"Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles".

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Salas de leituras nas escolas da Rede Estadual

Educação inova e define novo tipo de salas de leitura, com professores treinados
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Novo conceito terá início já durante o mês de março

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A Secretaria de Estado da Educação vai mudar o conceito de salas de leitura das escolas estaduais. Durante o mês de março 500 escolas iniciarão o projeto de reformulação destes ambientes, que terão um professor re-adaptado a cada 8 horas diárias, garantindo a abertura em tempo integral aos alunos. O Diário Oficial do Estado publicou as novidades na última semana.
A Secretaria comunicou o projeto para toda a rede de escolas. A idéia é que já durante o próximo mês estas 500 escolas, de todo o Estado, estejam com suas salas de leitura modificadas e com os profissionais de "plantão". Estas escolas - cerca de 400 na Grande SP e 100 no interior e litoral - foram escolhidas pela Secretaria para iniciar o projeto por ter espaço de leitura com mais de 25m², mas mantê-lo fechado.
Além do professor, a Secretaria colocará um estagiário em cada sala de leitura - isso a partir do segundo semestre, já que a seleção acontecerá neste semestre. As novas salas de leitura terão, por exemplo, até dois computadores (dependendo do tamanho da sala), estantes específicas para livros, novo acervo de leitura, ventiladores, mesas de leitura, mesas de leitura para alunos com cadeiras de rodas e aparelhos de DVD e som.
"Todo o conceito de leitura nas escolas será alterado. Vamos criar um mediador de leitura em cada unidade. Será um professor que ficará responsável por planejar as atividades de leitura, que passarão a fazer parte do currículo escolar", afirma a coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas , Valéria Souza.
Com início em pelo menos 500 escolas (em 2009), as mais emergenciais, o projeto da Secretaria pretende atingir todas até o fim de 2010 (1.000 até o fim de 2009). A prioridade é para os cerca de 11.500 re-adaptados (professores que não podem ficar em sala de aula por motivo de saúde), que estão sendo escolhidos por cada diretoria de escola, seguindo critérios definidos pela Secretaria ( veja abaixo ). Se não houver re-adaptado na escola ou o re-adaptado não se encaixar no perfil, serão definidos professores temporários para a nova atribuição.
O novo modelo também permitirá que as obras dos acervos das escolas sejam emprestadas para os alunos. Até outubro de 2009 as escolas não emprestavam livros para seus alunos, já que os materiais eram considerados patrimônio das unidades (assim, o sumiço era responsabilidade do diretor). Comunicado da Secretaria autorizou que passassem a ser considerados materiais de consumo e, por isso, possam ser emprestados. Os estudantes podem retirar o livro e levar para casa ou para qualquer outro lugar que possa se transformar em ambiente de leitura.
"Seria simples somente abrir as salas de leitura. Mas estamos fazendo algo além. Vamos transformá-las em espaço de aprendizagem, de formação de leitores, que permita ao aluno conhecer grandes obras literárias e que ofereça instrumentos de pesquisa", diz Maria Salles.
Das 500 escolas, 88 passam por reformas em suas salas de leitura. A partir do lançamento a Secretaria iniciará as reformas em demais salas que houver necessidade.
A Proposta Curricular do Estado para 2009 já traz referências ao uso de salas de leitura pelos professores, utilizando estes novos mediadores de leitura. "As salas hoje são apenas para apoio de leitura. Mas com um professor específico ganharão espaço no dia-a-dia das escolas", finaliza a coordenadora Valéria Souza.
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Qualificações dos mediadores de leitura
· Preferencialmente, licenciatura plena em Língua Portuguesa. Como segunda opção, Letras, Pedagogia, História, Artes e Sociologia.
· Ter exercido magistério em sala de aula por pelo menos três anos
· Ter participado de cursos da Secretaria na área de leitura
· Ter domínio de informática e sistemas infomatizados

Outras qualificações
O profissional deve ser: inovador, dinâmico, freqüentador de espaços culturais e bem relacionado com a comunidade escolar
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Fonte: http://www.educacao.sp.gov.br/

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O QUE SE PODE FAZER COM 23 LETRAS?

Nada.
Ou tudo.
Depende de quem as tem nas mãos e da maior ou menor habilidade em usá-las.
Alguns mal conseguem soletrar a, be, ce... Isso quando não estão absolutamente ausentes, e, nem chegam a entender o significado de cada um desses símbolos. Misteriosos demais para a pequenez do seu mundo.
Não é hora nem local para nos ocuparmos deles, estão à margem de todo e qualquer conhecimento.
Outros avançaram um pouco. São capazes de combinar as letras, ainda que bem primariamente, ainda que a duras penas, e conseguem criar alguma forma de expressão, mas não vão além.
Não chegam a perceber que têm nas mãos um tesouro capaz, se bem trabalhado, de produzir obras que poderiam atravessar séculos. Mas há os que olham para as 23 letras, com os olhos iluminados do lavrador que percebe no punhado de sementes que tem à sua frente a centelha da vida.
Simplesmente jogados uns ao lado dos outros, vistos com indiferença, os pequenos 23 sinais, como as sementes, jamais poderão germinar. Mas se caírem em terra boa, se receberem o estímulo da luz e o contato da água, acabarão por se transformar em árvores majestosas à sombra das quais tantos virão buscar refúgio.
Com 23 letras, apenas 23 letras, Shakespeare escreveu suas peças, Vinícius seus poemas, Eça seus romances, Vieira seus sermões.
Fernando Pessoa nem precisou das 23 para nos deixar este verso, talvez o mais belo já escrito em língua portuguesa:
AH! TODO O CAIS É UMA SAUDADE DE PEDRA.
Nem Garcia Lorca para dizer quase num sussurro:
A NOITE TORNOU-SE ÍNTIMA COMO UMA PEQUENA PRAÇA.
Quanta coisa se faz e se pode fazer com 23 letras.
Derrubam-se tiranos.
Propagam-se idéias.
Elevam-se e destroem-se crenças.
Exaltam-se os feitos heróicos.
Mudam-se os caminhos do mundo.
Ou simplesmente se enaltecem mulheres amadas.
Apenas 23 letras que têm estado à disposição de homens e mulheres, jovens e velhos de todas as gerações.
Apenas 23 letras, 23 sementes, tudo o que alguém precisa para escrever.
Basta encontrarem o solo fértil da decisão, água da perseverança e a luz do entusiasmo.
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Rubens Caruso

