"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Free at last!

Do ser mitológico diz-se que nasceu em meados do século XX. E que, tendo nascido homem, foi aos poucos transformando-se numa mulher. No fim, tornou-se um ser de aspecto hermafrodita, com sexualidade indefinível. Sabe-se que o ser mitológico nasceu negro e morreu branco. Foi, na infância, um adulto: compromissos profissionais, responsabilidades, obrigações e pressão foram experimentados desde cedo em doses altas. Na maturidade, tornou-se uma criança: gostava de brincar, passear em carrosséis e montanhas russas, ter crianças por perto e jamais compreendeu exatamente do que se tratava o tal "mundo dos adultos".
Do ser mitológico diz-se que foi acusado de abusar sexualmente de crianças, o que nunca se comprovou. O que se sabe com certeza é que foi brutalmente espancado pelo pai, na infância, e submetido por este a tortura e pressão psicológicas. É comprovado que durante sua existência o ser mitológico ajudou crianças pobres e doentes, não só com dinheiro, mas com carinho e compreensão verdadeiros. Com essas crianças comunicava-se da mesma forma com que são Francisco de Assis conversava com passarinhos.
Do ser mitológico compreende-se que revolucionou a música pop mundial ao elevar a música negra (é importante lembrar: não importa quantas transformações e mutações tenha o ser sofrido em sua existência, ele nunca deixou de ser um grande, talvez o maior, artista da música negra norte-americana) a um status nunca antes alcançado: qualidade musical irresistível, ousadia de produção, competência e muito - muuuiiito - suingue.
Quincy Jones, músico, maestro e arranjador de excepcional talento, ajudou o ser mitológico nessa jornada. Do ser mitológico aceita-se que tinha habilidades múltiplas - dançava, cantava e compunha como poucos - e que com elas conseguiu apaixonar pessoas do mundo inteiro, independente de suas raças, classes sociais, nacionalidades, religiões, crenças etc.
Dele compreende-se que foi coroado rei pelos humanos e amado por estes como um anjo. A morte chegou-lhe como alívio, inadaptado que era ao mundo estranho que o amou e não o compreendeu. Na morte sabe-se que a imprensa, que o criticara impiedosamente nos últimos anos de vida - e tanta atenção dera a suas bizarrices, idiossincrasias e excentridades - acabou por reconhecer que o que prevalecerá de seus feitos será tão somente a brilhante música que concebeu, cantou e dançou.
Diz-se por fim que, ao morrer, o ser mitológico livrou-se do corpo que era ao mesmo tempo depósito de dons e talentos e também de dores e sofrimentos. E que se lembrou, no último instante de vida, da frase do discurso de um grande e admirável conterrâneo:
free at last!
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Por Tony Bellotto

domingo, 30 de agosto de 2009

Estudo do Hino Nacional

Dados sobre os autores
Joaquim Osório Duque Estrada nasceu em Pati do Alferes (RJ) em 1870 e faleceu em 1927, no Rio de Janeiro. Professor do Colégio D. Pedro II e da Escola Normal, foi poeta e crítico literário. Obras principais: A Arte de Fazer Versos, Crítica e Polêmica.
Francisco Manuel da Silva nasceu em 1795 no Rio de Janeiro, onde faleceu em 1865. Dedicou-se à música desde a infância, fundando a Sociedade Beneficente Musical e o Conservatório de Música do Rio de Janeiro.

Curiosidades
No hino brasileiro aparecem várias palavras referindo-se à bandeira. A origem da bandeira é muito antiga. Os romanos usavam um molho de palha nas pontas das lanças para marcar sua presença. Na Idade Média, o uso das bandeiras e insígnias generalizou-se. Os cavaleiros, para serem reconhecidos, usavam distintivos na armadura ou nos elmos com que cobriam a cabeça. Os cruzados colocavam panos coloridos nas pontas de hastes para se identificarem. Os símbolos mais usados eram o pendão, bandeira armada em vara atravessada horizontalmente sobre o mastro (Salve lindo pendão da esperança...- Hino à bandeira); a bandeira real, só desfraldada na hora do combate; o guião, sinal peculiar do príncipe ou do senhor; o lábaro ou estandarte, bandeira que indicava a presença do rei, e o gonfalão, bandeira de guerra com três ou quatro pontas pendentes.

Estudo do vocabulário
1. Faça a ligação entre as palavras do Hino e seus significados, usando as letras:
a) fúlgidos( v. 3)........... ( )calmas, tranqüilas, serenas
b) penhor (v. 5) ........... ( ) que ressoa, ecoante
c) Salve! (v.11) ........... ( ) belo, gracioso
d) florão (v. 28)............. ( ) brilhante, luminoso
e) garrida (v. 30)............ ( ) destemido, arrojado
f) lábaro (v. 38) .............. ( ) grito, clamor
g) flâmula (v. 39)........... ( ) adorada, venerada, amada
h) clava (v. 41)............. ( ) interior, âmago
i) plácidas (v. 1)........... ( ) admirável, magnífico, grandioso
j) brado (v. 2) .............. ( ) cintilas, realças, brilhas
l) retumbante (v. 2)......... ( ) brilhantes, resplandecentes
m) idolatrada (v.10)........ ( ) garantia, prova
n) vívido (v. 12).............. ( ) passe bem, tenha saúde
o) formoso (v. 14).......... ( ) adorno, enfeite, ornamento
p) impávido (v. 17) ........ ( ) alegre, vistosa
q) colosso (v. 17)......... ( ) bandeira, estandarte
r) esplêndido (v. 28)......... ( ) bandeira, galhardete
s) seio (v. 33) ............... ( ) arma, tacape
t) fulguras ..................... ( ) gigante
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2. O que valorizaria um simples riacho (Ipiranga) a ponto de ser citado no Hino Oficial do País?
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3. Por que Cruzeiro (v. 15) está escrito com letra maiúscula?
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4. No verso 29, o hino cita Novo Mundo. Por que o autor da letra usou tal expressão. Explique.
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5. Leia o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, e responda: Qual estrofe deste poema foi incorporada ao Hino Nacional?
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6. Segundo o autor da letra, o país passou a ter liberdade com independência.
a) A que tipo de liberdade se refere?
b) Pelas ideias expressas no texto, essa liberdade foi conquistada com luta ou obtida com facilidade? Retire do Hino os versos que comprovem sua resposta.
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7. Ao escrever a expressão Deitado eternamente em berço esplêndido, o autor quer passar a ideia de o país estar acomodado, parado ou de ter condições privilegiadas para o desenvolvimento? Justifique sua reposta.
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8. O Hino diz que o brasileiro dá a vida por seu país.
a) Quais os versos que provam essa afirmação?
b) É uma afirmação verdadeira ou não? O que você acha?
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9. Os versos 5 e 6: Se o penhor dessa igualdade/ Conseguimos conquistar com braço forte afirmam que os brasileiros conseguiram fazer do Brasil um país igual às outras nações livres e independentes. Você acha que o Brasil, na sua economia, é um país livre? Por quê?
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10. Depois de estudar a letra do hino responda: O que é ser patriota na atualidade brasileira?
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11. Coloque toda a letra do hino na ordem direta.
Exemplo: Ouviram do Ipiranga as margens plácidas /De um povo heróico o brado retubante.
Ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga ouviram /O brado retubante de um povo heróico.
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(Extraído e adaptado do livro Descoberta & Construção, de Tadeu Rossatto Bisognin, 8ª série, Editora FTD)
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Para ter acesso ao estudo completo, inclusive as respostas, visite:

A lei do caminhão de lixo...

