"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

terça-feira, 31 de março de 2009

Carolina Maria de Jesus

Comentários sobre acontecimentos envolvendo a vida e obra da escritora Carolina Maria de Jesus (...).
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Certa ocasião, um jornalista cobria uma manifestação próxima à favela do Canindé quando sua atenção foi atraída por uma cena: uma mulher da favela repreendia os moradores adultos que se divertiam nos brinquedos de um playground construído para as crianças do local, para que eles deixassem os brinquedos para as crianças. "Deixa estar. Vou colocar vocês no meu livro!", ela os ameaçou. Com o faro de um bom jornalista, aproximou-se, quando os marmanjos já tinham ido embora, e lhe perguntou que livro. A mulher que disse se chamar Carolina Maria de Jesus acabou por lhe mostrar os textos, escritos com tocos de lápis em cadernos que ela encontrava no lixo, em seu ofício diário de catadora de papel. Um diário, que ela mantinha desde algum tempo, registrando o cotidiano da favela com agudeza e poesia. Desde então, depois de publicado em nada menos que 14 idiomas, o livro se mantém vivo e mantém viva a memória dessa escritora, não na cabeça da gente simples como ela: mas na cabeça do mundo acadêmico de estudos de literatura latino-americana em vários países, especialmente nos Estados Unidos.
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Trecho descritivo de uma noite, pela autora: "Hoje a noite está tépida. O céu já estava polvilhado de estrelas. Eu que sou exótica, quero recortar um pedaço do céu para fazer um vestido..."
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Para saber mais, pesquise no Google ou em sites como o The Carolina Maria de Jesus Project

segunda-feira, 30 de março de 2009

Curso de Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa

Vejam que interessante este curso. Acredito que seja muito proveitoso tanto para quem trabalha no ensino da língua, como para aqueles que queiram estar em sintonia com as alterações vigentes pela nova reforma ortográfica.
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Conteúdo Programático
· A importância da língua portuguesa no mundo;
· Alguns mitos a respeito do acordo ortográfico da língua portuguesa;
· Perguntas frequentes a respeito do acordo e da língua portuguesa:
· História da Língua Portuguesa;
· Mas porque surgiu o latim vulgar?
· Curiosidades;
· Do latim vulgar ao galego-português (século XII ao século XIV);
· O português europeu (século XIV aos dias atuais);
· O português brasileiro;
· O português na Ásia;
· O português na África;
· História da Ortografia do Português;
· Algumas curiosidades a respeito dos acordos anteriores;
· Opinião de alguns especialistas a respeito do acordo ortográfico;
· Objetivos oficiais da reforma ortográfica
· O acordo ortográfico;
· Trema;
· Alfabeto;
· Grafia de algumas palavras (somente em Portugal);
· Regras gerais de acentuação (não alteradas pelo acordo);
· Acento diferencial;
· Acento circunflexo;
· Acento agudo;
· Uso do hífen;
· Como o acordo irá facilitar a aprendizagem?
· Como ensinar o Acordo Ortográfico às criancinhas?
· Discussões a respeito das mudanças no uso do hífen;
· Por que é que algumas regras de uso do hífen foram mudadas então?
· Observações importantes
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Para mais informações
http://www.portalensinando.com.br/ensinando/cursos/cursos_detalhes.asp?id=347

O AMOR ACABA

O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.
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Paulo Mendes Campos

sábado, 28 de março de 2009

Estudo Errado

Estudo Errado - Gabriel O Pensador
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Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão (Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu...
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio (Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
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Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
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Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa

Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam (Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor! (Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada
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Refrão
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Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...
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sexta-feira, 27 de março de 2009

O "alfabeto" e o uso do "trema" no Novo Acordo Ortográfico

ALFABETO
Nova Regra:
O alfabeto é agora formado por 26 letras

Regra Antiga: O "k", "w" e "y" não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano

TREMA
Nova Regra:
Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano

Regra Antiga: agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça
Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça.

A acentuação de ditongos e hiatos com o Novo Acordo Ortográfico

ACENTUAÇÃO
Nova Regra:
Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas

Regra Antiga: assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico
Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranoico

obs: o acento continua existindo nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossílabas: herói, constrói, dói, anéis, papéis.
obs2: o acento no ditongo aberto "eu" continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.

Nova Regra:
Os hiatos "ee" e "oo"não serão mais acentuados

Regra Antiga: crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem, enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo
Como Será: creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem, enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povoo

Nova Regra:
Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas

Regra Antiga: pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo)
Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo)

Obs: o acento diferencial ainda permanece no verbo "poder" (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo - "pôde") e no verbo "pôr" para diferenciar da preposição "por"

Nova Regra:
Não se acentua mais a letra "u" nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de "g" ou "q" e antes de "e" ou "i" (gue, que, gui, qui)

Regra Antiga: argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe
Como Será: argui, apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, oblique

Nova Regra:
Não se acentua mais "i" e "u" tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo

Regra Antiga: baiúca, boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme
Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume

quinta-feira, 26 de março de 2009

O emprego do "hífen" com o Novo Acordo Ortográfico

Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por "r" ou "s", sendo que essas devem ser dobradas

Regra Antiga: ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso, contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível
Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível

obs: em prefixos terminados por "r", permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente etc.

Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal

Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizabem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático, semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.

Obs: esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano, socioeconômico etc.
Obs2: esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por "h": anti-herói, anti-higiênico, extra-humano, semi-herbáceo etc.

Nova Regra: Agora utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Regra Antiga: antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico
Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico

obs: esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com mesma vogal = com hífen
obs2: uma exceção é o prefixo "co". Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal "o", NÃO se utiliza hífen.

Nova Regra: Não usamos mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
Regra Antiga: manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento
Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, pára-choque, paravento

Obs: o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e constitui unidade sintagmática e semântica, mantendo o acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas: ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

OBSERVAÇÕES GERAIS
O uso do hífen permanece:
— Em palavras formadas por prefixos "ex", "vice", "soto". Ex.: ex-marido, vice-presidente, soto-mestre
— Em palavras formadas por prefixos "circum" e "pan" + palavras iniciadas em vogal, M ou N. Ex.: pan-americano, circum-navegação
— Em palavras formadas com prefixos "pré", "pró" e "pós" + palavras que tem significado próprio. Ex.: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação
— Em palavras formadas pelas palavras "além", "aquém", "recém", "sem". Ex.: além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto

Não existe mais hífen:
Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais). Ex.: cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de etc. Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa

quarta-feira, 25 de março de 2009

Marcas de Batom no Banheiro...

Numa escola pública estava ocorrendo uma situação inusitada: uma turma de meninas de 12 anos que usavam batom, todos os dias beijavam o espelho para remover o excesso de batom.
O diretor andava bastante aborrecido, porque o zelador tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao final do dia.
Mas, como sempre, na tarde seguinte, lá estavam as mesmas marcas de batom...
Um dia o diretor juntou o bando de meninas no banheiro e explicou pacientemente que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas marcas que elas faziam. Fez uma palestra de uma hora.
No dia seguinte as marcas de batom no banheiro reapareceram...
No outro dia, o diretor juntou o bando de meninas e o zelador no banheiro, e pediu ao zelador para demonstrar a dificuldade do trabalho.
O zelador imediatamente pegou um pano, molhou no vaso sanitário e passou no espelho.
Nunca mais apareceram marcas no espelho!
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Moral da história: Há professores e há educadores...
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Comunicar é sempre um desafio!
As vezes precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos resultados.

Resumo do filme "O carteiro e o poeta"

Por razões políticas o poeta chileno Pablo Neruda (Philippe Noiret) se exila em uma ilha na Itália. Lá um desempregado (Massimo Troisi) quase analfabeto é contratado como carteiro extra, encarregado de cuidar da correspondência do poeta, e gradativamente entre os dois se forma uma sólida amizade, sendo que o carteiro solicita e recebe a ajuda do poeta a fim de conquistar o grande amor de sua vida. O filme foi vencedor do Oscar de melhor trilha sonora.
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Um pouco da história… Mário Ruppolo vive à beira-mar com o pai; este um pescador como a maioria dos homens da localidade. Acontece que Mário não quer ser mais um deles; tem até alergia. Para fugir um pouco da pregação do pai, divide seu tempo entre longos passeios, e quando pode, vai ao cinema.
Ao ver uma vaga nos Correios, vê a chance de unir seu gosto pelos passeios com sua bicicleta, a um trabalho longe das pescarias. Aliado a isso, o prazer em ter um contato maior com Pablo Neruda, que se encontra em exílio político.
Aos poucos, as barreiras entre esses dois homens vão se quebrando. Surgindo uma amizade. Mário, em sua simplicidade, ganha o carinho de Neruda. Que o ajuda a vencer a timidez para se aproximar de sua amada Beatrice.
Com o término do exílio, Neruda vai embora. Mário, por sua vez já está casado. Mas não é mais o homem de outrora. Quer agora falar e muito. Então se engaja na política de oposição.
Destaco aqui, uma passagem onde a sogra fica a repetir “o pássaro comeu e foi embora“. Que Neruda aproveitou-se do genro enquanto lhe foi útil. Então, Mário lhe diz que se alguém fora útil ao outro, esse alguém fora Neruda a ele. Ele sim aproveitara aquela convivência. Aprendera muito de si mesmo com o poeta.
Claro que para ambos, carteiro e poeta, não houve uma materialidade nessa convivência, mas sim uma troca saudável, prazeirosa e que preencheu a vida deles naquele período.
Por iniciativa de um, como também da boa receptividade do outro, houve carinho, respeito e apreço naquela amizade. Mesmo num curto período, fora marcante. E ele não foi apenas um cumpridor do seu dever - o de entregar carta.
Enfim, temos aqui uma linda história de amizade!