O BULLYING EM NOSSA ESCOLA

Apesar de não se ter encontrado em nossa língua palavra alguma que seja capaz de dizer o que “bullying” significa, sabemos que “bully” traduzido para o português significa “o valentão”. Transpondo este termo para o âmbito escolar, podemos concluir que se refere àquele(a) menino(a) que, por sua força e sua alma deformada pelo sadismo, tem o prazer em bater nos colegas mais fracos e intimidá-los.
De posse dessas informações, passamos a observar que o bullying, de fato, também está presente em nossas salas de aula. Só a denominação o difere de nossos adolescentes “encrenqueiros”. Vale ressalvar, podemos até mesmo estabelecer uma correlação entre o termo bully e o verbete “bulidor”, do verbo “bulir”, devidamente registrado no dicionário Houaiss, forma verbal muito empregada na região Nordeste, para se referir ao ato de mexer em algo ou incomodar, desrespeitosamente, alguma pessoa.
Em nossa escola, o bullying, que, bem poderia ser por nós denominado “bulinismo”, tem sido encarado como uma carência que pode ser compreendido pelas “limitações” a que muitos de nossos alunos se encontram. Falta de locais adequados para o lazer, para a prática de esportes saudáveis, falta de opções culturais, etc., necessidades que podem contribuir negativamente na formação e no comportamento dos adolescentes.
A todos nós, cabe um papel extremamente importante no combate ao bullying, seja no ambiente escolar como educadores ou simplesmente como formadores de opinião. É preciso que derrubemos as “muralhas” que impedem nossas crianças de conhecer novos horizontes, novas culturas e costumes. É preciso que elas conheçam e, sobretudo, aprendam a conviver com as diferenças. Afinal, o respeito ao próximo é um dos alicerces de qualquer sociedade justa e igualitária.
Estejamos atentos!


Juarez Firmino
Graduado em letras e pedagogia, é mestre em letras pela UFMS e titular efetivo de cargo da rede oficial de ensino do Estado de São Paulo.

Eu amo você, Língua Portuguesa

Às vezes sinto-me feliz e expresso minha felicidade ao seu lado, companheira amiga, mistério que estou sempre descobrindo. A felicidade tem corpo e cor e pulsa no meu coração e corre a se encontrar com você, então a felicidade vira palavra e eu sofro um pouco porque não sei qual a melhor palavra para expressar o que sinto... Alegria? Con­tentamento? Entusiasmo?Certos momentos, você sabe, inunda-me uma tristeza sem fim. Mar cheio de ondas, covas profundas de dor e melancolia, então eu olho ao redor e vejo-me tão só, tão só que nem palavras tenho. Mas até nessa angústia completa sinto a necessidade de que você esteja por perto. É a primeira coisa que procuro: nomear a minha dor.
Em outro momento estou inventivo e encontro mil planos para melhorar o mundo, para fazer a vida dos outros mais feliz, para resolver todos os problemas, para que todos se sintam mais completos e verdadeiros. Nessas horas, também você está em mim e eu mergulho nas suas entranhas e tento levar você, a sua riqueza, até o outro que me escuta. Às vezes é tão difícil!Faltam exércitos de grandes pensadores, como existem na língua inglesa ou france­sa. Faltam muitos poetas, filósofos, sábios, cientistas pensando em português. Expressar raciocínios mais elaborados em português é um verdadeiro desafio. É preciso ter paciên­cia... Você é um diamante, que vai ganhando brilho na lapidação de sua história. História de amor, que você faz com os que aprenderam a amar o seu idioma nas dificuldades de quem você é e de quem nós somos.
Assim eu amo e amar é dizer que se ama e eu amo em português. Não consigo me imaginar dizendo “I love you” para o ser amado e isso ter o mesmo gosto, a mesma sen­sação boa de amor que é dizer, mesmo com erro gramatical: “Eu te amo, você é o meu amor!” E é isso que digo agora, minha língua mãe, em que aprendi a ser quem sou: Eu te amo, você é o meu amor.
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LANDEIRA, José Luís e MATEOS, João Henrique

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

COMUNICAÇÃO E EDUCAÇÃO

Eloiza Aparecida Wilhelms
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Os anos passam, o mundo modifica-se e a linguagem continua sendo o principal suporte de ensino, o que torna a escola, por si só, um espaço de comunicação. Não é possível pensar em educação sem pensar em comunicação. Como instrumento, como meio, nascem de necessidades humanas.
Toda educação faz-se através da comunicação, seja ela falada, escrita ou gesticulada. Através da troca, do compartilhamento de idéias, sentimentos, da transmissão e da recepção de informação, vamos constituindo e construindo a nossa história e a história da humanidade. O que pensamos e o que somos é resultado da nossa educação, que passa pelas nossas possibilidades de comunicação.
A educação e a comunicação são processos inseparáveis e a relação entre elas é bastante complexa. Elas são inerentes ao processo de humanização. E como necessidade humana, elas podem ser exploradas tanto para a libertação como para a manipulação.
É impressionante como na escola, lugar por excelência de crescimento e educação, a comunicação tem sido tão mal explorada. As melhores empresas do mundo há tempos vêm se debruçando sobre a questão para garantir seu espaço no mercado; várias são as publicações e estudos a respeito do assunto, indicando a mesma como chave do sucesso. E a escola? Qual o espaço, o tempo que tem tirado para discussão e estudo sobre o assunto? Pode-se dizer que a escola de hoje será tanto mais eficiente, quanto maior for sua capacidade de explorar e desenvolver a comunicação.
O ser humano nasce predisposto para a comunicação nos diversos níveis em que ela pode acontecer. Choramos, gesticulamos, cantamos, ouvimos, posicionamos o corpo, etc. São incontáveis as formas encontradas pelo ser humano para se fazer entender e estabelecer contatos, dar ou receber alguma informação.
A comunicação mais primitiva entre as pessoas acontece no plano físico: é o contato da criança com a mãe. Esse primeiro contato leva a criança à percepção de que ela não está sozinha no mundo e que necessita da comunicação para se fazer entender. Daí por diante, todos os nossos contatos nos ajudam a superar a solidão do dia-a-dia, a estabelecer relações, a nos tornar mais humanos.
O desenho, a escrita, a comunicação telegráfica, radiofônica, televisiva e midiática são alguns dos caminhos percorridos pelo homem na tentativa de conseguir maior eficiência no processo da comunicação.
A comunicação é um processo ou sucessão de fenômenos ligados à troca de mensagens. O sucesso ou fracasso na comunicação não pode ser atribuído a um único fator, uma vez que no processo de comunicação intervêm vários elementos (emissor, receptor, codificação, ruídos...).
Um exemplo conhecido que demonstra a complexidade da comunicação é o jogo do “telefone sem fio”, no qual uma pessoa sussurra uma mensagem no ouvido de outra, que sussurra a mensagem à próxima, e assim por diante. Inevitavelmente, quando a última pessoa diz a mensagem em voz alta, ela é bastante diferente da primeira a ser sussurrada. O emissor pode mandar uma mensagem, mas os receptores podem “ouvir” ou receber uma mensagem diferente.
Desta forma, não basta assegurar que a comunicação ocorra, é preciso fazer com que o conteúdo seja efetivamente aprendido pelos envolvidos no processo, para que estes estejam em condições de usar o que é informado de forma eficaz.
O trabalho permeado pelo diálogo, pela escuta é muito importante, pois a comunicação interpessoal, que se dá na constituição dos relacionamentos, é imprescindível para o bom andamento da escola, porque a mesma exerce influência no clima organizacional. As vibrações e as questões individuais acabam refletindo no coletivo.
As formas mais utilizadas de comunicação são: falar, escrever, ouvir, ler e a linguagem dos sinais. Mas uma quantidade substancial de comunicação interpessoal ocorre através de comunicação não-verbal, a transmissão de mensagens por meios que não palavras. Segundo Davis (1979): (...) grande parte da verdadeira comunicação humana se passa num nível abaixo da consciência, nível em que a relevância das palavras é apenas indireta. (...) somente uns 35% do significado social de qualquer conversa corresponde às palavras pronunciadas.
As relações na escola necessitam de linguagem compreensível para que se estabeleça o entendimento comum. A própria definição de comunicação envolve participação, transmissão troca de conhecimento e experiências. Da eficácia dessa comunicação depende o resultado do desempenho da escola, em todos os sentidos: desempenho do aluno, crescimento e sustentabilidade da escola.