Num dia desses, peguei um táxi e fui direto para o aeroporto. Estávamos rodando na faixa certa quando de repente um carro preto saiu do estacionamento na nossa frente.
O motorista do táxi pisou no freio, deslizou e escapou do outro carro por um triz! O motorista do outro carro sacudiu a cabeça e começou a gritar para nós.
O motorista do táxi apenas sorriu e acenou para o cara. E eu quero dizer que ele o fez bastante amigavelmente.
Então perguntei: "Porque você fez isto? Este cara quase arruína o seu carro e nos manda para o hospital!"
Foi quando o motorista do táxi me ensinou o que eu agora chamo "A Lei do Caminhão de Lixo".
Ele explicou que muitas pessoas são como caminhões de lixo. Andam por ai carregadas de lixo, cheias de frustrações, cheias de raiva, e de desapontamento. A medida que suas pilhas de lixo crescem, elas precisam de um lugar para descarregar, e às vezes descarregam sobre a gente. Não tome isso pessoalmente.
Apenas sorria, acene, deseje-lhes bem, e vá em frente. Não pegue o lixo delas e espalhe sobre outras pessoas no trabalho, em casa, ou nas ruas.
O princípio disso é que pessoas bem sucedidas não deixam os seus caminhões de lixo estragarem o seu dia. A vida é muito curta para levantar cedo de manhã com remorso, assim... Ame as pessoas que te tratam bem. Ore pelas que não o fazem.
A vida é dez por cento o que você faz dela e noventa por cento a maneira como você a recebe!
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Tenha um bom dia, livre de lixo!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Livro Clip

A história dos Pigmeus ganha vida em LivroClip infantil
Você sabia que os pigmeus africanos são considerados um dos povos mais baixos que se conhece na Terra? O LivroClip “Pigmeus, os defensores da floresta”, que estreia esta semana no site, traz as curiosidades e as aventuras desse povo, que hoje estão espalhados pelas florestas tropicais da África. O trailer é baseado na obra homônima do escritor Rogério Andrade Barbosa, com ilustrações de Maurício Negro. Veja: http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=194

Oficina LivroClip gratuita no SESI
Para os professores que desejam aprender um pouco mais sobre a ferramenta LivroClip aí vai uma dica. Do dia 8 a 11 de setembro, será realizada uma oficina de LivroClip gratuita no SESI Vila Leopoldina, em São Paulo. Os inscritos vão participar de aula expositiva sobre a leitura no Brasil e terão a oportunidade de elaborar roteiros e de aprender a utilizar a ferramenta para estimular a leitura. Não perca essa chance! Ainda dá tempo de fazer a sua inscrição. Acesse: http://www.sesisp.org.br/leopoldina/centrocultural/bp.asp

Enjoy My Books reúne mais de 100 participantes
A versão beta do site Enjoy My Books, a mais nova rede social do País, já conta com a participação de mais de 100 internautas. Quem visitar o site vai encontrar trechos de Monteiro Lobato, Hunter Thompson, Markus Zusak, Franz Kafka e muito mais.
Crie o seu perfil e participe: http://www.enjoymybooks.com/

Confira o “TOP 10” da semana

1º - Dom Casmurro:

http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=4

2º - A Pele do Lobo:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=104

3º - Game da Reforma Ortográfica:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=183

4º - A Cartomante:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=103

5º - Fernando Pessoa em oito porradas:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=182

6º - A Divina Comédia – O Inferno:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=18

7º - LivroGame Firebelly:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=170

8º - A Carta:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=129

9° - Jogo Ler é Preciso:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=131

10º - Drummond e o jogo da pedra:
http://www.livroclip.com.br/index.php?acao=hotsite&cod=79

CAPITÃES DA AREIA

“Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar com os outros, trazia nos olhos e na voz a autoridade de chefe. Um dia brigaram. A desgraça de Raimundo foi puxar uma navalha e cortar o rosto de Pedro, um talho que ficou para o resto da vida. Os outros se meteram e como Pedro estava desarmado deram razão a ele e ficaram esperando a revanche, que não tardou. Uma noite, quando Raimundo quis surrar Barandão, Pedro tomou as dores do negrinho e rolaram na luta mais sensacional a que as areias do cais jamais assistiram. Raimundo era mais alto e mais velho. Porém Pedro Bala, o cabelo loiro voando, a cicatriz vermelha no rosto, era de uma agilidade espantosa e desde esse dia Raimundo deixou não só a chefia dos Capitães da Areia, como o próprio areal. Engajou tempos depois num navio.”
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Jorge Amado

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Obras literárias em formato eletrônico

Basta clicar no título, que você será encaminhado para o site em que a obra está disponível.
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1. A Carne -Júlio Ribeiro
2. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
3. A Cartomante -Machado de Assis
4. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
5. A Confissão de Lúcio -Mário de Sá-Carneiro
6. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
7. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
8. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
9. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne
10. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
11. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
12. Casa de Pensão -Aluísio de Azevedo
13. Casa Velha -Machado de Assis
14. Diário Íntimo -Afonso Henriques de Lima Barreto
15. Diva -José de Alencar
16. Divina Comedia -Dante Alighieri
17. Dom Casmurro -Machado de Assis
18. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
19. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
20. Ilíada -Homero
21. Lucíola -José de Alencar
22. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
23. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
24. Mensagem -Fernando Pessoa
25. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
26. O Ateneu -Raul Pompéia
27. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
28. O Guarani -José de Alencar
29. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
30. Odisséia -Homero
31. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
32. Romeu e Julieta -William Shakespeare
33. Ulysses -James Joyce
34. Via-Láctea -Olavo Bilac
35. Vozes d'África -Antônio Frederico de Castro Alves