Quando se explica a poesia, ela se torna banal.” (Neruda)

O que se pode inferir sobre uma comparação entre a atividade do carteiro e a do poeta, é que em maior ou menor grau ambos trabalham com a palavra, têm a atribuição de levar a mensagem aos seus interlocutores.” (Prof. Juarez Firmino)

http://lella.files.wordpress.com/2008/03/il_postino.jpg

domingo, 22 de março de 2009

O anel

Um aluno chegou a seu professor com um problema:
Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar?
O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor sem olhá-lo, disse:
Sinto muito meu jovem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu.
C...Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado.
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:
Monte no cavalo e vá até o mercado. Deve vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível. O jovem pegou o anel e partiu.
Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.
Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.
Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou.
O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos.
Entrou na casa e disse:
Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu.
Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel.
Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel?
Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele.
Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar.
O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:
Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
58 MOEDAS DE OURO! Exclamou o jovem.
Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu.
Senta, disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou,disse:
Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por um especialista.
Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?
E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Repense o seu valor!

CÂNTICO NEGRO

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
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Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
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Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
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Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
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Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
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José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde em 1901. Licenciado em Letras em Coimbra, ensinou durante mais de 30 anos no Liceu de Portalegre. Foi um dos fundadores da revista "Presença", e o seu principal animador. Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs e a mais larga audiência depois atingiu. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

A praga do onde

Vamos trocar duas palavras sobre uma verdadeira praga: a palavra onde. Esse termo está assumindo todos os significados possíveis e imagináveis. Vale tudo: da óbvia idéia de lugar a todas as outras que a criatividade das pessoas consegue produzir.
Uma simples consulta a um bom dicionário é suficiente para constatar que onde indica, basicamente, idéia de lugar, lugar físico, lugar em que. Frases como “Onde você comprou a roupa?”, “Onde você nasceu?”, “Falta luz na rua onde moro”, “Conheço a cidade onde você nasceu” são absolutamente corretas e usadas no dia-a-dia com naturalidade.
Os problemas começam quando a bendita palavra onde passa a ser usada como uma espécie de cola-tudo, como nesta frase: “O pacote fiscal reduz o poder de compra da classe média, onde as vendas em dezembro devem diminuir sensivelmente.”
Que tal? Que relação existe entre a redução do poder de compra da classe média e a queda nas vendas? A relação é mais do que evidente: causa e efeito. A redução do poder de compra é causa; a queda nas vendas é conseqüência. Será que a expressão adequada para estabelecer essa relação é onde? Claro que não! As opções são muitas: por isso, conseqüentemente, em conseqüência disso, portanto, logo, razão pela qual, etc.
Por ironia, nenhuma das possibilidades consideradas corretas é a preferida. As pessoas gostam mesmo de usar o danado do onde. Jornalistas, políticos, economistas, esportistas e o público em geral ― certamente influenciado pelo exemplo ― consagram o modismo. Ouvi de um atleta: “Não me alimentei bem ontem, dormi mal esta noite, onde hoje não consegui bom desempenho.”
Na frase do atleta, também se observa a relação causa/efeito. A palavra onde é completamente descabida. Aliás, onde já virou até sinônimo de cujo: “É um veículo moderno, onde o motor tem baixíssima taxa de emissão de poluentes.” Nada disso. O veículo tem motor, o motor é dele, veículo, portanto existe uma relação de posse, que deve ser estabelecida pelo pronome cujo: “É um veículo moderno, cujo motor...”.
Outra coisa esquisita que também já virou moda é “onde que”: “A defesa esteve mal, onde que o adversário se aproveitou para criar muitas situações de perigo.” Nem pensar. Uma das possíveis soluções seria “A defesa esteve mal, e o adversário se aproveitou disso para criar muitas situações de perigo.”
Também se vê onde para estabelecer relação temporal. Até Chico Buarque caiu na esparrela, na memorável Todo sentimento, que tem letra de Chico e música de Cristóvão Bastos: “...tempo da delicadeza, onde não diremos nada...” Tempo é tempo, onde é lugar. Caberia a palavra “quando”, ou a expressão “em que”, talvez pouco adequadas à frase musical.
A diferença entre onde e aonde também deixa muita gente de cabelo em pé. A solução é muito simples. Aonde é a fusão de “a” com “onde”. Esse “a” é preposição e indica basicamente idéia de movimento, destino. Portanto só se deve usar aonde com verbos que indicam essa idéia. E são poucos, como ir, chegar, dirigir-se, levar: “Aonde você quer chegar?”, “Aonde você pretende levá-la?”, “Aonde ela foi?”, “Aonde ele se dirigia naquele momento?.”
Você certamente conhece uma canção interpretada pelo grupo Cidade Negra, cuja letra diz: “Aonde está você? Aonde você mora? Aonde você foi morar?”. No padrão culto, as três frases exigem “onde”, já que estar e morar não indicam movimento. Você não diz estar a algum lugar, nem morar a algum lugar. Se você está em e mora em, o que se usa é onde, e não aonde.
Na fala, é absolutamente impossível controlar a diferença entre onde e aonde. Se você é daqueles que se preocupam com a correção até na língua do dia-a-dia, é bom lembrar que, em termos de língua culta, para cada noventa e nove ocorrências corretas de onde, há uma de aonde.
Mesmo em escritores renomados se vê o emprego de onde e aonde sem critério. Bandeira, num célebre poema pré-concretista, valeu-se do jogo onde/onda/aonde (“Aonde anda a onda?”).
Para a língua padrão, porém, a diferença deve ser respeitada. Se você fizer uma prova, um concurso público, um vestibular, deve seguir as orientações deste artigo.
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Pasquale Cipro Neto