Referências:
BIERCK, Richard. Comunicação pessoal impecável. Como ouvir. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
DAVIS, Flora. Comunicação não verbal. Tradução Antonio Dimas. São Paulo: Summus, 1979.
DUBRIN, Andrew J. Princípios de administração. Tradução Roberto Minadeo. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1996.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O soldado e o poeta

Um olhar, um sorriso, uma promessa...
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Tantas coisas lindas que o tempo apagou.
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Muito se perde
mesmo sob um acompanhamento incessante,
como a dedicação de um soldado
que observa, que protege, que se entrega
se entrega incondicionalmente ao seu bem maior
o amor
e por ele luta e morre.
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Não...não quero ser apenas mais um soldado!
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Quero ser um poeta!
Estes sim, estão rodeados pelas belezas das coisas.
Estes não se reportam às casernas,
são livres como pássaros ao vento.
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Pobres soldados, que lutam e nem sempre
conquistam a felicidade.
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Pobres poetas, que idealizam a felicidade
Para contraporem às lutas de seus corações.
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Juarez Firmino

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Deutsch Interaktiv

Aprenda falar alemão gratuitamente.
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Entre numa nova dimensão de aprendizagem! O curso online gratuito Deutsch Interaktiv é voltado para todos – não importa se você está começando ou se já possui conhecimentos de alemão. Em 30 lições, este curso para autodidatas cobre os níveis A1 e B1 do quadro europeu de referência. Uma grande variedade de material de apoio, exercícios e testes facilitam o seu aprendizado. Áudios, galerias de fotos e vídeos fornecem uma visão autêntica da vida na Alemanha. O resumo gramatical e um glossário com mais de 7.000 palavras e sua pronúncia são outras valiosas ajudas.
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Acesse http://www.dw-world.de/dw/0,1595,2199,00.html e bons estudos.

O livro mais vendido do mundo

Conforme escreveu recentemente Rubem Alves na Folha de S. Paulo, muitas pessoas acreditam que tudo o que está escrito nas páginas da Bíblia foi ditado diretamente por Deus e que, por isso, tudo o que nelas está escrito é sagrado, verdadeiro e deve ser obrigatoriamente obedecido para sempre.
A Bíblia, o livro mais vendido no mundo em todos os tempos, é, na verdade, um conjunto de mais de setenta livros, que compõem o Antigo e o Novo Testamento. O Antigo Testamento surgiu da tradição oral dos hebreus. Após muitos séculos — supõe-se que o trabalho de compilação tenha se iniciado no século X a.C. — e um acidentado percurso, os textos foram fixados e reunidos em um só volume. Essa reunião se deu no início da nossa era, a chamada era Cristã. Por meio do Antigo Testamento, considerado uma das mais importantes fontes históricas dos hebreus, podemos conhecer não só as origens e as características da primeira religião monoteísta da Antiguidade, mas também a forma pela qual esse povo se organizou em sociedade. No texto a seguir, um trecho de Êxodo, livro atribuído a Moises, no qual se estabeleceram regras para as práticas religiosas, a moral, a justiça e a organização familiar dos hebreus.
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Honra teu pai e tua mãe, a fim de que vivas longamente sobre a terra que Deus te dará. (...)
Levanta-te diante daqueles que têm os cabelos brancos e honra a pessoa do ancião. (...)
Não prejudicarás a viúva nem o órfão. (...)
Se um estrangeiro habitar em vosso meio, não lhe façais nenhuma exprobração e amai-o como a vós mesmos, pois vós também fostes estrangeiros no Egito. (...)
Quando vires o boi ou a ovelha de teu irmão extraviados, não passes além, e reconduza-os a teu irmão. (...)
Se comprares um escravo hebreu, ele te servirá durante seis anos; no sétimo ano, será livre e poderá partir sem nada lhe dar. Se tiver mulher, ela partirá com ele. (...)
Se um homem der um soco no olho do escravo ou da sua serva, e, em conseqüência, eles perderem esse órgão, serão alforriados como compensação. (...)
Não se punirá o homicida antes de ouvidas as testemunhas. Ninguém será condenado pelo testemunho de um só. Aquele que ferir seu pai ou sua mãe será punido de morte. (...)
Aquele que ferir um de seus concidadãos será tratado como o tratou: receberá fratura por fratura e perderá olho por olho, dente por dente.
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Como se pode observar, alguns dos ensinamentos contidos nos textos bíblicos ainda são seguidos na atualidade, inclusive por juristas ao tratarem de demandas e julgamentos nos tribunais, enquanto que outros, pelo excesso na rigidez, perderam há muito tempo o caráter dos parâmetros de coerência e de justiça. Na literatura ocidental, a Bíblia, por representar a eterna luta do bem contra o mal, divide com A Poética, de Aristóteles, o título de livro que mais tem inspirado os escritores.

Mundos Mortos: romance ou ideário? Uma leitura de Otávio de Faria.

O texto se refere à dissertação defendida por mim, em 26 de fevereiro de 2004, no Programa de Pós-Graduação "Mestrado em Letras" da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
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RESUMO
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O presente trabalho propõe um debate sobre a obra do escritor Otávio de Faria. Os estudos acerca da obra deste autor, até o momento, têm sido restritos a questões delimitadas apenas pelo Modernismo carioca, daí a necessidade de se extrapolar o universo regional e iniciar leituras comparativas com outras obras e autores a partir de um estudo mais aprofundado das técnicas e procedimentos da prosa otaviana. Por sua grande extensão, optamos por analisar apenas o romance Mundos mortos — o primeiro e mais representativo da série de quinze romances intitulada “Tragédia Burguesa” — em que o autor retrata a pequena burguesia carioca dos anos 30. Trata-se de uma literatura exploradora de técnicas narrativas como o fluxo de consciência, o monólogo interior com o discurso direto e indireto livre, amparada pela densidade e pela sondagem psicológica e moral, além da estruturação proporcionada pelo catolicismo existencial que procurava decifrar a condição do homem inserido na sociedade.
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www.ceul.ufms.br/pgletras/resumos/Juarez%20Firmino-resumo2004.doc