domingo, 23 de agosto de 2009

Homo artisticus

Se a natureza cantava, os homens queriam cantar também

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A Terra tem uma idade aproximada de 4,5 bilhões de anos.
Nossa espécie, o Homo sapiens, apareceu em torno de 200 mil anos atrás, na África. Se concentrássemos 4,5 bilhões de anos em uma hora, nosso aparecimento teria ocorrido há menos de dois décimos de segundo. Somos a presença mais recente neste planeta e nos achamos donos dele. Algo para refletir.
Evidências fósseis e genéticas indicam que grandes migrações da África em direção à Eurásia e à Oceania ocorriam já há 70 mil anos. A fala, parece que tínhamos há pelo menos 50 mil anos. Dos 200 mil anos que marcam a nossa presença na Terra, há apenas 10 mil nós nos organizamos em sociedades agrárias, capazes de se sustentarem com o plantio e colheita regular de espécies de vegetais domesticados.
Certamente, quando essas sociedades começaram a se organizar, alguns animais também foram domesticados.
Antes dessas sociedades agrárias, bandos de homens e mulheres corriam pelas savanas africanas e planícies eurasiáticas à procura de alimentos e abrigo. Os perigos eram muitos, de animais predadores e grupos inimigos a fenômenos naturais violentos, como misteriosos vulcões e terremotos. Para sobreviver, nunca se podia baixar a guarda.
Desde cedo, ficou claro aos nossos antepassados que a natureza tinha seus próprios ritmos, alguns regulares e outros irregulares. A linguagem nasceu tanto para facilitar a sobrevivência dos grupos quanto para imitar os sons ouvidos pelo mundo, de cachoeiras e trovões aos pássaros e os temidos tigres. Se a natureza cantava, os homens queriam cantar também.
Recentemente, foram descobertos os instrumentos musicais mais antigos, flautas feitas de ossos de abutres e mamutes, datando entre 35 mil e 40 mil anos atrás. Os objetos foram encontrados em uma região na Alemanha, provando que não só humanos haviam já saído da África então, como também haviam desenvolvido habilidades musicais e artesanais. Se o vento assobiava ao passar por frestas e galhos, se gotas caiam ritmicamente das folhas, os homens procuravam imitar esses sons, criando os instrumentos capazes de fazê-lo.
Apesar de não sabermos muito sobre os costumes dessa gente, é difícil evitar imagens, talvez um pouco românticas, do que ocorria então. A vida era difícil. Provavelmente poucos sobreviviam além dos 20 anos. Mas imagino que existisse uma abundância enorme de animais nos campos, mares e rios. Pinturas nas cavernas da Europa e da África, algumas datando de mais de 20 mil anos atrás, mostram uma enorme variedade de animais e também de cenas de caçadas e de rituais. Provavelmente grupos se reuniam nas cavernas para comer, dormir e celebrar uma boa caça. As pinturas podiam ser tanto ornamentos quanto desenhos ritualísticos que faziam parte de cerimônias religiosas.
Certamente o som das flautas e dos tambores acompanhava os rituais, talvez até na tentativa de imitar os grunhidos dos animais e os sons do ambiente natural onde viviam.
A música e a pintura não eram as únicas expressões artísticas dessas sociedades ancestrais. A escultura também. Figurinos conhecidos como Vênus do Paleolítico, datando de mais de 25 mil anos, mostram o corpo de mulheres bem dotadas de estrogênio, provavelmente símbolos de fertilidade. O impulso criativo parece ser tão antigo quanto a nossa espécie.
Do pouco que conhecemos a respeito dos nossos ancestrais, identificamos neles bastante do que somos hoje. A diferença é que eles viviam em comunhão com o mundo - e não em guerra com ele.

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MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor do livro "A Harmonia do Mundo"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Os Gêneros Literários

Nos últimos anos, a teoria dos gêneros de discurso inspirada nas reflexões de Bakhtin e outros, vêm alimentando a discussão sobre ensino de língua no Brasil e em outros países. Nessas discussões, são documentos de referência os PCN de Língua Portuguesa para o Ensino Fundamental e Médio. Neles, o conceito de gênero de discurso é discutido para além do que já era conhecido e utilizado na escola até então, ou seja, para além dos gêneros literários. Como os PCN enfatizam a necessidade de diversificar o ensino de gêneros na escola (necessidade que a equipe de trabalho da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro confirma), o risco que se corre é o de “esquecer” a importância do ensino de literatura para a formação humana.
Pretendemos trazer para discussão, nas próximas semanas, o ensino de gêneros literários. Por isso, consideramos importante retomar a história desse conceito. Encontramos um artigo que explora o assunto com propriedade e linguagem de fácil entendimento, escrito por Helena Parente Cunha e publicado em
Os gêneros literários.
Nesse artigo, a autora retoma o conceito a partir de sua origem, os estudos dos filósofos Platão e Aristóteles na Grécia Antiga, cerca de quinhentos anos Antes de Cristo. Vê-se que a discussão acompanha a História da humanidade desde seus primeiros registros escritos. Esses filósofos foram os primeiros a classificar os gêneros literários, agrupando-os em gêneros narrativos divididos em os épicos e dramáticos. Essa classificação foi discutida e reformulada ao longo de mais de dois mil anos, o que trouxe para seu estudo complexidade e profundidade. Na época do Renascimento (séculos XIV e XVI), estudiosos acrescentaram aos dois grandes gêneros narrativos um terceiro grupo, o dos gêneros líricos, no qual se classificam os gêneros poéticos.
Os resultados desse longo estudo apresentam grandes controvérsias, mas continuam sendo indispensáveis para a compreensão de como podemos organizar o estudo e o ensino dos gêneros literários. De acordo com a autora, é possível continuar usando a antiga classificação se considerarmos que a designação de cada um dos três grupos pode ser vista como substantiva e como adjetiva:
Se adotarmos a divisão tripartida - lírico, épico e dramático - como encaixar nesses três compartimentos a multiplicidade da produção literária? Como classificar certos contos que adotam o procedimento do puro diálogo, peculiar à obra dramática? E certas composições dramáticas onde apenas comparece uma personagem em extenso monólogo? E as obras líricas de cunho narrativo ou em diálogo, ou ainda quando a emoção cede à reflexão? Não teria sentido instituir novas divisões, que cresceriam ilimitadamente, tal a desconcertante diversidade das obras. Como agir diante do impasse? (...) Os substantivos Lírica, Épica e Drama referem-se ao ramo em que se classifica a obra, de acordo com determinadas características formais. Os poemas de breve extensão que expressam estados de alma, se enquadram na Lírica. O relato ou apresentação de uma ação pertence à Épica, enquanto a representação da ação, movida por um dinamismo de tensão, se situa no Drama. Os adjetivos lírico, épico e dramático definem a essência, isto é, os traços característicos da obra, manifestados por seus fenômenos estilísticos.
A autora, em seu artigo, prossegue buscando uma classificação orientadora e indica como pertencentes à Lírica, por exemplo, o soneto, a ode, a balada; como parte da Épica, a epopéia, o romance, a novela, o conto; como parte do drama, a tragédia, a comédia, a tragicomédia e a farsa. No decorrer do artigo, a autora aprofunda especialmente o estudo dos gêneros líricos e épicos. Uma distinção que faz entre eles é que:
As obras líricas resultam da fusão entre o eu e o mundo, ao passo que as épicas se caracterizam primeiramente por um distanciamento entre o sujeito (narrador) e o objeto (mundo narrado). Convém ter em mente que todas as vezes que nos referimos a sujeito, eu, narrador, autor, objeto, mundo, tratamos de entidades fictícias do universo imaginário da obra literária. Enquanto o poeta lírico exprime seus estados de alma, envolvendo-se no que diz, o narrador se coloca numa situação de confronto em relação àquilo que conta. Ao invés da imprecisão de contornos do estado lírico, o mundo se firma e se oferece à perspectiva do narrador como objeto, ou seja, etimologicamente, colocado em frente. A categoria do distanciamento instaura aqui um defrontar objetivo, estranho à essência lírica.
A leitura do artigo completo é interessante para dar fundamento às nossas escolhas de gêneros literários a serem trabalhados na escola.
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Helena Parente Cunha, In http://escrevendo.cenpec.org.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Professores blogueiros & Alunos blogados

