões corretas: por isso,
com certeza, nada a ver, de repente, a
gente quer (equivale a nós queremos), a fim de (com o objetivo de) zoar,
simplesmente demais. Afim: que tem afinidade, semelhança
ou ligação.
29 – “O aumento salarial veio de encontro às
reivindicações dos professores”. Ao
encontro de é uma expressão que exprime uma situação favorável. Enunciado
correto: O aumento salarial veio ao encontro das reivindicações dos professores.
A expressão de encontro a significa
condição contrária: A queda do poder
aquisitivo foi de encontro (foi contra) às
expectativas da classe média.
30 – “Reverter o quadro”. Essa é uma das
expressões mais absurdas da língua portuguesa, mas pouquíssima gente
sabe disso. Como as pessoas não costumam consultar dicionários, desconhecem o
sentido primário do verbo reverter,
que significa voltar ao ponto de partida. Pretende-se, com o uso dessa expressão, dizer que a reversão do quadro
(subentendido, obviamente, como um cenário ruim ou desfavorável) resulta sempre
em melhoria da situação. Entretanto, reverter
significa primariamente voltar à situação inicial,
a qual nem sempre se pode afirmar peremptoriamente que foi boa ou ruim.
31 – “Parece que eles feriram-se”. Neste
caso, utiliza-se próclise (e não ênclise) porque os pronomes relativos e retos
(que e eles, respectivamente) atraem pronomes oblíquos e reflexivos (se). Construções corretas: Parece que eles se feriram. / O rapaz que se
embriagou na festa. A mesma atração ocorre com palavras ou expressões
negativas, conjunções subordinativas e advérbios: Não lhe diga nada. / Nada me fará mudar de opinião. / Em nenhuma
hipótese lhe dou o dinheiro. / Quando se falava no assunto. / Como as pessoas
lhe haviam dito. / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
32 – “A falta implicará em punição”. O verbo
implicar, com o sentido de acarretar,
é transitivo direto e, portanto, não
admite preposição. Formas aceitáveis: A
falta implicará punição. / Presidência
implica responsabilidade.
33 – “A opinião das pessoas podem mudar”. A
palavra próxima ao verbo não deve influir na
concordância. Orações corretas: A
opinião das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre as detentas foi
punida (e não foram punidas).
34 – “As empresas visam o lucro máximo”. Erro
muito frequente de regência verbal.
Em textos formais de alto nível, é aconselhável utilizar o verbo visar – com o sentido de ter por fim ou objetivo – como transitivo
indireto, cujo complemento contém a
preposição a. Forma correta: As empresas visam ao lucro máximo.
35 – “O governo interviu”. Conjuga-se o
verbo intervir da mesma forma que o
verbo vir. Forma correta: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos,
intervieram. Outros verbos derivados: entretinha,
mantivesse, reteve, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, etc.
36 – “Ela é meia louca”. O vocábulo meio é um advérbio e, portanto, não
varia jamais:
meio louca, meio esperta, meio capenga, meio piegas.
37 – “Fica você comigo”. A forma verbal fica representa a segunda pessoa do modo
imperativo afirmativo (fica tu). Para
a terceira pessoa (você) do mesmo modo verbal, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha para a Caixa você também. / Chegue aqui.
38 – “Eu tenho menas escolaridade do que você, mais
meu salário é melhor”. O vocábulo menos
é um advérbio de intensidade, portanto não varia: Quanto menos gordura, menos problemas de saúde. A palavra mais pode ser um advérbio de intensidade (Estude mais) ou uma conjunção que exprime a ideia de adição (Dois mais dois são quatro). A conjunção mas liga
orações ou períodos com as mesmas propriedades sintáticas, introduzindo frase que denota basicamente oposição
ou restrição ao que foi dito
anteriormente. Enunciado correto: Eu
tenho menos escolaridade do que você, mas meu salário é melhor.
39 – “Acho isso uma perca de tempo”. Mais um
erro muito comum. Perca é a primeira e a terceira pessoa
do presente do modo subjuntivo, e a terceira pessoa do modo imperativo; perda é um substantivo. Oração correta: Acho isso uma perda de tempo. Outras
construções corretas: Tomara que eu perca
essa mania (perca: primeira pessoa
do presente do modo subjuntivo); O seguro
avaliou o caso como perda total (perda: substantivo).
40 – “Está calor”. Embora seja muito utilizada no dia a dia, essa expressão não faz
sentido porque falta um verbo-suporte impessoal (neste caso, fazer), que, juntamente com o
substantivo calor, constitui um todo
semântico para denotar fenômeno atmosférico.