LADAINHA DO CERVEJEIRO

Sexta-feira, final de tarde: chegai-vos a nós
Boteco do Bate-Forte: abra as portas pra nós
Seo Bate-Forte: recebei a nós
Copo americano: lavai-o pra nós
Mesa e cadeira: limpai-as pra nós
Freezer horizontal: gelai por nós
Garrafa da loirinha: abri pra nós
Colarinho de espuma: fazei-o por nós
Um gole da branquinha: ofertai-o a nós
Costela gordurosa: assai-a pra nós
Salaminho e calabresa: fatiai-os pra nós
Boa cara e gentileza: demonstrai-as a nós
Faca Amolada e Caneta Louca: livrai-os de nós
Mulher e futebol: noticiai-os a nós
Mocinha bonitinha: passai-vos por nós
Violão em seresta: dedilhai-o pra nós
Truco e sinuquinha: apartai-vos de nós
Uma dúzia às dez da noite: cobrai-a de nós
Isso tudo? Tem certeza? Pendurai pra nós
No caminho lá de casa: auxiliai a nós
Na rampa ou na escada: amparai a nós
A chave no buraco: colocai-a por nós
O caminho do banheiro: indicai-o a nós
Urinada fora do vaso: enxaguai-o por nós
Balançada no danado: sacrificai-vos por nós
Na cama bem quentinha: deitai a nós
A cara feia da patroa: desculpai-a, oh! Vós
Se chamar de “homi” à-toa: justificai-nos por nós
Querida, queridona: perdoai a nós
Escaldado de galinha: preparai-o pra nós
Um suco bem gelado: antecipai-o pra nós
Regurgitada na cama: limpai-a por nós
A feijoada de amanhã: cancelai-a por nós
Amigos e parentes: comunicai-os por nós
Se o estado for ardente: satisfazei-vos a sós
Seis da tarde, com pijama: prometemos a vós
Alcoólicos Anônimos: incentivai a nós
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Adaptada do livro Cerveja e uma porção de bobagens: crônicas do boteco Bate Forte. Hélio Consolaro. Academia Araçatubense de Letras, 2004.

www.aal.folhadaregiao.com.br

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

RELAÇÕES GRAMATICAIS EXPLÍCITAS

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida.
E o artigo era bem definido, feminino, singular. Era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona até; ao contrário dele, um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanático por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: “Ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos.”
Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses quando o elevador recomeça a se movimentar. Só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela.
Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial e rapidamente chegaram a um imperativo: todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo seu ditongo crescente. Se abraçaram numa pontuação tão minúscula que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula. Ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa.
Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos ele foi avançando cada vez mais. Ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal.
Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo, era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à Língua Portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

A loira do banheiro

Esta história é muito contada em escolas da rede pública na cidade de São Paulo. Sua fama é muito grande entre os alunos. Uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente 15 anos sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar ao banheiro da escola esperando o tempo passar. Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e pouco tempo depois veio a morrer. Mesmo sem a permissão dos pais, os médicos fizeram autópsia na menina para saber a causa de sua morte. A menina não se conformou com seu fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitos alunos juram ter visto a famosa loira do banheiro, pálida e com algodão no nariz para evitar que o sangue escorra.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

AS DEZ MODAS CAIPIRAS MAIS CONHECIDAS

O Menino da Porteira”, de Teddy Vieira e Luizinho;

Cabocla Tereza”, de Raul Torres e João Pacífico;

Chico Mineiro”, de Tonico e Francisco Ribeiro;

Chico Mulato”, de Raul Torres e João Pacífico;

Canoeiro”, de Alocim e Zé Carneiro;

Boi Soberano”, de Carreirinho, Izaltino Gonçalves e Pedro Lopes de Oliveira;

Pagode em Brasília”, de Teddy Vieira e Lourival dos Santos;

Pingo d’água”, de Raul Torres e João Pacífico;

Mágoa de Boiadeiro”, de Nono Basílio e Índio Vago;

Ferreirinha”, de Carreirinho.



Trecho da letra de “O menino da porteira”

(...)
No caminho desta vida
Muito espinho eu encontrei,
Mas nenhum calou mais fundo
Do que isto que eu passei.
Na minha viagem de vorta
Quarqué coisa eu cismei,
Vendo a porteira fechada
O menino não avistei
Eu apiei do meu cavalo
Num ranchinho beira-chão
Vi uma muié chorando
Quis saber qual a razão:
“― Boiadeiro veio tarde
Veja a cruz no estradão,
Quem matou o meu filhinho
Foi um boi sem coração.”


Fonte: Dissertação de mestrado “Caipira: Tipo, Estereótipo, História e Música”, de autoria de Osvaldo Luís Barison

Assista ao vídeo em
http://www.youtube.com/watch?v=U-QO2TjiCYA

sábado, 21 de fevereiro de 2009

DICAS DE LEITURA

OS SERMÕES, de Antônio Vieira
A leitura da correspondência do autor também é importante.

DOM QUIXOTE, de Miguel de Cervantes
O maior livro já escrito, contém em si quase todos os demais livros.

MEMÓRIAS DE ALÉM-TÚMULO, de Assis Chateaubriand
O mais extraordinário livro de memórias que já se escreveu.

PENSAMENTOS, de Blaise Pascal
O grande cientista que trouxe a espiritualidade para a filosofia, com a distinção fundamental de que crer em Deus é material de fé, não de razão.

A ENXADA E A LANÇA, de Alberto Costa e Silva
Obra-prima do historiador e também grande poeta.

UM ESTADISTA DO IMPÉRIO, de Joaquim Nabuco
Não só o livro mais bem escrito, mas também o melhor retrato da grande realização política do Império, com o desejo de Nabuco de Araújo de “Reforma ou Revolução”.

MENSAGEM, de Fernando Pessoa
Este poema, por sua exuberância em retratar a historia do povo português desde os tempos da formação da nação lusa até os incidentes políticos do inicio do século XX, pode ser considerado ao “Lusíadas” de Camões, numa versão adaptada aos tempos modernos. A sugestão é que se leia a obra completa do autor... Simplesmente inadjetivável!

GRANDE SERTÃO VEREDAS, de Guimarães Rosa
Autor que rompeu as limitações da linguagem escrita no Brasil. Ler Guimarães Rosa é deleitar-se com um vocabulário impar, belo e instigante.

HISTÓRIA DO IMPÉRIO, de Tobias Monteiro
Um exemplo de historiador que ao mesmo tempo tem a visão da grande e da “petite histoire”, um dos marcos da história do Brasil.