Com o largo avanço das tecnologias a serviço da comunicação disponíveis no mercado, já não há mais espaço e tampouco argumentos para que, quem quer que seja, possa se declarar insensível ou avesso ao uso ou convívio com usuários das novidades que surgem a todo instante. Algumas delas, todos sabemos, não passam de modismos que vem e vão, outras, de fato se efetivam e passam a figurar entre as necessidades fundamentais na vida do usuário. A internet, os moderníssimos telefones celulares, o mp3 [até ao mp12... Quem sabe se neste exato instante os mps já estejam em versões mais avançadas] etc., para citar apenas alguns exemplos, estão amplamente disseminados no modo de vida das populações urbanas.
Nos ambientes escolares isso também não é diferente, sendo que a todo instante, até mesmo durante as aulas, se notem situações em que alguns não resistam à tentação e acabam desviando a atenção dos conteúdos que estão sendo ensinados, para ficarem divagando em seus modernos aparelhinhos de bolso. Gestores e professores têm se colocado preocupadíssimos e procuram a todo custo desenvolver maneiras para evitar ou minimizar os transtornos causados com a situação.
A proposta de trabalho utilizando os recursos do blog [entenda-se também os fotologs, videologs e demais mecanismos de comunicação indexados à internet] permite que os educadores possam, fazendo as devidas adaptações, inserir novidades estimulantes à metodologia de ensino e, por conseguinte, otimizar o cumprimento da proposta pedagógica. Com esses recursos, o professor pode, não apenas exigir que o aluno elabore atividades mais condizentes com os níveis da aprendizagem, como também estabelecer um canal informal de comunicação que se configure com uma extensão da sala de aula, espaço em que o aprendiz possa acompanhar postagens em que o docente esteja disponibilizando conteúdos com a finalidade de complementar, ou simplesmente ilustrar, aquilo que está sendo trabalhado em sala de aula.
Atuando desta forma, ao liberar o educando para estudar os conteúdos simultaneamente enquanto faz àquilo que gosta, o professor se aproxima do universo do aluno e propicia que esse mesmo aluno se aproxime do propósito da descoberta do universo ilimitado da aprendizagem, maximizando os resultados e ao mesmo estimulando o aprendiz a adentrar nas diferentes áreas da pesquisa, da procura pelo novo, da sondagem pelo inexplorado, do conhecimento fora de sua vivência. Enfim, estimula o aprendiz a aprender a aprender, isto é, buscar por si próprio, os caminhos da realização pessoal, do mercado de trabalho e da cidadania plena.
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Juarez Firmino

terça-feira, 18 de agosto de 2009

O valor que não se dá

Esse pão que você jogou no canto
Demorou tanto

Demorou tanto até chegar a você
Por quê?

Porque houve a semente do trigo,
Houve a terra, o plantio amigo,
O zelo, o crescimento,
O embalo do vento,
Células se multiplicando,
Chuva, sol irradiando,
Por fim a colheita.
O suor, os maços,
O carregamento, os passos,
Homens e máquinas juntos, dispersos
Um trigo quase feito em versos...

Ensacamento,
Viagem,
Venda,
Revenda,
Padaria...
E uma incontida alegria,
Milagre! Transformaram em massa.

E no tempo que passa
Não se reconhece o vegetal, o cereal antigo,
E o trigo
Evolui noutra forma,
Se transforma,
Vai pro forno,
Fica quente. Sai. Fica morno.
E de repente desponta no balcão
Com outro nome,
Sagrado nome, que mata a fome:

Pão!

E esse pão que você jogou no canto
Demorou tanto

Pra chegar à sua mão,
E depois de tal andança
É desprezado num segundo
Enquanto adultos e crianças,

Um terço do mundo,
Morrem por não tê-lo,
Por não vê-lo.

Esse pão que você jogou no canto
Demorou tanto...

Agora pense no arroz, na alface,
Na batata, no feijão,
Pense se tudo isso não desabrochasse
Prá chegar a sua mão,
E você come sem agradecer
Sem pensar, sem meditar,
Sem querer saber,

Sem oração,
Sem nada!

Pobres racionais que na corrida
Não olham as origens da vida
E não entendem a divina poesia
Do "Pão Nosso De Cada Dia"...

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(Neimar de Barros)

sábado, 15 de agosto de 2009

Saci, curupira, boitatá... Os monstros genuinamente brasileiros


Nem todo mundo sabe, mas agosto é o mês do Folclore, que é comemorado, mais precisamente, no dia 22. A data muitas vezes passa batida, sem muita festa ou alarde, o que é lamentável.

Nós, fãs de filmes e livros de fantasia, adoramos citar monstros como trolls, orcs, pégasos e basiliscos, comuns em obras como 'O Senhor dos Anéis' e 'Harry Potter', mas desconhecemos as criaturas fantásticas de nossa própria cultura.

Em homenagem, então, aos medos e terrores nacionais, segue uma lista com alguns dos monstros mais populares da nossa terra – digo alguns, porque eles são inúmeros, e tão assustadores quanto seus "parentes" nórdicos e anglo-saxões.

ALEMOA

Monstro originário de Fernando de Noronha. Aparece como uma linda mulher loura e nua que atrai os homens e se transforma em um esqueleto!