Formas corretas: Está fazendo calor ou
Faz calor. Trocando-se o substantivo
por um adjetivo, torna-se aceitável a expressão Está quente.
41 – “Ele foi taxado de corrupto”. Taxar significa cobrar tributos, fixar preços. O termo tachar significa acusar de:
Ele foi tachado de corrupto. / Ela foi
tachada de mentirosa.
42 – “Ele foi um dos que chegou antes”. A
expressão um dos que requer a
concordância verbal no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos
que chegaram antes, ele foi um). / Ela era uma das que sempre buscavam a excelência.
43 – “O advogado nega que é incompetente”. A
expressão negar que leva o verbo ao
modo subjuntivo, assim como a conjunção embora
e o advérbio talvez. Exemplos: O advogado nega que seja incompetente. / O
jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a
formatura. / Embora tente negar, ele cometeu uma irregularidade.
44 – “Ele tinha chego atrasado”. A forma
verbal chego é a conjugação da
primeira pessoa do presente do modo
indicativo. O correto é utilizar o verbo no
particípio passado: Ele tinha
chegado atrasado.
45 – “Desculpe a nossa falha”. Falha é um substantivo abstrato e não uma pessoa a quem se deve desculpar. Quem
desculpa, desculpa alguém de (ou por) alguma
coisa. Forma correta: Desculpe-nos
pela falha.
46
– “Ele inflingiu o regulamento”. Infringir
significa transgredir: Ele infringiu
o regulamento. Infligir (e não inflingir)
significa aplicar: Infligiu severa
punição ao réu.
47 – “Toda a equipe vai suportar o projeto”. Erro
derivado da tradução indevida e irrefletida do verbo to support, que na língua
inglesa significa apoiar, sustentar, auxiliar, dar suporte. Entretanto, na língua portuguesa, o verbo suportar não tem nenhum desses significados. No nosso insigne idioma, suportar significa apenas aguentar, resistir, tolerar e aturar. Oração correta: Toda a equipe vai apoiar o projeto.
Outras palavras derivadas de traduções literais e equivocadas do inglês: aborção (do inglês abortion) não existe em português, já que o correto é abortamento;
a palavra debris só existe na língua inglesa, uma vez que em
português esse termo significa restos ou
fragmentos; o termo detrimental também só existe em inglês,
pois em português o correto é utilizar os termos
prejudicial ou deletério.
48 – “O processo deu entrada junto ao tribunal”.
Os processos dão entrada no tribunal.
Exemplos semelhantes: O jogador foi
contratado do (e não junto ao) Palmeiras. / Cresceu muito o prestígio do
jornal entre os (e não junto aos)
leitores. / Era grande a sua dívida com o
(e não junto ao) banco. / A reclamação foi apresentada ao (e
não junto ao) Procon.
49 – “As pessoas esperavam-o”. Quando o
verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e
as tomam as formas no, na, nos e nas: As pessoas
esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos,
impõem-nos.
50 – “Vocês fariam-lhe um favor?”. Não se usa pronome oblíquo átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois
de futuro do presente, futuro do pretérito
(antigo condicional) ou particípio. O correto: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam)
um favor? / Ele se imporá pelos
conhecimentos (ou impor-se-á, mas nunca imporá-se). / Os amigos nos
darão um presente (ou dar-nos-ão,
mas nunca darão-nos). / Tendo-me
formado (e nunca tendo formado-me).
51 – “Ele vive às custas do governo”. Oração
correta: Ele vive à custa do governo. Utiliza-se
também em via de, e não em vias de: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
52 – “Tenho bastante coisas para fazer”. Há
erro nesse tipo de enunciado nos
casos em que o vocábulo bastante não
for advérbio e tiver função adjetiva, ou seja,
quando puder ser substituído por muitos
ou muitas. Por mais estranho que
possa parecer, esta é a construção
correta: Tenho bastantes coisas para fazer.
53
– “A atleta deu a luz a gêmeos”. A expressão correta é simplesmente dar à luz: A atleta deu à luz gêmeos. Também é incorreta a construção A atleta deu à luz a gêmeos.
54 – “Estávamos em quatro à mesa”. Neste
caso, a preposição em deve ser suprimida.
Estávamos quatro
à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 – “A Constituição protege os cidadões”. O
plural de cidadão é cidadãos. Outros
exemplos de plurais corretos: caracteres (de
caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres, fôlderes, hambúrgeres.