ROOSEVELT E HOPKINS, de Robert Sherwood
Uma biografia que lança luz sobre o homem por trás do grande presidente americano.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Conto de verão nº 2: Bandeira Branca

Luís Fernando Veríssimo


Ele: tirolês. Ela: odalisca. Eram de culturas muito diferentes, não podia dar certo. Mas tinham só quatro anos e se entenderam. No mundo dos quatro anos todos se entendem, de um jeito ou de outro. Em vez de dançarem, pularem e entrarem no cordão, resistiram a todos os apelos desesperados das mães e ficaram sentados no chão, fazendo um montinho de confete, serpentina e poeira, até serem arrastados para casa, sob ameaças de jamais serem levados a outro baile de Carnaval.
Encontraram-se de novo no baile infantil do clube, no ano seguinte. Ele com o mesmo tirolês, agora apertado nos fundilhos, ela de egípcia. Tentaram recomeçar o montinho, mas dessa vez as mães reagiram e os dois foram obrigados a dançar, pular e entrar no cordão, sob ameaça de levarem uns tapas. Passaram o tempo todo de mãos dadas. Só no terceiro Carnaval se falaram.
– Como é teu nome?
– Janice. E o teu?
– Píndaro.
– O quê?!
– Píndaro.
– Que nome!
Ele de legionário romano, ela de índia americana. Só no sétimo baile (pirata, chinesa) desvendaram o mistério de só se encontrarem no Carnaval e nunca se encontrarem no clube, no resto do ano. Ela morava no interior, vinha visitar uma tia no Carnaval, a tia é que era sócia.
– Ah.
Foi o ano em que ele preferiu ficar com a sua turma tentando encher a boca das meninas de confete, e ela ficou na mesa, brigando com a mãe, se recusando a brincar, o queixo enterrado na gola alta do vestido de imperadora. Mas quase no fim do baile, na hora do Bandeira Branca, ele veio e a puxou pelo braço, e os dois foram para o meio do salão, abraçados.
E, quando se despediram, ela o beijou na face, disse – Até o Carnaval que vem – e saiu correndo.
No baile do ano em que fizeram 13 anos, pela primeira vez as fantasias dos dois combinaram. Toureiro e bailarina espanhola. Formavam um casal! Beijaram-se muito, quando as mães não estavam olhando. Até na boca. Na hora da despedida, ele pediu:
– Me dá alguma coisa.
– O quê?
– Qualquer coisa.
– O leque.
O leque da bailarina. Ela diria para a mãe que o tinha perdido no salão.
***
No ano seguinte, ela não apareceu no baile.
Ele ficou o tempo todo à procura, um havaiano desconsolado. Não sabia nem como perguntar por ela. Não conhecia a tal tia. Passara um ano inteiro pensando nela, às vezes tirando o leque do seu esconderijo para cheirá-lo, antegozando o momento de encontrá-la outra vez no baile. E ela não apareceu. Marcelão, o mau elemento da sua turma, tinha levado gim para misturar com o guaraná.
Ele bebeu demais. Teve que ser carregado para casa. Acordou na sua cama sem lençol, que estava sendo lavado. O que acontecera?
– Você vomitou a alma – disse a mãe.
Era exatamente como se sentia. Como alguém que vomitara a alma e nunca a teria de volta. Nunca.
Nem o leque tinha mais o cheiro dela.
Mas, no ano seguinte, ele foi ao baile dos adultos no clube – e lá estava ela! Quinze anos. Uma moça. Peitos, tudo. Uma fantasia indefinida.
– Sei lá. Bávara tropical – disse ela, rindo.
Estava diferente. Não era só o corpo. Menos tímida, o riso mais alto. Contou que faltara no ano
anterior porque a avó morrera, logo no Carnaval.
– E aquela bailarina espanhola?
– Nem me fala. E o toureiro?
– Aposentado.
A fantasia dele era de nada. Camisa florida, bermuda, finalmente um brasileiro. Ela estava com um grupo. Primos, amigos dos primos. Todos vagamente bávaros. Quando ela o apresentou ao grupo, alguém disse – Píndaro?! – e todos caíram na risada. Ele viu que ela estava rindo também. Deu uma desculpa e afastou-se. Foi procurar o Marcelão. O Marcelão anunciara que levaria várias garrafas presas nas pernas, escondidas sob as calças da fantasia de sultão. O Marcelão tinha o que ele precisava para encher o buraco deixado pela alma. Quinze anos, pensou ele, e já estou perdendo todas as ilusões da vida, começando pelo Carnaval. Não devo chegar aos 30, pelo menos não inteiro. Passou todo o baile encostado numa coluna adornada, bebendo o guaraná clandestino do Marcelão, vendo ela passar abraçada com uma sucessão de primos e amigos de primos, principalmente um halterofilista, certamente burro, talvez até criminoso, que reduzira sua fantasia a um par de calças curtas de couro.
Pensou em dizer alguma coisa, mas só o que lhe ocorreu dizer foi – pelo menos o meu tirolês era autêntico – e desistiu. Mas, quando a banda começou a tocar Bandeira Branca e ele se dirigiu para a saída, tonto e amargurado, sentiu que alguém o pegava pela mão, virou-se e era ela. Era ela, meu Deus, puxando-o para o salão. Ela enlaçando-o com os dois braços para dançarem assim, ela dizendo – não vale, você cresceu mais do que eu – e encostando a cabeça no seu ombro. Ela encostando a cabeça no seu ombro.
***
Encontraram-se de novo 15 anos depois. Aliás, neste Carnaval. Por acaso, num aeroporto. Ela
desembarcando, a caminho do interior, para visitar a mãe. Ele embarcando para encontrar os filhos no Rio. Ela disse – quase não reconheci você sem fantasias. Ele custou a reconhecê-la. Ela estava gorda, nunca a reconheceria, muito menos de bailarina espanhola. A última coisa que ele lhe dissera fora – preciso te dizer uma coisa –, e ela dissera – no Carnaval que vem, no Carnaval que vem – e no Carnaval seguinte ela não aparecera, ela nunca mais aparecera. Explicou que o pai tinha sido transferido para outro estado, sabe como é, Banco do Brasil, e como ela não tinha o endereço dele, como não sabia nem o sobrenome dele e, mesmo, não teria onde tomar nota na fantasia de falsa bávara.
– O que você ia me dizer, no outro Carnaval? – perguntou ela.
– Esqueci – mentiu ele.
Trocaram informações. Os dois casaram, mas ele já se separou. Os filhos dele moram no Rio, com a mãe. Ela, o marido e a filha moram em Curitiba, o marido também é do Banco do Brasil. – E a todas essas ele pensando: digo ou não digo que aquele foi o momento mais feliz da minha vida, Bandeira Branca, a cabeça dela no meu ombro, e que todo o resto da minha vida será apenas o resto da minha vida? E ela pensando: como é mesmo o nome dele? Péricles. Será Péricles? Ele: digo ou não digo que não cheguei mesmo inteiro aos 30, e que ainda
tenho o leque? Ela: Petrarco. Pôncio. Ptolomeu.


MORICONI, Ítalo. Os cem melhores contos brasileiros do século.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2000, p. 582-5.

Paulo Leminsky

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um paradigma da primeira conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha dúvidas:
sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Livros disponíveis em formato eletrônico

É só clicar no título para ler ou imprimir.