ANHANGÁ

Para os índios, era um espírito maligno. Os jesuítas o comparavam ao demônio da religião cristã. É uma alma invisível, que, no entanto, aparece na forma de animais como pássaros, ratos, morcegos ou macacos, sendo distinguido por sua cor avermelhada e olhos de fogo.

ARRANCA-LÍNGUAS

Uma lenda natural do estado de Goiás. O arranca-línguas é parecido com um gorila, e seu alimento favorito é, naturalmente, as línguas de animais e até mesmo de homens. Ataca com socos, presas e garras.

BOITATÁ

Apesar do nome, o boitatá não é um boi ou um touro. Trata-se de uma gigantesca serpente de fogo, que tem olhos de brasa e cospe fogo. Alguns dizem que este monstro é agressivo e incontrolável, enquanto outros garantem que ele é um guardião, e só avança sobre aqueles que tentam queimar as florestas.

BOIÚNA

Assim como o boitatá, o boiúna é uma cobra negra e enorme, maior do que qualquer sucuri da floresta amazônica. Engole animais e pessoas inteiros.

BOTO

Mamífero das águas, o boto teria o poder de se transformar em um charmoso caboclo vestido de branco e ir às cidades flertar com belas mulheres. Nunca tira o seu chapéu, por causa do buraco em sua cabeça. O Boto não é uma criatura malvada, mas é considerada desagradável aos olhos dos ribeirinhos, por muitas vezes engravidar as moças e desaparecer para sempre.

CAIPORA

Monstro da mitologia tupi-guarani, o caipora tem a forma de um índio horroroso e peludo, que aparece montado em um porco do mato. É um guardião da floresta, que costuma atacar ferozmente se for agredido ou se a mata for danificada.

CURUPIRA

Tal qual o caipora, o curupira guarda a floresta, mas não é tão agressivo. É um anãozinho de pêlos vermelhos e pés virados para trás, o que o impede de ser rastreado. Se o viajante não queimar a mata, pode até receber presentes do curupira.

FLOR-DO-MATO

Nas lendas da Paraíba, a flor-do-mato é um caipora fêmea, mas sua aparência nada tem a ver com o anãozinho. Protege as matas e confunde os caçadores com assovios e sons de risos. Seu semblante é o de menina nua, com cabelos longos e lisos.

IARA

A iara é uma sereia tipicamente brasileira. Diferentemente da sua "irmã" grega, ela vive nos rios, e não no mar. Aparece ao homem como uma bela mulher, cujo canto enfeitiça! A vítima, uma vez sob seu poder, é carregada para o fundo do ribeiro, onde seu sangue é sugado. Costuma aparecer nas margens após o entardecer.

JURUPARI

O jurupari é uma importante criatura da mitologia indígena. Alguns o chamam de ‘Filho do Sol’, enquanto outros o comparam ao arcanjo Lúcifer, que caiu da luz para as trevas. A maioria das fontes, contudo, vê o jurupari como um espírito maligno, de sombras, que ataca as pessoas durante o sono.

LOBISOMEM

O lobisomem do folclore brasileiro segue a tradição clássica: é o sétimo filho homem de um mesmo casal. Aparece nas noites de lua cheia e ataca quem estiver em seu caminho.

MÃE DO OURO

Lenda popular no Mato Grosso, a mãe do ouro tem a aparência de uma esfera flamejante que guarda minas de ouro. Pode ser transformar, também, em uma mulher bonita.

MÃO PELADA

Temido principalmente em Pernambuco, o mão pelada é um animal com as mãos sem pêlos, que ataca os homens para beber seu sangue. Seu uivo é conhecido por espalhar pânico entre os seres da floresta. Sua mordida pode causar doenças.

MULA SEM CABEÇA

Apesar de ter um nome engraçado, a mula sem cabeça é descrita como um ser apavorante. Assemelha-se a uma mula negra com fogo no lugar da cabeça. Cospe labaredas.

NEGRO D’ ÁGUA

Mistura de homem da raça negra e anfíbio, essa terrível criatura é comum nas lendas do Centro-Oeste. Vive nos rios. Afoga os seres humanos e vira os barcos.

SACI-PERERÊ

Um dos mais famosos seres de nosso folclore, o saci é o que os europeus chamam de ‘duende’. Prega peças nas pessoas e desaparece em um redemoinho de vento ou de água. É possível capturá-lo nos rios com um recipiente.
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Por Eduardo Spohr

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

VIAGEM ou VIAJEM

Viagem é substantivo.

Viajem é o verbo no presente do subjuntivo.

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Ex.: Espero que você faça uma boa viagem.

.......Viajem bastante enquanto vocês podem!

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Complete com viagem ou viajem:

1- Minha última .................... de ônibus foi maravilhosa.

2- Desejo que vocês ....................... confortavelmente.

3- Tivemos alguns problemas durante a .......................... .

4- Não creio que eles ainda ......................... .

5- Filha, como foi a ....................... ?

6- Espero que vocês ...................... em paz.

7- Minha última ..................... foi tumultuada.

8- Acredito que eles ......................... bem cedo.

QUEM TEM MEDO DA MORTADELA?

MODISMO é conosco mesmo. O brasileiro adora inventar moda. E todo mundo vai atrás dela. A última do brasileiro é "primeiro mundo". Os publicitários nativos inventaram a expressão e agora tudo que nós queremos tem que ser coisa do "primeiro mundo".

[...] Agora já tem caipirinha de vodca e, pasmem, de rum. Caipirinha sempre foi e sempre será de cachaça. Coisa de caipira mesmo. E é esta bebida que os europeus vêm procurar aqui. Mas já meteram a vodca e o rum nela para ficar com cara de primeiro mundo. Vamos deixar a caipirinha caipira, brasileiros!

Toda essa introdução para chegar à mortadela. Ou mortandela, como preferem garçons e padeiros. Quer coisa mais brasileira que a mortadela? Claro que ela veio lá da Itália. Mas tornou-se, talvez pelo baixo preço, o petisco do brasileiro. O nome vem de murta, uma plantinha italiana que Ihe valeu o nome. Infelizmente o brasileiro acha que mortadela é coisa de pobre, de faminto. E o que somos nós, cara-pálidas?

A cachaça e a mortadela são produtos do Brasil, do nosso querido terceiro mundo. Mas acontece que há um preconceito dos patrícios contra a cachaça e a mortadela. Contra a mortadela o caso é mais grave. Se você oferecer mortadela numa festa, vão te olhar feio. Você deve estar perto da falência.

Neste Natal e no Reveillon freqüentei várias mesas, e em nenhuma havia mortadela. Queijos de primeiro mundo, vinho de primeiro mundo, perfumes de primeiro mundo, até um peru argentino eu comi. Mas mortadela que é bom, nada. Nem uma fatiazinha.