Desiderata

Do latim desideratum; aquilo que se deseja, aspiração
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Vá placidamente por entre o barulho e a pressa e lembre-se da paz que pode haver no silêncio. Tanto quanto possível, sem capitular, esteja de bem com todas as pessoas. Fale a sua verdade calma e claramente; e escute os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes; também eles têm a sua história. Evite as pessoas barulhentas e agressivas. Elas são o tormento para o espírito. Se você se comparar a outros, poderá se tornar vaidoso e amargo; porque sempre haverá pessoas superiores e inferiores a você. Desfrute suas conquistas assim como seus planos. Mantenha-se interessado em sua própria carreira, mesmo que humilde; é o que realmente se possui na sorte incerta dos tempos. Exercite a cautela nos negócios; porque o mundo é cheio de artifícios. Mas não deixe que isso o torne cego à virtude que existe; muitas pessoas lutam por altos ideais; e por toda parte a vida é cheia de heroísmo. Seja você mesmo. Principalmente não finja afeição, nem seja cínico sobre o amor; porque em face de toda aridez e desencantamento, ele é perene como a grama. Aceite gentilmente o conselho dos anos, renunciando com benevolência as coisas da juventude. Cultive a força do espírito para proteger-se num infortúnio inesperado. Mas não se desgaste com temores imaginários. Muitos medos nascem da fadiga e da solidão. Acima de uma benéfica disciplina, seja bondoso consigo mesmo. Você é filho do Universo, não menos que as árvores e as estrelas. Você tem o direito de estar aqui. E, quer seja claro ou não para você, sem dúvida o Universo se desenrola como deveria. Portanto, esteja em paz com Deus, qualquer que seja a sua forma de concebê-lo, e, seja qual for a sua lida e suas aspirações, na barulhenta confusão da vida, mantenha-se em paz com a sua alma. Com todos os enganos, penas e sonhos desfeitos, este ainda é um mundo maravilhoso. Esteja atento.
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Texto de autoria desconhecida, encontrado no século XVII nas ruínas de um templo religioso, em Baltimore, USA.

sábado, 21 de março de 2009

Circunda-te de rosas

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.

Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.

Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.

As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o!

Quem você ama? Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.

Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, pois não se chega a parte alguma sem ela.

Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas. Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.

Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudade, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!

"Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais é nada".
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Fernando Pessoa

Música Popular Brasileira

Clique no nome da música e aguarde por uns instantes enquanto o disco é posto para tocar. Você ouve a música, vê a letra e toda a historia da música, compositor e interprete.
Realmente é pra se guardar... Músicas brasileiras de todos os tempos e pra todos os gostos...