56
– “Ficou contente por causa que ninguém se feriu”. Embora popular,
esta expressão não existe. Forma correta:
Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 – “Catéter”. De acordo com a etimologia,
essa é uma palavra oxítona, cuja pronúncia correta é catetér. Lamentavelmente, esse é mais um caso em que a falta de
esclarecimento dos falantes faz com que o uso predominante seja o incorreto (como se esta fosse uma palavra
paroxítona, catéter). Qualquer que
seja o uso (correto ou equivocado), esse termo não recebe acento algum.
58 – “À medida em que a chuva aumentava”. Nesse
caso, a preposição é dispensável. Forma correta: À medida que a chuva aumentava. Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 – “Ele não queria que receiassem o seu
temperamento”. Nesse exemplo, a vogal i
deve ser suprimida: Ele não queria que
receassem o seu temperamento. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só cabe a vogal i quando a sílaba tônica cai na vogal e que precede a terminação ear:
receiem, passeias, enfeiam).
60 – “Eles tem razão”. Para haver a
concordância verbal, a terceira pessoa do plural do presente do modo indicativo
do verbo ter recebe acento
circunflexo. Construção aceitável: Eles
têm razão. A mesma regra vale para os verbos vir, conter, manter, intervir e deter: eles vêm, contêm, mantêm, intervêm e detêm. Depois do acordo ortográfico de
1990, os verbos crer, dar, ler
e ver perderam o acento
circunflexo na terceira pessoa do plural: creem, deem, leem e veem.
61 – “A moça estava ali há muito tempo”. A
forma verbal haver concorda com estava.
A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses (a
forma havia deve ser utilizada quando
o verbo estiver no pretérito
imperfeito e no pretérito mais-que-
perfeito do modo indicativo).
62 – “Você quer que eu vou?”. Essa expressão
está incorreta porque a forma verbal vou pertence
ao presente do indicativo, modo verbal utilizado para indicar um evento de
forma concreta, certa, precisa. Exemplos: Eu
vou ao cinema. / Eu falo a verdade.
/ Eu exijo meus direitos. No caso em
questão, a construção correta é Você quer
que eu vá?, já que a forma verbal vá pertence
ao presente do subjuntivo, modo verbal utilizado para expressar a ideia de
suposição, hipótese, expectativa, possibilidade, etc. Outras formas corretas: Você quer que pegue? (e não Você quer que eu pego?); Você quer que eu fique? (e não Você quer que eu fico?); Você quer que eu faça? (e não Você quer que eu faço?); Você quer que eu venha? (e não Você quer que eu venho?); Você quer que eu ajude? (e não Você quer que eu ajudo?); Você quer que eu ligue? (e não Você quer que eu ligo?). É bom lembrar,
também, que não existem as formas seje e esteje.
63 – “As perspectivas futuras são as melhores
possíveis”. Trata-se de uma redundância, uma vez que não existem
perspectivas pretéritas. O vocábulo perspectivas
remete-se sempre ao futuro. Oração correta: As perspectivas são as melhores possíveis.
64 – “Talvez eu ficarei no trabalho fazendo
serão”. Quando uma oração tem início com o advérbio talvez e indica ação futura, o verbo deve ser utilizado no presente do modo subjuntivo. Oração
correta: Talvez eu fique no trabalho
fazendo serão.
65 – “A caravana percorreu todo país”. Todo o (ou toda a) significa inteiro (a). Oração correta: A caravana percorreu todo o país (o país inteiro). / Toda a
equipe (a equipe inteira) foi elogiada. Sem o artigo, todo significa cada, qualquer: Todo país (cada país) tem suas próprias
leis. / Todo texto (qualquer texto)
pode ser
melhorado.
66 – “Preciso de sua rúbrica neste documento”. Erro
comum, ocasionado por desconhecimento da posição correta da
sílaba tônica. O correto é rubrica,
palavra paroxítona (a sílaba tônica é a penúltima). Oxítona é a palavra
composta de duas sílabas ou mais, cuja
sílaba tônica é a última (exemplos: maré,
armação, alguém, timbu).
Proparoxítona é a palavra cuja acentuação tônica cai na antepenúltima sílaba (exemplos: púrpura, farmacêutico, amávamos).
67 – “O árbitro favoreceu ao time do coração”. Favorecer é um verbo transitivo direto;
portanto, o seu complemento dever ser utilizado sem preposição: O árbitro favoreceu o time do coração. / A
decisão do tribunal favoreceu os empregados.
68 – “Ela mesmo se maquiou”. O vocábulo mesmo, quando equivale a próprio, é um adjetivo e, portanto, varia. Construções corretas: Ela mesma (própria) se maquiou. / As
crianças mesmas fizeram o dever de casa.