Quando o brasileiro irá assumir que a mortadela é a melhor entrada do mundo? Quando você for para a Europa, não adianta pedir dead her que não vai encontrar. Nem muerta dela.

Mas nem tudo está perdido. No dia 1° do ano almocei com o casal Annette e Tenório de Oliveira Lima, e lá estava a mortadela, fresquinha no prato rósea. Um limãozinho em cima, um pedacinho de pão e viva o terceiro mundo, visto lá de cima do apartamento do Morumbi.

No mesmo dia, de noite, fui ao peemedebista Bar Nabuco, debaixo de frondosas sibipirunas da Praça Vilaboim e estava lá, no cardápio, toda sem-vergonha, a mortadela brasileira. Achei que estava começando bem o ano. Vai ser um Ano Bom, como se dizia antigamente. Se os novos-ricos do PMDB estão comendo mortadela, nem tudo está perdido. No Gargalhada Bar mais para PT, há um excelente sanduíche de mortadela.

E, nas boas padarias do ramo você ainda encontra a verdadeira mortadela, aquela que chega no balcão, feita na chapa, sem queimar muito, servida em pãezinhos saídos do forno.

Vamos deixar o primeiro mundo para lá. Vamos, este ano, tomar cachaça e comer mortadela. É muito mais barato ser pobre. Deixemos que o primeiro mundo exploda entre eles, mesmo tomando uísque escocês e comendo queijo fedido.

Por favor senhores brasileiros primeiro-mundistas, vamos deixar de frescura. Mortadela é o que há. É um barato.

[...]

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Filho é bom, mas dura muito. São Paulo: Maltese, 1995.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

POESIA E POEMA

"A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de mudar o mundo, a atividade poética é revolucionaria por natureza; exercício espiritual, método de liberação interior. A poesia revela este mundo, creia outro. Pão dos escolhidos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem; retorno à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero. Oração, litania, epifania, presença. Exorcismo, conjuro, magia. Sublimação, compensação, condensação do inconsciente. Expressão histórica de raças, nações, classes. Nega à história: em seu seio resolvem-se todos os conflitos objetivos e o homem adquire, afinal, a consciência de ser algo mais passagem. Experiência, sentimento, emoção, intuição, pensamento não dirigido. Filha do acaso; fruto do cálculo. Arte de falar numa forma superior; linguagem primitiva. Obediência às regras; criação de outras. Imitação dos antigos, cópia do real, cópia de uma cópia da Idéia. Loucura, êxtase, logos. Regresso à infância, coito, nostalgia do paraíso, do inferno, do limbo. Jogo, trabalho, atividade ascética. Confissão. Experiência inata. Visão, música, símbolo. Analogia: o poema é um caracol onde ressoa a musica do mundo e métricas e rimas são apenas correspondências, ecos, da harmonia universal. Ensinamento, moral, exemplo, revelação, dança, diálogo, monólogo. Voz do povo, língua dos escolhidos, palavra do solitário. Pura e impura, sagrada e maldita, popular e minoritária, coletiva e pessoal, nua e vestida, falada, pintada, escrita, ostenta todas as faces, embora exista quem afirma que não tem nenhuma: o poema é uma máscara que oculta o vazio, bela prova da supérflua grandeza de toda obra humana!


PAZ, Octávio. O arco e a lira. (Trad. de Olga Savary). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p. 15-18.

A Viagem do Elefante – Rota portuguesa - Junho 2009

O elefante gostou do que viu e fê-lo saber à companhia, embora em nenhum ponto o itinerário que escolhemos tivesse coincidido com aquele que a sua memória de elefante zelosamente guardava. Que haviam, disse, ele e os soldados de cavalaria, subido para o norte quase a pisar a linha da fronteira, por isso eram os caminhos tão ruins. Comparada com a viagem de então, esta foi um passeio: boas estradas, bons alojamentos, bons restaurantes, o próprio arquiduque, ainda que habituado aos luxos da Europa central, teria ficado surpreendido. A expedição foi para trabalhar, mas disfrutou como se andasse de férias. Até os sofridos câmaras, obrigados a carregar com equipamentos de sete quilos ao ombro, estavam encantados. O interessante é que nem os nossos amigos, nem os jornalistas conheciam os lugares que visitámos. Melhor para eles, que dali levaram muito que contar e recordar. Começámos por Constância, onde se crê que Camões viveu e teve casa, de cujas janelas terá visto mil vezes o abraço do Zêzere e do Tejo, aquele suave remanso da água na água capaz de inspirar os versos mais belos.
Dali fomos para Castelo Novo para ver a Casa da Câmara, do tempo de D. Dinis, e o chafariz joanino que lhe está pacificamente encostado. Vimos também a lagariça, essa espécie de dorna ao ar livre para a pisa das uvas, cavada na rocha bruta em tempos que se acredita serem os da pré-história.
Dormimos no Fundão, terra de cerejas por excelência, e na manhã seguinte ala para Belmonte onde nasceu Pedro Álvares Cabral, direitos à igreja de S. Tiago, da minha particular devoção. Ali está uma das mais comovedoras esculturas românicas que existem na face da terra, uma pietà de granito toscamente pintado, com um Cristo exangue deitado sobre os joelhos da sua mãe. Ao pé desta estátua, a célebre pietà de Miguel Ângelo que se encontra no Vaticano não passa de um suspiro maneirista. Não foi fácil arrancar o pessoal à extática contemplação em que havia caído, mas lá os conseguimos levar aliciando-os com o enigma arquitectónico de Centum Cellas, essa construção inacabada cuja problemática finalidade foi e continua e ser objecto das mais acaloradas discussões. Seria uma torre de vigia? Uma hospedaria para viajantes de passagem? Uma prisão, embora o neguem as rasgadas janelas que subsistem? Não se sabe.
Saciada a fome de imagens, o destino seguinte seria Sortelha, a das muralhas ciclópicas. Ali nos caiu em cima uma trovoada como poucas, relâmpagos em rajada, trovões a condizer, chuva a cântaros e granizo que era como metralha. Não chegámos a beber o café, a corrente eléctrica sumira-se. Uma hora foi o que demorou o céu a escampar.
Ainda chovia quando entrámos no autocarro, a caminho de Cidadelhe, sobre o qual não escreverei. Remeto o leitor interessado e de boa vontade para as quatro ou cinco páginas que lhe dediquei na Viagem a Portugal. Os companheiros arregalaram os olhos perante o pálio de 1707, depois foram ver a aldeia, os relevos nas portas das casas, os caixotões da igreja matriz com retratos de santos. Vinham transfigurados e felizes.
Agora só faltava Castelo Rodrigo. O presidente da câmara municipal de Figueira de Castelo Rodrigo esperava-nos na ponte sobre o Côa, a pouca distância de Cidadelhe. De Castelo Rodrigo eu conservava a imagem de há trinta anos, quando lá fui pela primeira vez, uma vila velha decadente, em que as ruínas já eram só uma ruína de ruínas, como se tudo aquilo estivesse a desfazer-se em pó. Hoje vivem 140 pessoas em Castelo Rodrigo, as ruas estão limpas e transitáveis, foram recuperadas as fachadas e os interiores, e, sobretudo, desapareceu a tristeza de um fim que parecia anunciado. Há que contar com as aldeias históricas, elas estão vivas. Eis a lição desta viagem.
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José Saramago