1800 Colinas (1974) .....A Banda (1965) .....A canção tocou na hora errada (1999) .....A Deusa da Minha Rua (1940) .....A Deusa dos Orixás (1975) .....A Flor e o Espinho (1964) .....A Loba (2001) .....A Miragem (2001) .....A Noite Do Meu Bem (1959) .....A paz do meu amor (1974) .....A Praça (1967) .....Adeus Cinco Letras que choram (1947) .....Agonia (1980) .....Águas de Março (1972) .....Ainda lembro (1994) .....Alegria Alegria (1967) .....Alguém como tu (1952) .....Alma (1982) .....Alma Gêmea (1995) .....Alvorada no Morro (1973) .....Amélia (1941) .....Amor e Sexo (2003) .....Andança (1968) .....Anos Dourados (1986) .....Ao que vai chegar (1984) .....Apelo (1967) .....Apesar de Você? (1972) .....Argumento (1975) .....Arrastão (1965) .....As Loucuras de uma Paixão (1997) .....Atire a Primeira Pedra (1944) .....Atrás da Porta (1972) .....Ave Maria no Morro (1942) .....Baila Comigo (1980) .....Balada do Louco (1982) .....Bandolins (1979) .....Beija eu (1991) .....Bem Querer (1998) .....Bilhete (1980) .....Brasil 1988) .....Brasileirinho (1949) .....Brigas (1966) .....Caça e Caçador (1997) .....Caçador de mim (1980) .....Café da Manhã (1978) .....Cama e Mesa (1984) .....Caminhando (1968) .....Caminhemos (1947) .....Canta Canta minha Gente (1974) .....Cantiga por Luciana (1969) .....Canto das Três Raças (1974) ....Carolina (1967) .....Castigo (1958) .....Chama da Paixão (1994).....Chega de Saudade (1958) ....Chove Chuva(1963) .....Chuvas de Verão (1949) .....Cio da Terra (1976) .....Codinome Beija Flor (1985) .....Coisinha do Pai (1979) ....Começar de Novo (1978) ....Começaria Tudo Outra Vez (1976) ....Como Uma Onda (1983) ....Conceição (1956) ....Conselho (1986) ....Conto de Areia (1974) ....Copacabana (1947) .....Coração de Estudante (1983) ....Dança da Solidão (1972) .....Dandara (2005) .....De volta pro meu aconchego (1985) .....Desabafo (1979) .....Desafinado (1958) .....Desenho de Deus (2006) .....Deslizes (1989) .....Detalhes (1970) .....Devagar... Devagarinho (1995) .....Dez a Um (1997) ..Dindi (1959) ....Disparada (1965) ....Dois (1997)....E daí (1959) ....Encontro das águas (1993) ...Encontros e Despedidas (1985) ....Epitáfio (2001) ...Espanhola (1999) ...Esse seu olhar (1959) .....Estão voltando as flores (1961) .....Estranha Loucura (1987) .....Estrela do Mar (1952) .....Eu não existo sem você (1958) .....Eu Sei (2004) .....Eu Sei Que Vou Te Amar (1958) .....Eu sonhei que tu estavas tão linda (1942) .....Evocação nº 2 (1958) .....Evocação nº 1 (1957) .....Faz parte do meu show (1988) .....Festa de Arromba (1964) ....Foi Assim (1977) .....Foi um Rio que passou em minha vida (1970) ....Folhas Secas (1973) ....Fonte da Saudade (1980) ....Fotografia (1967) ....Gabriela (1975).....Garota de Ipanema (1962) ....Gente Humilde(1969) .....Gostava Tanto de Você (1973) .....Gota D'Água (1976).....Grito de Alerta (1979) .....Hoje (1966) .....Iracema (1956) ....Judia de Mim (1986) ....Juí­zo Final (1976) ....Lábios de Mel (1955) ..Lança Perfume (1980) .....Laranja Madura (1966) .....Lenha (1999) .....Loucura (1979) .....Madalena (1970) .....Mal Acostumado (1998) .....Marina (1947) .....Mas que nada (1963) .....Matriz ou Filial (1964) .....Me dê Motivo (1983) .....Mel na Boca (1985) .....Menino do Rio (1980) .....Mensagem (1946) .....Meu Bem Meu Mal (1981) .....Meu Bem Querer (1980) .....Meu ébano (2005) .....Meu mundo e nada mais (1976) .....Minha Namorada (1962) .....Modinha (1968) .....Molambo (1953) .....Momentos (1983) .....Mulher de Trinta (1960) .....Mulher Ideal (2002) .....Mulheres (1998) .....Namoradinha de um amigo meu (1965) ...Não deixe o samba morrer (1975) ...Naquela Mesa (1970) ...Negue (1960) ..Ninguém Me Ama (1952) ...Nobre Vagabundo (1996) ...Noite dos Mascarados (1967) ....Nos bailes da vida (1981) .....Nuvens (1995) .....O Barquinho (1961) .....O Bêbado e a Equilibrista (1979) ...O Caderno (1983)....O Canto da Cidade (1992) ...O Mar Serenou (1975).....O que é o que é (1982).....O Surdo(1975) .....O Último romântico (1984) .....Oceano (1989) .....Olho por Olho (1977) ...Ontem (1988) ....Os Amantes (1977) ....Ouça (1957) ....Outra Vez (1977) ....País Tropical (1969) ....Paixão (1981) ....Papel Machê (1984) .....Paratodos (1993) ...Partituras (1995) ...Passarela no ar (2006) ...Pedacinhos (1983) ...Pedaço de Mim (1979) ...Pela Luz dos Olhos Teus (1977) ...Poema do Adeus (1961) ...Por mais que eu tente (2005) ....Pra Você (1972) .....Preciso aprender a ser só (1965) .....Prova de Fogo (1967) .....Purpurina (1982) .....Quando eu me chamar Saudade (1974) .....Quarto de Hotel (1980) .....Quem é Você (1995) .....Recado (1990) .....Regra Três (1973) .....Resposta ao Tempo (1998) .....Retalhos de cetim (1973) ...Roda Viva (1967) ..Ronda (1953) ...Rosa de Hiroshima (1973) ...Saigon (1989) ...Samba de Orly (1971) ...Samba de uma Nota Só (1960) ....Samba do Avião (1967) .....Samba do crioulo doido (1968) .....Samba em prelúdio (1962) .....Samba pra Vinicius (1980) .....Samurai (1982) .....Saudosa Maloca (1955) ....SE (1992) ....Se eu quiser falar com DEUS (1980) ....Se não é amor (2005) ....Se quer saber (2002) ....Se queres saber (1977) .....Se Todos Fossem Iguais a Você (1957) ....Sem Fantasia (1967) ....Seu Corpo (1975) ....Só Louco (1976) ....Só Pra Contrariar (1986) ....Sol de Primavera (1994) ....Sonhos (1994) ....Sozinho (1999) ....Sufoco (1978) .....Ta na Cara (1998).....Tem coisas que a gente não tira do coração (1996) ....Tereza da praia (1954) .....Tigresa (1977) .....Tiro ao Álvaro (1980) .....To Voltando (1979) .....Toada (1979) ....Todo o Sentimento (1987) ....Travessia (1967) ...Trem das Onze (1965) ...Tristeza pé no chão (1972) ....Tudo com você (1983) ....Última Inspiração (1940) ....Um certo alguém (1983) ....Um Dia de Domingo (1985) ....Um Homem também chora (1983)...Upa Neguinho (1967) ...Vai Passar (1984) ....Valsinha (1971) ....Vê se me erra (1992) ....Velho Realejo (1940) ...Verde (1985) ...Viagem (1973) ...Viajante (1989) ...Viola Enluarada (1967) ...Você (1974) ...Você abusou (1971) ...Você é Linda(1983) ....Você passa eu acho graça (1968) .....Volta por cima (1962) .....Wave (1977)