1. 13 Oktobro 1582 -Luiz Ferreira Portella Filho
2. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia
3. 345 -Artur Azevedo
4. 7 Canções -Salomão Rovedo
5. A "Não-me-toques"! -Artur Azevedo
6. A Alegria da Revolução -Ken Knab
7. A Alma do Lázaro -José de Alencar
8. A Alma Encantadora das Ruas -João do Rio
9. A Ama-Seca -Artur Azevedo
10. A Arrábida -Vania Ribas Ulbricht
11. A Bela Madame Vargas -João do Rio
12. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco
13. A Campanha Abolicionista -José Carlos do Patrocínio
14. A Capital Federal -Artur Azevedo
15. A Carne -Júlio Ribeiro
16. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha
17. A Carteira -Machado de Assis
18. A Cartomante -Machado de Assis
19. A Casa Fechada -Roberto Gomes Ribeiro
20. A Casadinha de Fresco -Artur Azevedo
21. A Causa Secreta -Machado de Assis
22. A chave -Machado de Assis
23. A Chinela Turca -Machado de Assis
24. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós
25. A Comédia dos Erros -William Shakespeare
26. A Condessa Vésper -Aluísio de Azevedo
27. A Confissão de Lúcio -Mário de Sá-Carneiro
28. A Conquista -Coelho Neto
29. A Conselho do Marido -Artur Azevedo
30. A Cruz Mutilada -Vania Ribas Ulbricht
31. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho
32. A Dança dos Ossos -Bernardo Guimarães
33. A Desejada das Gentes -Machado de Assis
34. A Desobediência Civil -Henry David Thoreau
35. A Dívida -Artur Azevedo
36. A Divina Comédia -Dante Alighieri
37. A Ela -Machado de Assis
38. A Escrava Isaura -Bernardo Guimarães
39. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde
40. A Harpa do Crente -Vania Ribas Ulbricht
41. A Herança -Machado de Assis
42. A idéia do Ezequiel Maia -Machado de Assis
43. A Igreja do Diabo -Machado de Assis
44. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós
45. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis
46. A Luneta Mágica -Joaquim Manuel de Macedo
47. A mágoa do Infeliz Cosme -Machado de Assis
48. A Mão e a Luva -Machado de Assis
49. A Megera Domada -William Shakespeare
50. A Melhor Amiga -Artur Azevedo
51. A melhor das noivas -Machado de Assis
52. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca
53. A Metamorfose -Franz Kafka
54. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo
55. A Mulher de Preto -Machado de Assis
56. A mulher Pálida -Machado de Assis
57. A Orgia dos Duendes -Bernardo Guimarães
58. A Parasita Azul -Machado de Assis
59. A Pata da Gazela -José de Alencar
60. A Pianista -Machado de Assis
61. A Poesia Interminável -João da Cruz e Sousa
62. A Princesa de Babilônia -Voltaire
63. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós
64. A Segunda Vida -Machado de Assis
65. A Semana -Machado de Assis
66. A Senhora do Galvão -Machado de Assis
67. A Sereníssima República -Machado de Assis
68. A Tempestade -William Shakespeare
69. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare
70. A última receita -Machado de Assis
71. A Vida Eterna -Machado de Assis
72. A viúva Sobral -Machado de Assis
73. A Viuvinha -José de Alencar
74. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne
75. Adão e Eva -Machado de Assis
76. Alma Inquieta -Olavo Bilac
77. Almas Agradecidas -Machado de Assis
78. Americanas -Machado de Assis
79. Amor com Amor se Paga -Joaquim José da França Júnior
80. Amor de Perdição -Camilo Castelo Branco
81. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis
82. Anedota Pecuniária -Machado de Assis
83. Antes da Missa -Machado de Assis
84. Antes da Rocha Tapéia -Machado de Assis
85. Antes que Cases -Machado de Assis
86. Antigonas -Sofócles
87. Antologia -Antero de Quental
88. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare
89. Ao Entardecer (contos vários) -Visconde de Taunay
90. Aos Vinte Anos -Aluísio de Azevedo
91. Arte Poética -Aristóteles
92. As Academias de Sião -Machado de Assis
93. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare
94. As Asas de um Anjo (Comédia) -José de Alencar
95. As Bodas de Luís Duarte -Machado de Assis
96. As Forças Caudinas -Machado de Assis
97. As Primaveras -Casimiro de Abreu
98. As Religiões no Rio -João do Rio
99. AS VIAGENS -Olavo Bilac
100. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo
101. Astúcias de Marido -Machado de Assis
102. Aurora sem Dia -Machado de Assis
103. Auto da Alma -Gil Vicente
104. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente
105. Ayres e Vergueiro -Machado de Assis
106. Balas de Estalo -Machado de Assis
107. Béatrix -Honoré de Balzac
108. Bom Crioulo -Adolfo Ferreira Caminha
109. Bons Dias -Machado de Assis
110. BRÁS, BEXIGA E BARRA FUNDA -Alcântara Machado
111. Brincar com fogo -Machado de Assis
112. Camões -Joaquim Nabuco
113. Canção do Exílio -Antônio Gonçalves Dias
114. Cancioneiro -Fernando Pessoa
115. Canções e Elegias -Luís Vaz de Camões
116. Cândido -Voltaire
117. Cantiga de Esponsais -Machado de Assis
118. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -João Capistrano de Abreu
119. Caramuru: poema épico do descobrimento da Bahia -José de Santa Rita Durão
120. Carolina -Casimiro de Abreu
121. Cartas Chilenas -Tomáz Antônio Gonzaga
122. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós
123. Casa de Pensão -Aluísio de Azevedo
124. Casa Velha -Machado de Assis
125. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundação Biblioteca Nacional
126. Catálogo de Publicações da Biblioteca Nacional -Fundação Biblioteca Nacional
127. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca
128. Cícero -Plutarco
129. Cinco Minutos -José de Alencar
130. Cinco Mulheres -Machado de Assis
131. Coisas que Só Eu Sei -Camilo Castelo Branco
132. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar
133. Confissões de uma Viúva Moça -Machado de Assis
134. Conto de Escola -Machado de Assis
135. Conto de Inverno -William Shakespeare
136. CONTOS AVULSOS -Alcântara Machado
137. Contos de Lima Barreto -Afonso Henriques de Lima Barreto
138. Contos Fluminenses -Machado de Assis
139. Contos Gauchescos -João Simões Lopes Neto
140. Contos -José Maria Eça de Queirós
141. Contos para Velhos -Olavo Bilac
142. Coração, Cabeça e Estômago -Camilo Castelo Branco
143. Coriolano -William Shakespeare
144. Dentro da noite -João do Rio
145. Diário Íntimo -Afonso Henriques de Lima Barreto
146. Diva -José de Alencar
147. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa
148. Dom Casmurro -Machado de Assis
149. Don Quixote -Miguel de Cervantes
150. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes
151. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes
152. Édipo-Rei -Sófocles
153. El Arte de la Guerra -Sun Tzu
154. Esaú e Jacó -Machado de Assis
155. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves
156. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago
157. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos
158. Eu -Augusto dos Anjos
159. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos
160. Farsa de Inês Pereira -Gil Vicente
161. Farsa do Velho da Horta -Gil Vicente
162. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe
163. Felicidade pelo Casamento -Machado de Assis
164. Ficções do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa
165. Hamlet -William Shakespeare
166. Helena -Machado de Assis
167. História da Literatura Brasileira -José Veríssimo Dias de Matos
168. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero
169. Histórias da Meia-Noite -Machado de Assis
170. Iliada -Homero
171. Iluminuras -Arthur Rimbaud
172. Iracema -José de Alencar
173. Júlio César -William Shakespeare
174. Kamasutra -Mallanâga Vâtsyâyana
175. Lira dos Vinte Anos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
176. Livro de Mágoas -Florbela Espanca
177. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca
178. Lucíola -José de Alencar
179. Macbeth -William Shakespeare
180. Medida Por Medida -William Shakespeare
181. Memorial de Aires -Machado de Assis
182. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida
183. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis
184. Mensagem -Fernando Pessoa
185. Minha formação -Joaquim Nabuco
186. Missa do Galo -Machado de Assis
187. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare
188. Noite de Almirante -Machado de Assis
189. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
190. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco
191. O Alienista -Machado de Assis
192. O Ateneu -Raul Pompéia
193. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa
194. O Cortiço -Aluísio de Azevedo
195. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós
196. O Dicionário -Machado de Assis
197. O Elixir da Longa Vida -Honoré de Balzac
198. O Enfermeiro -Machado de Assis
199. O Espelho -Machado de Assis
200. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa
201. O Guarani -José de Alencar
202. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa
203. O Homem que Sabia Javanês e Outros Contos -Afonso Henriques de Lima Barreto
204. O Livro da Lei -Aleister Crowley
205. O Livro de Cesário Verde -José Joaquim Cesário Verde
206. O LIVRO D'ELE -Florbela Espanca
207. O Mercador de Veneza -William Shakespeare
208. O Mulato -Aluísio de Azevedo
209. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves
210. O pastor amoroso -Fernando Pessoa
211. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós
212. O que é o Casamento? -José de Alencar
213. O Sertanejo -José de Alencar
214. Obras Seletas -Rui Barbosa
215. Odisséia -Homero
216. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare
217. Os Escravos -Antônio Frederico de Castro Alves
218. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camões
219. Os Maias -José Maria Eça de Queirós
220. Os Sertões -Euclides da Cunha
221. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare
222. Outras Poesias -Augusto dos Anjos
223. Pai Contra Mãe -Machado de Assis
224. Papéis Avulsos -Machado de Assis
225. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa
226. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa
227. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa
228. Poemas em Inglês -Fernando Pessoa
229. Poemas Humorísticos e Irônicos -João da Cruz e Sousa
230. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa
231. Poemas Irônicos, Venenosos e Sarcásticos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
232. Poemas Malditos -Manuel Antônio Álvares de Azevedo
233. Poemas -Safo
234. Poemas Selecionados -Florbela Espanca
235. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa
236. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa
237. Poética -Aristóteles
238. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa
239. Quincas Borba -Machado de Assis
240. Redondilhas -Luís Vaz de Camões
241. Rei Lear -William Shakespeare
242. RELIQUIAE -Florbela Espanca
243. Ricardo III -William Shakespeare
244. Romeu e Julieta -William Shakespeare
245. Schopenhauer -Thomas Mann
246. Seleção de Obras Poéticas -Gregório de Matos
247. Senhora -José de Alencar
248. Sermão da Sexagésima -Pe. Antônio Vieira
249. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage
250. Sonetos -Luís Vaz de Camões
251. Sonho de Uma Noite de Verão -William Shakespeare
252. Tito Andrônico -William Shakespeare
253. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare
254. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto
255. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare
256. Ubirajara -José de Alencar
257. Ulysses -James Joyce
258. Uma Estação no Inferno -Arthur Rimbaud
259. Uns Braços -Machado de Assis
260. Utopia -Thomas Morus
261. Várias Histórias -Machado de Assis
262. Viagens de Gulliver -Jonathan Swift
263. Via-Láctea -Olavo Bilac
264. Vozes d'África -Antônio Frederico de Castro Alves