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amor

Mesmo que finjas não ouvir-me.
Eu te amo.
Mesmo que venhas a evitar-me.
Eu continuarei te amando.
Mesmo que zombes de mim.
Juntarei forças para amar-te ainda mais.
Mesmo que venhas a odiar-me.
Meu sentimento por ti será um imenso amor.
Mesmo que venhas a exterminar minha vida.
Continuarei te amando de uma outra dimensão.

Tu não me vencerás jamais!
Pois sou imbatível.
O que sinto é indestrutível.
É algo de outro mundo.
Não tem começo nem fim.
Tampouco cor ou formas.

Simplesmente te amo
E te amarei infinitamente.
E se mesmo com todo esse amor
Tu persistires em odiar-me.
Retornarei da dimensão em que estou
E nascerei novamente neste mundo.
Só que, desta vez, nascerei do teu ventre.
E assim me amarás.
Me alimentarás
Me farás carinhos.
Cantarás para mim canções de ninar
E me chamarás de: “Meu filhinho”!!!

Sim, sou teu filho.
Sou teu pai
Teu amante
Teu esposo a quem tanto rejeitas...
Em palavras simples e objetivas:
SOU DEUS.
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(Juarez Firmino)

domingo, 9 de agosto de 2009

Escolas de SP não precisarão cumprir 200 dias letivos

Clipping Educacional - DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Estadual de Educação de São Paulo liberou as escolas da obrigação legal de cumprir os 200 dias letivos de aula.

O órgão afirma que o fechamento das escolas por causa da epidemia de gripe suína é uma "situação emergencial". As escolas devem repor o conteúdo perdido durante a prorrogação das férias. Nos Estados Unidos, o governo recomendou que as escolas só fechem se apresentarem um grande número de casos. As aulas no país, que teve 353 mortes e 1 milhão de casos confirmados, recomeçam em setembro.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br

MAIS, MAS ou MÁS

Mas é conjunção e significa porém, todavia.
Ex.: O rapaz é culto, mas pouco simpático.
Más é adjetivo e significa ruins.
Ex.: Não devemos andar com más companhias.
Mais pode ser advérbio e quer dizer aumento; pode ser substantivo e quer dizer o restante; pode ser preposição e quer dizer em companhia de.
Ex.: Estuda mais e serás aprovado.
................Por hoje é só, o mais fica para amanhã.
................Meu tio mais sua filha estão vindo para cá.
ATIVIDADES
Complete com mas, más ou mais:
01 – Elas são ............... companheiras de trabalho.
02 – Papai foi a livraria, ................... não encontrou todos os livros.
03 – Leia ................... e você escreverá melhor.
04 – Eu não acredito em ................... idéias.
05 – É .................... fácil criticar do que fazer.
06 – Ela era bondosa, .................... não demonstrava isso.
07 – O seu boletim apresentava notas boas e ................ .
08 – Os índios trouxeram ..................... notícias para nós.
09 – ................, minha filha, por que você não fez o trabalho?
10 – O ................... dos dias, ele acorda muito tarde.
11 – Papai ................... seu irmão pensa assim.
12 – A vida é dura, ................... é maravilhosa.
13 – Suas ................. atitudes tornaram-no um homem sem amigos.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Serra quer elite dos professores

A decisão do governador José Serra de aumentar o salário do professor da rede estadual, com base em exames e taxas de absenteísmo, consegue tocar num ponto nevrálgico: atrair os talentos para dar aula em escola pública. Com base nos novos critérios, um professor conseguirá chegar ao final da carreira com um rendimento próximo a R$ 7 mil, sem contar os bônus que pode obter condicionado ao desempenho dos alunos --está acima, portanto, da média salarial de alguém com diploma de ensino superior.
Está sendo lançada nesta semana uma excelente investigação, realizada por Norman Gall e Patrícia Guedes, sobre como as escolas públicas de Nova York estão atingindo bons resultados (coloquei trechos do livro no www.dimenstein.com.br) e isso explica, em boa parte, pelos estímulos para diretores e professores, inclusive no bolso, além da capacidade de atrair os talentos. Traduzindo: recompensa ao mérito, punição à mediocridade.
Não acredito que apenas aumentar de forma generalizada o salário do professor ajude o ensino público. Mas sinalizar boas condições de trabalho (que ainda estão longe de existir) e um pacote de recompensas pode atrair profissionais competentes. Sem isso, não há receita que funcione.
Ainda não dá para saber se o pacote será suficiente, mas está no caminho certo. Paga-se mais para quem se esforça mais, criando-se uma elite de professores, capazes, talvez, de influenciar a rede.
Valorizar competência é o melhor que se pode fazer pelos pobres.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u604030.shtml

Folha 0nline, 3/08/2009

Revista VEJA abre todo o seu acervo de 40 anos

Todas as edições da Revista VEJA poderão ser consultadas na íntegra na internet.
Exemplo: Eu pesquisei o ano 1987 (ano em que Carlos Drummond de Andrade faleceu) e lá estava a revista no mês de agosto.
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A revista liberou o acervo em comemoração ao seu aniversário de 40 anos. A primeira edição de VEJA foi publicada em 11 de setembro de 1968.
O sistema de navegação é similar ao da revista em papel: o usuário vai folheando as páginas digitais com os cliques do mouse.
O acervo apresenta as edições em ordem cronológica, além de contar com um sistema de buscas, que permite cruzar informações e realizar filtros por período e editorias. Também é possível acessar um conjunto de pesquisas previamente elaborado pela redação do site da revista, com temas da atualidade e fatos históricos.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Vocações