sexta-feira, 20 de março de 2009

POESIA E POEMA

"A poesia é conhecimento, salvação, poder, abandono. Operação capaz de mudar o mundo, a atividade poética é revolucionaria por natureza; exercício espiritual, método de liberação interior. A poesia revela este mundo, creia outro. Pão dos escolhidos; alimento maldito. Isola; une. Convite à viagem; retorno à terra natal. Inspiração, respiração, exercício muscular. Súplica ao vazio, diálogo com a ausência, é alimentada pelo tédio, pela angústia e pelo desespero. Oração, litania, epifania, presença. Exorcismo, conjuro, magia. Sublimação, compensação, condensação do inconsciente. Expressão histórica de raças, nações, classes. Nega à história: em seu seio resolvem-se todos os conflitos objetivos e o homem adquire, afinal, a consciência de ser algo mais passagem. Experiência, sentimento, emoção, intuição, pensamento não dirigido. Filha do acaso; fruto do cálculo. Arte de falar numa forma superior; linguagem primitiva. Obediência às regras; criação de outras. Imitação dos antigos, cópia do real, cópia de uma cópia da Idéia. Loucura, êxtase, logos. Regresso à infância, coito, nostalgia do paraíso, do inferno, do limbo. Jogo, trabalho, atividade ascética. Confissão. Experiência inata. Visão, música, símbolo. Analogia: o poema é um caracol onde ressoa a musica do mundo e métricas e rimas são apenas correspondências, ecos, da harmonia universal. Ensinamento, moral, exemplo, revelação, dança, diálogo, monólogo. Voz do povo, língua dos escolhidos, palavra do solitário. Pura e impura, sagrada e maldita, popular e minoritária, coletiva e pessoal, nua e vestida, falada, pintada, escrita, ostenta todas as faces, embora exista quem afirma que não tem nenhuma: o poema é uma máscara que oculta o vazio, bela prova da supérflua grandeza de toda obra humana!