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

AS PRIMEIRAS GRAMÁTICAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

A primeira gramática da língua portuguesa foi publicada em 1536 por Fernão de Oliveira. A obra apresentava cinqüenta capítulos, que abordavam desde a história da linguagem até noções de sintaxe, com destaque para os aspectos sonoros; seu conceito de gramática era clássico: “a arte de falar e escrever corretamente”. Em 1540, surgiu a gramática de João de Barros, cronista e historiador da expansão lusa. As duas primeiras gramáticas da língua portuguesa seguiam uma mesma filosofia humanista: a exaltação da língua portuguesa, tida como a mais próxima dos padrões latinos. Daí a latinização sintática e léxica dos textos literários do século XVI.

Bixarada nas ruas

Após uma série de casos trágicos, os trotes universitários parecem ter chegado a um consenso entre o respeito e as brincadeiras

Na última segunda-feira, a Avenida Paulista parou. A causa não era o trânsito, muito menos uma prévia de Carnaval, apesar do som da bateria que tocava ao fundo. Pessoas pintadas da cabeça aos pés corriam em todas as direções, em busca de um trocado para dar aos seus "chefes". Era desse modo, que no clima de bagunça e da brincadeira do "mestre mandou", que os veteranos da Cásper Líbero, tradicional faculdade de São Paulo davam as boas vindas aos calouros de 2009. Hora da festa para os universitários, os trotes que acontecem nas primeiras semanas de aula são considerados um rito de passagem e uma forma de aliviar o estresse pós-vestibular. "É uma comemoração de uma nova etapa da vida, para relaxar e esquecer todas as horas de estudo. Rola uma integração com todo o pessoal da faculdade", justifica Gabriela de Oliveira, estudante do segundo ano de jornalismo, que comandava um grupo de bixos pela calçada movimentada. Abusivo ou não, o clima era de festa no trote da Cásper. Até os supostamente torturados pelos carrascos aprovavam as brincadeiras. "Conhecer as pessoas durante esse momento é muito divertido. Não estou nem um pouco incomodada de terem me pintado toda, na verdade eu acho justíssimo. A gente ralou muito para chegar aqui, agora temos mais é que comemorar", brinca Natalia Aparecida Henrique, de 19 anos, bixete de Gabriela.
Para alguns, entretanto, a brincadeira é uma "Barra Pesada", pois apesar de ser visto com bons olhos por grande parte dos estudantes, os trotes e calouradas já renderam diversas manchetes nas páginas policiais, além de muita dor de cabeça, tanto para os alunos, como para os pais. No início de fevereiro, em Leme (interior paulista), o estudante de veterinária Bruno Ferreira teve que ser hospitalizado, após ter ingerido grande quantidade de álcool e ser agredido por chicote. Outro caso emblemático foi o do calouro de medicina Edison Tsung Chi Hsueh, que morreu afogado durante o trote na piscina da USP, há 10 anos. Após tantos casos de final trágico, alguns veteranos passaram a tentar maneirar na brincadeira, como é o caso de Alexandre Facciola, estudante do terceiro ano de comunicação. "Eu pego leve, quando vejo que o bixo está muito assustado, falo que é uma brincadeira, depois a gente pinta, corta o cabelo, vou com calma", diz. Mas mesmo assim, sempre existem aqueles que fazem questão de judiar dos recém-chegados. Felipe Arrojo, de 18 anos, sentiu isso na pele na última segunda. "É horrível. As pessoas pegam pesado mesmo, parece que funciona assim. Estou com cola até no pescoço, tentei fugir, mas já era tarde demais", reclama. Mas mesmo incomodado, o Felipe observa um limite nas brincadeiras. "Apesar dos gritos e buzinas achei que ainda rola um tipo de respeito, pedi para não ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica. Eles levaram na boa e não me forçaram a nada", completa.
Analisando pelo outro lado da questão, seja em trotes mais pesados ou leves, uma alternativa para as brincadeiras da primeira semana de aula têm sido as ações solidárias. Doação de sangue, cestas básicas e trabalho comunitários também fazem parte de ações parecidas. Foi o que aconteceu este ano no Centro Universitário Belas Artes, de São Paulo, que promoveu palestras sobre a importância da profissão escolhida. Em outros lugares, como na Faculdade Rio Branco, a tradição do pedágio é mantida, mas em vez do bar, o dinheiro arrecadado vai para instituições de caridade. "A gente pinta os calouros, faz a mesma integração que qualquer outra faculdade. Mas o dinheiro arrecadado vai para instituições parceiras", explica Renata Martins, estudante de Relação Internacionais. Sem dúvidas, uma boa maneira de não ficar de fora da festa, seguir as tradições universitárias e ainda contribuir com algo legal para a sociedade. Mas seja como for, se você não quiser pintar a cara e raspar o cabelo, é melhor só aparecer na segunda quinzena de aula...
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Fonte: http://guiadasemana.click21.com.br/Rio_de_Janeiro/Teen/Noticia/Capa.aspx?id=49940