69
– “Para mim fazer”. Mim não
faz coisa alguma porque não pode ser sujeito. O correto: para eu fazer, para eu dizer, para eu
resolver.
70 – “Vou sair essa noite”. É o pronome este que designa o tempo no qual se está ou o objeto próximo: esta noite, esta semana (a semana em
curso), este dia (o dia de hoje), este jornal (o jornal que se lê
no momento), este século (o século 21).
71
– “A temperatura chegou a 0 graus”. Zero sempre indica singular: zero
grau, zero- quilômetro, zero hora.
72
– “Para maiores informações”. As informações
não têm tamanho, mas quantidade. O mais coerente e inteligente é utilizar a
expressão Para mais informações.
73 – “É provável que sua decisão não satisfaz a
todos”. Neste caso, houve erro no emprego
do modo verbal. O correto é utilizar o verbo no
modo subjuntivo (satisfaça), e
não no modo indicativo (satisfaz).
74 – “Existe muitas anomalias”. O uso dos
verbos existir, bastar, faltar, restar e sobrar (da mesma forma que ocorre com os demais) sempre exige a
concordância com o sujeito. Existem muitas anomalias. / Bastariam
algumas palavras. / Faltavam poucas horas. / Restaram muitas dúvidas. /
Sobraram candidatos.
75 – “Ele intermedia a negociação”. Conjugam-se
os verbos mediar e intermediar da mesma forma que odiar: Ele intermedeia (ou medeia)
a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem a mesma regra: eles remedeiam, que eles anseiem, eu
incendeio.
76 – “Ele quebrou o óculos”. A concordância
correta é no plural: Ele quebrou os óculos. / Perdi meus óculos. Da mesma forma: meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes,
nossas férias, felizes núpcias.
77 – “Mal cheiro; mau-humorado”. Mal opõe-se
a bem; mau opõe-se a bom. Estas são as formas corretas: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente:
mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
78 – “O governo reaveu a confiança”. Equivalente
à expressão O governo recuperou a
confiança. A conjugação do verbo reaver
é semelhante à do verbo haver,
mas apenas nos casos em que este tem a
letra v: reavemos, reouve, reavia, reaverá, reaveria. Não existem as flexões
reavejo, reaveu, reavê, etc.
Portanto, a forma correta é: O governo
reouve a confiança.
79
– “Disse o que quiz”. Não existe z,
mas apenas s, nas flexões de querer e pôr: quis, quisesse,
quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 – “Ele possue muitos bens”. Esta é a
flexão correta do verbo: Ele possui muitos bens. Verbos
terminados em uir só têm a flexão ui: inclui, atribui, polui,
possui. Verbos terminados em uar são
os que admitem a flexão ue: continue,
recue, atue, atenue.
81
– “Fazem duas décadas”. O verbo fazer,
quando exprime tempo, é impessoal: Faz
duas décadas. / Fazia dois anos que ele não a via. / Fez vinte dias.
82 – “Ele já foi comunicado da decisão”. Uma
decisão é comunicada, mas ninguém é comunicado de coisa alguma. Este é o
enunciado correto: Ele já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma incorreta: A diretoria comunicou os empregados da
decisão. Opções corretas: A diretoria
comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 – “Ela vai por tudo a perder”. Acentua-se
a forma verbal pôr para diferenciá-la
da preposição por. Oração correta: Ela vai pôr tudo a perder. Por sua vez, pôde (terceira pessoa do singular do
pretérito perfeito do verbo poder), recebe acento circunflexo para não ser
confundida com pode (terceira pessoa
do singular do presente do mesmo verbo):
Ela não pôde vir. / Qualquer pessoa pode ser vítima
da violência.
84 – “O ingresso é gratuíto”. A pronúncia
correta é gratúito, assim como circúito, intúito, fortúito, flúido, condôr,
recórde, aváro, ibéro, pólipo, xérox, fêche, incésto, êxtra (o acento não existe
nesses casos; serve apenas para indicar a sílaba tônica).
85 – “Ás vezes penso que à partir dos 70 anos a
vida perde a graça”. Estas são as expressões corretas: às vezes, com acento grave
e não agudo; e a partir, pois não se
usa acento grave antes de verbo.