PAZ, Octávio. O arco e a lira. (Trad. de Olga Savary).
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p. 15-18.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Coesão referencial

Certa vez eu jogava uma partida de Sinuca e só havia a bola sete na mesa. De modo que mastiguei-a lentamente saboreando-lhe os bocados com prazer. Refiro-me à refeição que havia pedido ao garçon. Dei-lhe duas tacadas na cara. Estou me referindo à bola. Em seguida saí montado nela e a égua, de que estou falando agora, chegou calmamente à fazenda de minha mãe. Fui encontrá-la morta na mesa, meu irmão comia-lhe uma perna com prazer e ofereceu-me um pedaço: "Obrigado", disse eu "já comi galinha no almoço".
Logo em seguida chegou minha mulher e deu-me na cara. Um beijo, digo. Dei-lhe um abraço. Fazia calor. Daí a pouco minha camisa estava inteiramente molhada. Refiro-me à que estava na corda secando, quando começou a chover. Minha sogra apareceu para apanhar a camisa. Não tive remédio senão esmagá-la com o pé. Estou falando da barata que ia trepando na cadeira.
Malaquias, meu primo, vivia com uma velha de oitenta anos. A velha era sua avó, esclareço. Malaquias tinha dezoito filhos, mas nunca se casou. Isto é, nunca se casou com uma mulher que durasse mais de um ano. Agora, sentado a sua frente, Malaquias fura o coração com uma faca. Depois corta as Pernas e o sangue vermelho do porco enche a bacia.
Nos bons tempos passeávamos juntos. Eu tinha um carro. Malaquias tinha uma namorada. Um dia rolou a ribanceira. Me refiro a Malaquias. Entrou pela pretoria adentro arrebentando a porta e parou resfolegante junto do juiz pálido de susto. Me refiro ao carro. E a Malaquias.

(In Millor Fernandes, Trinta
anos de mim mesmo. São Paulo, Abril
Cultural, 1973.)

VARIEDADES LINGUISTÍCAS

A lição de casa
Tendo sido solicitado uma atividade sobre as diversidades na língua portuguesa no Brasil, um dos alunos me apresentou o texto a seguir. Um texto bastante original, criativo e com certa pitada de humor... Somente a temática mereceu a atenção de minhas críticas, pois a referência ao assalto não é adequada para o propósito e tampouco se encaixa na ambientalização escolar, melhor seria se, ao invés do assaltante, a personagem em questão fosse um camelô ou um malandro, por exemplo.
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Assaltante Cearense:
Ei, bixim... Isso é um assalto...
Arriba os braço e num se bula nem faça munganga...
Passa vexado o dinheiro senão eu planto a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora... Perdão meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia...
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Assaltante Mineiro:
Ô sô, prest'enção... Isso é um assartim, uai...
Levant'os braço e fica quetim quesse trem na minha mão tá chei di bala...
Mió passá logo us trocado queu num tô bão hoje...
Vai andando, uai, tá esperano o que, uai.
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Assaltante Gaúcho:
O guri, fica atento... Bah, isso é um assalto...
Levanta os braços e te aquieta, tchê!
Não tentes nada e toma cuidado que esse facão corta que é uma barbaridade... tchê!
Passa os pilas prá cá! E te manda a la cria, senão o quarenta e quatro fala!
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Assaltante Carioca:
Seguiiiinnte, bicho... Tu ta lascado, isso é um assalto...
Passa a grana e levanta os braços rapa... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra cacete...
Vai andando e se olhar pra trás vira presunto...
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Assaltante Baiano:
Ô meu rei...(longa pausa)... isso é um assalto...
Levanta os braços, mas não se avexe não... Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho...
Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado...
Não esquenta, meu irmãozinho, vou deixar teus documentos na próxima encruzilhada...
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Assaltante Paulista:
Ôrra, meu... Isso é um assalto, cara... Alevanta os braços, meu...
Passa a grana logo, ô meu... Mais rápido, ô meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pa comprar o ingresso do jogo do Curintia, meu...
Pô, se manda, meu...
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Assaltante de Brasília:
Caro povo brasileiro, no final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas energia, água, esgoto, gás, passagem de ônibus, iptu, ipva, lincenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, imposto de renda, IPI, ICMS,PIS, COFINS...

quarta-feira, 18 de março de 2009

O BULLYING EM NOSSA ESCOLA

Apesar de não se ter encontrado em nossa língua palavra alguma que seja capaz de dizer o que “bullying” significa, sabemos que “bully” traduzido para o português significa “o valentão”. Transpondo este termo para o âmbito escolar, podemos concluir que se refere àquele(a) menino(a) que, por sua força e sua alma deformada pelo sadismo, tem o prazer em bater nos colegas mais fracos e intimidá-los.
De posse dessas informações, passamos a observar que o bullying, de fato, também está presente em nossas salas de aula. Só a denominação o difere de nossos adolescentes “encrenqueiros”. Vale ressalvar, podemos até mesmo estabelecer uma correlação entre o termo bully e o verbete “bulidor”, do verbo “bulir”, devidamente registrado no dicionário Houaiss, forma verbal muito empregada na região Nordeste, para se referir ao ato de mexer em algo ou incomodar, desrespeitosamente, alguma pessoa.
Em nossa escola, o bullying, que, bem poderia ser por nós denominado “bulinismo”, tem sido encarado como uma carência que pode ser compreendido pelas “limitações” a que muitos de nossos alunos se encontram. Falta de locais adequados para o lazer, para a prática de esportes saudáveis, falta de opções culturais, etc., necessidades que podem contribuir negativamente na formação e no comportamento dos adolescentes.
A todos nós, cabe um papel extremamente importante no combate ao bullying, seja no ambiente escolar como educadores ou simplesmente como formadores de opinião. É preciso que derrubemos as “muralhas” que impedem nossas crianças de conhecer novos horizontes, novas culturas e costumes. É preciso que elas conheçam e, sobretudo, aprendam a conviver com as diferenças. Afinal, o respeito ao próximo é um dos alicerces de qualquer sociedade justa e igualitária.
Estejamos atentos!