Todos diziam que a Leninha, quando crescesse, ia ser médica. Passava horas brincando de médico com as bonecas. Só que, ao contrário de outras crianças, quando largou as bonecas não perdeu a mania. A primeira vez que tocou no rosto do namorado foi pára ver se estava com febre. Só na segunda é que foi carinho. Ia porque ia ser médica. Só tinha uma coisa: não podia ver sangue.
— Mas Leninha, como é que…
— Deixa que eu me arranjo.
Não que ela tivesse nojo de sangue… desmaiava. Não podia ver carne mal passada. Ou Ketchup. Um arranhãozinho era o bastante para derrubá-la. Se o arranhão fosse em outra pessoa ela corria para socorrê-la — era o instinto medico —, mas botava o curativo com o rosto virado.
— Acertei? Acertei?
— Acertou o joelho. Só que é na outra perna.
Mas fez vestibular para medicina, passou e preparou-se para começar o curso.
— E as aulas de anatomia, Leninha? E os cadáveres?
— Deixa que eu me arranjo.
Fez um trato com a Olga, colega desde o secundário. Quando abrissemum cadáver, fecharia os olhos. A Olga descreveria tudo para ela.
— Agora estão tirando o fígado. Tem uma cor meio…
— Por favor, sem detalhes…
Conseguiu fazer todo o curso de medicina sem ver uma gota de sangue.
Houve momentos em que precisou explicar os olhos fechados.
— É concentração professor...
Mas se formou. Hoje é médica, de sucesso. Não na cirurgia, claro. Se bem que chegou a pensar a convidar a Olga para fazerem uma dupla cirúrgica, ela operando com o rosto virado e a Olga dando as coordenadas.
— Mais pra esquerda… Aí agora corta!
Está feliz. Inclusive se casou, pois encontrou sua alma gêmea. Foi num aeroporto. No bar onde foi tomar um cafezinho enquanto esperava a chamada para o embarque, puxou conversa com um homem que parecia muito nervoso.
— Algum problema? — perguntou, pronta para medicá-lo.
— Não — tentou sorrir o homem. — É o avião.
— Você tem medo de voar?
— Pavor. Sempre tive.
— Então porque voa?
— Na minha profissão, é preciso.
— Qual é a sua profissão?
— Piloto.
Casaram-se uma semana depois.
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VERÍSSIMO, Luís Fernando. A mãe de Freud. Círculo de Livro, 1985.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Para eu - Para mim

* Usa-se para eu e não para mim com verbos no infinitivo (eu deve ser sujeito do verbo no
infinitivo). Nos demais casos usa-se para mim.

Ex.: Esse livro é para eu ler ?
....... Essas balas são para mim?


ATIVIDADES
01 – Tenho que ler bastante para ............. escrever melhor.
02 – Para ............... não há nenhum problema.
03 – Não há desentendimento entre .............. e ti.
04 – Percebi que o plano era para ............. desistir do jogo.
05 – Não vá sem ............... ao cinema.
06 – Sem ................ autorizar, ninguém deve entrar nesta sala.
07 – Já houve muitas discussões entre ti e ............. .
08 – Para ..............., aceitar esta condição é humilhante.
09 – Todos se voltaram contra ............. naquela ocasião.
10 – Quanto a .............. não faço objeções ao plano.
11 – Acho que eles estão olhando para ............... .
12 – Todos aqueles trabalhos são para ............... revisar
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Observação:

Os pronomes eu e tu do ponto de vista da gramática normativa do Português culto, não devem ser acompanhada de preposição. Assim, deve-se escrever:

Entre mim e ti não há segredos.

e não

Entre eu e tu

Observe os exercícios 3, 5, 6, 7, 9 e 10 – casos em que a preposição rege os pronomes.

Preposições: - com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, sem, sob, sobre, para, a, até, após, perante, por, ante...

Salário de professor pode chegar a R$ 7 mil em São Paulo

O governador de São Paulo, José Serra, vai lançar na próxima terça-feira projeto para que um professor da rede estadual tenha um salário de até R$ 7 mil e um diretor, R$ 8 mil --os valores são cerca do dobro que essas categorias atingem atualmente, depois de chegar ao máximo da carreira.

Mas, para chegar lá, eles terão de submeter a vários testes, não faltar às aulas e ficar pelo menos três anos na mesma escola. Foi o jeito encontrado de reduzir a rotatividade e o absenteísmo, além de estimular a formação.

Todo o processo vai demorar 12 anos, dividido em quatros exames a cada três anos. Se aprovado, o candidato terá um aumento de 25% no salário. Mas a nota exigida será maior a cada exame, indo de 6 a 9, tornando mais difícil atingir o salário máximo.

Uma das ideias é fazer com que os professores e diretores sejam ajudados presencialmente ou em cursos a distância a realizar os exames.

Ninguém será obrigado a fazer os exames, mas, aí, terá se submeter aos aumentos regulares, baseados em tempo de serviço e diplomas --um professor com 40 horas/aulas ganha, no final da carreira, cerca de R$ 3.800 mensais.

A educação é apontada como uma das áreas mais vulneráveis da gestão do PSDB em São Paulo --a imensa maioria dos alunos sai do ensino médio sem saber ler e escrever adequadamente. Neste ano, foi lançada a obrigatoriedade para que todo professor que passe no concurso tenha de ficar pelo menos quatro meses estudando até ir para sala de aula.

domingo, 2 de agosto de 2009

Você sabe quais são as diferenças entre a gripe comum e a influenza A (H1N1)?


Procura-se um Amigo

Não precisa ser um super-homem, basta ser humano, basta ter sentimento, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
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AD

sábado, 1 de agosto de 2009

Mal e Mau

MAL = antônimo de bem
MAU = antônimo de bom

Ex.: A menina dançou mal.
.......Estou num mau dia.

Observação:
Mau é sempre adjetivo. Modifica o substantivo.
Ex.: Menino mau.
.......Menina má.


Mal pode ser advérbio (modo), substantivo ou conjunção (subordinativa adverbial temporal).
Ex.: João fala mal. (advérbio)
.......A preguiça é um mal. (substantivo)
.......Mal chegamos em casa, começou a chover. (conjunção)

ATIVIDADES

I - Complete com mau ou mal.

1- Ele tem fama de ser um ............ caráter.
2- O paciente chegou muito .............. ao pronto socorro.
3- Infelizmente tivemos um ............. começo.
4- Minha filha foi .............. nas provas.
5- Não pense ............. das pessoas.
6- Ele tem sido um ............. aluno.

II - Complete com mau, maus, , más, mal ou males, usando:
(1) adjetivo (2) advérbio (3) substantivo (4) conjunção

1- Fiz um ..........( ) negócio.
2- O filme começou ............( ) chegamos no cinema.
3- Muitos professores lêem pouco e escrevem .............( ).
4- Você teve uma .......... idéia quando me propôs deixar a cidade.
5- A ignorância é o pior dos ..................( ).
6- Deixe de ser ................ ( ), menina.
7- João é de índole .................( ).
8- ............. ( ) entrei na sala, todos cobraram a promessa.