86 – “Espero que vocês viagem hoje”. O termo
viagem, grafado com g, é o substantivo: minha viagem. A forma verbal flexionada é viajem (de viajar): Espero que vocês viajem hoje. É
preferível, também, não comprimentar alguém;
de cumprimento (saudação), só pode
resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 – “O atendimento deve ser customizado”. De
acordo com o dicionário eletrônico Houaiss (o melhor
da língua portuguesa) e com a versão online
do VOLP (Vocabulário Ortográfico
da Língua Portuguesa), o verbo customizar
não existe. Este verbo foi
traduzido indevidamente do termo inglês customize,
que na língua inglesa significa
adaptar produto ou serviço ao gosto do cliente
(customer). Oração correta em
português: O atendimento deve ser
personalizado. Também não existem os
verbos oportunizar, renderizar, tipar, sorotipar, genotipar, introgredir, tetraploidizar,
biotinilizar, tripsinizar, printar, blogar, logar, fotologar, defaultear, downloadear, comitar e tuitar (este verbo existe com o sentido de defender ou proteger, mas não com o sentido de escrever
mensagens no twitter).
88
– “Comprou uma TV a cores”. Oração correta: Comprou uma TV em cores (não
se diz TV a preto e branco). Da mesma forma: transmissão em cores, desenho em cores.
89 – “A última seção de cinema”. Seção significa divisão, repartição; sessão equivale a tempo de uma reunião
ou de um evento: seção eleitoral, seção
de esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão
do Congresso Nacional.
90 – “Não sabiam aonde ele estava”. Forma
correta: Não sabiam onde ele estava. Utiliza-se
aonde apenas com verbos de movimento: Não
sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
91 – “Ela chegou em Fortaleza”. Verbos que
exprimem movimento requerem a utilização da preposição a, e não em: Ela chegou a Fortaleza. / Irei amanhã ao
teatro (e não no teatro). / Levei as crianças ao shopping (e não
no shopping). / Preciso ir à feira (e não na feira).
92
– “Vendeu uma grama de ouro”. Grama,
quando se refere a peso, é uma palavra masculina: um grama de ouro; vitamina C de dois gramas. Palavras femininas: a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
93 – “Venda à prazo”. Não se usa acento
grave antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra
moda: salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: a
salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
94
– “Ao meu ver”. Não existe artigo nessas expressões. Estas são as
formas corretas: a meu ver, a seu ver, a
nosso ver.
95 – “O churrasco começará ao meio-dia e meio”. Então
esse churrasco começará à meia-noite, porque meio-dia (12 h) mais a metade de um dia (12 h) perfazem um total de 24 h. O
correto é utilizar a expressão meio-dia e meia (hora), ou seja, 12:30 h.
96
– “Já é 10 horas”. Horas, e as demais palavras que definem tempo,
variam: Já são 10 horas. / Já é (e
não são) 1 hora. / Já é meio-dia. / Já é meia-noite.
97
– “A reunião começará às 20 hrs.”. As
abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Formas
corretas: 20 h, 6 km (e não kms.), 8 m, 15 kg.
98
– “O amigo que você confia”. Quem confia, confia em alguém ou em
alguma coisa; portanto, esta é a forma correta: O amigo em quem você confia.
99 – “Uma praia tranqüila é a melhor idéia de
laser”. Conforme o acordo ortográfico de 1990, não se utiliza mais o sinal
diacrítico denominado trema (¨) em palavras da língua portuguesa (grafia
correta: tranquila). Pelo mesmo acordo, os ditongos abertos éi e ói
presentes em sílaba tônica de palavras paroxítonas não recebem acento
gráfico (grafia correta: ideia). Laser é uma radiação eletromagnética
monocromática e coerente nas regiões visível, infravermelha ou ultravioleta. Laser é também um pequeno veleiro com mastro
único utilizado em competições. Lazer significa tempo livre para
atividades prazerosas, descanso, repouso, ócio.
100
– “Sentou-se na mesa para comer”. A expressão sentar-se (ou sentar) em significa sentar-se em cima de algo.
Formas corretas: Sentou-se à mesa para
comer. / Sentou-se ao piano, à janela, ao computador.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BECHARA,
Evanildo. Moderna gramática portuguesa.
Rio de Janeiro: Lucerna, 2001.
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova
Gramática do Português Contemporâneo. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Lexikon,
2008.
HOLLANDA,
Aurélio Buarque de. Novo dicionário
Aurélio de língua portuguesa. Curitiba: Positivo, 2009.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário Houaiss da língua
portuguesa. 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
HOUAISS,
Antônio. Escrevendo pela Nova
Ortografia: como usar as regras do novo acordo ortográfico da Língua
Portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
TRAVAGLIA, Luís Carlos. Gramática e Interação: uma proposta de
ensino de gramática. 9ª. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
WATKINS,
M.; POSTER, T. Gramática da Língua
Inglesa. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
Autor desta
compilação:
José Cesamildo Cruz
Magalhães, graduado em Letras
pela Universidade de
Brasília (UnB)
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