Juarez Firmino
Formado em letras e pedagogia, é mestre em letras pela UFMS e titular efetivo de cargo da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo.

"Obrigado" ou "agradecido"

Certo dia destes, no momento em que eu estava saindo da estação do metrô, e uma moça se atrapalhou com o carrinho do bebê... Como é do meu costume, corri de encontro para ajudar. Depois de sanado o problema, a jovem me agradeceu com um “obrigado”... Um tímido e confuso “obrigado”, seguido de um “obrigada” um pouco mais confiante.
Mas afinal, a forma correta de se expressar ao demonstrar gratidão é, no caso do falante do sexo feminino, dizendo “obrigado” ou “obrigada”?
Evidentemente, se for do sexo feminino, deve-se agradecer com um “obrigada”. Entretanto, essa não é a forma ideal para o agradecimento. Assim como, “obrigado” para os homens também não seja o correto.
O vocábulo “obrigado”, implica em “estar sendo obrigado a proceder de determinada maneira”, do verbo “obrigar”... Eu obrigo, tu obrigas, ele obriga, (...). Confuso, não é?
Calma, eu explico. A forma de se agradecer com “obrigado” é uma prática errônea que, por convenção acabou se tornando um reducionismo, um vício pernicioso para os padrões da norma culta da Língua Portuguesa falada e escrita no Brasil.
Acontece que, lá pelas tantas, costumava-se agradecer dizendo: “Estou contente por você ter feito isso para mim, mesmo sem ter sido obrigado”. Ou ainda “Eu me vejo obrigado a retribuir o favor que você me fez”. E como o pessoal tem o péssimo costume de ir reduzindo as expressões ao máximo, acabou ficando somente o “obrigado”.
É obrigado pra cá... Obrigado pra lá, não é? Obrigado!!! Obrigado, obrigado, obrigado!!! E se nós respondêssemos com um “agradecido”, “muito agradecido”, ou ainda, um “estou muito agradecido”. Ficaria muito melhor, não é mesmo?
Pois é, em vez de “ser obrigado”, é melhor “estar agradecido”, não é? Porque nós somos seres livres e não somos obrigados a nada, não é?
Que tal conferirmos o comentário, analisando como se agradece em outros idiomas? Como fica a tradução da expressão “estou agradecido” no inglês e no espanhol, por exemplo?
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Juarez Firmino
Graduado em Letras e em Pedagogia, com Mestrado em Estudos Literários pela UFMS, é professor efetivo da Rede Oficial de Ensino do Estado de São Paulo

Fatecs abrem inscrição para isenção no vestibular

Os candidatos podem pleitear os dois benefícios, desde que atendam aos requisitos determinados para esta finalidade. Começam no dia 24 as inscrições para isenção e para redução de 50% na taxa de inscrição para o Vestibular das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) para o 2º semestre de 2009. Serão oferecidas seis mil isenções.
Os candidatos podem pleitear os dois benefícios, desde que atendam aos requisitos determinados para esta finalidade. Neste caso, devem efetuar duas inscrições.
O período de inscrição para isenção e redução da taxa vai de 24 de março a 7 de abril. No último dia, o prazo termina às 15 horas. Os interessados deverão preencher o formulário específico que estará no site http://www.vestibularfatec.com.br/. Após o preenchimento deste formulário, é preciso guardar o número do protocolo.
De 1º a 7 de abril, das 13 às 19 horas (somente nos dias úteis), o candidato deverá entregar os documentos comprobatórios, relacionados abaixo, em um envelope lacrado, na secretaria da Fatec em que se inscreveu para concorrer ao benefício.
No momento da entrega do envelope, o candidato precisa preencher, assinar e entregar o requerimento de solicitação de isenção/redução da taxa, que será fornecido pela secretaria da Fatec e também estará no site. A resposta à solicitação será divulgada no dia 30 de abril, somente pela internet.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Alguns erros gramaticais... Como evitá-los.

1 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
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2 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
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3 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
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4 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.
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5 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
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6 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
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7 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
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8 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
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9 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
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10 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.