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Se divertindo com o dicionário de inglês

· A hot day - arrote
· All face - alface
· All me roon - almerão
· Are you sick - Você tem C.I.C.?
· As pas goes - aspargos
· Beer in gel - beringela
· Better hab - beterraba
· Big Ben - Benzão
· Born to loose - Nascido em Toulose
· Car need the boy(mail kilo) - carne de boi (meio kilo)
· Corn Flakes - Cornos frescos
· Cow view floor - couve flor
· Feel Good - Bom frio
· Fourteen - Pessoa baixa e forte
· Free Shop - Chope de graça
· Go Home - Vai a Roma
· Halloween - Quando a ligação não está boa
· Happy New Year - Feliz Ouvido Novo
· I go tomorrow - O gato morreu
· I´m alone - Estou na lona
· I´m Hungry - Sou húngaro
· I´m sad - estou com sede
· It´s Ten O´Clock - Tu tens relógio
· It´s too late - É muito leite
· Key jow (parm zoon) - queijo parmesão
· Know How - Saber latir
· Layout - Fora da lei
· Lee moon - limão
· Mac car on - macarrão
· May go - pessoa dócil, afável.
· Merry Christmas - Maria Cristina
· My one easy - maionese
· One Ice-cream - Um crime cometido com frieza
· Paul me to - palmito
· Pay she - peixe
· Pier men tom - pimentão
· Puts grill low! Is key see, too much. - puts grilo esqueci os tomates.
· She must to go - Ela mastigou
· She´s cute - ela escuta
· She´s wonderful - Queijo maravilhoso
· So Free - Sofri, padeci
· Spa get - spaguete
· Stock car - estocar
· Telling The Truth - talão da T.R.U.
· The boy is behind the door - O boi está berrando de dor
· Three go - trigo
· To be champion - Ser bi-campeão
· To sir with love - Tossir com amor
· Welcome - Bom apetite
· With noise - conosco

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Poema de minha ex-aluna do ensino médio

Sei
.
Que um dia, terei amor verdadeiro,
Serei tudo que sonho ser.
realizarei os meus sonhos, e sonharei
cada dia mais, eternamente.
Construirei meu castelo. Reinarei.
Dominarei o mundo e serei
uma estrela no céu,
uma gota d'água no mar,
uma grão de areia na praia.
.
.....Enfim,
.....Terei o céu, o mar, a terra.
.....E o seu amor para mim.
.
.
.
Emilene Paes

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

INTERTEXTUALIZANDO

Palavras Ao Vento
Cássia Eller
Composição: Marisa Monte / Moraes Moreira
.

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
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Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras
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Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
.
Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
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Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento...
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http://www.youtube.com/watch?v=4M8DzDAGhk4
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A palavra mágica
Carlos Drummond de Andrade
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Certa palavra dorme na sombra de um livro raro.
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Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.
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Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre.
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Procuro sempre, e minha procura
ficará sendo
minha palavra.
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Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond
http://www.carlosdrummond.com.br

OS 10 MANDAMENTOS DE UM DOM-JUAN

1. Saber ouvir a mulher. Escutá-la e fazer perguntas pertinentes é o primeiro passo para a conversa ir adiante.

2. Mulher alguma se interessa por um homem que não tem o que dizer. Ele deve enriquecer a bagagem cultural para sustentar um papo interessante.

3. Descobrir o que faz uma mulher singular torna o homem mais atraente.

4. Bom-humor e elegância podem fazer do pior dos fracassados um sedutor.

5. Mulheres adoram homens bem-vestidos. Esqueça os conselhos de mamãe para montar o guarda-roupa.

6. Moda e perfeição visual, no entanto, são duas coisas diferentes. As mulheres detestam almofadinhas.

7. Pensar menos e agir mais. Elas gostam de homens com atitude e coragem, e não daqueles que demonstram insegurança desde o olhar.

8. É proibido ligar todos os dias. Mulher detesta homem grudento.

9. A conversa de um homem com uma mulher deve ser sexualizada. Mas nada de falar de sexo o tempo todo.

10. Os homens precisam aprender a dizer “não” a uma mulher. Não se pode colocar a mulher em um pedestal e tampouco ser demasiadamente gentil.


Fonte: professor Spike, Revista da FOLHA

Professor nota zero

Dos 241 mil professores que se submeteram à prova da Secretaria Estadual da Educação de São Paulo, 3.000 tiraram zero: não acertaram uma única sobre a matéria que dão ou deveriam dar em sala de aula. Apenas 111, o que é estatisticamente irrelevante, tiraram nota dez. Os números finais ainda não foram tabulados, mas recebo a informação que pelo menos metade dos professores ficaria abaixo de cinco. Essa prova tocou no coração do problema do ensino no Brasil, o resto é detalhe.
Como esperar que um aluno de um professor que tira nota ruim ou mediana possa ter bom desempenho? Impossível. Se fosse para levar a sério a educação, provas desse tipo deveriam ser periódicas em toda a rede (assim como os alunos também são submetidos a provas). Quem não passasse deveria ser afastado para receber um curso de capacitação para tentar se habilitar a voltar para a escola.
A obrigação do poder público é divulgar as listas com as notas para que os pais saibam na mão de quem estão seus filhos. Mas a culpa, vamos reconhecer, não é só do professor. O maior culpado é o poder público que oferece baixos salários e das universidades que não conseguem preparar os docentes. Para completar, os sindicatos preferem proteger a mediocridade e se recusam a apoiar medidas que valorizem o mérito.
O grande desafio brasileiro é atrair os talentos para as escolas públicas --sem isso, seremos sempre uma democracia capenga. Pelo número de professores reprovados na prova, vemos como essa meta está distante.

Fonte: Folha Online, em 9 de fevereiro de 2009